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UMA MELHOR CAPACIDADE FUNCIONAL DE IDOSOS É ASSOCIADA COM SIMETRIA NA MARCHA? O QUE NOS DIZEM AS EVIDÊNCIAS?

É evidente que assimetrias na marcha trazem prejuízos para a locomoção. Basta observar o que acontece com pessoas que tenham alguma dor ou limitação unilateral. Mas será que mesmo os movimentos mais comuns, tem na simetria um elemento importante para o dia a dia? Sim. Em idosos, a presença de assimetria entre os membros inferiores durante a caminhada está associada com risco de quedas. Estudos demonstraram que idosos que já sofreram uma queda durante a caminhada são mais assimétricos do que os que não sofreram. Entretanto, não está claro quais fatores fisiológicos, biomecânicos e funcionais que influenciam de maneira preponderante na assimetria de marcha em idosos.

A maioria dos estudos de assimetria no contexto da locomoção consideram resultados funcionais ou musculares porém dificilmente ambos são combinados em um estudo especifico. Por sua vez quando ambos os aspectos são levados em consideração pelos autores a assimetria da marcha geralmente é relacionada aos resultados das avaliações funcionais. Essas avaliações funcionais geralmente envolvem testes de campo e clínicos que podem ser até mesmo mais acessíveis na prática de trabalho com os idosos. Contudo, eles não são suficiente para identificar os mecanismos das perdas e fraquezas no desempenho. Para isso, entender as adaptações fisiológicas e biomecânicas, dentre outras, é importante.

Pensando nisso, recentemente nosso grupo publicou uma revisão sistemática de estudos transversais publicados em cinco base de dados: Medline via Pubmed, Scopus, PEDro, Cochrane Central e Lilacs. Dentre os principais resultados, destacamos que a força de preensão manual tem uma relação positiva com o desempenho da marcha, incluindo simetria em características como tempo de apoio, o que favorece a estabilidade durante o andar. Também, o fato do volume de atividade física semanal feita pelo idoso estar positivamente associada com melhor marcha e melhor simetria. As evidências consideradas sugerem que há sim uma relação entre simetria na marcha e o desempenho em tarefas funcionais. Idosos com melhor funcionalidade parecem ser mais simétricos na marcha. Porém, a falta de estudos que considerem aspectos musculares, por exemplo, faz com que não seja possível determinar a possível relação entre assimetrias de marchas e fatores musculares associados com a produção de força ou resistência à fadiga, por exemplo.

A nossa recomendação é que intervenções que busquem melhorar a marcha de idosos considerem o desempenho de tarefas funcionais do dia a a dia para alcançar melhores resultados.

Confira o artigo clicando aqui e acesse o PDF aqui.

Texto elaborado por Marcela Trindade e Maria Carolina Gonçalves, alunas de ensino médio do Instituto Elisa Valls e bolsistas CNPq de Ensino Médio da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana.

Fratura no metatarso de jogadores de futebol: um problema que começa cedo

O futebol é um dos principais esportes no Brasil, não é mesmo? Diariamente estamos rodeados de notícias sobre esse esporte, muitas delas envolvendo a saúde e o bom condicionamento físico dos atletas, pois é imprescindível que cada atleta esteja em boa forma para competir. Apesar de ser uma prática extremamente benéfica e divertida, o futebol pode apresentar alguns riscos, como lesões e fraturas devido ao estresse repetido sobre estruturas corporais.

No Grupo de Pesquisa em Neuromecânica Aplicada da Universidade Federal do Pampa, temas relacionados com o desempenho e lesões no esporte são investigados. Um dos projetos de pesquisa desenvolvidos busca compreender quais fatores podem levar a uma lesão característica do futebol, a fratura do quinto metatarso (o menor dedo do pé). Interessados em prevenir essa lesão em crianças e adolescentes que praticam o esporte, o grupo realizou medidas e avaliações em atletas adolescentes. A pesquisa lideradas pelo doutorando Renato Azevedo e coordenada pelo Prof. Dr. Felipe P Carpes mostrou que já nos atletas jovens são observadas sobrecargas mecânicas sobre os metatarsos (ossos dos dedos), similares aquelas que são encontradas nos pés de jogadores adultos. Esse tipo de risco até então era descrito apenas para atletas adultos, e realça uma preocupação: o risco de lesão começa muito cedo.

Esse tipo de enfermidade é muito comum entre os jogadores de futebol. O craque Neymar, por exemplo, teve que passar por uma cirurgia ao fraturar o osso durante uma disputa de bola. No entanto, para que crianças e adolescentes possam curtir o esporte de maneira saudável, é preciso adotar algumas precauções. Os cientistas recomendam que o uso de chuteiras seja alternado com o uso de tênis com menor tração no solo, o que se mostrou favorável a diminuir o estresse sobre os ossos dos pés. Dessa maneira, todos podem aproveitar o futebol sem se importar com esse tipo de problema. O trabalho completo está publicado na revista científica Physical Therapy in Sport (link: https://doi.org/10.1016/j.ptsp.2016.10.001)

Texto elaborado por Marcela Trindade e Maria Carolina Gonçalves, alunas de ensino médio do Instituto Elisa Valls e bolsistas CNPq de Ensino Médio da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana

10/04 Dia Nacional da Biomecânica

Neste dia 10 de abril de 2019 comemora-se, em todo o mundo, o Dia Internacional da Biomecânica. A data simboliza um dia para divulgação desta área de estudo que investiga aspectos do movimento de humanos e outros animais aplicandoprincípios da física aos sistemas biológicos. Ao redor do mundo, o Dia Nacional da Biomecânica fomenta atividades que busquem apresentar a biomecânica como uma opção de formação e de carreira para estudantes do ensino médio. A Universidade Federal do Pampa tem um papel de destaque nesse cenário, pois no Campus Uruguaiana atua o Grupo de Pesquisa em Neuromecânica Aplicada, GNAP, que preocupa-se em desenvolver pesquisas de qualidade e popularizar a biomecânica, principalmente entre estudantes do ensino médio. O grupo é liderado pelo Prof. Dr. Felipe Carpes, Presidente da Sociedade Brasileira de Biomecânica e membro do conselho executivo da Sociedade Internacional de Biomecânica. No próximo dia 10 de Abril o GNAP receberá estudantes de ensino médio no laboratório para mostrar um pouco do que a ciência promove no campo da biomecânica e como essa área contribui com a formação de diferentes profissionais na área da saúde e outras.

Por: Marcela Trindade e Maria Gonçalves, alunas do Instituto Elisa Valls, e bolsistas PIBIC CNPq Ensino Médio no GNAP UNIPAMPA.

GNAP estará presente no ISB2015, em Glasgow

Próxima parada:
25º Congress of the International Society of Biomechanics, em Glasgow, Escócia.
Estamos indo para o IB2015 com a responsa de apresentar 4 trabalhos em sessões orais [apresentarão: Morgana (1), Emmanuel (2) e Eliane (1)] e mais alguns pôsteres [apresentarão: Emmanuel (2), Marcos (1)]. Também estaremos presentes na competição ‘3mEDCmG’, onde o prof. Felipe apresentará a proposta do ‘Latin American Biomechanics Training Program 2015-2017’ para pleitear o fomento da ISB para um programa especial para intercâmbio de estudantes e cientistas da área da biomecânica e que atuem na área da biomecânica ou afins. Dentro a programação do evento, o prof. Felipe será um dos ‘mentors’ em uma sessão especial para estudantes [ele falará da importância dos intercâmbios internacionais para a formação de estudantes], e o gran finale será a posse do prof. como membro do conselho executivo da International Society of Biomechanics.

Saiba mais sobre o ISB 2015 neste link

VI SNA – Simpósio em Neuromecânica Aplicada

A sexta edição do Simpósio em Neuromecânica Aplicada (SNA) será realizada em Florianópolis. Neste ano o SNA acontece junto com um evento maior: o XVI Congresso Brasileiro de Biomecânica (CBB).

O evento contará com a participação de grandes cientistas – mais uma vez :)

Confira no site do CBB os palestrantes confirmados e a programação do evento. Trabalhos podem ser submetidos até o dia 15 de março.

Site do evento: https://sites.google.com/site/xvicbb/