Pro Profª. Drª. Caroline R. Bender
carolinebender@unipampa.edu.br
Este vídeo demonstra de forma rápida os principais passos da metodologia experimental utilizada para a produção de álcool gel 70% (ou 70° INPM), que vem sendo realizada na UNIPAMPA-Itaqui. O intuito desta produção é distribuir o álcool gel para o serviço público de Itaqui, como uma ação no combate a pandemia da Covid-19.
Embora o vídeo demonstre os principais passos para esta produção, o tipo de polímero utilizado, as quantidades e concentrações de cada reagente, bem como o tempo de espera entre as etapas foram omitidos propositalmente. Isso foi feito para evitar que a população leiga assista ao vídeo e tente reproduzir a metodologia em casa. Pode parecer óbvio que esse tipo de procedimento não possa ser realizado em casa. Entretanto, com o aumento no número de casos de pessoas infectadas pelo vírus Sars-CoV-2, não foram poucas as “receitas” e vídeos que surgiram na internet ensinando a população a fazer álcool gel “caseiro.” Alguns procedimentos utilizam gelatina sem sabor ou gel de cabelos com espessante. Contudo, dependendo do que se utiliza como espessante em vez de o álcool eliminar o vírus pode gerar um efeito de potencialização e/ou irritação da pele. Além disso, muitas receitas utilizam aquecimento, o que, por sua vez, aumenta o risco de o produto inflamável entrar em combustão e provocar incêndios.
Como previamente mencionado na reportagem “Álcool em gel 70% contra o novo Coronavírus,” publicada neste jornal, o álcool 70° INPM possui a concentração ótima para o efeito antisséptico. O álcool comercializado em mercados e farmácias possui a concentração de 46º INPM, i.e., mais diluído que o álcool 70° INPM. Portanto, as receitas caseiras de álcool gel produzido a partir do álcool 46° INPM não serão eficientes para assepsia e higiene das mãos contra o Sars-CoV-2, uma vez que não atingem concentração adequada (o mesmo serve para a Vodka e bebidas alcoólicas similares). O álcool combustível também não pode ser utilizado, já que pode conter contaminações (resquícios de gasolina, diesel, hidrocarbonetos, metais pesados, etc.) provenientes da produção, transporte e/ou armazenamento. Os contaminantes podem alterar o pH do produto final.
Por último, é relevante enfatizar que o álcool gel vendido em farmácias e/ou produzidos por profissionais capacitados – utilizando substâncias que garantem a estabilidade e concentração adequada para matar o vírus – são os únicos que devem ser utilizados no combate a Covid-19 neste momento.