Em 30 de agosto, celebramos o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. A data comemorativa foi instituída pela Lei nº 11.303/2.006 e visa dar maior visibilidade à doença, informar a população e alertar para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Além da data especial, o mês ganha visibilidade pela campanha Agosto Laranja.
A Esclerose múltipla afeta jovens adultos no mundo, sendo que a média de idade em que as pessoas são diagnosticadas é entre os 20 a 40 anos. A enfermidade acomete mais mulheres, em uma proporção de 2 mulheres para cada homem diagnosticado. No Brasil, estima-se que cerca de 35 mil pessoas convivam com a Esclerose Múltipla.
Mas o que é a esclerose múltipla?
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica desmielinizante autoimune crônica. Por motivos genéticos ou ambientais o sistema imunológico começa a agredir a bainha de mielina – camada de gordura que envolve as fibras nervosas na substância branca do cérebro e na medula espinhal – e compromete a função do sistema nervoso – cérebro e medula – ao atingir diversas funções ligadas ao trânsito de informações dos neurônios para o resto do corpo. Quando esse caminho é prejudicado pelas lesões provocadas pela enfermidade, essas informações se espalham gerando diversos sintomas.
Os ataques, denominados surtos, são crises inflamatórias que danificam a bainha de mielina causando cicatrizes, também chamadas de placas ou lesões. Desde o início da doença, degeneração das próprias fibras nervosas ou axônios. Os surtos ocorrem aleatoriamente, variando em número e frequência, de pessoa para pessoa.
O principal fator de risco é a genética, embora existam alguns outros fatores externos que podem colaborar para o desenvolvimento da doença:
- Infecções virais – herpesvírus ou retrovírus
- Exposição ao sol insuficiente, o que leva a ter níveis baixos de vitamina D por tempo prolongado
- Exposição a solventes orgânicos
- Tabagismo
- Obesidade
No que se refere a sintomas, os mais comuns são:
- fadiga
- distúrbios visuais
- rigidez
- fraqueza muscular
- desequilíbrio
- alterações sensoriais
- dor
- disfunção da bexiga ou do intestino
- disfunção sexual
- dificuldade para articular a fala ou para engolir
- alterações emocionais e cognitivas.
O diagnóstico da esclerose múltipla é basicamente clínico, complementado por exames de imagem – a ressonância magnética – e exames laboratoriais.
Apesar de ainda não existir cura para a esclerose múltipla, há tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos ao longo dos anos, contribuindo para a diminuição do acúmulo de incapacidades durante a vida do paciente. Além do foco na doença, tratar os sintomas é muito importante para melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Os medicamentos utilizados, bem como todo o tratamento, devem ser indicados e acompanhados pelo médico neurologista de forma individualizada.
Além do tratamento, vale considerar as seguintes recomendações:
- Embora não altere a evolução da doença, é importante a manutenção da prática de exercícios físicos, pois eles ajudam a fortalecer os ossos, melhora o humor, a controlam o peso e atuam contra sintomas como a fadiga.
- Quando os movimentos estão comprometidos, a fisioterapia poderá ajudar a reformular o ato motor, dando ênfase à contração dos músculos ainda preservados.
- O tratamento fisioterápico associado a determinados remédios pode ajudar a reeducar o controle dos esfíncteres – músculos que controlam a eliminação de fezes e urina.
- Nas crises agudas da doença, é aconselhável que o paciente permaneça em repouso.
Destaca-se que a esclerose múltipla não é considerada uma doença de idosos, não é contagiosa e nem sexualmente transmissível. Por sua gravidade, pode ser considerada incapacitante. Por isso, além de reforçar a importância da data e também de atenção aos sintomas, a Divisão de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho (DASST) enfatiza que quanto mais precoce o diagnóstico e início do tratamento, maiores são as possibilidades de alívio dos sintomas e de melhoria na qualidade de vida do paciente.