Resposta ao estresse hídrico em espécies de plantas dos Campos Sulinos: Identificação de indicadores biológicos das mudanças do clima sobre o Bioma Pampa. | Núcleo de Estudos da Vegetação Antártica – NEVA

Resposta ao estresse hídrico em espécies de plantas dos Campos Sulinos: Identificação de indicadores biológicos das mudanças do clima sobre o Bioma Pampa.

O Bioma Pampa ocupa cerca de 2% do território nacional brasileiro e é coberta por vegetação predominantemente campestre, que se estende, em parte, nas pradarias da América do Sul temperada. No Estado do Rio Grande do Sul, as áreas campestres ou florestais sem qualquer uso atualmente estão reduzidas e os remanescentes desta vegetação têm sido agrupados em áreas não campestres e campos . Na busca de atendimento à demanda mundial de alimentos e da própria expansão agrícola, entretanto, este bioma teve grandes áreas de sua cobertura vegetal alterada. Nas últimas décadas, pressões antrópicas têm sido impostas sobre ele, tais como, a expansão agrícola e a conversão de extensas áreas campestres em monoculturas de Pinus sp., Acacia spp. e Eucalyptus spp., bem como, o incremento da produção de grãos e da pecuária. Assim, esta é uma região do planeta com baixo nível de vegetação intacta e de baixa estabilidade relativa climática, o que no futuro poderá reduzir a qualidade dos processos ecológicos, impactando na capacidade de adaptação das espécies, a qual já pode estar excedida em virtude do grau das alterações climáticas. O estresse hídrico é um estresse abiótico frequente ao qual as plantas estão submetidas em regiões sujeitas a estiagens e altas temperaturas, como é o caso de determinadas regiões do bioma Pampa, no qual também ocorre a desertificação. Por meio desse processo a capacidade de retenção de água do solo é reduzida, incrementando ainda mais o estresse hídrico exercido sobre a comunidade vegetal. Genes que respondem aos estresses abióticos em nível transcricional têm sido identificados em várias plantas e muitos deles têm papel importante na tolerância a esses estresses. A identificação de genes de tolerância a estresses abioticos é essencial para a compreensão dos mecanismos moleculares de adaptação das plantas. Uma abordagem para identificar esses genes é comparar os níveis de transcritos durante diversas fases do desenvolvimento das plantas quando submetido a condições experimentas simulando o estresse abiótico, identificando os genes responsivos e classificando as plantas em tolerantes e sensíveis quando expostos ao fator de estresse. O objetivo desta proposta é avaliar a resposta ao estresse hídrico em quatro espécies de plantas representativas do Pampa brasileiro, por meio da análise de perfis de expressão gênica obtidas pelo método RNA-seq, a fim de verificar o estado de conservação de espécies de plantas em virtude de possíveis alterações climaticas, prospectando moléculas de interesse em processo biotecnológicos envolvendo espécies de plantas suscetíveis e tolerantes ao estresse hídrico..