Estudo sobre Ensino Indutivo pauta discussões do GEALQ

Desde Janeiro de 2023 até o presente momento, a professora doutora Paula Garcia de Freitas, de língua italiana, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), conduz estudos sobre ensino indutivo, como parte das atividades do GEALQ. As discussões em grupo são realizadas quinzenalmente com o objetivo de construir cooperativa e colaborativamente conhecimento sobre a temática e de elaborar o projeto guarda-chuva, cujo título provisório é O ensino indutivo de estruturas gramaticais de línguas maternas e adicionais: análise, proposição de modelo e criação de software, que será desenvolvido de maneira integrada pelos pesquisadores e pesquisadoras do grupo em suas respectivas instituições.

Durante os encontros, debateu-se o artigo Deductive versus inductive grammar instruction: Investigating possible relationships between gains, preferences and learning styles, escrito por Gladys Jean e Daphnée Simard, com objetivo de aprofundar questões conceituais e metodológicas a respeito dessas abordagens. Em entrevista a doutora Freitas destaca a pertinência do grupo e da temática. Confira a seguir:

Qual a relevância do Grupo de Pesquisa Ensino e Aprendizagem de Línguas: uma Abordagem Quantitativa? E quais os possíveis tópicos para pesquisas futuras?

“Considero o projeto de suma importância! Embora no campo do ensino-aprendizagem de línguas seja bastante discutido o conceito de abordagem (de ensino e de aprendizagem), o tipo de atividade proposta em sala de aula e seus efeitos parece ainda pouco explorado nas pesquisas qualitativas e muito menos nas quantitativas. Há uma área da Linguística Aplicada que se dedica à instrução, a ISLA – Instructed Second Language Acquisition – mas aqui no Brasil ainda são poucos os estudos que procuram ver os efeitos das atividades na aprendizagem dos alunos.”

Além disso, reflete sobre o ensino indutivo e como as discussões em grupo contribuíram para uma concepção maior do assunto:

“O ensino indutivo é um desses modos de conceber o ensino-aprendizagem de línguas, com técnicas bem características. É muito comum nos manuais para o ensino de línguas, mas nas discussões com o grupo, parece que em outras áreas do conhecimento ainda é novidade, nas quais prevalece um ensino que chamamos de dedutivo. Nas discussões em grupo conhecemos diferentes modos de conceber o ensino indutivo, chegamos a uma definição comum para o projeto guarda-chuva e percebemos o quão necessário é refletirmos sobre a análise e a produção de enunciados/consignas. Eu estou muito feliz de fazer parte do grupo! Estou aprendendo muito.”

Destaca-se que o projeto guarda-chuva está em processo de finalização de sua primeira versão, a qual será apresentada para todos os integrantes do grupo pela doutora Frangiotti, professora de língua italiana da Universidade Federal de Santa Catarina, que exercerá função de relatora do projeto, na última reunião de abril.