Artigo de opinião – Mas futebol não era coisa de homem?

Mas futebol não era coisa de homem?¹

Por Maria Eduarda Fagundes dos Santos

          Futebol é um dos esportes mais praticados e populares tanto no Brasil, quanto no mundo. Infelizmente, é um campo que, desde os primórdios, é dominado por homens. A visibilidade, o reconhecimento e o investimento sempre foram destinados em sua maioria aos times masculinos. Entretanto, apesar de, no Brasil, as mulheres terem sido proibidas de praticar o esporte por 40 anos, o futebol feminino está em constante crescimento e desenvolvimento e se destaca por sua qualidade.

         Entre tantas desastrosas carências que as mulheres sofrem no futebol, uma das maiores é a falta de valorização financeira. De acordo com uma pesquisa feita pela Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) em parceria com a Universidade de Manchester, com a participação de 3.600 jogadoras, metade das atletas sequer recebe salário para jogar nos clubes e precisam conciliar o sonho de serem profissionais do futebol com um emprego fixo que possa sustentá-las. Além disso, em comparação aos homens, há extrema desigualdade também em relação aos salários. Segundo a revista francesa France Football, a jogadora mais bem paga do mundo, Ada Hegerberg, recebe absurdamente 325 vezes menos que o Lionel Messi, primeiro na lista de atletas mais bem pagos do mundo. Isso é um grande reflexo do machismo que ocorre dentro do esporte, que é resultado de uma sociedade que ainda vê a mulher como inferior. Entretanto, de acordo com o que se observa, o futebol feminino se destaca cada vez mais por sua qualidade, assertividade e ausência de escândalos, o que não se aplica ao futebol masculino, que sempre possui jogadores que se utilizam da fama e prestígio para causar diversas punições e escândalos que mancham, além da própria imagem, a imagem do clube e dos patrocinadores. Exatamente por esses fatos apontados e pelo fato de inúmeros movimentos feministas a favor da igualdade, as mídias entenderam a necessidade de dar atenção ao futebol feminino. Nesse ano de 2019, a Copa do Mundo de Futebol Feminino foi a primeira a ser transmitida em rede nacional, no Brasil. É uma iniciativa, que apesar de tardia, já mostra que é o início da valorização das mulheres que praticam esse esporte no país.

      As mulheres sempre tiveram que tentar conquistar um espaço nos cenários dominados por homens. Uma das maneiras de conseguir isso, é mostrar ter talento para a coisa. Marta, jogadora brasileira, foi eleita melhor do mundo por 6 vezes, a única atleta do esporte a conseguir este feito. Além disso, ela ultrapassou Pelé e se tornou a maior artilheira da Seleção Brasileira e, em seu mais recente feito, ultrapassou o jogador Klose e se tornou a maior artilheira em copas do mundo também. Mesmo assim, ainda tem que ouvir que ela é “o Pelé do futebol feminino”. E é isto. Cada vez mais temos que tentar provar que somos boas, que somos capazes, suficientes. A sociedade ainda não entendeu que somos iguais e que podemos ser as melhores no que fazemos. E Marta, você é a Marta do futebol feminino. E fim de papo.

¹Artigo de opinião produzido em 2019/1 no componente curricular Redação em Relações Públicas II, ministrado pela Profa. Dra. Paula Daniele Pavan, do Curso de Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa.

Artigo de opinião – Lute como uma Mulher

Lute como uma Mulher¹

Por Julia Martins

          Desde primórdios, a mulher é vista e tratada como submissa ao homem. Essa posição machista de que a mulher é inferior ao sexo oposto causa inúmeros preconceitos e até a morte de muitas.

         Porém, no final do século XIX e início do século XX, já é possível observar o feminismo, em que mesmo com muita dificuldade, mulheres lutaram e morreram pelo direito ao voto, trabalho e até mesmo para não se casar.

            Apesar de no Brasil, a partir do século XXI, o feminismo ganhar grande força e ajuda após sancionadas as leis Maria da Penha em 2006, que pune o agressor de forma mais rigorosa, e a lei do feminicídio em 2015, que torna a morte da mulher em homicídio qualificado e conta em números exatos os falecimentos causados pelo machismo, muitas mulheres ainda se calam por medo e pela impunidade que os crimes possuem no país.

        Segundo dados do jornal O Globo, até o mês de março de 2019, já havia ocorrido mais de 200 feminicídios no Brasil. Portanto, é de suma importância que mais mulheres tomem conhecimento do feminismo e mostrem a sua força contra essa submissão que é trazida há anos pela cultura em âmbito mundial, que o homem entenda que o corpo de nenhuma mulher o pertence e que parem de tomar o assunto como fútil.

            Ajude, em briga de marido e mulher se bota sim a colher, mostre sua garra, coragem e força, lute como uma mulher.

¹Artigo de opinião produzido em 2019/1 no componente curricular Estudos da Cultura, ministrado pela Profa. Dra. Paula Daniele Pavan, do Curso de Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa.