1º Seminário Integrado do Grupo De Estudos Sobre Escravidão e Pós-Abolição (GEESPA)

Descrição:

Em 2019, com o objetivo de estimular o compartilhamento de saberes e a construção de conhecimento, foi criado o Grupo De Estudos Sobre Escravidão e Pós-Abolição (GEESPA). Este Grupo, vinculado ao Laboratório de História Social e Política (LAHISP) do curso de História do campus Jaguarão, almeja proporcionar o contato de estudantes com os debates bibliográficos dos campos da História Social da Escravidão e do Pós-Abolição. Pretende-se assim, que novas pesquisas surjam com o intuito de registrar e visibilizar cada vez mais a trajetória histórica do povo negro da região de fronteira do extremo sul do Brasil. Ainda, busca fomentar ações de pesquisa, registrando também oralidades, e ações de Ensino de História na cidade de Jaguarão e Arroio Grande. O que vem sendo realizado com um conjunto de atividades nestes dois últimos anos.

Buscando ampliar os diálogos com a comunidade acadêmica, e proporcionar formação principalmente aos/as discentes da Unipampa, o GEESPA realizará neste próximo semestre letivo de 2021/2 o seu 1º Seminário Integrado.

O 1º Seminário Integrado do Grupo De Estudos Sobre Escravidão e Pós-Abolição, será formado por um conjunto de quatro palestras, distribuídas entre os meses de novembro e dezembro de 2021, e fevereiro e março de 2022. Ocorrerão no formato online, com transmissão pelo canal do GEESPA no youtube, sempre no horário das 16:30h às 18:30h.

Programação:

17/11/21: Palestra e lançamento do livro “Histórias de batuques e batuqueiros: Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre” com Jovani de Souza Scherer e Vinicius Pereira de Oliveira.

 

15/12/21: Palestra e lançamento do livro “Os Calhambolas do General Manoel Padeiro: práticas quilombolas na Serra dos Tapes (RS, Pelotas, 1835). 2ª Edição” com Paulo Roberto Staudt Moreira, Natália Garcia Pinto e Caiuá Cardoso Al-Alam.

 

09/02/22: Palestra “As lutas políticas nos clubes negros: culturas negras, racialização e cidadania na fronteira Brasil-Uruguai no pós-abolição (1870-1960) ” com Fernanda Oliveira.

 

09/03/22: Palestra “Dos laços entre José e Innocência: trajetórias de uma família negra entre a escravidão e a liberdade no Rio Grande do Sul” com Franciele Rocha de Oliveira.

 

Primeira atividade será realizada no dia 17 de novembro

Buscando contribuir com diálogos para o mês da Consciência Negra, a primeira atividade ocorrerá no dia 17 de novembro e contará com a participação de Jovani de Souza Scherer e Vinicius Pereira de Oliveira para palestra e lançamento do livro “Histórias de batuques e batuqueiros: Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre”. O livro, além dos dois palestrantes, contou com a autoria de Denis Pereira Gomes. Esta atividade, em especial, contará com o apoio do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas Sr. Neir Madruga Crespo (IFSUL/Campus Avançado Jaguarão), e integrará também a 13ª Semana da Consciência Negra de Jaguarão.

A proposta da atividade é compartilhar a experiência de escrita do livro, resultado de um projeto coletivo de pesquisa. Mediante um leque variado de fontes históricas, bem como da bibliografia especializada, a publicação busca oferecer um panorama sobre formação histórica das religiosidades de matriz africana no Rio Grande do Sul, particularmente focando no Batuque de Nação. Importante mencionar que o Rio Grande do Sul é o estado do Brasil com maior percentual de pessoas autodeclaradas como adeptas de religiões de matriz africana, dado representativo da marcante presença negra em uma região que insiste em se “vender” como branca e europeizada.

O livro analisa as práticas de relação com o sagrado africano como parte de um leque maior de experiências de resistência negra. Ao longo do texto, o leitor poderá adentrar brevemente territórios negros das cidades estudadas e, de lá, acompanhar as experiências dessas batuqueiras e batuqueiros do passado. Se suas práticas eram vistas pelo olhar etnocêntrico simplesmente como casos de curandeirismo e charlatanismo ou tachadas de forma pejorativa como feitiçaria, por outro lado podem ser pensadas como forma de resistência, como elementos para construção de identidades, de alicerçamento de comunidades e territórios, como recurso para vivenciar o coletivo e buscar conforto espiritual e social. Foi dado destaque para a atuação de algumas lideranças afro religiosas do passado, por serem elas consideradas referências para a memória e identidade batuqueira no tempo presente

A elaboração da obra enfrentou o desafio de escrever para um público diversificado (professores, estudantes, batuqueiros, ativistas de movimentos sociais) sem, no entanto, abandonar o rigor teórico-metodológico e conceitual necessário ao ofício do historiador. O que conduz ao debate sobre a relação entre pesquisa, ensino e lutas por reconhecimento de direitos.

Jovani de Souza Scherer é licenciado em História/UFRGS (2005). Mestre em História/UNISINOS (2008). Atualmente cursa Doutorado em História/UFRGS, com foco na história do Príncipe Custódio Joaquim de Almeida. É professor de História da Rede Municipal de Porto Alegre e da rede privada de ensino do mesmo município. Tem trajetória de pesquisa sobre temas ligados às experiências negras no Brasil Império, tais como alforrias, liberdade e escravidão de africanos no Rio Grande do Sul e a formação do Batuque no estado. Capoeirista desde 2003, integra a Escola de Capoeira Angola Africanamente desde 2012, onde é discípulo do Mestre Guto Obafemi.

Vinicius Pereira de Oliveira – Vinicius de Xangô Aganju, é licenciado em História/UFRGS; Mestre em História/UNISINOS; Doutor em História/UFRGS. Desde 2000 pesquisa temas históricos relacionados à trajetória da população afrodescendente no Rio Grande do Sul, tais como: experiências de escravidão, liberdade e resistência; pós-abolição; lanceiros negros farroupilhas; comunidades remanescentes de quilombos; Batuque e afro religiosidade. Atualmente é professor e pesquisador no IFSUL/Campus Pelotas – Visconde da Graça. Iniciado no Batuque de Nação Jêje em 2005, pelas mãos da Mãe Maria do Xangô (POA). Reafirmado na Nação Ijexá pelas mãos da Mãe Nara do Xapanã (Pelotas) em 2018.

Baixe o livro Historia do batuque e batuqueiros: geafro.com/historia-do-batuque-e-batuqueiros

Inscrições: bit.ly/3wIaLMz

Canal no Youtube: bit.ly/YTGeespaUnipampa

Instagram: instagram.com/geespa.unipampa

 

Organização: Grupo De Estudos Sobre Escravidão e Pós-Abolição (GEESPA), vinculado ao Laboratório de História Social e Política (LAHISP) do curso de História do campus Jaguarão.

Data: 17/11/2021 até 09/03/2022
Horário: das 16:30 às 18:30

Local: evento virtual
URL para acesso: Inscrições