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19ª Mostra Internacional do Cinema Negro FIESP SESI

16/11 a 03/12

O SESI-SP tem a honra de apresentar a 19ª edição da Mostra Internacional do Cinema Negro (MICINE), que ocorre presencialmente de 16 de novembro a 03 de dezembro de 2023. A Mostra, que congrega exibições de produções cinematográficas e mesas redondas que fortalecem a importância da conscientização para a luta antirracista, foi criada pelo professor Celso Luiz Prudente, que também assina a curadoria. O projeto é considerado um farol de cultura e educação porque contribui para a discussão da africanidade, história da África, cultura afro-brasileira e o antirracismo no Brasil.

Este ano, a Mostra Internacional do Cinema Negro se concentra no tema “D’África à diáspora: o pensamento antirracista de Kabengele Munanga”. Com o propósito de observar as dinâmicas das relações étnico-cinematográficas da africanidade, a mostra homenageia o renomado professor e antropólogo Kabengele Munanga. Munanga, conhecido por seu trabalho pioneiro no estudo do racismo no Brasil, contribuiu para a superação da desigualdade social, promovendo o respeito à diversidade em um país multirracial como o Brasil.

A MICINE de 2023 também serve como uma oportunidade para dialogar sobre os impactos dos 20 anos da Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira no Brasil. Este marco legal foi um passo importante na direção da educação antirracista e na valorização da cultura negra no país.

O SESI-SP é uma instituição que trabalha pela educação de forma ampla e onde a cultura é parte importante desse processo. “É com muita satisfação que abrimos nossos espaços para a Mostra Internacional do Cinema Negro, pelo segundo ano consecutivo. Assim como este projeto, todas as iniciativas desenvolvidas pelo Sesi-SP ou que atuamos como parceiros e apoiadores visam à formação de novos públicos em artes, democratizam e expandem o acesso à cultura, além de incentivar a produção e a difusão de obras das mais variadas vertentes artísticas”, reforçou a gerente executiva de Cultura do SESI-SP, Debora Viana.

Confira a programação no site http://sesisp.org.br/cultura/noticia/sesi-sp-recebe-a-19a-mostra-internacional-do-cinema-negro

Audiência pública sobre “O Estatuto da Igualdade Racial”

07/11 às 17h

Local: Plenário 4, Anexo 2, Câmara dos Deputados (Brasília)

Transmissão em https://cd.leg.br/youtube

O evento sobre o estudo “Políticas Públicas de Combate ao Racismo e às Desigualdades de Gênero na Construção de um Brasil Justo e Desenvolvido” será no formato híbrido (presencial e online). A pauta da audiência pode ser acessada em https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/70659. O encontro será realizado sob o comando das relatoras do estudo, Deputada Benedita da Silva (PT/RJ) e Deputada Dandara (PT/MG).

Inicialmente os palestrantes irão fazer uma apresentação sobre o tema e em seguida teremos a fase do debate que será realizado através de perguntas dos deputados, consultores e convidados aos palestrantes.

O objetivo desta audiência é promover debates sobre financiamento das políticas de promoção da igualdade racial, população quilombola, religiosidade de matriz africana, situação das mulheres negras, participação eleitoral, violência contra a juventude negra, disparidade racial no mercado de trabalho e nos meios de comunicação e vários outros temas de significado social e político.

Este estudo visa mapear as políticas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo em operação no Brasil, sua intima imbricação com as políticas de combate às desigualdades de gênero, as circunstâncias em que elas foram concebidas e implementadas e as resistências que tiveram que superar para, a partir dessa base, estabelecer diretrizes e sugestões para sua ampliação e aprofundamento.

Desta forma, este estudo insere o CEDES (Centro de Estudos e Debates Estratégicos) na história do debate parlamentar e da produção de leis destinadas a combater o racismo e a promover a igualdade racial no Brasil. Há um aprendizado envolvido nessa história, que diz respeito não apenas ao que foi efetivado como política pública, mas também ao que não se chegou a concretizar ou sequer a ser conceitualmente elaborado com a profundidade adequada.

Com a realização deste estudo, esperamos contribuir para a potencialização desse debate na agenda legislativa e, também, ter a oportunidade de ouvir autoridades do executivo, legislativo e judiciário além de acadêmicos e especialistas envolvidos com a temática.

Deputado Da Vitória (PP/ES) – Presidente do Centro de Estudos e Debates Estratégicos

https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/70659

https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/altosestudos

04/07/2023 https://www.camara.leg.br/evento-legislativo/68478

06/06/2023 21h20 https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/altosestudos/noticias/13-6-a-15-6-aprovacao-dos-planos-de-trabalho-dos-novos-estudos

Rodas Negras: Capoeira, Samba, Teatro e Identidade Nacional (1930-1960)

https://editoraperspectiva.com.br/produtos/rodas-negras-capoeira-samba-teatro-e-identidade-nacional-1930-1960

Impossível registrar os incontáveis agentes anônimos que contribuíram das mais diversas formas para a preservação e transformação por que passaram as diversas práticas da cultura afro-brasileira, assim como para a transformação da imagem e identidade do Brasil ao longo do século XX. Filhos de santo, empregadas domésticas, balconistas, cozinheiros… desempregados, ritmistas, enfim, pessoas que possuíam em comum o fato de serem negros, pobres e sonhadores. Era esse o mesmo perfil dos populares que compunham o elenco dos espetáculos do Teatro Experimental do Negro, os shows de Carlos Machado, o grupo Oxumaré, ou as rodas de capoeira das festas de largo, na Bahia, o bumba meu boi, na periferia de São Luís, o samba de roda, do recôncavo baiano, o maculelê, em Santo Amaro da Purificação. A construção de símbolos nacionais não é resultado de uma mera escolha e imposição das elites, do Estado, do capitalismo. Não é produto de mera “apropriação cultural”. Pelo contrário, o caso brasileiro é mais um exemplo de que se trata de uma complexa disputa ou de uma verdadeira guerra cultural travada entre diversos segmentos sociais em torno de práticas geralmente locais e originárias de/ou associadas a grupos étnicos.

Sumário do livro

Prefácio: CULTURAS ATLÂNTICAS ENTRE MARES AGITADOS [Flávio Gomes]
Introdução
Alguns Conceitos e Referências
O Método e as Fontes
Visão Geral
1. A “ERA VARGAS” E O GOLPE DE MISERICÓRDIA NA CAPOEIRA DE RUA
Do “Recolhimento Histórico dos Valentões/Capoeiras”: Rio de Janeiro, Salvador, São Luís
A Capoeira em uma Encruzilhada: Remanescentes da Capoeira Antiga
2. A CONSTRUÇÃO DE SÍMBOLOS NACIONAIS: Uma Comparação Entre a Capoeira Baiana e o Samba Carioca
Desconstruindo o Mito da Redenção da Capoeira Pelas Mãos do Varguismo
Samba: A Exceção à Regra
3. A CULTURA NEGRA E POPULAR EM MEIO A “VELHAS” E NOVAS TEORIAS: O Caso da Capoeira
Zuma, Bimba, Sinhozinho: Intelectuais Mediadores
Sinhozinho e o Diário de Notícias: Capoeiragem Para as “Distintas Famílias”
Inserindo a Herança Racial ou Cultural Afro-Brasileira no Centro das Imagens da Nação
4. PERFORMANCE: Os Capoeiras Voltam aos Ringues em Defesa da “Luta Genuinamente Brasileira”
Apropriação Cultural?
“Capoeira Gospel” e “Bolinho de Jesus”: Disputas Intestinas e Assimilação de Novos Mercados
5. O MFB, O ESTADO E AS MANIFESTAÇÕES DA CULTURA NEGRA E POPULAR
Reconfigurando a Atuação do Estado
O MFB e a Gênese da Institucionalização das Políticas Culturais no Brasil
6. “A DESCOBERTA DO NEGRO”: Agenciamento Cultural, Performance e Entretenimento ou Celebrando a Cultura Negra Como Cultura Nacional
Brasiliana: “Um Grupo de Entusiastas das Coisas Brasileiras”
O “Rei da Noite”: Da Influência Francesa à Celebração do “Autêntico” Folclore Nacional
O Balé Folclórico Mercedes Baptista e a Companhia Oxumaré
O “Fato Folclórico Baiano Tornou-se Material de Exportação”
Nos Palcos, em Meio a uma Guerra Cultural
“Redescoberta da África”?
Nos Palcos do Movimento Folclórico Brasileiro e nas Telas do Cinema
A Bahia Entra em Cena – O Grupo Folclórico Viva Bahia
Sem Mercado de Entretenimento e Sem Apoio do Estado
Uma Palavra Final
Referências
Agradecimentos

Roberto Pereira é documentarista, professor, capoeirista, licenciado em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ. Foi ainda visiting fellow no Departamento de História da Universidade de Harvard. É autor do livro A Capoeira do Maranhão Entre as Décadas de 1870-1930 (Iphan/2019).

COLEÇÃO ESTUDOS

A coleção Estudos propõe-se a publicar ensaios críticos e pesquisas tratados em profundidade, com sólida argumentação teórica nos mais variados campos do conhecimento. A coleção forma, junto com a Debates, a marca de identificação da editora em nosso mercado.