Impactos do cenário de emergência climática do RS na saúde mental

Neste post, daremos continuidade ao conteúdo do dia 23/05, trazendo reflexões e recomendações sobre os possíveis impactos emocionais do cenário de emergência climática no Rio Grande do Sul.

As reações mais comuns em situações de desastre são: tristeza, angústia, medo, insegurança, isolamento social. As consequências do trauma podem incluir: falta de amor-próprio e respeito, falta de confiança nos outros e falta de continuidade. Além disso, a fadiga por compaixão ou estresse secundário é um conjunto de sentimentos, sensações e até sintomas que podem acometer pessoas que estão expostas cotidianamente a histórias de outras pessoas em dor e sofrimento, principalmente em uma relação de cuidado. 

Muito comum de ser vivenciado por profissionais da área da saúde, por voluntários que atuam em situações de crise e tragédia como vemos acontecer nesse momento, o estresse secundário pode levar a sentimentos de desesperança e de desconexão com o próprio bem estar e também outros quadros de adoecimento como depressão, ansiedade e transtorno do estresse pós traumático. 

Assim como a pandemia da Covid-19, as enchentes no Rio Grande do Sul são cenários tristes e que geram sensações parecidas, como ansiedade, medo e cansaço. Milhares de pessoas estão em abrigos e com a funcionalidade da vida afetada, impactando a saúde mental. Além disso, mesmo quem não foi diretamente afetado pelas cheias pode sentir de forma profunda o impacto dos acontecimentos. A reação emocional a tudo isso pode afetar, consequentemente, a capacidade de concentração e produtividade.

Gostaríamos de ressaltar o quanto a sensibilidade e a flexibilidade dos gestores da UNIPAMPA é importante nesse momento e continuará sendo imprescindível para o gerenciamento do trabalho pós-tragédia, especialmente daqueles servidores que foram atingidos de alguma forma pelas inundações em nosso estado.

Confira abaixo algumas dicas simples e eficazes que preparamos para ajudá-lo(a) a lidar com essas emoções durante esse período desafiador:

📌 Estabeleça uma rotina: Manter uma rotina diária estruturada pode trazer um senso de normalidade e segurança em tempos de incerteza. Tente manter horários regulares para dormir, comer e se exercitar sempre que possível.

📌 Pratique a respiração consciente: Reserve alguns minutos do seu dia para praticar a respiração consciente. Inspire profundamente pelo nariz, segure por alguns segundos e expire lentamente pela boca. Isso ajuda a acalmar o sistema nervoso e reduzir a ansiedade.

📌 Limite a exposição às notícias: Embora seja importante se manter informado sobre a situação, a exposição excessiva às notícias pode aumentar a ansiedade. Estabeleça limites saudáveis e desconecte-se quando sentir que está ficando sobrecarregado(a). A “infoxicação” surge quando as pessoas passam a maior parte do tempo lendo notícias e sendo impactadas por elas.

📌 Busque apoio social: Converse com amigos, familiares ou profissionais de saúde mental sobre seus sentimentos. Compartilhar suas preocupações pode ajudar a aliviar o peso emocional que você está carregando.

📌 Pratique a autocompaixão: Seja gentil consigo mesmo(a) e reconheça que é normal sentir-se ansioso(a) em situações como essa. Dedique tempo para cuidar de si mesmo(a) e faça coisas que o(a) façam sentir-se bem.

📌 Voluntariado: Se sentir-se capacitado(a) e seguro(a), considere envolver-se em trabalho voluntário para ajudar as vítimas do desastre. Oferecer seu tempo e esforço pode trazer um senso de propósito e conexão com a comunidade.

📌 Busque ajuda profissional: Se sentir que sua ansiedade está interferindo significativamente em sua vida diária, não hesite em buscar ajuda com profissionais de saúde mental. Caso necessário, conte com o Serviço de Psicologia da PROGEPE, para acolhimento e orientações, através do e-mail: psicologia.progepe@unipampa.edu.br.

Confira nos cards em anexo algumas recomendações sobre como acolher as vítimas em situações de desastres (Card 1 e Card 2).