FALAMOS… FALIMOS… FALHAMOS!

Por José Martins Alegre Júnior

A sociedade brasileira paga caro por suas escolhas. Necessariamente repete o mesmo erro quando exerce seu sufrágio. Falamos num passado histórico não muito remoto quando saímos das mazelas da famigerada ditadura. Falamos alto e em bom tom que daríamos novo rumo a nossa política social. Acontece que nossa estrutura cultural está arraigada sempre num espírito ditatorial, onde por mais que forcemos arrebentar as amarras de um poder despótico a sociedade retorna ao ponto de partida acreditando que o poder castrense é a melhor opção, bom aí é pagar pra ver. Lamentavelmente o povo brasileiro não conhece sua história, se assim fosse, jamais dispensaria em suas escolhas cidadãos técnicos que poderiam dar um norte mais consistente aos anseios de todos principalmente aos mais necessitados, digo aqueles que estão a mercê de um benefício para alimentar sua família com apenas R$ 250,00, que nem chega a cobrir a metade do consumo diário de uma família com 3 componentes.

Não existe na história do mundo situação governamental com esse perfil que viesse  sufragar os anseios de uma sociedade.

Os poderes da nação concentrados “atiram a batata quente” um para o colo do outro. TODOS FALAM, SE PROJETAM POLITICAMENTE, utilizando a torpeza em proveito próprio, como estivessem concorrendo para ver quem grita mais falácias, o que deixa transparecer nas entrelinhas de que  a sociedade só entende  se assim o for.

O resultado é esse aí: FALIMOS, quando o poder que dá o norte da sociedade equivoca-se diuturnamente nas ações ou omissões que pratica. Pecou o governo quando fez ouvidos moucos a pandemia que tomou conta do mundo e, principalmente em nosso país que está colapsado, por entender que uma “gripezinha” poderia ser tratada com medicamentos simples e baratos, nos remetendo a países que possuíam e ainda possuem regime político ditatorial.

A procrastinação de decisões na área da saúde (que até então era o braço forte do Brasil) na compra de vacinas foi fatal para a incerteza de até quando vamos conseguir nos manter vivos?

Aliado a toda essa situação odiosa, os incentivos do governo federal para dispensar o uso de máscara, combater o vírus precocemente com remédios que não são indicados por especialistas na área de infectologia, bem como a falta de insumos básicos para tratamento de pessoas e o pior, pasmem!! A falta de oxigênio para evitar que pessoas venham morrer sufocadas demonstra a falência da saúde no Brasil.

Isso sem mencionar as inúmeras ações jurídicas travadas nos tribunais em todo o Brasil, inclusive nas cortes Superior e Suprema, porém, ATÉ HOJE TODAS SEM SOLUÇÃO.

Lamentavelmente PROJETO DE NAÇÃO NÃO SE TEM. Melhor, se quer tem-se projeto algum a não ser abrir as valas para colocar os corpos de vítimas, mutilando as famílias brasileiras. 

Falhamos quando acertadamente erramos na escolha que fizemos. Falharam os poderes constituídos da federação, quando todos fazem vistas grossas ao pavor estarrecedor da COVID que assola o país.

É de se notar que, quando o líder do país ignora tal situação odiosa que nos assola, criando interpretações constitucionais a seu favor, atribuindo “culpa” a governadores  e prefeitos por ações e omissões que pratica, desimportando com a saúde dos brasileiros,  onde os presidentes do Senado e Câmara Federal que são aliados do presidente “concordam” com tais atitudes, as quais são refutadas mesmo com orientações técnicas de especialistas demonstra que inexoravelmente FALHAMOS.

José Martins Alegre Júnior (OAB/RS: 60684) 
Graduado pela Universidade PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul- Campus Uruguaiana-RS
Pós-Graduado em Direito do Trabalho pela Universidade PUCRS – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul- Porto Alegre -RS 

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