A Universidade viveu uma nova realidade de trabalho durante a pandemia: o home office. Essa modalidade recebeu atenção e foi vista como benéfica para alguns servidores, uma vez que evidenciou a potencialidade desses na execução de algumas tarefas sem a necessidade da presencialidade na instituição.
Entre os meses de março de 2020 a junho de 2021, o Governo Federal constatou que houve uma economia de R$ 1.419.498,491 com os servidores atuando de forma remota. Os itens de maior economia foram: diárias, passagens e despesas com locomoção, serviços de energia elétrica, serviços de água e esgoto, cópias e reprodução de documentos.
Diante disso, houve um movimento importante em favor da implantação do Programa de Gestão e Desenvolvimento (PGD) nas instituições pós-pandemia. Na Unipampa, essa implantação foi efetivada em novembro de 2022.
Com a adesão à forma integral ou parcial de alguns servidores e a necessidade de priorizar algumas demandas devido às restrições orçamentárias, tornou-se mais evidente e necessário repensar formas de adequar os espaços nos quais atualmente se encontram estações de trabalho sem uso, transferir itens de tecnologias e equipamentos a demais setores que necessitam e, além disso, alcançar a economia que é prevista com a implantação do PGD.
Considerando os impactos de gastos de luz, água, serviços de internet, manutenção dos prédios, valores de aluguéis, além da oferta de condições apropriadas no ambiente laboral, a gestão optou por concentrar as atividades administrativas da reitoria em um único prédio.
Destaca-se que ao economizar, a gestão poderá priorizar e investir em mais áreas e espaços da instituição e também aprimorar os espaços de trabalho atuais para que ofereça condições melhores para execução das tarefas sem prejuízo ao servidor, qualificando o trabalho e proporcionando melhor qualidade de vida ao servidor que desenvolve atividades na modalidade presencial todos os dias ou em determinados dias da semana.
Além da economicidade que essa reconfiguração dos postos de trabalho da Reitoria irá proporcionar, outro aspecto importante que o compartilhamento dos espaços favorece é a socialização e a interação entre os servidores. Trataremos com mais detalhes sobre este assunto a seguir.
Socialização dos servidores e sentimento de pertencimento
A característica mutável do trabalho na atualidade, acentuada pelas novas tecnologias eletrônicas e organizacionais, influencia a forma pelas quais as pessoas aprendem e se socializam. Em um cenário de constantes transformações, é necessário que a construção da identidade institucional se torne algo permanente, pois é preciso acompanhar as mudanças ocorridas no ambiente de atuação.
Fatores contextuais e ambientais, como local e a estrutura física do trabalho, afetam tanto o nível de desafio do trabalho como as interações entre as pessoas. É importante que o servidor esteja inserido em um ambiente de trabalho no qual possa sentir fortes laços de solidariedade e de coletivismo, e no qual tenha concretas oportunidades de perceber que seu trabalho pode contribuir com algo importante, de impacto, no grupo e na organização.
Neste contexto, é através das relações entre as pessoas que se determinam os propósitos das organizações. Chefias, grupos e cargos pertencentes a uma divisão específica moldam aspectos próprios que os distinguem do resto do grupo. Os servidores ganham experiência pelo resultado de como eles interagem uns com os outros. Nessas interações, uma boa comunicação proporciona um maior nível de engajamento entre os servidores.
Pessoas identificadas com o próprio trabalho engajam-se e comprometem-se porque o percebem como alinhado a seus valores e objetivos. Sendo assim, é no local de trabalho que a necessidade de pertencer é intensificada. As organizações são percebidas como espaços capazes de proporcionar às pessoas um senso de pertencimento mais estável, contribuindo para sua autodefinição e auto-estima. A falta de senso de pertencimento afeta a produtividade e a saúde mental e física dos colaboradores.
A integração proporciona melhorias nas relações interpessoais e na realização das atividades profissionais, contribuindo para desenvolver no trabalhador o sentimento de pertença. Além disso, estar perto, conhecer a história de vida de seus colegas de trabalho, seus hobbies e motivadores pessoais é uma curiosidade saudável para o engajamento de equipes.
Diante disso, essas reconfigurações em nossos espaços de trabalho podem ser uma oportunidade de interação e socialização entre colegas que não costumavam conviver no dia a dia. Além do mais, o sentimento de pertença não diz respeito somente à estrutura física da instituição, mas abrange as relações e trocas com colegas no ambiente de trabalho. Essa nova realidade, que engloba o teletrabalho e o compartilhamento dos espaços de trabalho, evidencia ainda mais a necessidade de estreitarmos os laços e valorizarmos as relações interpessoais. A colaboração e o espírito coletivo são essenciais nesse momento de mudanças.
A qualidade de vida no trabalho não se restringe ao ambiente em que se trabalha, devendo-se considerar os fatores psicológicos e emocionais das pessoas. Esta refere-se tanto aos aspectos tangíveis (como equipamentos de trabalho) quanto aos intangíveis (relacionais). Quando estávamos separados uns dos outros – poucas pessoas ocupando os espaços do prédio, espaços esvaziados -, isso influenciava a percepção do público interno e externo. A partir da reestruturação dos postos de trabalho, há possibilidades de maior integração, de se construir novos vínculos e relações, vivenciar mais trocas com colegas de diferentes áreas. Os espaços estarão mais povoados, mais ocupados, mais vivos.
Você já parou para pensar como será o futuro do trabalho no serviço público? Acesse o pdf que trata sobre este assunto clicando aqui e confira também outros exemplos de espaços de trabalho compartilhados por servidores públicos.