O pesquisador, poeta e escritor Oliveira Silveira nasceu no Touro Passo, no entorno da Serra do Caverá da cidade de Rosário do Sul, em meio ao bioma Pampa, que é parte dos territórios fronteiriços do extremo Sul do Brasil, em 1941.
Filho de Anair (preta) e de Felisberto (branco), Oliveira se autodeclarou de “cor mista afro”. Curioso desde a infância, desenvolveu interesse pela “parte negra da família”, como disse seu irmão, Amaro Silveira, no videodocumentário “SOU” (direção de Andréia Vigo, projeto “RS Negro”).
Em Porto Alegre, tornou-se professor. Em 1968, publicou o livro “Poemas Regionais” (Haroldo Masi musicou “Gaúcho de côr mateando”). No “Grupo Palmares de Porto Alegre”, foi um dos proponentes do primeiro ato pelo 20/11 como substituição ao 13/05, realizado no Clube Náutico Marcílio Dias da capital do Estado do Rio Grande do Sul, em 1971.
Essa foi a coroação do percurso e compromisso intelectuais de Silveira com relação à equidade étnico-racial no Brasil. E depois disso, não mediu esforços para motivar a realização de vários eventos anuais no 20/11 para a “conscientização” da importância das culturas negras junto à humanidade. Em 1978, depois de o “Grupo Palmares de Porto Alegre” migrar para o “GT Palmares do Rio Grande do Sul” no “Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial” (MNUCDR, atual MNU), “13/05” tornou-se o “Dia de Denúncia contra o Racismo” e 20/11 tornou-se o “Dia da Consciência Negra”.
Assim, as agendas nacionais de combate ao racismo passaram a integrar tanto Oliveira Silveira quanto o 20/11, data a qual simboliza a imortalidade de Zumbi dos Palmares, as Dandaras (as mulheres guerreiras habitantes da República dos Palmares), os indígenas refugiados, não negros empobrecidos
e abolicionistas.
São diversas as relações celebradas no cinquentenário do 20/11 em 2021, um legado de Oliveira Silveira e grupo.
Nas dez cidades sede da Unipampa, há muitas outras entidades que discutem acerca da desigualdade e a equidade, e também sobre personalidades ilustres que lutam contra o racismo, a discriminação racial, xenofobia e intolerâncias correlatas.
*texto adaptado da redação original das servidoras da Unipampa Profª Sátira Pereira Machado e Profª Marta Iris Camargo Messias da Silveira
*selo comemorativo composto pela ilustradora Silvia do Canto
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Conheça mais a respeito:
http://unipampa.edu.br/portal/unipampa-concedera-titulo-doutor-honoris-causa-oliveira-silveira