por Jonas Anderson Simões das Neves
A iniciativa que deu origem ao projeto então denominado “Jornal do BIC&T” surgiu em decorrência de atividades pedagógicas da componente curricular Português Instrumental, no segundo semestre letivo de 2014, com a turma do segundo semestre do período noturno do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Unipampa (BIC&T) – Campus Itaqui. Enquanto exercício de produção textual, foi sugerido aos estudantes que construíssemos uma estrutura de jornal, a fim de trabalhar com os diferentes tipos de texto. Houve grande envolvimento de todos, que, além disso, propuseram que o material produzido fosse publicado, o que foi feito de maneira digital em redes sociais e de forma impressa no mural do curso.
Anteriormente, alguns estudantes já haviam cogitado a possibilidade de construir um jornal para o BIC&T, como forma de divulgar e publicizar informações relevantes a eles, bem como para promover maior interação entre as turmas e os períodos, dado que o curso é ofertado nos períodos integral e noturno. Nesse primeiro momento, a ideia não havia sido levada adiante. Mas, uma levantada a proposta pedagógica na referida componente curricular, que pela primeira vez era ofertada no campus, a ideia do jornal foi então retomada por aquele mesmo grupo que a sugeriu. O grupo se juntou e providenciou as ferramentas necessárias para editoração do periódico.
Após a publicação desta primeira edição do jornal, dez acadêmicos que tiveram maior envolvimento com a produção da mesma manifestaram interesse em manter a publicação enquanto projeto do curso, tanto por compreenderem a importância do veículo para interação e divulgação de informações, quanto para suprir uma carência de projetos voltados aos discentes do período noturno. Dessa forma, logo no primeiro semestre do ano seguinte, foi registrado e teve início o projeto intitulado “A linguagem enquanto instrumento de produção interdisciplinar do conhecimento: planejamento, produção e divulgação de um jornal eletrônico dos acadêmicos do BIC&T”.
Esse projeto inicial teve duração de dois anos. Ao longo deles foram publicadas dez edições, com destaque à divulgação de trabalhos e pesquisas desenvolvidas por estudantes do campus; à participação de discentes em eventos externos; a entrevistas com docentes, pesquisadores e egressos do BIC&T; às informações referentes à rotina dos estudantes, tais como matrículas, aproveitamento de ACGs, calendário acadêmico, editais, etc; à divulgação de eventos acadêmicos, internos e externos; entre outros. Dentre o conteúdo produzido, destacavam-se, ainda, as charges produzidas. A partir da criação de três personagens representativas dos estudantes do campus, o “Academildo”, a “Nutrigirl” e o “Agroboy”, propunham reflexões críticas acerca da rotina dos estudantes, do campus, da instituição e da própria sociedade.
Em termos da dinâmica de organização das atividades do projeto, eram realizadas reuniões de planejamento e elaboração de pauta aos sábados à tarde, para contemplar os estudantes do período noturno que trabalhavam durante o dia. Nelas eram organizadas equipes responsáveis pela produção dos diferentes conteúdos a serem publicados e pelas atividades de editoração e finalização dos materiais. Nesse momento inicial, o conteúdo do jornal foi produzido exclusivamente pelos acadêmicos envolvidos no projeto, cabendo ao docente responsável pelo projeto e a eventuais colaboradores externos apenas atividades de orientação, revisão e correção dos materiais e textos produzidos.
Por seu caráter interdisciplinar, a proposta de construção do jornal dialogava muito bem com os objetivos de formação do curso e constituição do perfil do egresso, dado que articulava numa mesma iniciativa a dimensão humana da formação, pela produção textual e leitura crítica exigidas na construção do periódico; com a formação no âmbito das tecnologias digitais, dada pela utilização das ferramentas de editoração e divulgação do jornal; e tecnologias sociais, pela constituição de espaços alternativos e autônomos de produção de materiais por parte dos estudantes.
Ao longo de seus dois anos iniciais de existência, o projeto foi contemplado duas vezes com bolsa do Projeto de Desenvolvimento Acadêmico (PDA) da Unipampa, na modalidade de ensino. Foram apresentados e publicados seis trabalhos em eventos acadêmicos e organizadas oficinas de produção textual e elaboração do jornal. Destaca-se, ainda, que o jornal chegou a ter algum alcance junto à comunidade de Itaqui quando passou a integrar as atividades do projeto “Universidade Itinerante”, no qual os projetos e cursos do Campus Itaqui eram levados e apresentados em escolas e durante eventos do município. Nessas atividades, estudantes envolvidos com o projeto apresentavam a iniciativa e distribuíam exemplares impressos do mesmo, divulgando ainda as possibilidades de acesso virtual ao periódico.
Após a publicação de sua 10ª Edição, em fevereiro de 2017, o projeto foi descontinuado. Muitos daqueles discentes que deram início ao projeto já estavam se formando. Outros que se incorporaram à iniciativa não se envolviam nele como os demais. Os próprios docentes envolvidos assumiam outros projetos. Enfim, naquele momento a opção foi por uma pausa.
Todavia, apesar de adormecida por um tempo, a iniciativa não se perdeu. Pelo contrário! Percebe-se que esse sono foi necessário para possibilitar que novos sonhos fossem sonhados. Ressurge e desperta agora com muito maior força e vitalidade. Estende-se aos demais campi da Universidade e transpõe suas próprias fronteiras para se consolidar como mais um importante veículo de produção e divulgação do conhecimento científico produzido pela Universidade.
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Revisão de Walker Douglas Pincerati.