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Matemática das Epidemias

por Patrícia Yukari Sato Rampazo,
Alisson Darós Santos, Francisco Carlos
Caramello Junior e Sandra Machado de Souza Lima

O projeto Matemática das Epidemias visa à elaboração de material didático informativo contemplando o papel da Matemática na luta contra pandemias. O material é distribuído digitalmente e com linguagem acessível.

A mudança relativamente brusca que a humanidade experimentou em seu modo de vida com o advento da agricultura e da civilização — passando de pequenos grupos nômades de caçadores e coletores a grandes aglomerados em cidades — foi acompanhada do surgimento de inúmeras doenças com impacto desastroso, as chamadas epidemias (Soares, 2001). Segundo a Organização Mundial de Saúde, a palavra pandemia é usada para caracterizar uma determinada doença que se espalhou rapidamente por diversas partes de diversas regiões (continental ou mundial) através de uma contaminação sustentada. Frente a esse novo fenômeno, surgiu também a ideia de se utilizar a matemática para melhor entender as potencialidades de disseminação, e as características de doenças pandêmicas. Isso originou uma nova área dentro da matemática, chamada de Epidemiologia Matemática (Yang, 2001).

O projeto conta com uma equipe formada por professores da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, campus Itaqui; Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; e Universidade Federal Fluminense – UFF, campus Pádua. O projeto Matemática das Epidemias tem como objetivo principal divulgar conhecimentos básicos da epidemiologia matemática, apresentando modelos matemátic0-os para cenários como o da COVID-19 e as principais ferramentas matemáticas que esses modelos utilizam. Prioriza-se a linguagem simples, intuitiva e, portanto, mais acessível ao grande público.

O projeto se insere não só no atual contexto de pandemia como também no de valorização da cultura digital no ensino e divulgação de ciência, hoje ainda mais potencializado pela necessidade de isolamento social por conta da pandemia. Também nesta temática, observa-se a escalada das notícias e informações falsas, as chamadas fake news, que estão sendo disseminadas e dificultam o entendimento da sociedade com relação a esse assunto e outros temas também importantes. Observa-se também a dificuldade de se divulgar resultados científicos, por geralmente serem de natureza altamente técnica, o que também contribui com a desinformação e pode levar o público à indiferença ou até mesmo a descrença quanto à gravidade dos problemas como a atual pandemia.

O acesso a informações claras, simples, de qualidade e oriundas de fontes confiáveis se faz, então, cada vez mais necessário. Nesse contexto, o projeto elucida, apresenta e divulga modelos matemáticos, gráficos, estatísticas e outras informações, na forma de posts nas redes sociais como o Instagram, pelo perfil @matematicadasepidemias; o Facebook, pela página Matemática das Epidemias e, também, pelo site oficial do projeto, no endereço: http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/licenciaturaemmatematicaitaqui/matematica-das-epidemias.

Espera-se, assim, contribuir um pouco com a desmistificação do senso comum de que a matemática é um assunto intrincado e inacessível, e também colaborar com a compreensão do presente quadro epidemiológico da COVID-19.

Referências Bibliográficas:

SOARES, C. D. Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas Considerando Heregeneidade Etária: Estudo de Caso de Rubéola no México. Tese (Mestrado em Matemática Aplicada). Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, São Paulo, 2011.
YANG, H. M. Epidemiologia Matemática – Estudos dos Efeitos da Vacinação em Doenças de Transmissão Direta. [S.l.]: EDUNICAMP & FAPESP, 2001.

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Programa de extensão TRAMAS

por Amanda Meincke Melo

TRAMAS, acrônimo para Tecnologia, Responsabilidade, Autoria, Movimento, Amorosidade e Sociedade, é um programa de extensão registrado no campus de Alegrete da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA). Essa ação de extensão, que iniciou em março deste ano, tem como objetivo geral promover o respeito à multiplicidade das diferenças. Propõe “a abordagem de conteúdos pertinentes às políticas de educação ambiental, de educação em direitos humanos e da educação das relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena” (SILVINO et al., 2017, p. 11), assim como a abordagem de temas como acessibilidade, intergeneracionalidade, gênero e sexualidade, representatividade, variação linguística, ética, cultura e tecnologia.

A equipe do programa de extensão TRAMAS é formada por discentes, docentes, técnicos-administrativos em educação da UNIPAMPA e representantes da comunidade externa. Além da comunidade acadêmica, o programa tem como seu público-alvo profissionais e estudantes da educação básica, profissionais da área cultural, idosos, indígenas, pessoas surdas e todos aqueles interessados nos temas em tela.

O TRAMAS prevê, entre as suas atividades, a realização de palestras, círculos de cultura, exposições, saraus, oficinas, debates, rodas de conversa, apresentação teatral e práticas de meditação, além de produção técnico-científica. Embora suas atividades tenham sido planejadas, inicialmente, para ocorrerem de modo presencial, no campus de Alegrete e em espaços da comunidade local, como escolas públicas, o Centro Cultural Adão Ortiz Houayek e o Coletivo Multicultural de Alegrete, dada a estratégia de isolamento social no combate à pandemia por COVID-19, elas têm ocorrido de forma on-line.

No mês de março, o programa de extensão se inseriu na programação da “2ª Semana Vivas – na luta pela vida das mulheres”, evento organizado por mulheres do município de Alegrete. Essa participação se efetivou com uma das três inserções previstas da Exposição Itinerante “Mulheres Indígenas Presentes”, da acadêmica do curso de Letras – Português a distância e artística plástica Ruana Marini, no campus de Alegrete do Instituto Federal Farroupilha. Ainda, nesse mês, o programa recebeu do Coletivo Multicultural de Alegrete uma Geloteca, ou seja, uma biblioteca em forma de geladeira para a libertação de livros (COLETIVO, 2020a). Ela está no saguão do campus e, assim que as atividades presenciais forem retomadas, seu acervo deve ser renovado.

De abril a julho, uma série de rodas de conversa foi realizada com apoio da plataforma Google Meet, nas temáticas gênero e sexualidade, cultura indígena, acessibilidade na comunicação, literatura e cárcere, arte e sustentabilidade, com a contribuição de profissionais de diferentes áreas do conhecimento. Colaboraram à realização dessas rodas de conversa o Comitê de Gênero e Sexualidade do campus Alegrete da UNIPAMPA, o NEABI João Brás da Silva e a ação de extensão Gurias na Computação do Programa C. Destaca-se a participação do projeto ENIGMA: mulheres na Computação, coordenado pela Prof.ª Clevi Rapkiewicz, do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Outra ação do programa, prevista para ser realizada presencialmente, mas adaptada para realização on-line foi o Sarau de Literatura Lusófona (SARAU, 2020), que propunha valorizar a Língua Portuguesa e sua variação linguística, assim como proporcionar momento de fruição e de interação entre os participantes. O evento, organizado por estudantes do curso de letras, com o apoio do Sesc Alegrete e do Coletivo Multicultural de Alegrete, ocorreu no dia 28 de maio, com início às 19h. A partir da experiência com o sarau, sua equipe executora também colaborou com essas entidades no desenvolvimento da Noite Poética, no dia 11 de junho, em homenagem a Chico Buarque.

Além dessas ações, outras duas foram idealizadas para desenvolvimento on-line: TRAMAS Literárias e Coletivo Multicultural Online. O TRAMAS Literárias tem sido realizado pela acadêmica Merlen Alves, do curso de letras, com leituras de textos, inclusive de autores locais, que dialogam com a proposta do programa de extensão TRAMAS. Essas leituras são publicadas em plataformas como SoundCloud e Spotfy, sendo amplamente divulgadas nas redes sociais Facebook e Whatsapp. O segundo é um projeto do Coletivo Multicultural de Alegrete (COLETIVO, 2020b; COLETIVO, 2020c; LIVE, 2020), realizado de junho a agosto, com apoio do TRAMAS, envolvendo transmissões ao vivo sobre Cultura e Educação na rede social Facebook, que também foram disponibilizadas no YouTube.

Até o final deste ano, estão integrados ao programa de extensão, dois projetos: Saúde e Bem-estar em Tempos de Pandemia, coordenado pela profa. Letícia Gindri, e Aprendizagens Interculturais: produção de sentidos na educação básica – III Edição, coordenado pela secretária executiva da Educação a Distância, Maria Cristina Graeff Wernz. O primeiro é um projeto especial, submetido conforme orientações do Ofício n. 130/2020/PROGRAD/UNIPAMPA para Projetos Especiais no combate à pandemia COVID-19. O segundo é uma ação de formação de professores da educação básica, que tem contado com a colaboração de intelectuais indígenas em seu planejamento, execução e avaliação.

Nos meses de setembro e outubro, estão previstas transmissões ao vivo na plataforma YouTube, associadas ao componente curricular complementar de graduação Tecnologia em Contexto Social, ofertado no campus Alegrete da UNIPAMPA. Ademais, outras atividades previstas no plano de trabalho do programa devem ser adaptadas para realização on-line.

Embora o período de isolamento social tenha trazido restrições à realização de ações de extensão e, consequentemente, grandes desafios, as ações do programa, ainda que de modo adaptado, têm sido ressignificadas e desenvolvidas, envolvendo intensa colaboração de sua equipe executora com a comunidade local e observando os princípios e as diretrizes Extensão Universitária (FORPROEX, 2012). Aos interessados em acompanhar as ações do programa, recomenda-se seguir a página no Facebook e o TRAMAS Literárias no Spotfy, assim como a inscrição no canal do YouTube.

Amanda Meincke Melo é coordenadora do programa e docente da UNIPAMPA, campus Alegrete. E-mail: amandamelo@unipampa.edu.br.

Referências Bibliográficas
COLETIVO Multicultural doa Geloteca para Unipampa em Alegrete. Alegrete: Alegrete Tudo, 2020a. Disponível em: https://www.alegretetudo.com.br/coletivo-multicultural-doa-geloteca-para-unipampa-em-alegrete/. Acesso em: 31 ago. 2020.
COLETIVO Multicultural e Programa Tramas divulgam programação de lives focadas em Cultura e Educação, 2020b. Disponível em: https://unipampa.edu.br/alegrete/coletivo-multicultural-e-programa-tramas-divulgam-programacao-de-lives-focadas-em-cultura-e-educacao. Acesso em: 31 ago. 2020.
COLETIVO Multicultural intensifica programações online aos finais de semana em Alegrete. Alegrete: Alegrete Tudo, 2020c. Disponível em: https://www.alegretetudo.com.br/coletivo-multicultural-intensifica-programacoes-online-aos-finais-de-semana-em-alegrete/. Acesso em: 31 ago. 2020.
LIVE do Coletivo Multicultural abordará a Lei de emergência cultural Aldir Blanc. Alegrete: Alegrete Tudo, 2020. Disponível em: https://www.alegretetudo.com.br/coletivo-multicultural-intensifica-programacoes-online-aos-finais-de-semana-em-alegrete/. Acesso em: 31 ago 2020.
FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. Disponível em: https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
SARAU de Literatura Lusófona, 2020. Bagé: Unipampa. Disponível em: https://unipampa.edu.br/portal/sarau-de-literatura-lusofona. Acesso em: 31 ago. 2020.
SILVINO, A. M. D.; OLIVEIRA, A. C. A. M.; FABRINI, A. F. S. et al. Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação Presencial e a Distância: reconhecimento, renovação de reconhecimento. Brasília: Inep/MEC, 2017.

Para saber mais e acompanhar…

TRAMAS: https://www.youtube.com/channel/UC5aKrK2xMyDnqBukVB24ACw.
TRAMAS Literárias: https://open.spotify.com/show/16waabWc99A4L7SIv6Cx87.
Tramas Unipampa – Campus Alegrete: https://www.facebook.com/tramasunipampa.=

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Revisão de Cristina Santos Lovato e edição de Walker Douglas Pincerati.

GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação

por Amanda Meincke Melo e Maria Cristina Graeff Wernz

   Registrado inicialmente como projeto de ensino, no Campus Alegrete da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), o GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação iniciou suas atividades em 2010. Com o maior direcionamento de suas ações para a extensão universitária, na formação de professores e no apoio ao uso da informática em escolas de educação básica, em 2015, o grupo assumiu o caráter de programa de extensão (MELO; WERNZ, 2016; MELO; WERNZ, 2018a). Mais recentemente, em 2019, teve seu registro efetivado no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil (CNPQ, 2019).

   Neste ano, quando são comemorados seus dez anos de existência, portanto, dizemos que o GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação é programa de extensão e grupo de pesquisa. O desenvolvimento de suas ações está fortemente comprometido com as diretrizes para as ações da extensão universitária (FORPROEX, 2012): interação dialógica, interdisciplinaridade e interprofissionalidade, indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, impacto na formação do estudante, e impacto e transformação social.

   Sua equipe executora é constituída por docentes, discentes, técnicos-administrativos em educação e representantes da comunidade externa. A maioria dos discentes, matriculados nos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, atua de forma voluntária no grupo, apoiando o uso de recursos da informática em escolas públicas de educação básica, no município de Alegrete/RS, incluindo escolas municipais e estaduais, urbanas e rurais. Alguns desses estudantes também optam contribuir com o grupo durante o desenvolvimento de seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Além disso, com a formalização do GEInfoEdu como grupo de pesquisa, com a participação de docente atuante no curso institucional de Letras Português/Licenciatura, na modalidade a distância, tem-se a perspectiva de envolvimento de estudantes desse curso nas ações do grupo.

   As experiências desenvolvidas no contexto do GEInfoEdu têm sido compartilhadas em vários espaços, como eventos técnico-científicos, eventos de formação de professores, reuniões do grupo e a própria sala de aula. As orientações de TCC no contexto GEInfoEdu se articulam com as ações do GEIHC – Grupo de Estudos em Interação Humano-computador, projeto de ensino em que se realiza o acompanhamento de estudantes da área da Computação interessados em aprofundar seus conhecimentos na área.

   As ações de extensão desenvolvidas no contexto do GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação, portanto, articulam-se, de forma indissociável, com atividades de pesquisa e com o ensino de graduação. Além disso, valoriza-se a interlocução com a comunidade escolar local (MELO; WERNZ, 2018b), através do diálogo e da avaliação sistemática de suas ações.

   Quanto ao impacto das ações desenvolvidas no contexto de atuação do grupo, este pode ser percebido tanto nas comunidades escolares envolvidas quanto na própria equipe executora. Enquanto essas comunidades escolares têm atendidas suas demandas de apoio ao uso de recursos da informática e de formação de professores, a equipe executora tem a oportunidade de conhecer em profundidade um domínio de aplicação das tecnologias computacionais. Além disso, os estudantes envolvidos têm experiências únicas para o seu desenvolvimento como cidadãos e de caráter técnico-científico.

Para saber mais…

UNIPAMPA. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação. 2010-atual. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/. Acesso em 18 jul. 2020.

ROBOPEL. Dez Anos de GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação da Universidade Federal do Pampa. 2019. Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=hzP_utMKrVA&list=PLjlTzJqdc6DP6I-FCeJuhEc7YUfPtqzpC&index=4. Acesso em 18 jul. 2020.

Amanda Meincke Melo e Maria Cristina Graeff Wernz são as coordenadoras do GEInfoEdu.

Referências Bibliográficas
FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. Disponível em: https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação: relação dialógica universidade e educação básica. In: TOLFO, C. (Org.). Extensão Universitária: vivências nas Engenharias e na Computação, 1. ed. Bagé: Ediurcamp, 2016. 11-26 p. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/files/2016/08/GEInfoEdu_Extens%C3%A3o_Universit%C3%A1ria.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. Informática na Educação e práticas extensionistas: interação universidade-escola em perspectiva. In: VALENTE, J. A.; FREIRE, F. M. P; ARANTES, F. L. (Orgs.). Tecnologia e Educação: passado, presente e o que está por vir, 1. ed. Campinas: NIED/UNICAMP, 2018a. 65-98 p. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2020. Disponível em: https://www.nied.unicamp.br/biblioteca/tecnologia-e-educacao-passado-presente-e-o-que-esta-por-vir/. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. (Orgs.) Informática Educativa em uma Escola do Campo: resultados da colaboração entre a Escola Arthur Hormain e a UNIPAMPA. 1. ed. Alegrete: UNIPAMPA, 2018b. 114 p. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/files/2018/12/informatica_educativa_em_uma_escola_do_campo.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
CNPQ. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação. 2019. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/488557. Acesso em 18 jul. 2020.

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Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.

Jornal do BIC&T: um breve histórico

por Jonas Anderson Simões das Neves

            A iniciativa que deu origem ao projeto então denominado “Jornal do BIC&T” surgiu em decorrência de atividades pedagógicas da componente curricular Português Instrumental, no segundo semestre letivo de 2014, com a turma do segundo semestre do período noturno do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Unipampa (BIC&T) – Campus Itaqui. Enquanto exercício de produção textual, foi sugerido aos estudantes que construíssemos uma estrutura de jornal, a fim de trabalhar com os diferentes tipos de texto. Houve grande envolvimento de todos, que, além disso, propuseram que o material produzido fosse publicado, o que foi feito de maneira digital em redes sociais e de forma impressa no mural do curso.

            Anteriormente, alguns estudantes já haviam cogitado a possibilidade de construir um jornal para o BIC&T, como forma de divulgar e publicizar informações relevantes a eles, bem como para promover maior interação entre as turmas e os períodos, dado que o curso é ofertado nos períodos integral e noturno. Nesse primeiro momento, a ideia não havia sido levada adiante. Mas, uma levantada a proposta pedagógica na referida componente curricular, que pela primeira vez era ofertada no campus, a ideia do jornal foi então retomada por aquele mesmo grupo que a sugeriu. O grupo se juntou e providenciou as ferramentas necessárias para editoração do periódico.

            Após a publicação desta primeira edição do jornal, dez acadêmicos que tiveram maior envolvimento com a produção da mesma manifestaram interesse em manter a publicação enquanto projeto do curso, tanto por compreenderem a importância do veículo para interação e divulgação de informações, quanto para suprir uma carência de projetos voltados aos discentes do período noturno. Dessa forma, logo no primeiro semestre do ano seguinte, foi registrado e teve início o projeto intitulado “A linguagem enquanto instrumento de produção interdisciplinar do conhecimento: planejamento, produção e divulgação de um jornal eletrônico dos acadêmicos do BIC&T”.

            Esse projeto inicial teve duração de dois anos. Ao longo deles foram publicadas dez edições, com destaque à divulgação de trabalhos e pesquisas desenvolvidas por estudantes do campus; à participação de discentes em eventos externos; a entrevistas com docentes, pesquisadores e egressos do BIC&T; às informações referentes à rotina dos estudantes, tais como matrículas, aproveitamento de ACGs, calendário acadêmico, editais, etc; à divulgação de eventos acadêmicos, internos e externos; entre outros. Dentre o conteúdo produzido, destacavam-se, ainda, as charges produzidas. A partir da criação de três personagens representativas dos estudantes do campus, o “Academildo”, a “Nutrigirl” e o “Agroboy”, propunham reflexões críticas acerca da rotina dos estudantes, do campus, da instituição e da própria sociedade.

            Em termos da dinâmica de organização das atividades do projeto, eram realizadas reuniões de planejamento e elaboração de pauta aos sábados à tarde, para contemplar os estudantes do período noturno que trabalhavam durante o dia. Nelas eram organizadas equipes responsáveis pela produção dos diferentes conteúdos a serem publicados e pelas atividades de editoração e finalização dos materiais. Nesse momento inicial, o conteúdo do jornal foi produzido exclusivamente pelos acadêmicos envolvidos no projeto, cabendo ao docente responsável pelo projeto e a eventuais colaboradores externos apenas atividades de orientação, revisão e correção dos materiais e textos produzidos.

            Por seu caráter interdisciplinar, a proposta de construção do jornal dialogava muito bem com os objetivos de formação do curso e constituição do perfil do egresso, dado que articulava numa mesma iniciativa a dimensão humana da formação, pela produção textual e leitura crítica exigidas na construção do periódico; com a formação no âmbito das tecnologias digitais, dada pela utilização das ferramentas de editoração e divulgação do jornal; e tecnologias sociais, pela constituição de espaços alternativos e autônomos de produção de materiais por parte dos estudantes.

            Ao longo de seus dois anos iniciais de existência, o projeto foi contemplado duas vezes com bolsa do Projeto de Desenvolvimento Acadêmico (PDA) da Unipampa, na modalidade de ensino. Foram apresentados e publicados seis trabalhos em eventos acadêmicos e organizadas oficinas de produção textual e elaboração do jornal. Destaca-se, ainda, que o jornal chegou a ter algum alcance junto à comunidade de Itaqui quando passou a integrar as atividades do projeto “Universidade Itinerante”, no qual os projetos e cursos do Campus Itaqui eram levados e apresentados em escolas e durante eventos do município. Nessas atividades, estudantes envolvidos com o projeto apresentavam a iniciativa e distribuíam exemplares impressos do mesmo, divulgando ainda as possibilidades de acesso virtual ao periódico.

Após a publicação de sua 10ª Edição, em fevereiro de 2017, o projeto foi descontinuado. Muitos daqueles discentes que deram início ao projeto já estavam se formando. Outros que se incorporaram à iniciativa não se envolviam nele como os demais. Os próprios docentes envolvidos assumiam outros projetos. Enfim, naquele momento a opção foi por uma pausa.

            Todavia, apesar de adormecida por um tempo, a iniciativa não se perdeu. Pelo contrário! Percebe-se que esse sono foi necessário para possibilitar que novos sonhos fossem sonhados. Ressurge e desperta agora com muito maior força e vitalidade. Estende-se aos demais campi da Universidade e transpõe suas próprias fronteiras para se consolidar como mais um importante veículo de produção e divulgação do conhecimento científico produzido pela Universidade.

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Para acessar o arquivo do Jornal do BICT, clique aqui.

Revisão de Walker Douglas Pincerati.