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Trabalhos sobre o Rio Uruguai são notícias no site da ACIU

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Rio Uruguai, a riqueza que devemos preservar: Sua inserção Histórica, Social, Econômica e Ambiental

 

O rio Uruguai é o segundo sistema fluvial da bacia do rio da Prata em importância, nascendo na Serra Geral, entre os estados do Rio Grande o Sul e Santa Catarina, e deslocando-se até sua foz na confluência com rio Paraná, fronteira entre a Argentina e o Uruguai, drenando uma área em torno de 365.000 km2, banhando 384 municípios e atendendo uma população de 3,8 milhões de pessoas.

O rio Uruguai divide-se em três trechos de acordo com a sua geografia, o Alto Uruguai, o Médio Uruguai e o Baixo Uruguai. Destaca-se que ecologicamente as diferenças entre esses trechos do rio, caracterizam diferentes ambientes, os quais são fundamentais para o estabelecimento das comunidades biológicas, proporcionando uma diversidade de espécies e de relações entre os ecossistemas, podendo torná-los mais ou menos suscetíveis aos diferentes impactos ambientais, como por exemplo o despejo de efluentes urbanos e rurais.

Entretanto, de acordo com pesquisas realizadas pela Universidade Federal do Pampa, o rio Uruguai se apresenta como uma fonte natural de vida, com papel fundamental para a manutenção ecológica de diversos ecossistemas, pois além de fornecer água para o abastecimento humano e da agricultura, possui recursos pesqueiros que sustentam uma intrínseca cadeia trófica e ainda possibilitam o desenvolvimento da pesca profissional e amadora na região, influenciando diversos aspectos sociais econômicos e ambientais tanto no município de Uruguaiana quanto nos demais municípios da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.

Ainda, alguns autores têm destacado que o rio Uruguai, é uma fonte de renda importante para muitas famílias que dependem dele de forma exclusiva ou complementar, e nesse sentido, a preservação da qualidade ambiental do rio Uruguai torna-se um fator importante para a garantia de renda destas famílias, bem como para a sustentabilidade dos recursos naturais.

Neste cenário, e com a necessidade de proteger os ambientes aquáticos e de promover o desenvolvimento sustentável nas bacias hidrográficas, observa-se que é preciso instituir ações que proporcionem uma mudança da realidade, em favor da melhoria da qualidade ambiental e de vida das populações.

Entre as medidas políticas que podem ser adotadas e que proporcionariam a preservação deste importante manancial, seria a inserção do rio Uruguai como temática de contextualização no ensino, como ressalta o pesquisador da Unipampa, professor Edward F. C. Pessano, e o diretor de Meio Ambiente do Município, o biólogo Luis R. Bortoluzzi, pois algumas pesquisas têm demonstrado que o uso de temas da realidade, como o Rio Uruguai, favorecem os processos de ensino aprendizagem, dando significado aos conteúdos trabalhados em sala de aula, tornando a construção do conhecimento mais atrativa aos estudantes, além de promover a formação de atores sociais cientes de sua realidade e preparados para ações transformadoras.

Em um estudo realizado em Uruguaiana (Pessano et al. 2013) foi constatado que muitos estudantes não conhecem adequadamente as relações estabelecidas entre o rio Uruguai e a sociedade e quando manifestam conhecer, apresentam informações inadequadas e fragmentadas. Ainda, cerca de 10% dos estudantes de escolas localizadas na periferia da cidade afirmam não conhecer o rio, fator que demonstra a necessidade dos espaços educacionais se voltarem a esse importante ecossistema, tendo em vista a intenção de sua preservação.

Estudos relacionados a bacias hidrográficas podem proporcionar a oportunidade de formação holística entre educandos e educadores, pois são temas integradores de conhecimentos, onde podem ser desenvolvidos conteúdos relativos a solo, relevo, geologia, vegetação, fauna, clima, ocupação humana, impactos ambientais, entre outros, diagnosticando e possibilitando ações adequadas, voltadas a sustentabilidade ambiental. Assim, os ambientes escolares se destacam, pois a escola tem de sistematizar e socializar o conhecimento, bem como de possibilitar a formação de cidadãos suficientemente informados, conscientes e atuantes, para que as questões ambientais possam ser não apenas discutidas, mas para que se busquem soluções para as mesmas.

 

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente/Universidade Federal do Pampa/Revista Ciências & Ideias

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