A campanha #JulhoAmarelo, Mês de Combate às Hepatites Virais, foi instituída no Brasil pela Lei nº 13.802 em 2019 e tem como objetivo o reforço das ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais. No dia 28 de julho, é celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatite Virais.
A hepatite é caracterizada como uma inflamação do fígado que pode ser causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como por doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.
A patologia nem sempre apresenta sintomas, mas quando aparecem, eles se manifestam na forma de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
As hepatites A, B e C são as mais comuns no país, sendo que as hepatites B ou C podem se tornar crônicas e serem assintomáticas. Deste modo, o diagnóstico pode ocorrer de forma tardia e a doença pode evoluir para doença inflamatória crônica, cirrose ou câncer, com a necessidade de transplante do fígado. Já a hepatite D, ocorre principalmente na Região Norte e a hepatite E, é menos frequente no Brasil, tendo ocorrência maior na África e na Ásia.
O Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas com mais de 45 anos de idade realizem o teste, gratuitamente, em qualquer unidade de saúde e, em caso de resultado positivo, façam o tratamento que está disponível na rede pública de saúde. O tratamento para todos os tipos de hepatites é oferecido pelo Sistema único de Saúde, independente do grau de lesão do fígado
As hepatites específicas da campanha Julho Amarelo são: A, B, C, D (Delta) e E. Deste modo, para você conhecer melhor a doença, abaixo estão descritos os principais tipos de hepatites, a via de transmissão e as formas de prevenção contra a doença.
– Hepatite A: que tem o maior número de casos, está diretamente relacionada às condições de saneamento básico e de higiene. É uma infecção leve e costuma se curar sozinha. A principal forma de prevenção é a vacina contra a hepatite A, que é altamente eficaz e segura.
Também é importante praticar as seguintes medidas para preveni-la: lavar as mãos com frequência, principalmente após utilizar o sanitário, trocar fraldas e antes de preparar os alimentos; utilizar água tratada, clorada ou fervida, para lavar os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos; cozinhar bem os alimentos antes do consumo, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras utilizar instalações sanitárias; não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto; evitar construir fossas próximas a poços e nascentes de rios; usar preservativos e higienizar as mãos, genitália, períneo e região anal, antes e após as relações sexuais.
Em creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas devem ser adotadas medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão, utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
– Hepatite B: é considerada o segundo tipo com maior incidência, atinge maior proporção de transmissão por via sexual e contato sanguíneo. A vacina é a principal medida de prevenção contra a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura. Entretanto, também devem ser adotados cuidados como uso de preservativo em todas as relações sexuais e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal, tais como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos utilizados em confecção de tatuagem, colocação de piercings ou qualquer outro procedimento no qual tenha ocorrido o contato com sangue.
Outra forma potente de prevenção contra a hepatite B é a testagem de mulheres grávidas ou com intenção de engravidar, visando prevenir a transmissão de mãe para o bebê. A profilaxia para a criança após o nascimento reduz drasticamente o risco de transmissão vertical.
– Hepatite C: tem como principal forma de transmissão o contato com sangue. A hepatite C é a principal causa de transplantes de fígado. Não tem vacina. A doença pode causar cirrose, câncer de fígado e morte. Para evitar a infecção é fundamental: não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente, etc); fazer uso de preservativo nas relações sexuais. Se a mulher estiver gestante, deve realizar os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis no pré-natal. Em caso de resultado positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas. O Ministério da Saúde salienta que o tratamento da hepatite C não está indicado para gestantes, o tratamento deve ocorrer após o parto.
– Hepatite D: é causada pelo vírus da hepatite D (VHD) e ocorre em pacientes infectados pelo vírus da hepatite B. A vacinação contra a hepatite B é a principal medida preventiva, uma vez que também protege de uma infecção com a hepatite D.
– Hepatite E: é causada pelo vírus da hepatite E (VHE) e é transmitida por via fecal-oral, provocando grandes epidemias em certas regiões. A hepatite E não se cronifica, porém, mulheres grávidas que foram infectadas pelo vírus da hepatite E podem desenvolver formas mais graves da doença. A principal medida de prevenção é a melhoria das condições de saneamento básico e de higiene.
No mês de combate às hepatites virais, a Divisão de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho (DASST) ressalta a importância da testagem, bem como a busca por avaliação no serviço de saúde em caso de algum sintoma ou alteração em sua saúde. Vale lembrar que, quando diagnosticadas de forma precoce, as hepatites podem apresentar mais êxito no tratamento.