Corporeidade e erotização da mulher Negra nos espaços sociais: o caso da universidade

Por Nitielle Floriano Dias.

Meu nome é Nitielle Floriano Dias, sou Itaquiense, discente da Universidade Federal do Pampa campus Itaqui e provável formanda do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia; desde o terceiro semestre da minha graduação sou integrante do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) e, recentemente, faço parte do Grupo de Estudos HeForShe. Porém, antes mesmo de adentrar no espaço universitário, já me reconhecia como feminista e militante da luta antirracista e, esses dois fatos, tornaram-se minha linha de pesquisa no decorrer da minha graduação, resultando em duas recentes produções acadêmicas, as quais me proporcionaram participar de alguns eventos, dentro e fora do espaço universitário, de modo a contribuir com meu conhecimento (ainda em construção) sobre essas temáticas.

Em outubro de 2019, o resumo do meu trabalho intitulado A Dominação e a Erotização do Corpo da Mulher Negra: a luta contra a discriminação no espaço universitário, foi aprovado para apresentação no II Congresso Internacional Humanidades nas Fronteiras: controvérsias contemporâneas realizado nos dias 09, 10 e 11 de outubro de 2019, em Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil. Esse trabalho é um recorte de uma pesquisa maior, o meu trabalho de conclusão de curso (TCC). Para a construção desse trabalho, em um primeiro momento, busquei por meio de uma densa pesquisa bibliográfica problematizar a inserção da mulher negra no espaço acadêmico, a qual acontece com mais vigor e função da adoção das ações afirmativas nas Universidades públicas. Objetivou-se resgatar o processo histórico de dupla discriminação racial e de gênero, enfatizando a erotização do corpo da mulher negra e sua imagem como “objeto” desejável. Esta apresentação ocorreu no SIMPÓSIO 14 sobre o tema: Mulheres, femininos e vivências. É válido destacar que havia apenas a minha colega de curso, Graciéle Souza, que também participou do congresso, e eu Nitielle Dias, discentes de um curso interdisciplinar, o que fez despertar a atenção dos avaliadores e dos demais presentes na sala, pois o congresso estava sendo realizado por um programa de Pós-Graduação interdisciplinar.

Uma outra participação importante na minha trajetória acadêmica aconteceu em 20 de novembro de 2019, dia Nacional da Consciência Negra. Participei de um evento coordenado pela professora Rosane Queiroz, realizado no Colégio Estadual São Patrício da qual sou ex-aluna e onde sempre participei da caminhada do dia 20 de novembro,  coordenada pela professora Rosane; e ter voltado lá em novembro de 2019, não mais como aluna, mas sim de modo a contribuir com o meu conhecimento, através de uma sucinta apresentação da minha pesquisa, foi algo enriquecedor para a minha formação acadêmica e, principalmente, para a minha construção pessoal.

No dia 25 de novembro de 2019, realizei a defesa do meu Trabalho de Conclusão de Curso, intitulado “Corporeidade e Erotização da mulher Negra nos Espaços Sociais: o caso da universidade”, o qual foi orientado pelo Prof. Dr. Paulo Silveira, também coordenador do Núcleo de Estudos Afro- Brasileiros e Indígenas do campus Itaqui. O percurso de minha pesquisa compreendeu um resgate histórico da era colonial no Brasil, quando a população negra foi submetida aos horrores da escravidão e, como consequência disso, o preconceito racial e a imagem de inferioridade do negro continuam presentes na nossa atualidade; com a implantação das ações afirmativas aumenta a presença das mulheres negras na Universidade, o que nos levou a problematizar a inserção da mulher negra no espaço acadêmico, partindo de suas percepções e vivências. Através de entrevistas por meio eletrônico com as estudantes Universitárias negras foi possível compreender como elas, em um ambiente sociocultural (a fronteira oeste gaúcha), marcado pelo machismo e preconceito racial, percebem a opressão contida na dualidade entre o corpo como elemento constitutivo da identidade do ser mulher e o corpo como instrumento de prazer. Destaco que, em um primeiro momento, tentei realizar a entrevista de forma presencial, porém não tive sucesso, podendo-se observar a dificuldade que se encontra no campus de Itaqui em realizar pesquisas e até mesmo de realizar uma roda de conversa envolvendo iniciativas de

desconstrução de preconceitos e discriminações; destaca-se tratar de um espaço onde a ênfase está nas ciências agrárias, resultando em uma parcela significativa grande de público masculino. Considerando a análise do discurso das mulheres negras, percebeu-se uma consciência da presença da erotização nas relações de sociabilidade estabelecidas e revela-se a necessidade de constituir instrumentos por elas adotados para enfrentar a violência simbólica e desconstruir as relações de dominação.

Quer saber mais: acesse o artigo enviado ao II Congresso Internacional Humanidades nas Fronteiras: controvérsias contemporâneas no link http://eventosunioeste.unioeste.br/ndex.php/cihfcc-2019/cihfcc

ARQUIVO I e II: PARTICIPAÇÃO DO II CONGRESSO INTERNACIONAL HUMANIDADES NAS FRONTEIRAS: CONTROVÉRSIAS CONTEMPORÂNEAS

Arquivo I
Arquivo II
Arquivo II

ARQUIVO III e IV: APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Arquivo III
Arquivo III
Arquivo IV
Arquivo IV

ARQUIVO V e VI: PARTICIPAÇÃO DO EVENTO REALIZADO NO COLÉGIO ESTADUAL SÃO PATRÍCIO NO DIA 20 DE NOVEMBRO- DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA

Arquivo V
Arquivo V
Arquivo VI
Arquivo VI