Por Samanta Bergmam
Na sexta-feira (20/05) ocorreu nas dependências da Universidade Federal do Pampa – Campus Bagé a 1ª Maratona Sensorial, promovida pelo Núcleo de Estudos em Inclusão (NEI). A iniciativa contou com a participação de alunos dos cursos de licenciatura, de engenharia de produção e de engenharia química, além de convidadas palestrantes, como a coordenadora clínica Melina Gomes do programa TEAcolhe, a terapeuta ocupacional Jéssica Pereira da Instituição Caminho da Luz, a empreendedora Andréia Sandim da loja de brinquedos educativo-pedagógicos Embarca e, também, as professoras Amélia Bastos, Carla Peralta e Evelise Ferreira.
Com o objetivo de ampliar horizontes sobre acessibilidade e inclusão, a Maratona teve seu início às 9h da manhã e se estendeu até o final da tarde: num primeiro momento houve a fala introdutória com as palestrantes e, logo após, a criação de uma parede sensorial com livre acesso para interações. Visando uma outra forma de experimentar o cotidiano, a parede buscou engajar os discentes na produção de recursos que estimulassem sentidos como audição, visão e tato, a fim de instigar a criatividade e um olhar empático sobre a diversidade de vivências.
A sessão de palestras foi movimentada por conversas, solução de dúvidas e aprofundamentos. Entre as falas, a terapeuta Jéssica Pereira comentou sobre sua rotina de atendimentos e as possibilidades práticas de mediação em sala de aula, como no caso de pessoas autistas, por exemplo, reiterando que “Sim, existem certas características que nos levam ao diagnóstico de autismo, mas cada criança é única”, ao chamar atenção para o fato de que cada ser humano é singular e, portanto, terão demandas e intervenções diferentes. Jéssica ainda finalizou mencionando que uma boa base para qualquer processo de acompanhamento, se dá pela trindade entre pais/rede de apoio, escola e profissionais especializados que, em harmonia entre si, tornam o processo muito mais efetivo e acolhedor.
Na sequência Andréia Sandim, dona da loja Embarca, complementou o ciclo de conversas e aprofundou mais assuntos sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista), ao apresentar produtos que auxiliam no acolhimento de pessoas com deficiência e recursos a serem utilizados no dia a dia, além de informar sobre estratégias de antecipação e reorganização que sejam respeitosas à individualidade de cada pessoa. Também foram distribuídas cartilhas informativas sobre o autismo desenvolvidas pela Fundação Milton Campos, e reforçada a importância dos responsáveis estarem sempre atentos aos marcos do desenvolvimento infantil, o que facilita muito para o diagnóstico precoce e o início dos acompanhamentos.
Assim, o período da tarde ficou aberto para a produção de recursos da parede, em que os alunos dos cursos puderam trocar saberes e desenvolver jogos que permitissem outras formas de contato com a aprendizagem e demais vivências. O painel ainda está em exposição no corredor de entrada da sala do Núcleo, anexado entre o saguão e a biblioteca da universidade: composto de jogos sonoros, diferentes texturas, cores e materiais de livre contato, a parede sensorial convida a todos para uma experiência única sob o olhar da inclusão.