8 de março é dia de celebrar as mulheres e todos os exemplos de lutas realizadas por mulheres em vários locais do mundo em busca da obtenção e garantia de direitos, igualdade, fim da violência e do preconceito.
A versão mais comum conta que a data de comemoração teve origem depois de um incêndio, em uma fábrica têxtil ocorrido no dia 25 de março de 1911. A principal causa do incêndio foram as péssimas condições das instalações da fábrica. 130 operárias faleceram carbonizadas. No senso popular, conta-se que foi uma forma de retaliação à uma série de greves e levantes das trabalhadoras. Entretanto, muitas lutas femininas no século XX levaram à criação da data.
Outro marco da data foi um protesto contra Czar Nicolau II, na Rússia em 1917, na guerra mundial. Cerca de 90 mil mulheres unidas se manifestaram contra as condições péssimas de trabalho no país, a fome e a participação da Rússia na guerra. Esse protesto foi chamado de Pão e Paz e tornou-se símbolo do Dia da Mulher em 1921. Em 1945, vinte anos depois da criação da data, a Organização das Nações Unidas, assinou um acordo internacional de garantia de igualdade entre mulheres e homens. Somente em 1977 a data foi oficializada oficialmente pela ONU.
No Brasil, as mulheres também tiveram de lutar muito para adquirir alguns direitos. Em 1827, obtiveram o direito de estudar para além do ensino primário; em 1873 as mulheres ganharam o direito de cursar faculdade no país. No ano de 1932, após dez anos de luta, adquiriram o direito ao voto. Nas décadas de 1960 e 1970, adquiriram alguns direitos civis, em 1962 o Estatuto da Mulher casada sofreu alterações em alguns pontos da lei excluindo a obrigatoriedade da autorização do marido para a mulher trabalhar e concedendo o direito a herança, requerimento da guarda dos filhos e poder familiar. Houve uma emancipação da esposas da tutela dos maridos.
No ano de 1977, aprovaram a Lei do Divórcio permitindo às mulheres ter autonomia e liberdade para interrupção de casamentos infelizes. Em 1980 a luta ao combate à violência contra a mulher, ganhou força e em 1985 foi criado o Conselho Nacional de Direitos da Mulher. Mais recentemente, em 2006 houve a criação da Lei Maria da Penha, que desenvolveu mecanismos contra os diversos tipos de violência doméstica. Em 2015, foi sancionada a Lei do Feminicídio, que qualificou o homicídio e tornou crime hediondo a morte de mulheres, vítimas da violência.
Então, nesse Dia Internacional da Mulher vale se orgulhar de todas as conquistas e se inspirar para manter viva a luta por igualdade de direitos e por valorização da mulher em diversos espaços, exercendo diversos papéis, livre de importunação, livre de violências e quaisquer formas de discriminação.
“Jamais se rendem, jamais desistam da luta!” (Filme: As Sufragistas)
Mulheres na Unipampa
A Divisão de Atenção à Saúde e Segurança do Trabalho (DASST) acredita na importância de trazer dados referentes a todas as servidoras da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) na semana internacional da mulher para refletir acerca do seu papel e potencialidade na instituição.
Abaixo estão alguns gráficos que retratam o perfil das mulheres na Unipampa atuantes como Técnicas Administrativas em Educação (TAE) em todos os níveis e como docentes efetivas e substitutas. Os dados foram fornecidos pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEPE) e referem-se ao meses de dezembro (2019) e março (2020).
Analisando o gráfico, percebe-se que as Técnicas em Educação (TAEs) possuem número maior de capacitação. Em relação aos homens, 117 servidoras TAEs possuem mestrado, enquanto 103 servidores possuem a mesma qualificação. No que se refere a doutorado, nível maior, 32 mulheres são doutoras e somente 15 homens são doutores.
Na questão da docência, pode-se concluir que homens e mulheres equiparam-se no nível de qualificação, sendo as maiores porcentagens para especialização (10 mulheres e 9 homens) e mestrado (51 mulheres e 56 homens).
As docentes substitutas possuem nível maior capacitação do que os homens, exceto em relação ao curso superior, no qual 9 homens e 9 mulheres possuem somente a graduação. Vale destacar que 17 mulheres possuem mestrado, enquanto somente 10 homens são mestres. No que se refere à especialização, 15 especialistas são mulheres, enquanto somente 1 homem possui essa titulação.
Ressalta-se que nos cargos de CD3, há 2 representantes em cargos designados para pró-reitor adjunto. E também há uma CD3 eleita diretora de campus.
Reitoras
Desde a sua fundação, a Unipampa contou com duas mulheres no cargo de reitoras da universidade. Na gestão de 2008-2011 o cargo foi assumido pela pedagoga mestre e doutora em educação, Maria Beatriz Moreira Luce. Já na gestão de 2012-2015 quem exerceu o cargo de reitora foi a fisioterapeuta, mestre em educação nas Ciências e doutora em educação, Ulrika Arns. A gestão de 2016-2019 foi feita por Marco Antonio Fontoura Hansen, geólogo com mestrado em geologia e doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. A atual gestão 2020-2023 está sob comando de Roberlaine Ribeiro Jorge, engenheiro agrícola com mestrado em Engenharia de Produção e doutorado em Engenharia de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental.
O que queremos mostrar?
Infelizmente, os estudos confirmam que no Brasil as mulheres ocupam cargos inferiores aos homens, possuem jornada de trabalho maior e recebem menos. Segundo dados compilados da Agência Brasil, a mulher recebeu em média 22% menos do que os homens em 2019. Mulheres com ensino superior chegam a ter uma redução de 38% do salário em relação ao homens, embora, muitas vezes, sejam mais qualificadas. Essa diferença é ainda mais impactante quando se trata do Estado do Rio Grande do Sul onde, segundo dados de 2020 da Secretaria Estadual, 51,3% da população é composta por mulheres (5,840.501).
Vale refletir que, na Unipampa, o total de mulheres é de 905 e o número de homens é de 937, ou seja uma diferença pequena (32 servidores homens a mais). Embora sejam mais capacitadas, as mulheres estão em menor número em cargos nos quais possuem qualificação para atuar, como os cargos de gestão.
Ressalta-se a importância de qualificação constante e a luta por aquisição de maior representação em todos os espaços, principalmente dentro de instituição de ensino federal na qual bons resultados impactam em maior visibilidade da instituição.
Devemos sempre nos questionar: a mulher está onde merece estar? Já conquistou tudo que tem capacidade e direito?
Reflita sempre, se empodere e jamais desista de lutar por igualdade, espaço e garantia dos direitos!