A história dos zoológicos teve início no Egito, há mais de quatro mil anos, quando os humanos começaram a criar animais em cativeiro Na época, esses animais eram coleções particulares, com o intuito de demonstrar poder. Com o decorrer do tempo, os princípios relacionados a estes lugares evoluíram, tendo suas bases de interesse alteradas porém, ainda existem ideias equivocadas baseadas em fatos da antiguidade.
Constatações errôneas como: “Zoológicos servem apenas para entretenimento”, “Animais nasceram para serem livres” e “E os maus tratos que eles sofrem?” são frequentes sobre o assunto. Nesse sentido, pode-se assegurar que tais afirmações não se adequam a situação atual, uma vez que por necessidade ecológica os zoológicos baseiam-se em quatro pilares: conservação de espécies, apoio a pesquisas científicas, sensibilização do público à educação ambiental e, em último plano, proporcionar lazer e entretenimento aos visitantes, respeitando particularidades de cada espécie.
Sim, animais realmente nasceram para ser livres, mas essa é uma ideia utópica considerando a situação atual do ecossistema. Restam apenas 12,4% da floresta que existia originalmente da Mata Atlântica, 698 espécies de animais terrestres e 475 espécies de animais aquáticos encontram-se em risco de extinção no Brasil. Em 2020 o Pantanal registrou o maior índice de queimadas no bioma. Além disso, 80% das tartarugas marinhas encontradas mortas no litoral do Paraná continham lixo no seu trato gastrintestinal. Seria esse um mundo adequado para os animais viverem livremente, expressando seus comportamentos naturais?
Levando em consideração essas ações antrópicas com impacto diretamente na fauna e flora, os programas de conscientização e conservação (realizados por zoológicos) são imprescindíveis. Além de reproduzirem espécies extintas em natureza, os zoológicos buscam garantir que as mesmas sobreviverão, seja promovendo educação ambiental, para que as crianças de hoje se tornem adultos conscientes, ou financiando projetos de conservação, como “Instituto Tamanduá”, onde será feito o acompanhamento da fauna, contemplando a área de pesquisa e de conhecimentos gerais e específicos a respeito de cada espécie, possibilitando o aperfeiçoamento da criação ex situ e obtendo, então, maior sucesso tanto na reprodução quanto na reintrodução de espécies.
Por fim, é válido citar os santuários, vistos e idealizados por muitos como sendo uma versão benéfica dos zoológicos. Conforme a instrução normativa IBAMA Nº 07/2015, o termo “santuário” não pode ser reconhecido, pois é uma denominação não existente na legislação brasileira. São reconhecidos como lugares que mantêm fauna apenas “Mantenedouro de Fauna” e “Zoológicos”. Destaca-se que embora tal nomenclatura possa ser semelhante, possuem objetivos diferentes. O Mantenedouro de Fauna apenas recebe e mantém os animais que provêm de apreensão e resgate, não podendo exibi-los ou reproduzi-los, enquanto os zoológicos possuem outros objetivos, citados anteriormente. Conclui-se, portanto, que é fundamental a diferenciação entre os termos, uma vez que não possuem a mesma função relacionada à manutenção das espécies.
Autoria: Guilherme Faria Machado e Larissa Zuchetti Capelari
Edição: Luiza Pitta