CEDER NO G1- Brasil volta ao mapa da fome!

 

Brasil, o país da desigualdade, volta ao Mapa da Fome!

O Brasil é o 7º país mais desigual do mundo, o 1% mais rico concentra 48% de toda a riqueza nacional, enquanto 50% da população possui cerca de 3% de toda a riqueza do país (ALBUQUERQUE; RIBEIRO, 2020).

O índice de Gini entre 2019 a 2021, elevou-se significativamente ficando acima de toda série histórica pré-pandemia. O valor encontrado em 2021, de 0,641, bateu recorde com o maior grau de desigualdade já registrado. Isso tudo, em meio a um contexto em que a economia do país já se encontrava em uma situação crítica, essencialmente, no que se refere ao desemprego (FERREIRA et al., 2021).

Bilhões de pessoas já viviam no limite quando a pandemia começou, elas não tinham nenhum recurso ou apoio para enfrentar a problemática econômica e social. A pandemia expôs o fato de que a maioria das pessoas no mundo vive com algo entre US$2 e US$10 por dia (ALBUQUERQUE; RIBEIRO, 2020; OXFAM, 2021).

Tal situação desencadeia no empobrecimento da população e na sua faceta mais dura, a insegurança alimentar – não saber se terá comida na próxima refeição e na insegurança alimentar grave, a fome.

A insegurança alimentar grave aumentou em 3,9 milhões de pessoas entre 2019 a 2021, quando comparada ao período de 2014 a 2016. De 2020 para 2021 são 14 milhões de novos brasileiros que passaram a conviver com a fome (Rede PENSSAN (2022), conforme é possível verificar na tabela a seguir. A situação coloca o Brasil novamente no Mapa da Fome, voltando ao patamar de 2004.

 

Considerando o contexto exposto, pesquisadores do CEDER têm estudado, debatido interna e externamente sobre estas mazelas sociais. Nesse sentido, nesta última terça-feira (12/07) a professora Alessandra Troian, proferiu uma palestra com o título “Fome: origem, desafios e perspectivas”, no VI Conferência Municipal de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional de Santana do Livramento/RS, com o tema A FOME VOLTOU, MEDIDAS JÁ!.

No mesmo evento a mestre em Administração Mitali Maciel coordenou o Eixo Temático I: produção, abastecimento e acesso aos alimentos onde foram discutidas ações para a redução da fome no município. A qual será ampliada e discutida em âmbito estadual no final deste  mês, a fim de resultar em medidas concretas e efetivas de combate à fome e à insegurança alimentar no Rio Grande do Sul. A pesquisadora participará como delegada, com direito a voto, representando a sociedade civil do município. E, na última quarta-feira (14/07), a professora Sibele Vasconcelos de Oliveira esteve ao vivo no G1 da RBS abordando alternativas para acabar com a desigualdade social. Link da reportagem na íntegra na bio. (https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/video/ja-reporter-discute-as-alternativas-para-minimizar-a-desigualdade-social-10758431.ghtml).

 

Referências

ALBUQUERQUE, M.V; RIBEIRO, L. H. L. Desigualdade, situação geográfica e sentidos da ação na pandemia d COVID-19 no Brasil. Cadernos de Saúde Pública, n. 36, v. 12, 2020. FERREIRA, N. et al. Formas para a diminuição da miséria no Brasil. Revista Projetos Extensionistas, v. 1, n. 2, 2021.

REDE PENSSAN. Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia da COVID-19 no Brasil, 2021. Disponível em: http://olheparaafome.com.br /VIGISAN_Inseguranca_alimentar.pdf. Acesso em: 27 jan. 2022.

 

REDE PENSSAN. Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, 2022. Disponível em: https://pesquisassan.net.br/2oinquerito-nacional-sobre-inseguranca-alimentar-no-contexto-da-pandemia-da-covid-19-nobrasil/. Acesso em: 08 jun. 2022.