VII Cine Debate: O Sétimo Selo, Bergman, 1956 (online)

“Ninguém escapa de mim”, diz a Morte.

O debate Online, realizado pel@s integrante do LAPEHME, sobre o filme “O Sétimo Selo”, de Ingmar Bergman (Suécia, 1956 / 96min), centra seu olhar especialmente na Grande Peste do século XIV, tendo em vista os tempos de pandemia de Coronavírus que estamos enfrentamos. O filme, ambientado na Idade Média, conta a história do cavaleiro Antonius Block que, após dez anos de lutas nas Cruzadas, retorna para sua terra encontrado-a devastada pela peste. Em um ambiente de desespero e desolação a Morte se personifica para buscar o cavaleiro, que a convida para um jogo de xadrez. Com esta artimanha Block ganha tempo para descobrir o sentido da vida, e assim, o sentido da morte. O filme aborda as diferentes reações frente a eminência da morte causada pela propagação da doença; a construção de um discurso religioso sobre culpa e arrependimento; o medo frente a possibilidade da condenação eterna ou condenação ao vazio, ao nada, a simples não existência. A radicalização de sentimentos religiosos, que conduzem a intolerância, e a necessidade de encontrar bodes expiatórios em situações de crise também são abordados.

Leitura base:
WOLFF, Philippe., “Outono da Idade Média ou Primavera dos Novos Tempos? São Paulo, Martins Fontes, 1988. Páginas: 7-28 (As Fomes; As Epidemias).

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Recomendações de Bibliografia sobre Peste Negra:

BASTOS, Mario Jorge da Motta., O Poder nos tempos da Peste (Portugal, Séculos XIV/XVI). Niterói: Editora da Universidade Federal Fluminense-Eduff, 2009.
Disponível em: http://www.eduff.uff.br/index.php/livros/481-o-poder-nos-tempos-da-peste-portugal-seculos-xiv-xvi

BERLIOZ, Jacques., Flagelos. In LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: EDUSC, 2006. pp.: 457-470.

DELUMEAU, Jena., Tipologias de comportamentos coletivos em tempos de Peste. In. História do Medo no Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. pp.: 154-220.

FOLLADOR, Kellen Jacobsen. A Relação entre a Peste Negra e os Judeus. In. Revista Vértices. São Paulo: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, nº 20, 2016. pp.: 25-46.
Disponível em: http://revistas.fflch.usp.br/vertices/article/view/2903/2610

GINZBURG, Carlo. Leprosos, Judeus, Muçulmanos. In. História Noturna: Decifrando o Sabá, São Paulo: Companhia das Letras, 2008. pp.: 43-67.

MONTEIRO, João Gouveia., A Peste Negra e suas consequências. In. Lições de História da Idade Média. Coimbra: Coleção Estudos da Editora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2006. pp.: 208-215.

POUCHELLE, Marie-Christine., Medicina. In LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru: EDUSC, 2006. pp:151-165.

QUIRINO, Tamara. Peste Negra e Escatologia: Os efeitos da expectativa da morte sobre a religiosidade do século XIV. In. Revista Mirabilia nº 14, Mística e Milenarismo na Idade Média, 2012. pp.:135-155.
Disponível em:        https://www.revistamirabilia.com/issues/mirabilia-14-2012-1

WOLFF, Philippe., As Epidemias. In. Outono da Idade Média ou Primavera dos Novos Tempos? Lisboa: Edições 70, 1988. pp.: 25-39.

SOUSA, Jorge Prata de.; COSTA, Ricardo da., Regimento Proveitoso contra a Pestilência (c. 1496) – Uma Apresentação. In. Revista História, Ciência e Saúde. Manguinhos/Rio de Janeiro, Vol. 12, nº 3, 2006. pp.: 841-851.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v12n3/16.pdf