Estudo sobre coronavírus no RS tem primeiros resultados

O coronavírus pode ter infectado quatro vezes mais pessoas no Rio Grande do Sul do que indicam os números oficiais. Esta é a projeção da pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que conta com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

A primeira fase do estudo, realizada nos dias 11 e 12 de abril, mostra que para cada caso confirmado existem outros quatro não notificados. De acordo com a análise é de que 5.650 pessoas tenham sido infectadas pelo coronavírus no estado. Nesta quinta-feira, 16 de abril, o número de casos confirmados pela secretaria estadual da saúde não chega a 800.

Os pesquisadores explicam que essa diferença entre o número oficial e as projeções realizadas pela investigação se deve ao fato de que há pessoas que não tiveram sintomas graves, não foram fazer o teste, mas que também foram contaminadas pelo coronavírus. Para chegar a esses números, cerca de 4 mil gaúchos passaram por testes rápidos. Dois deram positivo para Covid-19. O estado foi dividido em oito regiões, cada uma subdividida em 25 setores, onde foram sorteadas dez casas. Nelas, um morador foi escolhido para fazer o teste.

O grupo de pesquisa que desenvolve as ações do estudo em Uruguaiana é composto por profissionais da secretaria municipal de saúde e pelas professoras da Unipampa Jenifer Harter, Sandra Haas e Débora Pellegrini.
A professora Débora Pellegrini explica que há dois tipos de dados estatísticos: os números de casos oficiais e aqueles que na população estão infectados e que tem um curso da doença muito mais tranquilo e que não aparecem nas estatísticas oficiais. “Apenas observando esses dois grupos na população é que podemos ter um quadro real da dimensão da pandemia do coronavírus no estado”, afirma Pellegrini.
O estudo segue com a realização de testes rápidos e entrevistas nos dias 25 e 27 de abril nos municípios de Pelotas, Santa Maria, Uruguaiana, Ijuí, Passo Fundo, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Lajeado e região metropolitana de Porto Alegre. A investigação prevê ainda coletas de 9 a 11 e 23 a 25 de maio.

Com informações do Grupo de Trabalho Unipampa no Enfretamento da Covid-19