O exercício físico é considerada a estratégia mais eficaz para manutenção da qualidade de vida e da saúde em geral. Para esses efeitos serem observados e persistirem, é fundamental que a cargas externas sejam adequadas e que, principalmente, exista um planejamento de progressão. Justamente aí que muitas pessoas experimentam aquela sensação de dor muscular, que ocorre geralmente um dia ou dois após o exercício. Sentir dores muito tempo depois de praticar algum exercício físico é algo bastante comum, principalmente quando passamos por um longo período de inatividade física. Esse desconforto chama-se dor muscular de início tardio. Geralmente o pico de sensação da dor ocorre após 24 a 48 horas depois do exercício e pode durar até sete dias dependendo da intensidade do exercício praticado. Além da dor, diversos outros sintomas podem ser experimentados, como diminuição na amplitude de movimento da articulação envolvida, o inchaço na musculatura, e a perda de força. Esses efeitos são capazes de influenciar o desempenho de atividades da vida diária de forma negativa. Entre as causas para essa condição limitante, estão microlesões nos tecidos musculares e um desequilíbrio entre substâncias oxidastes e antioxidantes em nosso corpo. Foi pensando nesse problema, que os estudantes do Grupo de Pesquisa em Neuromecânica Aplicada, William da Silva e Álvaro Machado, com a supervisão do Prof. Dr. Felipe Careps, realizaram uma pesquisa científica com o intuito de determinar se as propriedades antioxidantes do extrato de chá verde (ECV) poderiam servir como uma alternativa para amenizar o efeito da dor muscular de início tardio. Os resultados da pesquisa mostraram que, apesar do extrato de chá verde não atenuar a sensação de dor muscular de início tardio, as pessoas que receberam a suplementação com o extrato apresentaram menor dano muscular depois da realização do exercício. O uso do ECV como estratégia de suplementação após o exercício físico promete ser uma ótima alternativa para atletas e treinadores futuramente, mas ainda necessita de estudos e pesquisas que possam comprovar melhor sua eficácia, como por exemplo, as dosagens adequadas e o nível de persistência desses efeitos. O grupo atualmente desenvolve estudos com esse objetivo. Os resultados desses estudos foram publicados na revista científica Physiology & Behavior, umas das melhores na área. Você pode acessar o artigo clicando aqui.
Texto elaborado por Marcela Trindade e Maria Carolina Gonçalves, alunas de ensino médio do Instituto Elisa Valls e bolsistas CNPq de Ensino Médio da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana.