A crise das instituição e o avanço do populismo

Por Eduardo Vieira da Silva

    Instituições como a ciência, a cultura e a imprensa fizeram ao longo da história a mediação responsável por afastar a civilização da barbárie. Elas nos legaram uma existência com mais qualidade de vida, sensibilidade e conhecimento. São uma barreira e um freio para aventuras e caprichos de populistas.

      A quem interessa o atual questionamento sistemático dessas instituições, quando não o ataque permanente? Claro que a um líder com inclinações totalitárias, que aproveita esse vazio de sentidos para impor a sua verdade e a sua agenda. Não, não estou defendendo que não se possa criticar essas criações humanas. São todas imperfeitas, como a vida também é. Devemos aprimorá-las de modo contínuo.

     Porém, a tentativa de deslegitimá-las como se todas as questões pudessem ser resolvidas apenas pelas preferências, gostos e maiorias de ocasião pavimenta o caminho para o avanço da ignorância, do negacionismo e do autoritarismo.

   O mau uso das redes sociais também colabora com a crise de mediação, através da propagação de campanhas antivacina, discursos de ódio e disseminação de informações falsas. No eterno plebiscito digital, ganha quem engaja mais. A análise embasada de um especialista é colocada em um mesmo nível de hierarquia de uma opinião qualquer sem propriedade.

   Com suas falhas e limitações, a ciência, a cultura e a imprensa servem como filtros e contribuem para fazer do mundo aquilo que o escritor uruguaio Eduardo Galeano dizia que ele deveria ser, mas nunca foi: uma casa de todos.

Jornalista na Rádio Liberdade FM de Itaqui
Jornalista na Rádio Liberdade FM de Itaqui

Eduardo Vieira da Silva é bacharel em Comunicação Social – Habilitação Jornalismo pela UNIPAMPA São Borja, pós-graduando em Desenvolvimento Regional e Territorial pela UNIPAMPA Itaqui. É jornalista na Rádio Liberdade FM de Itaqui. Contato: eduardoitaqui@hotmail.com

 

 

 

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