A palestra “A luta das mulheres no Brasil e no mundo”, ocorrida dia 31 de março no auditório do escritório Paese, Ferreira & Advogados Associados, em Porto Alegre, discutiu a relação da questão de gênero com a temática racial e multicultural, debatendo experiências internacionais e as principais mazelas sofridas pelas mulheres no âmbito nacional, com participação da advogada Marilinda Marques Fernandes e da jornalista Sátira Pereira Machado.
Durante o debate, falamos com entusiasmo do projeto de luta e organização das mulheres curdas de Rojava onde, no meio da guerra, são cumpridas as normas de copresidência de quotas (todos os cargos são compostos por uma mulher e um homem), criaram-se unidades de defesa das mulheres, conselhos de mulheres, tribunais e cooperativas, além de leis com objetivo eliminar a discriminação de gênero. Um dos primeiros atos do governo foi a criminalização dos casamentos forçados, da violência doméstica, dos assassinatos por honra, da poligamia, do casal infantil e do preço da noiva.
O objetivo é assegurar-se de que a sociedade interiorize o fato de que a libertação das mulheres é princípio básico para a democracia. A revolução tem de mudar a mentalidade patriarcal da sociedade, caso contrário, a história repetir-se-á e as mulheres que participaram ativamente da revolução irão perder tudo uma vez que se consiga a “libertação”. Foi o que aconteceu nas demais revoluções. Em muitos sentidos, esta luta das mulheres de Rojava rompeu os estereótipos orientalistas das mulheres do Oriente Médio como pobres vítimas que estão perdidas. Mas o mais importante é que essas mulheres mostram ao mundo que há esperança mesmo quando se está completamente rodeada pela escuridão da bandeira do EI.
Fonte: http://marilindafernandes.adv.br/a-liberdade-nao-e-uma-utopia/