Campus Jaguarão realizou conferências sobre a Abolição

Qui, 19 de Maio de 2011 17:54

O Curso de História e o Grupo PET – História da África da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) organizaram duas conferências relacionadas à data da Abolição da Escravatura no Brasil na sexta-feira, 13 de maio de 2011, no auditório do Campus Jaguarão. Na atividade, o professor Mário Maestri, da Universidade de Passo Fundo (UPF) e a professora Florence Carboni, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) abordaram a importância da Abolição para a população afrodescendente nos aspectos histórico e linguístico. Mais de 200 pessoas participaram das conferências.

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O professor Mário Maestri ressaltou a ação dos trabalhadores escravizados que, associados aos abolicionistas, apressaram o 13 de maio. Segundo o conferencista, os escravos buscaram a liberdade nas mais difíceis condições. Ele explicou que o fim do tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados para o Brasil, em especial e junto a outros fatores, fez com que a população escravizada se concentrassse nas províncias cafeicultoras, ensejando processos múltiplos que ampliaram os segmentos sociais destacados ou mesmo opostos à escravidão. A partir dos anos 1860, o movimento emancipacionista e, a seguir, abolicionista, se desenvolveu a ponto de contribuir fortemente para o fim da escravidão, através da convergência das lutas dos segmentos abolicionistas radicalizados com a dos cativos, nos anos 1887-1888.

– A abolição foi a única revolução social vitoriosa no Brasil, até hoje – declarou.

Abordando a questão do ponto de vista linguístico, a professora Florence destacou o uso do idioma e da linguagem como instrumento de poder:

– A linguagem verbal não é neutra. As línguas naturais são forjadas pela História e pelos contextos sociais nos quais se desenvolvem – argumentou, alertando o público para tentativas de dominação por meio de uma suposta neutralidade das línguas, usada para “universalizar e naturalizar valores e visões de mundo dominantes e de garantir o status quo social”.

Segundo o coordenador do PET – História da África, professor Adelmir Fiabani, o evento proporcionou exposições valiosas para a comunidade acadêmica:

– Esta é primeira conferência de uma série de outras que ocorrerão durante o ano na instituição. Todos ganham com a vinda de pesquisadores de outras instituições. A universidade é o lugar da pluralidade de idéias, lugar do debate, das discussões e lugar do conhecimento. Todos saíram diferentes depois desta conferência.

O grupo PET – História da África participou ativamente da organização do evento. O professor Adelmir Fiabani afirma que foram “dois meses de trabalho e divulgação que valeram a pena”:

– Os conferencistas, que estão acostumados com eventos de toda ordem, ficaram impressionados com a organização, parabenizaram os estudantes petianos e colocaram-se à disposição para futuros eventos.

O evento contou com o apoio da direção do Campus Jaguarão, da coordenação do curso de História e da Comissão Especial de Estudos sobre História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena da UNIPAMPA, além do apoio recebido do Banrisul, do Sicredi e do Supermercado Donna.

Heleno Nazário para Assessoria de Comunicação Social