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Canção de ninar para um negro

Essa cor que herdei
não surgiu do acaso
vem de raízes fortes
que entrelaçaram uma história
de luta,
de dor,
de sofrimento,
quando apenas queriam viver.

Basta!

Eu quero viver!

Minha cor não vai pedir desculpas,
meu cabelo não vai se encolher,
meus traços marcantes não vão se esconder.

Meu ventre negro deixará sementes
que serão embaladas com um verso de ninar:

“Dorme filhinho, mamãe aqui está
Deita em meu seio e pode repousar
Eu sei que a maldade vai te procurar
Mas tuas feridas prometo aliviar.”

Merlen Alves, Ago/2020.

Sou Merlen Alves, tenho 34 anos, gaúcha, nascida no Alegrete. Curso Licenciatura em Letras Português EaD na UNIPAMPA. Amo os livros e a literatura. Os projetos de escrita e leitura que faço parte na minha cidade, me estimulam muito a escrever da forma que sei. Adoro as redes sociais e a tecnologia. Sei qual é o meu lugar no mundo e procuro ocupar esse espaço. Tenho riso fácil, sou leal, sou uma mulher negra, mãe jovem, latinoamericana e sem dinheiro no banco. Uso a escrita para exprimir as minhas dores, os meus anseios e para anestesiar a tristeza de ver que a desigualdade ainda permeia a sociedade. Escrevo e sonho com um país melhor para minha futura geração. Canção de ninar para um negro foi escrita pensando em Leonel, meu filho, e em todos os meninos e meninas negras que são vítimas de preconceito e de racismo. Minhas produções literárias podem ser conferidas no blogue em construção: www.guriadasletras.blogspot.com.

Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.

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É preciso valorizar a educação e a ciência sempre

por Nathalia Lopes da Silva

    Em tempos de pandemia, no qual nossas vidas caminham num ritmo diferente e muitas coisas já não são mais as mesmas, algumas reflexões precisam ser feitas. Obviamente, todos e todas preferíamos que não estivéssemos passando por este momento. Contudo, diante desta inevitabilidade, faz-se necessário analisar o contexto em que vivemos.

    Muitos setores e profissionais vêm sendo fundamentais no enfrentamento ao Covid-19 e devem ser reconhecidos, auxiliados e homenageados. Profissionais da saúde, educação, ciência e das diversas outras áreas vêm trabalhando incessantemente durante esta crise. No entanto, além de prestarmos nossas homenagens às e aos profissionais, precisamos lembrar do seu esforço e do quanto os serviços prestados por eles e elas terão sido essenciais após a pandemia acabar.

   Tem algum tempo que a educação superior pública em nosso país vem sofrendo com cortes nos orçamentos e ataques públicos. Note-se, porém, que neste momento complicado pelo qual passamos todas as Instituições Federais de Educação Superior, as Universidades e os Institutos Federais, têm realizado um trabalho importante no enfrentamento à pandemia. Na região do Pampa, a UNIPAMPA desenvolve diversas ações, como a produção de álcool gel, a realização de pesquisas sobre o coronavírus no Estado, em parceria com a UFPel, a doação de EPIs em São Gabriel e emprestou respiradores para o hospital de Uruguaiana. O IFF também está produzindo álcool gel e materiais de proteção.

    Os cortes na educação afetam todas as regiões do Brasil, mas em regiões como a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na qual as instituições federais de ensino têm um papel ainda mais essencial, essa situação dos cortes é grave. Isso porque por estaremos em tão distantes dos grandes centros urbanos, essas instituições ofertam vagas em cursos de graduação e de pós-graduação, promovem pesquisas científicas e desenvolvem projetos de extensão e de ensino a fim de desenvolver social e economicamente a regional. E numa época como esta, atípica, elas auxiliam com recursos e conhecimentos científicos, os quais, sem elas, seriam muito pouco acessíveis.

  Assim, quando tudo passar, é preciso que lembremos que na crise, a saúde pública e a ciência sempre estão prontas a auxiliar, bem como é preciso reconheçamos os e as profissionais que terão trabalhado na pandemia e valorizar as instituições públicas sempre.

Nathalia Lopes da Silva é jornalista, pós-graduada em Comunicação e Semiótica (Unesá), mestre em Comunicação e Indústria Criativa (UNIPAMPA) e, atualmente, acadêmica em Letras – Português EaD na UNIPAMPA. Contato: nathalials.cn@gmail.com.

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GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação

por Amanda Meincke Melo e Maria Cristina Graeff Wernz

   Registrado inicialmente como projeto de ensino, no Campus Alegrete da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), o GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação iniciou suas atividades em 2010. Com o maior direcionamento de suas ações para a extensão universitária, na formação de professores e no apoio ao uso da informática em escolas de educação básica, em 2015, o grupo assumiu o caráter de programa de extensão (MELO; WERNZ, 2016; MELO; WERNZ, 2018a). Mais recentemente, em 2019, teve seu registro efetivado no Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil (CNPQ, 2019).

   Neste ano, quando são comemorados seus dez anos de existência, portanto, dizemos que o GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação é programa de extensão e grupo de pesquisa. O desenvolvimento de suas ações está fortemente comprometido com as diretrizes para as ações da extensão universitária (FORPROEX, 2012): interação dialógica, interdisciplinaridade e interprofissionalidade, indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão, impacto na formação do estudante, e impacto e transformação social.

   Sua equipe executora é constituída por docentes, discentes, técnicos-administrativos em educação e representantes da comunidade externa. A maioria dos discentes, matriculados nos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, atua de forma voluntária no grupo, apoiando o uso de recursos da informática em escolas públicas de educação básica, no município de Alegrete/RS, incluindo escolas municipais e estaduais, urbanas e rurais. Alguns desses estudantes também optam contribuir com o grupo durante o desenvolvimento de seus Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC). Além disso, com a formalização do GEInfoEdu como grupo de pesquisa, com a participação de docente atuante no curso institucional de Letras Português/Licenciatura, na modalidade a distância, tem-se a perspectiva de envolvimento de estudantes desse curso nas ações do grupo.

   As experiências desenvolvidas no contexto do GEInfoEdu têm sido compartilhadas em vários espaços, como eventos técnico-científicos, eventos de formação de professores, reuniões do grupo e a própria sala de aula. As orientações de TCC no contexto GEInfoEdu se articulam com as ações do GEIHC – Grupo de Estudos em Interação Humano-computador, projeto de ensino em que se realiza o acompanhamento de estudantes da área da Computação interessados em aprofundar seus conhecimentos na área.

   As ações de extensão desenvolvidas no contexto do GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação, portanto, articulam-se, de forma indissociável, com atividades de pesquisa e com o ensino de graduação. Além disso, valoriza-se a interlocução com a comunidade escolar local (MELO; WERNZ, 2018b), através do diálogo e da avaliação sistemática de suas ações.

   Quanto ao impacto das ações desenvolvidas no contexto de atuação do grupo, este pode ser percebido tanto nas comunidades escolares envolvidas quanto na própria equipe executora. Enquanto essas comunidades escolares têm atendidas suas demandas de apoio ao uso de recursos da informática e de formação de professores, a equipe executora tem a oportunidade de conhecer em profundidade um domínio de aplicação das tecnologias computacionais. Além disso, os estudantes envolvidos têm experiências únicas para o seu desenvolvimento como cidadãos e de caráter técnico-científico.

Para saber mais…

UNIPAMPA. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação. 2010-atual. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/. Acesso em 18 jul. 2020.

ROBOPEL. Dez Anos de GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação da Universidade Federal do Pampa. 2019. Disponível em:  https://www.youtube.com/watch?v=hzP_utMKrVA&list=PLjlTzJqdc6DP6I-FCeJuhEc7YUfPtqzpC&index=4. Acesso em 18 jul. 2020.

Amanda Meincke Melo e Maria Cristina Graeff Wernz são as coordenadoras do GEInfoEdu.

Referências Bibliográficas
FORPROEX – FÓRUM DE PRÓ-REITORES DAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus, 2012. Disponível em: https://proex.ufsc.br/files/2016/04/Pol%C3%ADtica-Nacional-de-Extens%C3%A3o-Universit%C3%A1ria-e-book.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação: relação dialógica universidade e educação básica. In: TOLFO, C. (Org.). Extensão Universitária: vivências nas Engenharias e na Computação, 1. ed. Bagé: Ediurcamp, 2016. 11-26 p. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/files/2016/08/GEInfoEdu_Extens%C3%A3o_Universit%C3%A1ria.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. Informática na Educação e práticas extensionistas: interação universidade-escola em perspectiva. In: VALENTE, J. A.; FREIRE, F. M. P; ARANTES, F. L. (Orgs.). Tecnologia e Educação: passado, presente e o que está por vir, 1. ed. Campinas: NIED/UNICAMP, 2018a. 65-98 p. Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2020. Disponível em: https://www.nied.unicamp.br/biblioteca/tecnologia-e-educacao-passado-presente-e-o-que-esta-por-vir/. Acesso em 19 jul. 2020.
MELO, A. M.; WERNZ, M. C. G. (Orgs.) Informática Educativa em uma Escola do Campo: resultados da colaboração entre a Escola Arthur Hormain e a UNIPAMPA. 1. ed. Alegrete: UNIPAMPA, 2018b. 114 p. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/geinfoedu/files/2018/12/informatica_educativa_em_uma_escola_do_campo.pdf. Acesso em 19 jul. 2020.
CNPQ. GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação. 2019. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/488557. Acesso em 18 jul. 2020.

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Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.