por Victor Lobins, discente do curso de Letras-Português/Licenciatura, bolsista pelo edital PROFEXT-UNPAMPA 2022, em novembro de 2022.
Zolá da Rosa Duarte, natural de Alegrete/RS, nascido em 29 de novembro de 1963, é filho de Ildo Duarte, militar (ex-combatente brasileiro na Segunda Guerra Mundial) e Edelvira Duarte. Zolá Duarte, como é conhecido, é compositor, musicista, multi-instrumentista, cantor, carnavalesco e graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).
Costuma contar que de quando criança, recorda-se dos discos que seu pai ouvia, de estilo seresteiro e um tanto melancólico, como os de Lupicínio Rodrigues e Noel Rosa. As canções da época ficaram no seu imaginário pelo resto da vida. Salienta, contudo, que sua escola musical foi o Rock, sendo levado ao samba e ao carnaval pela pulsação que vem de sua construção musical. O primeiro contato com música que Zolá teve, na prática, foi com seu irmão Cleo, 10 anos mais velho, que tocava em um conjunto de Rock da época. Ele se recorda de ver o irmão aprendendo as músicas em casa e tocando violão. Nessa época, Zolá com 8 anos de idade, ouvia referências como as versões de Beatles tocados por Renato e seus Blues Caps, Fevers e The Originals.
Sua primeira apresentação musical, foi com o grupo de samba chamando “Os Cupidos”, com 12 anos, em um evento no salão de atos Maria Amorin da Escola Oswaldo Aranha. Nessa época, o violão ainda era distante da realidade de Zolá – o conjunto contava somente com percussão. Apenas com 15 anos, ele aprendeu os primeiros acordes no violão. Conta que tinha muita curiosidade com um violão do irmão e, quando teve oportunidade, pediu ajuda ao namorado de uma vizinha da época que lhe ensinou as 3 primeiras notas: um Lá, um Ré e um Mí que mudariam sua vida. Depois de saber as primeiras notas, começou a investir nas clássicas revistas que traziam músicas com os acordes para iniciantes. Isso por volta dos 15/16 anos, mesmo período em que foi convidado para tocar tamborim na bateria da escola de samba Unidos dos Canudos. Dessa época, recorda-se de participar do seu primeiro Festival Alegretense da Canção, onde tocou com o grupo “Os Cupidos”.
Em 1981, serviu ao Exército Brasileiro, onde ficou durante 2 anos. Nessa época, aprimorou suas habilidades musicais e teve mais contato com o samba enredo, porém também teve muita influência musical da Jovem Guarda, como Roberto Carlos, Ronnie Von, José Augusto etc.
Ainda nos anos 80, Zolá conta que sua vida mudou, quando conheceu referências musicais como Agepe, Beth Carvalho, Roberto Ribeiro e Martinho da Vila, porém o grande estalo foi quando conheceu o Samba Rock, movimento nascido numa ponte entre São Paulo e Porto Alegre, uma vertente enraizada na negritude, com suingue único e forma de tocar. O conheceu ao escutar uma fita que foi trazida por primos de Porto Alegre.
Nesse período, tocava com o grupo “Explosão do Samba”, que participava de apresentações organizadas pelo grêmio estudantil da Escola Oswaldo Aranha, entre outros eventos. A partir disso, Zolá dedicou-se a tocar o estilo de Samba Rock, pelo qual se apaixonou naqueles dias, sendo até hoje carro chefe dos seus repertórios.
Em 1985, começou a tocar em bares, percorrendo espaços que existiam em nossa cidade naquela época.
Em 1987, começou uma temporada no bar que era anexo ao Clube Caixeiral, com mais dois amigos que formavam a banda. Por lá, tocaram durante 3 anos sem falhar um final de semana. O grupo se chamava “Som Imaginário”. Seu 4º integrante, que volta e meia participava dos shows, era Serginho Moah, que vinha de Uruguaiana/RS fazer acústicos em bares e acabava se juntando a eles.
Nos anos 90, dedicou-se à música em bares e festivais, também tendo muito rendimento no samba da região. Durante 15 anos, a partir de 1998, Zolá teve estúdio de gravação musical em Alegrete. Começou com um negócio de jingles para rádios e propagandas, consequentemente passou a gravar CDs de bandas tanto de Alegrete quanto de fora, além de vários sambas enredos, músicas evangélicas, tradicionalistas etc.
Atualmente faz parte do Duo “ellesDois”, juntamente com o músico Giovani Castilhos, duo que toca na noite Alegretense e conquista público por onde passa.