GPISC
(Felipe B. Ethur, Bruna Z. dos Santos, Dieison M. da Silva, Kalita M. L. Fresingheli, Kellen da R. Carlosso, Letícia da R. Nunes, Taináh Espinosa, Thalles F. de Fagundes, Luciana Z. Ethur).
O grupo de pesquisa sobre impacto social do coronavírus – Covid-19 (GPISC), do Campus Itaqui da UNIPAMPA, apresenta informações e análises iniciais sobre parte da pesquisa realizada por meio das redes sociais.
Pesquisa nacional realizada pelo Instituto Datafolha (MARQUES, 2020) apontou que emissoras de televisão e jornais lideravam índice de confiança em informações sobre coronavírus. Motivado em saber se essa informação era condizente com a realidade da população de Itaqui – RS, o GPISC, do Campus Itaqui da UNIPAMPA, incluiu em seu questionário, aplicado por meio de redes sociais, duas perguntas relacionadas: “A respeito do coronavírus (Covid-19), você costuma se informar principalmente através de … (opções)?” e “Você pensa que as notícias sobre o coronavírus (Covid-19) são … (opções)?”.
O total obtido de respostas procedentes de residentes em Itaqui foi de 365. Para a primeira pergunta, obtiveram-se as respostas da Tabela 1.
Tabela 1- “A respeito do coronavírus (Covid-19), você costuma se informar principalmente através de …”
Fonte |
Número |
Percentual |
Canais de Televisão |
181 |
49,59% |
Sites da Internet |
116 |
31,78% |
Redes Sociais |
53 |
14,52% |
Emissora de Rádio |
13 |
3,56% |
Jornais e Revistas impressos |
2 |
0,55% |
Total |
356 |
100% |
A preponderância da televisão foi notável, por atingir praticamente metade da amostra de Itaqui, fato condizente com a pesquisa nacional. Sobre esse assunto, a matéria “Professores analisam pesquisa Datafolha sobre confiança na imprensa convencional” (UFJF NOTÍCIAS, 2020) relata: “segundo uma das opiniões, essa confiança se mostra mais abrangente porque foi tecida ao longo dos últimos 70 anos; é um pacto de confiança que tem sido fortalecido…; não é só falar, é falar e escutar as pessoas; a pandemia mostra o jornalismo como lugar de referência; a especialidade do jornalismo é saber identificar onde está a melhor informação, mais precisa e correta, e trabalhá-la de modo a torná-la mais acessível para um grande número de pessoas”. Ainda segundo a matéria, em outra avaliação: “no caso da TV há uma variável interveniente que é a sua quase universalização no Brasil; não há nenhum outro meio de comunicação com o nível de alcance em quase totalidade dos lares brasileiros”. Na mesma perspectiva, Salgueiro (2020) relata que: “Theodor Adorno (filósofo e sociólogo alemão), nos anos 1960, no artigo ‘Televisão e formação’, sinalizava: ‘existe uma espécie de função formativa ou deformativa operada pela televisão como tal em relação à consciência das pessoas, conforme somos levados a supor a partir da enorme quantidade de espectadores e da enorme quantidade de tempo gasto vendo e ouvindo televisão’ “. Tais citações confirmam a enorme influência da televisão e seu papel sobre a consciência dos cidadãos através do tempo.
Com relação aos jornais, estão diluídos em duas opções: a impressa, que apresentou mínima popularidade; e a diluída em sites. Os sites, que abrangem jornais, portais, blogs, universidades, instituições variadas, institutos e outros, constituíram o segundo maior grau de referência para a população itaquiense.
Chama a atenção que os respondentes, mesmo sendo usuários de redes sociais, não apontaram como fonte principal de informações essas redes. Somente 14,52% afirmou se referenciar nelas. Isso é coerente com o resultado da pesquisa nacional do Instituto Datafolha (MARQUES, 2020), na qual consta que: “Em posição oposta à imprensa profissional estão os conteúdos que vêm de WhatsApp e Facebook. Nas duas plataformas, apenas 12% dizem confiar em informações sobre o coronavírus”.
Sabe-se que em Itaqui, cidade de 38.000 habitantes, grande parte da população tem por hábito ouvir emissoras locais de rádio. No entanto, possivelmente por tratar-se aqui de um tema de relevância mundial, com cenários de situações em diferentes países, a televisão tenha adquirido seu maior status, seguida de sites da internet.
Com relação à segunda pergunta (sobre fidedignidade das informações), os residentes em Itaqui manifestaram-se da seguinte forma.
Tabela 2- “Você pensa que as notícias sobre o coronavírus (Covid-19) são…”
Natureza das notícias |
Número |
Percentual |
Reais, verdade |
287 |
78,63% |
Alarmistas, exageradas |
60 |
16,44% |
Mal-intencionadas |
18 |
4,93% |
Falsas |
0 |
0 |
Total |
365 |
100% |
A população itaquiense demonstrou forte confiança na veracidade das notícias e informações que recebe sobre coronavírus dos meios de comunicação, na medida em que somente 21,37% considerou tais notícias alarmistas, exageradas ou mesmo mal-intencionadas. Embora com esse percentual crítico ao “teor” das informações, ninguém, entretanto, apontou-as como falsas.
Esses são resultados e análises iniciais de parte da pesquisa que teve por metodologia a aplicação de um questionário por meio de redes sociais. O conjunto de dados visa realizar um diagnóstico da percepção social da população itaquiense sobre o coronavírus, bem como da sua realidade e condições de vida nesta época crítica da pandemia em nível mundial.
Referências:
MARQUES, J. TVs e jornais lideram índice de confiança em informações sobre coronavírus, diz Datafolha. Jornal Folha de São Paulo, São Paulo, 23 de mar. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/tvs-e-jornais-lideram-indice-de-confianca-em-informacoes-sobre-coronavirus-diz-datafolha.shtml>. Acesso em: 15 abr. 2020.
SALGUEIRO, W. Nova canção do exílio, de Luis Fernando Verissimo. Resenha. Revista Rascunho: o jornal de literatura do Brasil, n. 238, p. 18, fev. 2020.
UFJF NOTÍCIAS. Professores analisam pesquisa Datafolha sobre confiança na imprensa convencional. Juiz de Fora – MG, 24 mar. 2020. Disponível em: <https://www2.ufjf.br/noticias/2020/03/24/professores-analisam-pesquisa-datafolha-
sobre-confianca-na-imprensa-convencional>. Acesso em: 15 abr. 2020.