Cultura regional: do tradicional ao inovador (sem deixar de ser tradição)¹
Por Ketlin Kerber
Hoje, quando se fala em cultura, pensa-se em várias teorias, questões e conceitos. Edward Tylor trouxe a primeira definição teórica e antropológica sobre cultura, para ele cultura refere-se a “todas as possibilidades de realização humana” (LARAIA, 1986, p.25). Por conta dessa ampla gama de simbologias construídas pelo indivíduo e pela sociedade onde está inserido, dentro de uma cultura nacional encontramos as culturas regionais.
Nos dias atuais, as tecnologias e inovações modificam o ambiente em que vivemos e consequentemente perdemos o interesse sobre a cultura regional, como por exemplo a cultura gaúcha. O falar do cotidiano sobre histórias, mitos, formas de falar e de se vestir acabam, por vezes, substituídos por culturas padronizadas do século XXI advindas com a globalização e as redes sociais.
Esta atual situação nos abre leques para trabalhar a cultura tradicional com a inovação, fazendo com que a cultura regional seja ainda transmitida para a nova geração, que, por conta do ambiente em que está situado (mundo virtual), acaba perdendo o interesse pelo tradicionalismo, como o gaúcho por exemplo.
Frente a esse cenário, surgem iniciativas que aliam tradição e inovação. Os comediantes da Serra Gaúcha Diogo Elzinga e Caciano Kuffel, da cidade de Caxias do Sul, e Felipe Pires, da cidade de Farroupilha, são um exemplo. Os canais do Youtube, Diogo Elzinga, Caciano com C e FelipePires, utilizam as tecnologias e redes sociais como forma de disseminar a cultura gaúcha com um olhar jovem. Dessa forma, engajam e atraem a atenção de jovens que moram tanto no estado do Rio Grande do Sul, quanto fora dele.
Diante disso, a nosso ver, se faz necessário que a cultura regional se atualize e passe a ser transmitida não somente nas práticas do cotidiano, mas também pelos canais em que os jovens mais interagem, as redes sociais, desde Facebook até Youtube, como o exemplo citado anteriormente. Portanto, hoje, devemos aliar as inovações tecnológicas à cultura regional a fim de beneficiá-la, reconstruindo as maneiras de repassar essa cultura para mantê-la viva em nossas gerações, atuais e futuras.
¹Artigo de opinião produzido em 2019/1 no componente curricular Estudos da Cultura, ministrado pela Profa. Dra. Paula Daniele Pavan, do Curso de Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa.