Dias 26, 27 e 28 – Auditório do Palacete Pedro Osório
Dias 25 e 29 – Complexo do Museu Dom Diogo de Souza
Dia 30 – Salão de Atos da Urcamp
Ciclo de Palestras:
25.08
20:30 hs – O papel dos profissionais da saúde no processo pré e pós operatório da cirurgia plástica. (Dr. André Previtali)
19:00 hs – Credenciamento
20:00 hs – Abertura
26:08
19: 00 hs Avaliação psicológica para concessão e registro de porte de arma de fogo e suas implicações legais. (Mauro Silveira – Delegado de Polícia, e Adriana Brito – Psicóloga)
20:30 hs Dialogando sobre gênero: (Re) significando o papel da mulher na sociedade. (Juliana Collares – Psicóloga)
27.08
19:00 hs As representações simbólicas e sociais do estupro (Dra Clarisse Ismério)
20:30 hs A humanização do parto (Andrea Sosa – Psicóloga e Doula)
28.08
19:00 hs O compromisso social na construção da psicologia. (Alexandra Ximendes – Presidente do Conselho Regional de Psicologia do RS – CRPRS)
20:30 hs A atuação do psicólogo junto as diferenças: o trabalho institucional (Sisâni Garcia da Silva – Psicóloga)
29:08
19:00 hs Comportamento do gestor moderno. (Gustavo Bozzeti – Instrutor Master Mind Lince)
30.08
8:30 hs VII Fórum de Responsabilidade Socioambiental: A mobilidade urbana sustentável.
Esta instalação de fotografias na sala 3202, dos Diretórios Acadêmicos do Campus, tem mais que um propósito decorativo. Trata-se de um mural-calendário interativo, que permite usar a parede como suporte para afixar lembretes de datas em uma linha-do-tempo. O contato foi feito com estudante do D.A. de Engenharia de Produção. A autoria do processo é coletiva. O N.U.C.L.E.O. fica à disposição para seguir auxiliando com material e idéias.
A partir dessa quarta-feira (23/07) começará a ser vendida pelos membros da gestão dirigente do Diretório Acadêmico de Letras uma rifa de um quadro doado pelo pintor e ex-acadêmico do curso, Carlos Afonso Heckler. A rifa custará R$ 1,00. Todo o dinheiro arrecado será utilizado para a realização da VI Semana Acadêmica de Letras: Sons e Palavras são Navalhas, bem como para manutenção e melhoria de nosso diretório acadêmico. O quadro está exposto na sala do N.U.C.L.E.O., onde alguns números também podem ser comprados.
Estudantes se mobilizaram iniciar um trabalho de re-significação dos espaços de convivência, com a doação de um sofá e uma poltrona. O serviço de Psicologia Social (N.U.C.L.E.O.) prestou auxílio junto ao transporte e, em breve, providenciará o restauro para preservação dos móveis.
Para entender o fato político que a ação do “Movimento Estudantil Unipampa” criou ao ocupar a Reitoria, é importante pensar algumas camadas do contexto que o envolvem.
Rapidamente, do mais amplo ao mais específico: nossa civilização sofre a globalização e monetarização que ampliam mais e mais a concentração de recursos e reduzem proporcionalmente a qualidade (e muitas vezes a possibilidade) de vida; nosso país foi talhado pela ditadura militar e midiática, submetido ao interesse econômico de corporações transnacionais; nosso sistema educacional é histórica e estruturalmente desvalorizado, e recentemente houve a expansão precária do Ensino Superior; o último ano foi de um levante popular que reivindica e ocupa espaços públicos, que acompanha uma tendência igualmente global, e que foi acompanhado por intolerância e violência de Estado.
Finalmente, vemos a Universidade Federal do Pampa (Unipampa), cuja infra-estrutura sofre de um lado com o mal planejamento na implementação, de outro com a falta de serviços adequados na região, e de outro com a lógica do desmonte de recursos humanos ao longo do percurso. Derivam disso os muitos profissionais desmotivados, a ausência de construções apropriadas, de restaurantes universitários, de moradias para estudantes, de estradas asfaltadas e, muitas vezes, de energia elétrica e água. A própria condição de dez campi com uma única Reitoria é questionável. Somam-se aí alguns discursos demagógicos por parte de alguns dirigentes, e chegamos à descrença e revolta da comunidade acadêmica com relação ao sistema vigente. Não somente estudantes estão descontentes, como também professores e técnicos administrativos; afinal, saímos a pouco tempo da maior greve da história do Ensino Superior no Brasil, de modo que o calendário acadêmico será normalizado somente em dois mil e quinze.
Dentro dessa lógica perversa, as camadas hierárquicas pressionam umas às outras em seqüência: do Governo Federal à Reitoria, passando pela Direção do Campus até os servidores, desembocando nos estudantes, que são simultaneamente o objetivo da existência da instituição de Ensino Superior e a categoria com menos recursos e voz ativa dentro dela. E a corrupção, tida como “traço cultural” dos brasileiros, infesta as fissuras do sistema inteiro: do estudante que copia trabalho da internet, passando pelo servidor que não se importa e procrastina, aos dirigentes que mentem e aplicam mal a verba, até chegar na cúpula dos partidos políticos, que sabemos qual fama possuem.
De tantas mentiras, escândalos e visível descaso, chegamos ao esgotamento do diálogo e da confiança nos dirigentes e na própria lógica do sistema – a famigerada burocracia. Para uns, isso leva à imobilidade, porque não se pode fazer mais coisa alguma. Para outros, traz o movimento, porque então é melhor fazer qualquer coisa. Se perturbar a ordem é errado no sentido de que necessitamos de ordem para viver, é correto no sentido de que a ordem adoecida não nos faz bem.
De qualquer modo, todos concordam em permanecer dentro do sistema, e a ocupação da Reitoria da Unipampa pelo “Movimento Estudantil Unipampa” é tanto uma reação ao esgotamento, quanto um pedido de maior pertinência ao sistema.
Ela se expressa através de cinco pontos de reivindicação: 1) solução para o abastecimento de água no Campus; 2) “reforma” elétrica nos prédios do Campus; 3) abertura imediata do R.U.; 4) manutenção da área externa do Campus; 5) organização de áreas de estudo e convivência aceitáveis.
Chama atenção a ausência de certas distinções: primeiro, entre falhas sob a responsabilidade do Governo Federal, da Reitoria, do Governo Municipal e da Direção do Campus, que são instâncias nem sempre concordantes entre si. E a reivindicação não mostra que problemas crônicos, como a água de péssima qualidade para o consumo nos predios (que está sem solução prevista), são diferentes de problemas em claro processo de resolução, como a obra do R.U. Bagé, a única que tem funcionado perfeitamente desde a inauguração do Campus.
Também não são separadas as conseqüências da gestão pró-têmpore (pré-eleições) e da atual gestão eleita. Não podemos ver diferença entre o que é fruto do trabalho cotidiano de servidores dedicados e a conquista da ocupação da Reitoria: o caso do corte da grama na área externa do Campus, encaminhado na semana anterior à ocupação, tornou-se um “mito de conquista” do movimento. Fica tudo misturado, com entendimento duvidoso, feito brado de descontentamento que demonstra a falta que faz o diálogo. Igualmente duvidoso é o argumento de que esta ação é uma luta que representa toda a comunidade acadêmica em suas necessidades; muitos não consideram legítimo um movimento que não se apresentou previamente à ocupação da Reitoria.
O que eu digo da ocupação? Que o movimento errou e acertou, ao mesmo tempo. Errou em alguns pontos de reivindicação, por falta de entendimento, e errou por não admitir que errou. Acertou por ocupar e por persistir, no erro e no acerto, porque muitos usam o desentendimento como anestesia contra qualquer movimento. E porque desistir ou se omitir é pior ainda.
Infelizmente, a maioria das pessoas observa o fato político criado e “escolhe um lado”, procura assim “se posicionar com firmeza”, ou pelo menos ser coerente com algum discurso. Quando “escolhe um lado”, exclui os “outros lados”, põe-se contra eles. É a lógica da guerra, uns contra os outros.
E a única beneficiária dessa “guerra entre opositores” é exatamente aquela elite estabelecida, distante, que conta com a fragmentação da multidão, a qual se ocupa com “opiniões firmes” em seu movimento.