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MULHERES SEM FRONTEIRAS: Articulando a Rede no Enfrentamento e Atendimento à Violência Contra a Mulher no Município de São Borja – RS

É um espaço de estudos, pesquisas e extensão, que diz respeito à questão de gênero como tema de políticas públicas na área de educação e do serviço social. A segunda perspectiva diz respeito ao fenômeno da violência contra a mulher, um dos motivos da criação do Programa, sendo um dos temas principais de discussão nos diferentes espaços de atuação. Além disso, o Programa, ao apresentar uma perspectiva de promoção de educação para a equidade, traz como meta norteadora de suas atividades, o resgate, a valorização e a consideração dos vários grupos que compõem a sociedade brasileira, mais especificamente aquelas que, ao longo do processo de formação da nação, foram excluídas e marginalizadas do processo de cidadania formal. Atualmente, o Programa conta com várias ações:
1. Projeto Fala Sério, que realiza oficinas sobre bullying, gênero, diversidade, dentre outros temas, nas escolas da rede pública;
2. O projeto Pegada Segura, realiza ações sobre os direitos sexuais e reprodutivos, com rodas de conversa, e distribuição de insumos (preservativos femininos e masculinos e gel lubrificante) nos banheiros do campus;
3. O evento Seminário (Des) Fazendo Saberes na Fronteira;
4. Pesquisa-ação;
5. Palestras. Nos últimos quatro anos realizou-se diversas ações, tais como: formação continuada, minicursos, oficinas, campanhas dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres; campo de estágio do curso de serviço social; Formação dos membros da equipe executora sobre diversidades culturais, gênero e étnico-raciais, publicações diversas, sempre em conjunto com os bolsistas, como dois e-books, cartilha, resumos, artigos, capítulos de livros.
Desse modo, o Programa é um campo de estudos e intervenções que contemplam ações que contribuam para a construção da cidadania, tomando como princípio orientador de sua prática uma perspectiva plural.

Mapa da violência e acesso à justiça mulheres em situação de violência em Santana do Livramento

O projeto de extensão desenvolvido no campus de Santana do Livramento tem como problema a análise da desigualdade de gênero e sua relação com o arcabouço legislativo e o funcionamento do sistema de justiça, identificando disfuncionalidades e/ou boas respostas do aparato público para combater a desigualdade provocada pelo marcador social da diferença “gênero”. O projeto dividiu-se em dois momentos: no ano de 2017 foi analisada a forma como as instituições do sistema de justiça filtram os casos de violência contra a mulher. A equipe extensionista analisou os arquivos da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento, identificando as violências mais recorrentes e as idiossincrasias dos registros feitos pelos agentes. No ano de 2018, as informações foram compiladas, o que possibilitou traçar o mapa da violência contra a mulher no Município de Santana do Livramento, informação considerada nuclear para o desenvolvimento de políticas públicas de combate à violência de gênero. No curso do projeto, percebeu-se que o município não possui monitoramento nem estatísticas sobre a violência contra a mulher, o que torna inviável a implantação de futuras políticas públicas locais efetivas que visem o combate à violência contra a mulher. Dentre outras conclusões, as extensionistas perceberam que os agentes públicos não possuem formação adequada sobre a violência contra a mulher e que as vítimas não são atendidas em locais reservados quando se dirigem à Delegacia, o que expõe e constrange ainda mais as mulheres vítimas, já em situação de vulnerabilidade. O projeto foi coordenado pela Profª. Drª. Vanessa Schinke, docente do Curso de Direito.

 

Galeria Intercultural Magliani

A Galeria Intercultural Magliani – GIM localiza-se na Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA Campus Jaguarão e foi inaugurada em 20 de novembro de 2017, Dia da Consciência Negra, em memória a Zumbi dos Palmares, uma data muito representativa para o município de Jaguarão. Maria Lídia dos Santos Magliani (Pelotas/RS 1946 – Rio de Janeiro/RJ 2012), pintora, desenhista, gravadora, ilustradora, figurinista, cenógrafa. Residiu em Porto Alegre desde 1950. Na década de 1960, cursou artes plásticas e pós-graduação em pintura na Escola de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, sendo a primeira mulher negra a ser formada pela instituição. Tendo suas artes voltadas às temáticas do empoderamento do corpo e da mulher. Nesse sentido, Magliani foia escolhida para ser a homenageada, por sua irreverência e luta, como nome da Galeria Intercultural. A homenagem tem o intuito de manter viva e visibilizar a história da artista, estimulando que mais mulheres produzam e façam arte. A exposição “Cartas e Impressões”, com as obras originais da artista, deu abertura ao ano letivo de 2018 na UNIPAMPA Jaguarão. Desde a sua criação, a GIM já promoveu diversas atividades como exposições, performances, instalações, oficinas, palestras, rodas de conversa e outras experimentações no campo das artes visuais, envolvendo todos os cursos do Campus e sempre a comunidade do entorno da UNIPAMPA, tendo como eixo principal a discussão sobre temáticas relacionadas à igualdade de gênero e o empoderamento feminino. Como programa de extensão, a Galeria foi concebida com o propósito de promover um diálogo mais artístico e integrador, entre docentes, discentes, técnicos e terceirizados e, também, entre a comunidade acadêmica e a  comunidade do entorno da UNIPAMPA, rompendo, assim, as possíveis barreiras de separação que possam existir entre elas, transformando e modificando conceitos e pré-conceitos através das linguagens artísticas, das artes plásticas e visuais.

Exposição Magliani – Cartas e Impressões

Encontro Mulheres e Direitos Sociais

O projeto de extensão “Nos diz respeito: diálogos sobre educação do campo e interseccionalidades” conta com financiamento do Programa de Apoio à Formação Continuada de Profissionais da Educação Básica (PROFOR) e promove espaços e tempos de discussão sobre gênero, sexualidade, relações étnico-raciais e relações de classe junto a estudantes e professores da educação do campo, estendendo-se para a comunidade universitária da Unipampa campus Dom Pedrito e comunidade pedritense em geral. Dentre os eventos promovidos pelo Projeto está o Encontro Mulheres e Direitos Sociais, tendo sua primeira edição realizada no ano de 2017, com o tema “A reforma da previdência em questão”. Tal encontro foi planejado em conjunto com o lançamento do Programa de Formação de Educadoras e Educadores do Campo, desenvolvido pelo Centro de Educação Popular e Pesquisa em Agroecologia (CEPPA), Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS). O evento foi realizado no CTG Herança Paternal, em função do maior número de público participante, sendo a maioria educadoras de escolas do campo de Santana do Livramento-RS e de Candiota-RS. Também contamos com a presença de estudantes, docentes e técnicos administrativos do campus Dom Pedrito, bem como de autoridades do poder público do município. Dada a temática do evento, além de uma mesa de debate conduzida por mulheres trabalhadoras do campo e da cidade, foi organizado um espaço para crianças denominado de “Encontrinho”. Neste ano, o Encontro traz a temática “trajetórias das mulheres negras” e acontecerá na última semana de outubro, com a participação de pesquisadoras e militantes negras, dedicadas ao estudo da presença das mulheres negras na ciência e na literatura. Serão discutidos os temas da violência doméstica e do trabalho remunerado. Fazem parte do planejamento deste ano pesquisadoras e pesquisadores do grupo de pesquisa Tuna – Gênero, Educação e Diferença, que reúne professoras/es e acadêmicas/osdoscampi de Uruguaiana e Dom Pedrito.

Encontros com o Feminismo

De uma forma geral, pode-se dizer que o feminismo concebe uma sociedade sem hierarquia de gênero, ou seja, uma sociedade onde o gênero não é utilizado para conceder privilégios ou legitimar opressão. Ao longo do século XX desenvolveram-se diferentes ondas do feminismo acadêmico, ou seja, gerações dos projetos feministas (muitas vezes controversas). E desde os anos 2000 percebe-se uma expansão da consciência feminista que pode ser identificada desde os discursos das atrizes de Hollywood até a proliferação de coletivos feministas nas redes sociais, nas periferias, nas universidades e nas escolas. No entanto, apesar do movimento feminista ter iniciado com as reivindicações sufragistas no início do século XX, há ainda muito a ser construído em se tratando de sociedade igualitária. Em muitas funções, mulheres ainda recebem remunerações mais baixas que os homens ao exercer trabalho de mesma natureza; a cultura do estupro ainda é profundamente arraigada em nossa cultura, e a violência contra a mulher colocou o Brasil no 12º lugar no ranking mundial de homicídios contra a mulher. Em uma época de transformações contundentes como a nossa, a(s) teoria(s) feminista(s) tem um papel fundamental ao identificar as estruturas do poder patriarcal que estão sendo reafirmadas e/ou criadas e produzir estratégias para conceituar e questionar esses núcleos de domínio. O Curso de Extensão “Encontros como Feminismo”, que aconteceu de abril a junho de 2018, discutiu múltiplas abordagens feministas contemporâneas e o impacto das teorias feministas na formação docente. Também abordou temas relacionados ao feminismo, como a maternidade e a corporalidade, e tratou de abordagens acadêmicas (como a Retórica, os Estudos Literários e a Análise do Discurso) aplicadas às questões relacionadas ao feminino. O curso foi coordenado pela professora Fabiane Lazzaris (docente do Curso de Letras Línguas Adicionais UNIPAMPA) e as palestras foram ministradas pelas professoras Carolina Fernandes (docente do Curso de Letras Português UNIPAMPA), Cássia Rodrigues (Doutora em Linguística Aplicada pela UCPEL), Cristina Cardoso (docente do Curso de Letras Línguas Adicionais UNIPAMPA ), Mariane Rocha (mestranda em Literatura na UFPEL), Miriam Kelm (docente do Curso de Letras Português UNIPAMPA) e Kátia Vieira Morais (docente do Curso de Letras Línguas Adicionais UNIPAMPA). O curso contou com a participação de discentes de diversos cursos do Campus Bagé e participantes da comunidade em geral.