Estamos no mês do Setembro Amarelo, voltado à prevenção ao suicídio. Neste mês, a DASST gostaria de destacar duas importantes datas: o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10/09) e o Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência (21/09).
Infelizmente, o suicídio segue ocorrendo durante os outros meses do ano, por isso a prevenção deve ser permanente e há necessidade de ampliarmos as reflexões sobre o assunto para além do mês de setembro. Nesse sentido, a DASST lança a campanha: “Prevenção ao suicídio: cuidado que devemos ter todos os dias”, que abrangerá também outubro e novembro.
Nesse primeiro material, abordaremos os seguintes tópicos: Definição do suicídio, Como o suicídio é visto pela sociedade, Fatores de risco e de proteção para o suicídio, Suicídio e a pessoa com deficiência. Acompanhe a campanha e fique por dentro de mais informações sobre esse importante tema!
Como podemos definir o suicídio?
Suicídio é um gesto de autodestruição, realizado em razão do desejo de morrer ou de dar fim à dor emocional.
Pessoas de diferentes origens, classes sociais, faixas etárias, orientações sexuais e identidades de gênero cometem suicídio.
O suicídio deve ser considerado como o desfecho de uma série de fatores que se acumulam na história do indivíduo, não podendo ser considerado, de forma causal e simplista, apenas a determinados acontecimentos pontuais da vida do sujeito. É a consequência final de um processo.
Como o suicídio é visto pela sociedade?
O suicídio foi e continua sendo um tabu entre a maioria das pessoas. É um assunto proibido e que agride várias crenças religiosas. O tabu também se sustenta porque muitos veem o suicida como um fracassado. Por outro lado, as pessoas, por natureza, não se sentem confortáveis para falar da morte, pois isso expõe seus limites e suas fraquezas. Esse tabu piora a situação de muitos.
Ao contrário do que se pensa, perguntar sobre autoagressão ou suicídio não provoca atos de autoagressão ou suicídio. Falar direta e abertamente sobre ideação suicida e seus fatores de risco é a forma mais eficaz de abordar e manejar o risco de suicídio.
Quais são os fatores de risco para o suicídio?
Existem algumas situações que aumentam a probabilidade de ocorrência de suicídio. São elas: desemprego; crises políticas e econômicas; discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero; agressões psicológicas e/ou físicas; sofrimento no trabalho; conflito familiar; redução ou ausência de autocuidado; exposição ao agrotóxico; perda de um ente querido; consumo de drogas; doenças psiquiátricas, crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes; deficiências ou outros fatores que podem tornar uma pessoa mais vulnerável.
Quais são os fatores de proteção para o suicídio?
Existem algumas situações que diminuem a probabilidade de ocorrência de suicídio, elas perpassam pelo âmbito coletivo e individual. São elas: financiamento e fortalecimento de políticas públicas em saúde; emprego; direitos trabalhistas; alimentação adequada; educação; viver em comunidades saudáveis; acesso à saúde pública de qualidade; autoestima elevada; promoção do autocuidado; bom suporte familiar; crenças religiosas/culturais/étnicas; laços sociais estabelecidos; vida social e lazer; acesso à cultura; ausência de doença mental; senso de responsabilidade com a família; capacidade de solucionar problemas, entre outros fatores biopsicossociais.
Suicídio e a pessoa com deficiência
Importante ressaltar que as pessoas com deficiência sofrem intolerância, discriminação e segregação. Muitos entraves e obstáculos podem fazer parte do cotidiano dessa população, como níveis mais baixos de escolarização, dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, diminuição do apoio familiar/social e exposição a maus tratos.
Ademais, sabe-se que qualquer indivíduo que possua múltiplos fatores de risco pode apresentar maior propensão à ideação suicida, como, por exemplo: ter alguma deficiência, ser mulher, negra, homossexual, transexual, obesa, pobre, entre outros.
Não são raros os casos de suicídios praticados por pessoas com deficiência, que frequentemente são colocadas como inferiores perante a sociedade, o que as fazem ingressar em estado depressivo e suicida devido aos inúmeros fatores de fragilidade psicológica e social.
Para que pessoas com deficiência estejam emocionalmente saudáveis e integradas socialmente, é necessário uma mudança de paradigma. Isso somente ocorrerá a partir de um cenário mais justo socialmente, com redução do estigma, aumento da empatia, ações preventivas e políticas públicas efetivas para a inclusão da pessoa com deficiência em todos os setores sociais.
A inclusão é tarefa de todos(as): Cada um de nós pode e deve fazer sua parte para incluir colegas com deficiência no cotidiano de trabalho e ajudar a quebrar preconceitos.
Servidor(a) da Unipampa: caso você esteja em sofrimento relacionado ao trabalho e necessite de suporte psicológico, entre em contato com as psicólogas da PROGEPE, através do e-mail: psicologia.progepe@unipampa.edu.br. Para saber mais sobre o Serviço de Psicologia, clique aqui.
Você também pode contar com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio, pelo telefone 188.