Zeli da Silva Bittencourt

por Fade Hassan Husein Kanaan, discente do curso de Engenharia de Software, bolsista pelo edital PROACC 2025 e, Matheus Pinto da Fontoura, discente do curso de Ciência da Computação, bolsista pelo edital PROFEXT 2025, em outubro de 2025.

Mulher branca, de cabelos curtos e grisalhos. Usa uma blusa na cor marrom clara sobreposta por um casaco preto de ziper fechado.

Dona Zeli da Silva Bittencourt, de 76 anos, é uma mulher cuja vitalidade transparece em cada palavra. Aposentada como manicure, ela carrega consigo a história de uma família numerosa e unida, criada inicialmente na campanha. Sua trajetória é marcada pela adaptação e pela busca constante por independência através do trabalho.

Ao relembrar o início da vida, ela destaca a união dos seis irmãos e o esforço dos pais para garantir a educação, mesmo longe da cidade:

[…] Não temos queixa da nossa família, que a gente foi criada junto, unida. O pai trabalhava, a mãe trabalhava, nós em seguida, já assumia a responsabilidade de ajudar em casa.

A vida de Dona Zeli tomou um novo rumo quando a família se mudou para a cidade. Nesse período, a responsabilidade aumentou, e ela precisou conciliar os estudos do segundo grau com o aprendizado de uma profissão e os cuidados com a casa onde morava.

[…] A minha mãe ficou viúva, muito jovem. Aí a gente veio pra cidade, a minha mãe comprou uma casinha e aí cada um foi se virando. Eu fui estudar, terminei o segundo grau, fui morar com a tia, aprendi a profissão de manicure. […] eu fazia o serviço da casa para poder estudar e aprender aquela profissão […]

Diferente de muitos de sua geração que olham para o presente com desconfiança, Dona Zeli demonstra um entusiasmo vibrante pelo mundo moderno. Para ela, os tempos atuais são uma “maravilha” repleta de oportunidades que ela gostaria de ter tido em sua juventude.

[…] Eu acho que se eu nascesse hoje, eu nem sei, eu voava, eu não andava, eu voava. Porque tem um jovem hoje em dia tem tudo […] Hoje em dia ele recebe tudo com bandejinha. […] Olha, é uma maravilha o mundo deles.

Ela encerra sua participação com uma mensagem carinhosa e de incentivo, celebrando o encontro de gerações proporcionado pelo projeto TRAMAS.

[…] Um jovem aí nos dando aula, eu com 76 anos e ele com 19. Mas que maravilha, você jovem aí, nos entrevistando. Olha, o mundo é de vocês e que Deus proteja vocês e abençoe que vocês estão com tudo na mão, né?