A Prefeitura de Bagé conta com uma importante parceria no enfrentamento da pandemia do Coronavírus no que se refere à coleta e estratificação dos mais importantes dados que dão o respaldo para a tomada de decisões passo a passo.
A Universidade Federal do Pampa (Unipampa) – campus Bagé, por meio do curso de Matemática, realiza um trabalho de estratificação e projeção dos dados, prevendo possíveis cenários de avanço da doença na cidade. O professor Anderson Bihain, um dos participantes do projeto, explica que os trabalhos tiveram início no dia 20 de março, quando a Universidade fez um chamamento para ver como poderia colaborar com relação à pandemia, mais especificamente nas cidades onde está inserida. “Começamos a acompanhar as coletivas da Prefeitura e chamou atenção que seria necessário conhecimento técnico no sentido de padrões, comportamento, evolução, indicadores e um referencial teórico além da medicina. Nossa ideia inicial era fazer um estudo e, em caso de informações relevantes, apresentar à Prefeitura”, explicou. Assim, o grupo, formado por quatro professores, solicitou dados à Prefeitura e começou a realizar as simulações. “Enviamos uma análise preliminar do estudo e a Secretaria de Saúde mostrou interesse, achando relevante a pesquisa”, comenta Bihain. A equipe fez uma projeção da evolução do primeiro pico, a partir do controle efetuado pela Secretaria da Saúde. “Conseguimos verificar com os modelos matemáticos que as decisões tomadas pela Prefeitura, via decreto, impactaram na variação da taxa de espalhamento do vírus, diminuindo significativamente, o que foi um fator bastante positivo”, avalia o professor.
Neste segundo momento do estudo, que começou a partir desta semana, outras relações matemáticas foram aplicadas com maior número de indicadores, entre eles pessoas expostas e infectadas, capacidade hospitalar e outras informações, que serão colocadas de forma matemática no problema para prever o que pode acontecer nas próximas semanas. “O objetivo disso é monitorarmos se estamos entrando em uma zona de risco, com probabilidade de colapso do sistema de saúde, emitindo alertas a respeito disso. Em um comparativo, é um trabalho similar com a previsão do tempo, que também é um modelo matemático que consegue identificar, porém com probabilidade de erro, já que são variáveis dinâmicas”, argumenta o pesquisador.
Os encontros acontecem diariamente entre os membros da equipe e, frequentemente, com os gestores públicos. Os dados servem de base para a tomada de medidas de contenção à expansão do vírus. “É muito importante e decisivo este trabalho que a Unipampa faz nos dando subsídios estatísticos e apresentando diferentes cenários e hipóteses. Com base nestes números, as decisões conseguem ser mais precisas e eficazes”, resume o prefeito Divaldo Lara.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Memória da Prefeitura de Bagé
Responsável: Indiara Deamic