OUTUBRO ROSA | A busca pelo diagnóstico e o tratamento do câncer é uma luta de todos

No mês de outubro, comemoramos o Outubro Rosa, um movimento de adesão mundial que visa estimular a luta contra o câncer de mama e o seu diagnóstico precoce. A data é celebrada anualmente e tem como objetivo compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença; proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento, bem como contribuir para a redução da mortalidade.

Câncer de mama é o desenvolvimento anormal das células da glândula mamária, que se multiplicam repetidamente até formarem um tumor. Há vários tipos de câncer de mama, por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, é o tipo de câncer que mais causa mortes e o mais comum nas mulheres brasileiras, que o consideram a doença mais temida, já que afeta a percepção da sexualidade e a imagem pessoal. Também acomete homens, porém, é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.

Não existe uma causa única para o câncer de mama. A doença está relacionada a fatores de risco ambientais/comportamentais, reprodutivos/hormonais e genéticos/hereditários. Esses últimos são responsáveis por 5% a 10% do total de casos.

Prevenção

A prevenção do câncer de mama não é totalmente possível em função da multiplicidade de fatores relacionados ao surgimento da doença e ao fato de vários deles não serem modificáveis. De modo geral, baseia-se no controle dos fatores de risco e no estímulo aos fatores protetores, especificamente aqueles considerados modificáveis.

Estima-se que 30% dos casos da doença possam ser evitados quando são adotadas práticas saudáveis como: praticar atividade física regularmente, alimentar-se de forma saudável, manter o peso corporal adequado, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e o uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal. Amamentar também é um importante fator de proteção.

Além disso, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, e em mulheres com história de câncer na família – o considerado grupo de risco – deve ser feito a partir dos 35 anos de idade. A periodicidade do exame varia de acordo com a idade, o quadro clínico e o histórico familiar.

Em mulheres que possuem um histórico familiar significativo de câncer de mama e/ou ovário, é possível realizar um teste para analisar se a paciente é portadora de mutações genéticas que predispõem a doença. Em alguns casos raros, mulheres com altíssimo risco de desenvolver câncer de mama podem considerar a possibilidade de fazer mastectomia profilática, isto é, a remoção cirúrgica das mamas, antes do aparecimento da doença (do câncer propriamente dito).

Sinais e sintomas

A principal manifestação da doença é um nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor, que está presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher. Poderá estar associado a mais alguns desses sinais e sintomas:

* Todos estes sinais e sintomas devem ser investigados por um médico.

Diagnóstico

A realização do autoexame das mamas é o primeiro exame a ser realizado pela própria mulher. E esse deve ser feito todo mês após o fim do período menstrual para mulheres acima de 20 anos. Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.

Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico, exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.

A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento de nódulo ou da lesão suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.

Tratamento

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da doença e diversas terapêuticas estão disponíveis. O tratamento depende da fase em que a doença encontra-se (estadiamento), do local em que o nódulo está e do tipo de câncer. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos. É possível ainda complementar o tratamento com o auxílio de outros profissionais, como o de um psicólogo.

Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior poder curativo. No caso da doença já possuir metástases (quando o câncer já se espalhou para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.