GFIMAH – Grupo de Pesquisa em Fisiologia e Manejo de Plantas Hortícolas

A região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, região onde está inserido o Campus Itaqui da UNIPAMPA, é quase que inteiramente caracterizada pelo cultivo do arroz e atividade da pecuária de corte. O GFIMAH tem como objetivo oportunizar a diversificação de cultivos na região, reduzindo a necessidade de aquisição de hortifrutis pelos supermercadistas de centros mais distantes, como CEASA/POA, Serra Gaúcha, entre outros. Além disso, possibilitar aos discentes do curso de Agronomia do Campus a oportunidade de escolha para realizar projetos e atividades práticas relacionadas a um diferente nicho de mercado e trabalho, não tão habitual a localidade onde o Campus está inserido.

A horticultura, compreendida pelas áreas da fruticultura, olericultura, floricultura, plantas medicinas e plantas condimentares, em geral se caracteriza por ser uma atividade rentável, podendo, dessa forma, ser praticada em pequenas áreas com boa remuneração do agricultor e fixação do homem no campo. Esta atividade facilmente se adapta à produção integrada, buscando produtos de qualidade, minimizando riscos ao homem e ao meio ambiente. Dentre os principais alimentos consumidos mundialmente, as frutas e as hortaliças se destacam como importantes fontes de fibras, vitaminas e minerais, importantes para a saúde humana, reduzindo doenças cardiovasculares e mortalidade.

Nesse contexto, o GFIMAH busca trabalhar principalmente com hortaliças e frutíferas, entretanto, com enfoque principal em pequenas frutas. Um dos primeiros projetos foi à implantação da cultura do fisális na região, uma frutífera pertencente ao grupo das pequenas frutas, com o objetivo de avaliar o efeito do espaçamento e do número de hastes, fenologia e comportamento geral frente às condições edáficas e climáticas da região. A produção dessa espécie é pouco explorada, porém oferece boas perspectivas principalmente a produtores familiares devido a seu baixo custo de implantação, adaptação às condições socioeconômicas e alto valor agregado aos produtos finais. Com os trabalhos, foi possível estimar o comportamento e produção da frutífera na região, através de avaliações em relação ao crescimento, ao desenvolvimento, à fenologia e à qualidade pós-colheita. 

Ainda no estudo da introdução e aclimatação de pequenas frutas na região o GFIMAH iniciou em 2019 um projeto de avaliação de diversas cultivares de morangueiros importados do Chile (país destaque no desenvolvimento de novas cultivares de morangos). O pseudofruto (morango) dessa espécie é muito apreciado pelos consumidores e tem excelente mercado. Nesse primeiro ano de estudos foram implantados nove cultivares, quatro de dias curtos e cinco de dias neutros, sendo três cultivares novas e seis cultivares já conhecidas pelos produtores. Essas novas cultivares apresentaram bom potencial de produção, porém ainda serão necessários mais anos de experimentação para uma recomendação mais precisa. Nesse projeto diversos caracteres foram avaliados: qualidade química, física e sensorial das frutas, adaptação das plantas ao sistema de produção no solo, fenologia das diferentes cultivares, entre outros aspectos. Assim como o fisális, o cultivo do morangueiro apresenta-se como uma alternativa rentável aos pequenos produtores da região, sendo de suma importância seu estudo.

Outro trabalhos foram desenvolvidos pelo grupo objetivaram o estudo da propagação de plantas hortícolas, como: 1) avaliação da produção de mudas de Rúculas “Folha Larga” submetidas a diferentes tamanhos de bandejas com diferentes substratos e densidades de semeadura sobre características de desenvolvimento inicial como parte aérea e raiz, essenciais para seu crescimento após o transplante. A cultura da rúcula ainda é predominantemente implantada por meio da semeadura direta a campo. O objetivo da produção de mudas é a aceleração da produção de rúcula; reduzir o tempo de competição com plantas daninhas no canteiro de cultivo e, reduzir o tempo de exposição das plântulas às intempéries que muitas vezes causam a necessidade de ressemeadura. 2) Produção de mudas enxertadas de tomateiro com porta-enxertos resistentes a doenças de solo. A finalidade foi avaliar a eficiência das diferentes técnicas de enxertia (encostia, fenda cheia, inglês simples e inglês complicado) no pegamento do enxerto para produção das mudas. 3) Produção de pepino japonês a partir de mudas produzidas por enxertia de encostia em porta-enxertos de abóboras (‘Keeper’ e ‘Potent’), resistentes a doenças de solo, e abóbora ‘Menina rajada’. 4) Produção de mudas de oliveira ‘Arbequina’ e ‘Arbosana’ por estaquia com uso de ácido indolbutírico ou ácido indolacético, com ou sem ferimento lateral da base da estaca. 

Outros pequenos estudos foram realizados no decorrer desses 2 a 3 anos de existência do GFIMAH, mas sempre com enfoque na horticultura. O objetivo do grupo para os próximos é seguir com estudos na temática das pequenas frutas, repetindo e ajustando experimentos com fisális e morango, mas também iniciar estudos com amora-preta e mirtilo de baixo requerimento de frio hibernal para florescimento.

Apesar do GFIMAH ainda ser relativamente novo no campus está de portas abertas à novos discentes e docentes que possam e queiram colaborar com as pesquisas e que tenham interesse em desenvolver projetos na área de horticultura.