Eduardo Silva, Bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo –, pelo campus da UNIPAMPA São Borja e pós-graduando em Desenvolvimento Regional e Territorial pela UNIPAMPA Itaqui
Sete em cada dez brasileiros acreditam em Fake news sobre o coronavírus. É o que aponta uma pesquisa da Avaaz divulgada em maio. Segundo o estudo, 60% dos internautas receberam notícias falsas pelo WhatsApp. No Facebook, o número chegou a 50%.
A pesquisa também foi realizada nos Estados Unidos e na Itália, mas ninguém nos venceu em matéria de Fake news sobre a covid-19. E não são os jornalistas que estão produzindo esse conteúdo. Os números são uma amostra do tamanho do desafio da imprensa no País.
Informações falsas – que nem notícias são – corroem o debate público faz tempo. No entanto, a velocidade das redes sociais e da ignorância faz com que a disseminação de mentiras se propague quase tão rápido quanto o vírus.
Do presidente da República ao “tiozão do Whats”, a imprensa é diariamente questionada e acusada de estar alarmando e gerando pânico na população em função da cobertura sobre a pandemia. E essa acusação também é uma Fake news.
Já que o Ministério da Saúde não divulgou até o momento nenhuma campanha institucional de esclarecimento sobre o coronavírus, coube ao jornalismo brasileiro informar e orientar a população sobre a importância de procedimentos como o distanciamento social, a higiene das mãos e o uso de máscaras. A imprensa – baseada em fontes como a Organização Mundial da Saúde – divulga informações que estão reduzindo o estrago causado pela covid-19.
Assim como profissionais da saúde e da segurança, repórteres estão na linha de frente do combate ao coronavírus. O alarme e o pânico estão vindo de outro lugar. Em um misto de preguiça e má-fé, notícias verdadeiras acabam virando fake news quando publicadas fora de contexto.
Foi o caso da farsa dos caixões vazios de Manuas e São Paulo. A reportagem original era verdadeira. Porém, as fotos eram de 2015 e 2018, pré-pandemia. Lida só pela manchete, a matéria virou fake.
Mas há, também, mentiras, ponto. Em Itaqui, um áudio circulou pelo WhatsApp afirmando que o hospital da cidade estava “entrando em surto”, com pacientes infectados andando pelos corredores.
A direção da instituição precisou vir a público para rechaçar a acusação e comunicar que encaminharia a gravação ao Ministério Público e à Polícia. Embora não houvesse evidências que comprovassem o que foi dito no áudio, as informações falsas geraram alarme e pânico na cidade. O áudio não foi nem gravado e nem compartilhado pela imprensa.
Não compartilhe informações duvidosas, leia a notícia até o final, confira a data, confie no jornalismo tradicional e tenha certeza: vamos vencer.
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