Texto e fotos: Rodrigo Nogueira
A obra faz referência à Coluna Prestes, mobilização política histórica liderada pelo gaúcho Luís Carlos Prestes, e foi produzida no último domingo, dia 05. O painel assinado pelo artista plástico José Kura, foi promovido pelo curso de Relações Públicas em parceria com a jornalista Mikita Cabelleira e contou com o apoio de técnicos e servidores da Unipampa durante sua confecção. Além de Luís, sua esposa, a revolucionária Olga Benário, também é retratada no painel.
Para a realização da obra, no campus São Borja, o artista plástico José Kura empregou a técnica esgrafiado, que consiste na raspagem de camadas sobrepostas multicoloridas. A confecção do desenho final foi feita com diferentes espátulas, com as quais José desenhou e moldou imagens, através de incisões no material. A obra de arte contou com subsídios dos servidores da Praec e do campus.
A Coluna Prestes foi uma marcha interestadual que fazia oposição à República Velha e as elites agrárias da época. Ela abrangeu o período de 1925 a 1927, situado entre os governos de Artur Bernardes e Washington Luís. O movimento partiu da camada militar, principalmente tenentes, insatisfeitos com a política do Café com Leite, mas contou com a adesão de civis. O grupo também pregava a instauração do voto secreto, o acesso da população mais pobre à educação básica, o fim do coronelismo e do voto de cabresto.
O núcleo fixo da comitiva era formado por 200 pessoas, atingindo em seu auge mais de 1500 componentes. Esse grupo percorria as cidades, especialmente no interior brasileiro, promovendo comícios e manifestos contra o governo vigente. Foram trilhados mais de 25 mil quilômetros, conferindo a Luís Carlos o título popular de “O Cavaleiro da Esperança”.
A auxiliar de José há sete anos, Viviana Vieira, salienta em portunhol a memória fotográfica do artista, “se ve una sola vez y ya se empieza”, afirma se referindo ao fato de José olhar uma única vez para o rascunho do projeto no papel antes de concretizá-lo. Kura já realizou outras obras de arte em São Borja, sendo uma delas a “Estação da Paz” na Praça da Estação Férrea, em alusão aos 150 anos da Guerra do Paraguai.
