
No Maio Furta-Cor, mês de conscientização da saúde mental materna, a Divisão de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho (DASST) traz informações para reflexão sobre condições que podem afetar a saúde materna no puerpério. Nesta campanha, daremos destaque a depressão pós-parto em mulheres, um tema considerado tabu na sociedade, mas de extrema relevância e sugerido pelos(as) servidores(as) em nossa “Pesquisa de Satisfação sobre as Campanhas de Saúde”, realizada em 2024.
O material será compartilhado em duas partes. Na primeira parte, que você está recebendo hoje, serão abordados tópicos de descrição da depressão pós-parto, causas, fatores de risco e sintomas. A segunda parte, complementar a essa, abordará questões sobre como é feito o diagnóstico, tratamento e prevenção da depressão pós-parto.
Antes de abordarmos diretamente o assunto, é importante esclarecer que, durante o puerpério, as mulheres experimentam variações de humor, frequentemente referidas como “baby blues“. Trata-se de uma condição que se manifesta na mãe nos primeiros dias após o parto, ocasionando o sentimento de tristeza, choro fácil, irritabilidade, ansiedade, dificuldade para dormir e sensação de sobrecarga. Esses sintomas costumam surgir entre o 2º e o 5º dia após o parto e geralmente desaparecem dentro de duas semanas. A intensidade do “baby blues” é moderada; dessa forma, apesar de ser desconfortável, a mulher consegue realizar os cuidados básicos de si mesma e do bebê.
Quando esses sintomas permanecem por um tempo maior e se tornam mais intensos e graves ao ponto de interferir significativamente na capacidade do cuidado, podemos estar diante de um quadro de depressão pós-parto ou de uma condição mais grave denominada psicose pós-parto. Esses dois aspectos serão abordados no material para que possamos identificar e ajudar a mãe que apresenta tais quadros ou buscar ajuda, se for a mãe que está ou tem propensão para estar nessas condições.
Afinal o que é a depressão pós-parto?
Segundo o Ministério da Saúde, trata-se de uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que ocorre nas primeiras semanas do puerpério. Raramente, a situação pode se agravar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, denominada psicose pós-parto.
A depressão pós-parto afeta o vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. Os impactos podem ocorrer no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.
Quais são as causas da depressão pós-parto?
A depressão pós-parto pode estar relacionada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida. Pode ainda estar associada ao histórico de outros problemas e transtornos mentais. Entretanto, a principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.
Outros fatores também podem colaborar para o desencadeamento da depressão pós-parto, dentre eles:
- Isolamento
- Privação de sono
- Alimentação inadequada
- Sedentarismo
- Falta de apoio do parceiro
- Falta de rede de apoio familiar
- Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais
- Vício em álcool e/ou outras drogas


