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Contágio, o livro!!!

Antecipatório, é o que podemos dizer sobre “Contágio: Infecções de origem animal e a evolução das pandemias” (Editora Companhia das Letras, 730 páginas), escrito pelo jornalista David Quammen. A obra, de linguagem clara e objetiva, investiga as infecções que começam no reino animal e migram para humanos, num processo conhecido como “spillover”. Publicado originalmente em 2012, nos Estados Unidos, o livro chegou ao Brasil em meio a pandemia e inclui um texto de Quammen publicado em janeiro de 2020 no New York Times sobre o novo coronavírus.

A obra tornou-se referência nos estudos sobre a natureza das zoonoses, ou seja, doenças infecciosas que passam de animais não humanos para humanos. Em entrevista concedida para a Revista Piauí o jornalista explica que não é adivinho e que seu livro apenas traz bases científicas que permitem prever, de certa forma e com alguma precisão, o cenário que enfrentamos hoje”, diz Quammen. “Contágio” investiga os patógenos responsáveis pelas grandes epidemias da história – entre elas, a gripe espanhola, a AIDS, o Ebola e a SARS – e os desafios que tais epidemias representam para os seres humanos. Quammen antecipa vários dos embates que enfrentamos atualmente, indicando que temos muito o que aprender com os surtos pregressos para combater a atual pandemia.

Em “Contágio” o leitor poderá entender definitivamente que parte da receita para doenças emergentes inclui algo que conhecemos bem no Brasil: por um lado, o descaso no cumprimento de legislação que preserve as florestas tropicais, e, por outro, a invasão e destruição sistemática desses ecossistemas. “Agora a perturbação de ecossistemas naturais parece estar liberando esses microorganismo em um mundo mais amplo com frequência cada vez maior. Quando as árvores caem e os animais nativos são abatidos, vírus nativos voam como poeira de um armazém demolido”, pondera o autor.

“Contágio” é um livro-reportagem que a partir de entrevistas com especialistas em diversas partes do mundo consegue apresentar as características de uma próxima pandemia, como a que infelizmente vivemos neste ano. Em um trecho o texto é fatídico: “Podemos [dizer] que a próxima grande pandemia, quando chegar, agirá provavelmente em conformidade com o mesmo padrão perverso, com alta infecciosidade precedendo sintomas perceptíveis. Isso a ajudará a percorrer cidades e aeroportos como um anjo da morte.” Achou alguma semelhança com a vida no planeta nos últimos nove meses? Informação científica em linguagem direta e que nos ajuda a compreender a crise sanitária de 2020, sendo bastante otimista a leitura pode ajudar a mudar hábitos e, quem sabe, evitar flagelos futuros.

Outras linguagens

Conhecimento científico não precisa ser complicado. Pode ser encontrado também além dos livros. Nessa sessão fazemos sugestões de informações sobre ciência que exploram outras linguagens, como filmes, documentários, HQs, podcasts, séries, vídeos, enfim “outras linguagens” que fazem parte de nosso dia a dia. Na estreia indicamos um podcast narrativo sobre ciência.

Podcast 37 graus

Produzido pela jornalista Bia Guimarães e a bióloga Sarah Azoubel, o “37 graus” une divulgação científica e boas histórias. A produção é dividida em temporadas e atualmente estão disponíveis quatro temporadas, a mais recente trata do “Tempo”. Entre março e abril a dupla produziu em parceria com o Jornal Folha de S. Paulo uma temporada, com sete episódios, sobre epidemia. O “37 Graus” traz informação sobre ciência em narrativas surpreendentes e está disponível nos principais tocadores de áudio.

Sara Feitosa é doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Conceito 5), com estágio sanduíche no Centre D’Étude des Images et des Sons Médiatiques (CEISME), na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007). É Graduada em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2002). Professora nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Borja/RS. Na pós-graduação atua no Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCIC/Unipampa) e Indústria Criativa e na Especialização em Atividades Criativas e Culturais. Integra a rede de pesquisadores OBITEL/Brasil desde 2011. Atuou profissionalmente como correspondente, no Rio Grande do Sul, do Jornal Sem Terra e da Revista Sem Terra; Produtora do Programa Polêmica, na Rádio Gaúcha e na Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Nova Santa Rita. 

E-mail para contato: sarafeitosa@unipampa.edu.br

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Fahrenheit, de Ray Bradbury

por Aline Damaris Mota Rienzo Benitez

Residências equipadas com múltiplas telas destinadas ao entretenimento e à interação entre fornecedores de conteúdo e usuários. Diálogos em famílias inexistentes ou superficiais. Relações humanas fragmentadas pelo aparato tecnológico. Aversão à leitura. A criminalização “do porte e da posse de livros”, com a destruição massiva de tão poderosos e perigosos artefatos. Esse é o tema da obra Fahrenheit 451, romance distópico publicado pela primeira vez no ano de 1953.

Duas adaptações foram realizadas para o cinema: uma de 1966, dirigida pelo francês François Truffaut (Reino Unido/França, colorido, 1h52min) – clique aqui para ver o trailer ou clique aqui para saber mais – e a outra adaptação foi lançada em 2018, produzida nos EUA e dirigida por Ramin Bahrani (100min) – clique aqui para ver o trailer.

Ray Bradbury conta em Fahrenheit 451 a história do bombeiro Guy Montag. Guy levava uma vida “normal” até ser confrontado com as ideias e pensamentos de uma jovem “desajustada”, passando inesperadamente a questionar todo o sistema de caça aos livros. Percebeu que o sistema ditava o modo como as pessoas deveriam falar, pensar e agir. Que a determinação de eliminar eles – queimá-los – queria manter essa ordem a todo custo como a verdadeira e a boa para todos. Se a leitura de livros liberta os pensamentos, dever-se-ia então considerá-los altamente perigosos!

Embora seja uma ficção, quase 70 anos depois da sua primeira publicação, conseguimos nele pensar muito na realidade dos nossos dias. A distopia descrita por Bradbury é atual e perturbadora. Pode ser percebida na exposição do indivíduo nas redes sociais e no seu distanciamento cada vez maior à efetiva leitura. As redes, em pouco tempo, assumiram um papel central na vida de muitos, dominando relações, impondo práticas e costumes, aproximando os que estão distantes e distanciando quem está próximo ou próxima.

Creio que quanto mais o ser humano se vê compelido a consumir e a produzir conteúdos digitais para ser visto e se sentir aceito nesse meio, menos ele pensa por si próprio e reflete sobre suas relações com o planeta e o sistema. Acaba por se tornar um produto das redes que tanto cultiva. Nesse ponto, vejo muito da distopia de Fahrenheit 451 hoje: o apagamento da subjetividade, da crítica da verdade e do sujeito.

Aline Damaris Mota Rienzo Benitez é acadêmica do 7° semestre do curso de Letras – EAD/UNIPAMPA. Contato: alinebenitez.aluno@unipampa.edu.br.

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Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.

Um convite à leitura de The Last Man (O Último Homem), de Mary Shelley (1826)

por Jaqueline Bohn Donada

      Estamos no século XXI: uma nova doença surge na Ásia e, paulatinamente, se espalha pela Europa. Atinge fortemente a Itália e, de lá, se alastra para o continente americano causando milhares de mortes por todo o mundo. A pandemia global expõe a fragilidade da democracia e da organização social vigente e traz à tona questões existenciais sobre a natureza e o futuro da humanidade.

        Esse parágrafo bem que poderia ser um relato da eclosão do novo coronavírus, mas é, na verdade, um brevíssimo resumo do romance O Último Homem / The Last Man (veja aqui), o terceiro romance escrito por Mary Shelley, publicado em 1826.

   O estrondoso sucesso de seu primeiro livro, Frankenstein, e seu processo de transformação em um ícone pop, ao mesmo tempo que despertaram o interesse generalizado pela literatura, também deixaram em segundo plano a jovem autora inglesa e espalharam por aí uma percepção de Mary Shelley como autora de uma obra só. A atual pandemia de COVID-19, apesar da devastação que tem causado, serviu (pelo menos isto!) de ocasião para que viesse à tona o equívoco por trás dessa percepção.

       Desde março, jornais de grande circulação na mídia internacional e pesquisadores de diversas universidades de renome têm destacado o caráter de atualidade do terceiro romance da autora, prestes a completar 200 anos de publicação. O jornal The New York Times afirmou, em março, que Shelley “previu as causas políticas e as soluções coletivas para a peste global”. Em maio, a Universidade de Sydney tratou do livro como “um profecia da vida em uma pandemia global” e a Universidade de Cambridge, por sua vez, apresentou uma leitura d’O Último Homem como “uma visão profética do futuro que questiona os poderes da civilização sobre a natureza e mostra aos leitores de 2020 semelhanças com a COVID-19”.

       Embora a ideia de profecia não seja necessariamente a mais adequada para se pensar sobre esse livro, é verdade que sua capacidade de falar diretamente ao mundo contemporâneo é notável, hoje ainda mais do que na época da primeira publicação. A história contada é a de Lionel Verney e de como ele veio a se tornar o último homem vivo. Aparentemente imune a uma doença letal e desconhecida, Verney narra, em primeira pessoa, a sua trajetória desde uma infância pobre, passando pela ascensão social, por seu envolvimento em um conflito, que lembra de perto a Guerra de Independência da Grécia, e culminando em sua completa solidão na face da terra. Verney testemunha não apenas a eclosão e disseminação de um vírus mortal em todo o mundo, mas também a morte gradual de todos os seus familiares e amigos.

      Trata-se de uma narrativa intensa que costura com sutileza aspectos históricos, políticos e psicológicos. Sem dúvida, serve de exercício imaginativo a uma sociedade egóica frente a um problema coletivo, como a atual pandemia que assume proporções cada vez mais apocalípticas. O ar de ficção científica incipiente e os contornos góticos e distópicos da narrativa dialogam abertamente com as obras da ficção contemporânea, e colocam em evidência o caráter gótico-distópico do mundo em que vivemos.

Você encontra um vídeo com uma leitura comentada do romance, clicando aqui.

Boa leitura!

Jaqueline Bohn Donada é professora de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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Projeto Poema Falado @poema_falado

   O Poema Falado é um projeto de acolhimento digital vinculado à Pró-Reitoria de Graduação da Unipampa, que tem como público-alvo a comunidade acadêmica do campus Itaqui, especialmente o corpo discente. A intenção principal do projeto é incentivar a leitura e contemplação da poesia, de forma a contribuir para a aquisição de habilidades comunicativas e de interpretação de texto, além de estimular o discente à ampliação de sua visão de mundo. Almeja-se fortalecer, de maneira lúdica, o vínculo de todos com a universidade. A interação do projeto com a comunidade ocorre através da rede social Instagram®, com o perfil @poema_falado, que já está entrando em sua oitava semana de atividades.

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   Pandemia, distanciamento social, suspensão de aulas. Dificuldades financeiras para alguns, conflitos familiares – exacerbados pela forçada convivência – para outros. A composição dos cenários possíveis é tão complexa quanto a situação que se impõe. E o seu enfrentamento tem incluído, mundo afora, a busca de alívio através da arte em suas mais variadas formas. “Temos a arte para não morrer da verdade”, já havia refletido o filósofo alemão Friedrich Nietzsche. Desde a música compartilhada entre vizinhos de suas janelas e varandas até os grandes museus que, agora fechados, oferecem tour virtual pelo seu espaço físico, o que se nota mundialmente é uma clara percepção, já observada em muitos momentos antes na História, da importância da arte em momentos de ruptura com a “normalidade”. Diante da insegurança e perplexidade ante à nova realidade, a arte se apresenta como algo que conecta, devolve a sensação de pertencimento abalada pelo distanciamento social e pode ser uma companhia amiga. Nesse sentido, o projeto Poema Falado se coloca como um ambiente virtual de compartilhamento e interação em torno da poesia, na pretensão de emanar um pouco de conforto e beleza nestes dias confusos.

   Toda semana, movida por um tema, a equipe do Poema Falado se reúne virtualmente para conversar sobre dois poemas previamente selecionados. Nesses encontros, conhece-se melhor cada autor, principais temas de sua obra e curiosidades sobre sua vida, além de se discutir a compreensão dos poemas, relacionando-os com outras obras, músicas e/ou filmes com os quais apresentem intertextualidade. Esses dois poemas são então recitados por discentes da equipe, em vídeos que são postados às segundas e quintas-feiras no Instagram®. Outras atribuições dos estudantes da equipe incluem, semanalmente, a busca de versos e imagens sobre o tema da semana, além da edição dos vídeos.

   Cada semana inicia com a postagem de um texto, escrito por Ariel Melo, que é assistente social e colaborador do projeto. São textos reflexivos, que visam a provocar o leitor sobre o tema escolhido para o período:

   “A quarentena trouxe para o debate questões importantes… dentre tantas recomendações, o distanciamento social. ‘Como assim não posso estar com meus amigos, não vou poder visitar minha família, ir num barzinho, viajar, criar memórias e tirar várias fotos pra postar nas redes sociais?’ Mas será que é só assim que mostramos que estamos vivendo e aproveitando a vida? Se ninguém me vê, eu não existo? (…) A reflexão que paira no ar é: o que eu aprendo com o meu silêncio? Por que eu não aproveito a minha própria companhia? O que você faz para transformar a solidão em solitude?” – trecho do texto da primeira semana, cujo tema foi, propositalmente, “Solidão”.

   “O amor genuíno não julga. O amor acolhe o igual, o diverso; o amor não segrega. É união de um ou mais. É aceitação. É andar juntos ou separados. É liberdade de ser e exercer afetos sem medo de olhares alheios. O amor pode nos assustar um pouco, se a vida nos aproximou de algumas experiências não tão boas. Mas não sejamos injustos com o amor – no fundo, ele é a segurança de sermos aceitos como somos. Amor é empatia! Amor é agora e, por ser presente, alimenta nossas esperanças de dias melhores…” – trecho do texto da segunda semana que, a pedido do público, abordou o tema “Amor”.

   E, nesse formato e na sequência, foram postados até o momento textos sobre “Liberdade”, “Desigualdade”, “Empatia”, “Saudade”, “Destino” e “Tempo” cada um abrindo suas semanas temáticas, que incluíram os vídeos com poemas recitados e demais conteúdos.

   A participação do público, além de percebida pelos comentários, curtidas e visualizações dos textos, vídeos e poemas, tem se dado semanalmente através da postagem de músicas em suas redes sociais usando templates do Desafio Poema Falado, sempre relativo ao tema da semana. Além disso, são previstas outras atividades, como a realização de webinários, sorteios, saraus e gincanas no decorrer do projeto. O 1º Webinário do Poema Falado, realizado em 3 de junho do corrente ano, contou com a explanação do poeta Paulo Cesar Limas, membro da Estância da Poesia Crioula de Porto Alegre/RS e da Academia Itaquiense de Letras. Participaram, como ouvintes do evento, 40 estudantes do campus Itaqui e, na ocasião, foram sorteados três exemplares do livro “Missioneiro e fronteiriço”, de autoria do palestrante. Pela participação no evento, será fornecido certificado de horas aproveitáveis como Atividade Complementar de Graduação no Grupo IV: Atividades Culturais e Artísticas, Sociais e de Gestão. Outra iniciativa para incentivar a divulgação do perfil @poema_falado entre os estudantes do campus foi o sorteio do livro “Declaração de Amor”, de Carlos Drummond de Andrade, durante a semana cujo tema era “Amor”. O 2º Webinário do Poema Falado, a se realizar neste 2 de julho com a poetisa paulista Liana Ferraz @lianaferraz, já conta com mais de 80 inscritos. As inscrições se encerram dia 02/07 às 13h e podem ser feitas através deste link:

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSejl2S7paOTDJ1syiL_rd1rnhPgHYyVVX2bCT2epjmdIJDvaw/viewform?usp=sf_link

   O perfil também possui um quadro chamado “Curadoria Poema Falado”, que consta da postagem de um vídeo no qual um servidor do campus Itaqui da Unipampa sugere um livro de literatura (em prosa ou verso) que tenha lido e gostado muito. É uma oportunidade para valorizar a bagagem literária dos técnicos e docentes, assim como para os estudantes os conhecerem, e se configura em mais uma ação de incentivo à leitura como prática prazerosa e tão importante à formação do indivíduo. Os vídeos da Curadoria são postados às quartas-feiras. Já o quadro “Sextou no Poema Falado”, claramente postado às sextas, consiste na sugestão de um filme, série ou documentário com o tema da semana. Entendendo-se a poesia como uma linguagem que perpassa diferentes manifestações da arte, a indicação deste quadro é sempre previamente pensada pela equipe, considerando relevância e pertinência da obra ao escopo do projeto.

   O projeto Poema Falado ainda está em seu início mas tem se revelado promissor em seu propósito, conforme se percebe no depoimento de Helena de Paula Rampelotto, estudante integrante da equipe, que já recitou os poemas “Quando estou só reconheço”, de Fernando Pessoa, “A maior riqueza do homem”, de Manoel de Barros, e “De longe te hei-de amar”, de Cecília Meireles, expostos em vídeos no perfil do projeto: “O projeto tem contribuído muito… Já comentei uma vez e repito, passei a ver a poesia de uma forma completamente diferente. No ensino médio, ela era colocada de um ponto de vista estrutural – aqui ela é algo simbólico, que realmente te faz sentir aquilo que o poeta busca transmitir ao leitor. O projeto me fez ver que nunca devemos nos contentar com o pouco que conhecemos a respeito de alguma coisa, sempre devemos ampliar nosso conhecimento, pois podemos nos surpreender”. A professora Marina Prigol, uma das curadoras do projeto até o momento, também revela: “Agradeço ao projeto pela oportunidade de indicar um autor que gosto muito e mudou minha vida, o Zygmunt Bauman. Foi um grande desafio e uma ótima experiência pra mim. Acho que, com a loucura que estão as redes sociais, a gente fica com medo de se expor e ser julgado. Então foi interessante e bem desafiador esse exercício. Foi bom para refletir”.

   Aos poucos, espera-se que o projeto Poema Falado contribua para que a poesia entre, faça festa e permaneça, provocante, na vida de cada vez mais estudantes da Unipampa.

EQUIPE DO PROJETO:

Lana Carneiro Almeida é coordenadora e orientadora do projeto. Graduada em Nutrição pela Universidade Federal da Bahia, possui mestrado e doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Atua como docente do curso de Nutrição – Unipampa, campus Itaqui. E-mail: lanaalmeida@unipampa.edu.br

Leandro Silveira Fleck é orientador do projeto. Graduado em Letras Espanhol pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, possui especialização em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e mestrado profissional em ensino de Línguas pela Unipampa. Atua como professor de Literatura na rede pública estadual e é Técnico Administrativo em Educação na Unipampa, campus Itaqui. E-mail: leandrofleck@unipampa.edu.br

Jonatan Ariel de Oliveira Melo é colaborador do projeto. Graduado em Serviço Social pela Unipampa, possui Especialização em Saúde Coletiva pela Unipampa e é membro do Grupo de Pesquisa “Direitos Humanos, Família e Fronteira”. Foi bolsista Proext/MEC no projeto “Educação Emocional na Escola: Refletindo sobre importância das emoções do educador e seus reflexos no aluno”. Atua como Assistente Social vinculado à prefeitura de Itaqui/RS. E-mail: melo.jonatanariel@gmail.com

Anna Paula Howes Farias é acadêmica do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Unipampa, campus Itaqui. E-mail: annafarias.aluno@unipampa.edu.br

Helena de Paula Rampelotto é acadêmica do curso de Nutrição, Unipampa, campus Itaqui. E-mail: helenarampelotto.aluno@unipampa.edu.br

Helena Mazzucco Sorato é acadêmica do curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Unipampa, campus Itaqui. E-mail: helenasorato.aluno@unipampa.edu.br

Mickaele Carneiro Sommer é acadêmica do curso de Nutrição, Unipampa, campus Itaqui. E-mail: mickaelesommer.aluno@unipampa.edu.br

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Revisão de Walker Douglas Pincerati.

Gosto de Amora

  Gosto de Amora é a primeira publicação de contos do escritor e professor de Sociologia da Unicamp, Mário Medeiros, lançado no fim do segundo semestre de 2019 pela editora Malê (clique aqui para saber mais).

   O livro é divido em 15 contos, os quais são divididos em duas partes, em que os protagonistas são separados em fase jovem (infância e adolescência) e fase adulta. As histórias são independentes entre si. Surpreende-nos a cada conto pela diversidade de temas, embora possamos perceber uma persistência no caráter marcante de as personagens e de suas personalidades: são homens negros da cidade grande, originários de periferias (em muitos casos, de favelas), e com vidas duras. São retratados os dilemas deles para sobreviver a cada dia, dilemas tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional.

   A escrita de Medeiros é fluída, rítmica, vibrante, marcadamente inquietante e não deixa o leitor e a leitora largar o livro enquanto não concluir sua leitura.

  Aos leitores que procuram uma leitura estimulante, ao mesmo tempo profunda e com senso de humor, recomendo vivamente o Gosto de Amoras.

Por Fabiana Mendes de Souza, doutora em Antropologia Social pela Unicamp.

Texto em *pdf., clique aqui.

Revisão de Walker Douglas Pincerati.