“A escola que convive com inclusão, com o diferente, forma pessoas melhores e seus educadores se tornam seres humanos melhores”. (Franck Maciel Peçanha)
Durante o Seminário Pedagógico do Colégio Metodista União foi realizada uma palestra sobre o Transtorno do Espectro do Autismo – TEA, ministrada pelo Prof. Franck Maciel Peçanha, tutor do grupo PET Fisioterapia da UNIPAMPA que apresentou o Projeto de Extensão “Conhecendo o Autismo”. O objetivo foi levar conhecimento do autismo à equipe, de modo que todos estejam mais preparados para participar do processo educacional das crianças e adolescente com autismo. O TEA ainda é desconhecido nas escolas e é importante que toda a comunidade escolar esteja preparada para receber estes alunos, dar as boas vindas, incluí-los e desenvolver estratégias para que eles possam explorar todo o seu potencial. “Todos devem estar preparados, desde o porteiro até a direção”, ressalta. A desinformação sobre o autismo não se restringe apenas à educação, mas também abrange a área de saúde, dificultando o diagnóstico, alerta o professor. Segundo ele, “é importante que a família, a escola e a rede de profissionais da saúde, todos juntos, tenham um olhar mais atento”.
Sinais de autismo
O autismo é considerado um transtorno global do desenvolvimento que tem causas neurobiológicas e provoca alterações mais evidentes nas áreas da interação social, comunicação e comportamento. É importante lembrar que essas crianças também possuem grandes habilidades que devem ser identificadas e utilizadas no processo educacional.
O professor diz que é importante a comunidade escolar ficar atenta para alguns critérios comuns na criança com o TEA, como déficits de comunicação verbal e não verbal, falta de reciprocidade social e dificuldade de manter relacionamentos de amizade com crianças da mesma faixa etária. Além disso, andar na ponta dos pés, não olhar fixo nos olhos, apresentar estereotipias motoras e verbais, isolamento na escola, atraso na fala, não atender quando chamado, hiper ou hiposensibilidade, alteração no sono e restrições alimentares são sinais que quando identificados devem fazer com que os professores orientem a família a buscar avaliação com especialista (pediatra/neuropediatra).
Geralmente a criança com autismo se interessa muito por alguma coisa. É importante que o educador identifique o que é. “O foco de interesse num assunto é a forma da criança com autismo se organizar, se tranquilizar”, diz. O professor poderá utilizar materiais diferenciados para este aluno de acordo com seu interesse.
Preparando a escola
A escola deve estar preparada para receber crianças com autismo, incluindo a capacitação dos educadores para que tenham conhecimento sobre o transtorno, além de adaptações físicas. O professor Peçanha acredita que “A escola que convive com inclusão, com o diferente, forma pessoas melhores e seus educadores se tornam professores e seres humanos melhores”.
Para Peçanha é importante que os professores trabalhem as habilidades dos alunos com autismo, desenvolvam rotinas, preparem relatório de interesses, habilidades e aversões da criança. Segundo ele a comunicação com a criança deve ocorrer através da direta e com utilização de imagens. Ele lembra ainda que “o mediador é muito importante para que a criança com autismo possa explorar todo o seu potencial; no entanto, o mediador não substitui o professor que continua sendo a grande referência do aluno na sala”.
A preparação da sala de aula com iluminação adequada, sem ruídos e poluição visual é importante para evitar a sobrecarga sensorial. Peçanha lembra que “criança que passa muito tempo na sala de recurso não está incluída” e que “…é importante investir nas habilidades, acreditar e investir neste desconhecido e inestimável potencial das crianças com autismo…”
O professor aproveitou para divulgar a página do facebook – “Autismo Sem Limites”- que ele utiliza para divulgar informações interessantes sobre o autismo.
Redação: Giovana Petrocele
Fonte: http://www.educacional.com.br/escolas/mural/lenoticia.asp?id=588066&EscolaId=130580001