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Gurias na Computação

por Letícia Gindri e Amanda Meincke Melo

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O projeto de extensão Gurias na Computação, registrado no Campus Alegrete da Universidade Federal do Pampa, é uma ação de extensão vinculada ao Programa C: Comunidade, Computação, Cultura, Comunicação, Ciência, Cidadania, Criatividade, Colaboração. Foi concebido a partir do diálogo entre alunas e professoras dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, tendo como propostas acompanhar as estudantes de graduação da área de Computação e incentivar a participação feminina na área. Sua equipe executora é constituída por alunas e professoras dos cursos da área da Computação do Campus Alegrete e, para colaborar ao desenvolvimento de suas ações, frequentemente são convidadas mulheres da comunidade de Alegrete/RS. Desde 2016, é um projeto parceiro do Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação.

No atual cenário pandêmico, o projeto tem um novo desafio: atuar de forma remota. Suas atividades, portanto, têm sido realizadas através de plataformas como o Google Meet e Youtube. Na edição atual, 2020-2021, são propostas as seguintes ações:

  • “Mulheres na Computação: de Norte a Sul”:  tem como objetivo realizar uma série de debates sobre Mulheres, Ciência e Tecnologia, considerando as diferenças regionais do Brasil. Esta ação é resultado de uma parceria entre o projeto Gurias na Computação e o projeto Meninas na Computação da Universidade Federal do Amapá, coordenado pela Professora Patrícia Araújo Oliveira. Para tanto, realiza encontros entre mulheres (pesquisadoras, docentes, profissionais do mercado de trabalho na área de TI, egressas, estudantes de graduação e alunas da educação básica) de diferentes regiões do país para rodas de conversa sobre experiências no mercado de trabalho, carreira acadêmica, oportunidades locais e diversos outros assuntos relacionados a trajetórias profissionais;
  • Colaboração com o “CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural”: tem como objetivo divulgar o trabalho e a produção técnico-científica das docentes e discentes dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software; 
  • Encontro Gurias na Computação: propõe criar, semestralmente, um espaço para discutir com a comunidade acadêmica e externa questões relevantes e de interesse das mulheres;
  • Tutoria das Gurias: ação que envolve o acompanhamento das alunas ingressantes nos cursos da Computação do Campus Alegrete com o objetivo de minimizar a evasão e aproximá-las do projeto;
  • Café Compartilhado: espaço para graduandas e professoras da Computação se apresentarem e conversarem sobre os desafios da graduação e formarem uma rede de apoio para superá-los. Também pode contar com a participação de membros da comunidade.

Desde o mês de agosto, quinzenalmente, têm sido realizadas lives, em canal criado no Youtube para o desenvolvimento da ação “Mulheres na Computação: de Norte a Sul”, com o intuito de dar destaque ao trabalho de mulheres da área da Computação de todo o país e colaborar para que as alunas atuais dos cursos envolvidos se sintam representadas. Dentre as convidadas que já participaram de lives, estão: a professora Nara Martini Bigolin, da UFSM, que abordou o tema Meninas na Olimpíada; a professora Pâmela Billig Mello Carpes, da Unipampa, que apresentou dados impactantes sobre Mulheres na Ciência: Desafios e Conquistas; a professora Danielle Couto, da UFPA, que contou sobre a experiência do Manas Digitais na UFPA; a professora Clevi Elena Rapkiewicz, da UFRGS, que trouxe o tema Pandemia, Gênero e Arte; Giulia Bordignon, mestre pela FURG, que contou um pouco sobre o seu trabalho de mestrado Reprograma: uma simulação social baseada em agentes para análise das desigualdades de gênero na tecnologia; a professora Tancicleide Gomes, da UFPE, que abordou Tecnologias, Letramento e Formação Docente. Ainda, para este ano, estão previstas mais duas lives: com Camila Achutti, CEO da empresa Mastertech, que irá falar sobre Jornada Empreendedora; e Irene Ficheman, do LSI – TEC – Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, que irá abordar o tema Liderança Feminina.

A colaboração com o CiênciAção tem se desenvolvido, inicialmente, pela divulgação de ações coordenadas pelas docentes envolvidas no projeto, como o programa de extensão e grupo de pesquisa GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação, o programa de extensão TRAMAS, o programa de extensão Programa C  e, neste texto, o projeto de extensão Gurias na Computação. Para 2021, além de divulgar a produção docente, a proposta é popularizar sistematicamente a produção técnico-científica das discentes dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software.

O Encontro Gurias na Computação deste semestre letivo foi desenvolvido no mês de outubro com a temática Outubro Rosa. Realizaram-se convites às alunas ingressantes para que conhecessem o projeto, as professoras e suas colegas. Destacou-se, durante o encontro, como é realizado o atendimento à saúde da mulher no município de Alegrete.

Além das ações previstas no projeto da ação Gurias na Computação, destaca-se a parceria realizada, no mês de novembro, com o PET CTC Engenharias, Unipampa Alegrete, para promover ações com a temática Novembro Azul, dando um destaque não somente para as questões relativas ao câncer de próstata, mas à saúde do homem de maneira geral. Foram realizadas algumas ações, como: a gravação do episódio “BrocolisCast #12- Novembro Azul, Precisamos falar sobre masculinidade tóxica”, no canal de podcast do grupo PET, com a participação do psicólogo Márcio Duarte, que atua na rede pública da cidade de Alegrete; uma roda de conversa para discutir o documentário “O Silêncio dos Homens’’; e uma roda de conversa com a presença de diversos profissionais da saúde para discutir a saúde do homem (física e mental). Essas ações, embora direcionadas ao público masculino, são bastante importantes para a construção de um ambiente acadêmico e profissional mais apropriado para a convivência de pessoas de gêneros diferentes. Considerando-se o sucesso dessa iniciativa, em 2021, pretende-se dar continuidade ao desenvolvimento de ações em conjunto com o PET CTC Engenharias – Unipampa Alegrete.

Destaca-se, ainda, que o projeto garantiu duas publicações, sendo um com Menção Honrosa no WIT-2020 (Women in Information Technology): “Tutoria das Gurias: Uma ação de acompanhamento de alunas ingressantes em cursos de Computação” e “Perfil das Egressas dos Cursos de Computação da Unipampa: Uma Análise da Formação Acadêmica e da Atuação Profissional”.

Espera-se, com a manutenção das ações do projeto Gurias na Computação, contribuir para reduzir a evasão das estudantes dos cursos de Computação Unipampa e, como consequência, ampliar a participação feminina no mercado de trabalho da área de TI e também na academia. No atual cenário de pandemia por COVID-19, sua equipe está desafiada a repensar as ações que vinha promovendo para incentivar a participação feminina na área voltadas às estudantes da educação básica.

Para saber mais e acompanhar:

Gurias na Computação: https://www.facebook.com/guriasnacomputacao

Mulheres na Computação: de Norte a Sul: https://www.youtube.com/c/MulheresnaComputaçãodeNorteaSul

Programa C: https://www.facebook.com/PaginaProgramaCPET-CTC Engenharias https://www.facebook.com/PET-CTC-Engenharias-Unipampa-Alegrete-454543104640193/

 Referências Bibliográficas:
BORDIN, Andréa Sabedra; FINGER, Alice Fonseca; GINDRI, Letícia; DE MELLO, Aline Vieira. Tutoria das Gurias: Uma ação de acompanhamento de alunas ingressantes em cursos de Computação. In: WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY (WIT), 14., 2020. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 129-138.
FINGER, Alice Fonseca; BORDIN, Andréa Sabedra; DE MELLO, Aline Vieira.
Perfil das Egressas dos Cursos de Computação da Unipampa: Uma Análise da Formação Acadêmica e da Atuação Profissional. In: WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY (WIT), 14., 2020. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 100-109.


Letícia Gindri é Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Sergipe. Mestra em Ciência da Computação pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo, com ênfase na área de Linguagem Formais e Autômatos. Tem interesse pela área de Métodos Formais, Linguagens Formais e Autômatos e Computabilidade. Professora Assistente na Universidade Federal do Pampa, campus Alegrete.
E-mail para contato: leticiagindri@unipampa.edu.br

Amanda Meincke Melo possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestrado e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É docente nos cursos de Computação do Campus Alegrete da Unipampa e discente do curso de Letras Português / Licenciatura na modalidade a distância. Coordena a Comissão Local de Extensão do Campus Alegrete, sendo representante do campus na Comissão Superior de Extensão. Coordena os programas de extensão GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação e TRAMAS. Colabora em outras ações de extensão, como o programa de extensão Programa C e o projeto Leitura em Todos os Sentidos. Além disso, é coordenadora do projeto de ensino GEIHC – Grupo de Estudos em Interação Humano-computador e líder do grupo de pesquisa GEInfoEdu, no qual atua nas seguintes linhas de pesquisa: Acessibilidade e Inclusão Digital, Engenharia de Software Aplicada à Educação, Letramento Digital.
E-mail para contato:
amandamelo@unipampa.edu.br

Siepe: pandemia, virtualidade e novas experiências

Este ano, por conta da pandemia, o 12º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) foi realizado, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, de forma completamente virtual. As mesas foram transmitidas via youtube, e os inscritos puderam apresentar suas pesquisas por meio de vídeos produzidos por eles. Segundo dados da comissão organizadora do evento deste ano, foram 2.574 inscritos, 1.145 trabalhos aprovados em três categorias, mais de 38 mil visualizações nas listas de vídeos e quase cinco mil visualizações nas palestras até o terceiro dia de evento.

Uma das palestras apresentadas teve como tem a “Covid-19 e a Medicina do Amanhã”, ministrada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Helder Nakaya. Segundo Nakaya, a medicina está mudando rapidamente. Antes, ela era focada na doença e na busca por uma solução que funcione para todos. “A medicina do futuro foca na prevenção e usa a tecnologia para desenvolver fármacos, diagnósticos e tratamentos de forma individualizada”, explica o palestrante. 

Relato de experiência – Nitielle Dias, discente do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, da Unipampa, campus Itaqui, já participou do SIEPE, de forma presencial, e, este ano, participou de maneira remota. Sobre essa questão, ela relata: “Novas adaptações foram necessárias no cenário acadêmico, tanto da parte dos discentes, quanto da instituição de ensino superior, Unipampa. O SIEPE, este ano, nos desafiou a usufruir, ainda mais, das novas tecnologias, que atualmente servem como mecanismos de transmissão de conhecimentos”. 

A pesquisa de Nitielle Dias analisa a questão da violência doméstica no município de Itaqui-RS. Ela realizou um levantamento do número de registros dos casos de violência contra a mulher nos anos de 2019 e 2020, na Delegacia da Policia Civil da cidade. “Foi meu primeiro contato com a elaboração de um vídeo, precisei estudar um pouco as ferramentas de produção para aprender a editar e, também, controlar o tempo de fala para não extrapolar o tempo limite”, relata.

Sobre as diferenças entre as apresentações virtuais e presenciais, a estudante afirma que “as edições anteriores, de forma presencial, também foram um desafio. E também proporcionaram convivência e experiência com os demais alunos de diferentes cursos, cidades e estados. Uma experiência de troca de conhecimentos, diálogos e pluralidade cultural”. Ela ainda completa: “a elaboração da apresentação para o SIEPE, via vídeo, para mim, foi um dos desafios que o ensino a distância trouxe. Esta experiência proporcionou para mim mais um aprendizado na minha trajetória acadêmica”, conclui. 

Tamires Peixoto é Jornalista, Mestra em Letras, Pós-graduanda na Especialização em Desenvolvimento Regional e Territorial, na Unipampa, e integrante do Projeto CiênciAção.

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Matemática das Epidemias

por Patrícia Yukari Sato Rampazo,
Alisson Darós Santos, Francisco Carlos
Caramello Junior e Sandra Machado de Souza Lima

O projeto Matemática das Epidemias visa à elaboração de material didático informativo contemplando o papel da Matemática na luta contra pandemias. O material é distribuído digitalmente e com linguagem acessível.

A mudança relativamente brusca que a humanidade experimentou em seu modo de vida com o advento da agricultura e da civilização — passando de pequenos grupos nômades de caçadores e coletores a grandes aglomerados em cidades — foi acompanhada do surgimento de inúmeras doenças com impacto desastroso, as chamadas epidemias (Soares, 2001). Segundo a Organização Mundial de Saúde, a palavra pandemia é usada para caracterizar uma determinada doença que se espalhou rapidamente por diversas partes de diversas regiões (continental ou mundial) através de uma contaminação sustentada. Frente a esse novo fenômeno, surgiu também a ideia de se utilizar a matemática para melhor entender as potencialidades de disseminação, e as características de doenças pandêmicas. Isso originou uma nova área dentro da matemática, chamada de Epidemiologia Matemática (Yang, 2001).

O projeto conta com uma equipe formada por professores da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, campus Itaqui; Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; e Universidade Federal Fluminense – UFF, campus Pádua. O projeto Matemática das Epidemias tem como objetivo principal divulgar conhecimentos básicos da epidemiologia matemática, apresentando modelos matemátic0-os para cenários como o da COVID-19 e as principais ferramentas matemáticas que esses modelos utilizam. Prioriza-se a linguagem simples, intuitiva e, portanto, mais acessível ao grande público.

O projeto se insere não só no atual contexto de pandemia como também no de valorização da cultura digital no ensino e divulgação de ciência, hoje ainda mais potencializado pela necessidade de isolamento social por conta da pandemia. Também nesta temática, observa-se a escalada das notícias e informações falsas, as chamadas fake news, que estão sendo disseminadas e dificultam o entendimento da sociedade com relação a esse assunto e outros temas também importantes. Observa-se também a dificuldade de se divulgar resultados científicos, por geralmente serem de natureza altamente técnica, o que também contribui com a desinformação e pode levar o público à indiferença ou até mesmo a descrença quanto à gravidade dos problemas como a atual pandemia.

O acesso a informações claras, simples, de qualidade e oriundas de fontes confiáveis se faz, então, cada vez mais necessário. Nesse contexto, o projeto elucida, apresenta e divulga modelos matemáticos, gráficos, estatísticas e outras informações, na forma de posts nas redes sociais como o Instagram, pelo perfil @matematicadasepidemias; o Facebook, pela página Matemática das Epidemias e, também, pelo site oficial do projeto, no endereço: http://cursos.unipampa.edu.br/cursos/licenciaturaemmatematicaitaqui/matematica-das-epidemias.

Espera-se, assim, contribuir um pouco com a desmistificação do senso comum de que a matemática é um assunto intrincado e inacessível, e também colaborar com a compreensão do presente quadro epidemiológico da COVID-19.

Referências Bibliográficas:

SOARES, C. D. Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas Considerando Heregeneidade Etária: Estudo de Caso de Rubéola no México. Tese (Mestrado em Matemática Aplicada). Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP, São Paulo, 2011.
YANG, H. M. Epidemiologia Matemática – Estudos dos Efeitos da Vacinação em Doenças de Transmissão Direta. [S.l.]: EDUNICAMP & FAPESP, 2001.

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É preciso valorizar a educação e a ciência sempre

por Nathalia Lopes da Silva

    Em tempos de pandemia, no qual nossas vidas caminham num ritmo diferente e muitas coisas já não são mais as mesmas, algumas reflexões precisam ser feitas. Obviamente, todos e todas preferíamos que não estivéssemos passando por este momento. Contudo, diante desta inevitabilidade, faz-se necessário analisar o contexto em que vivemos.

    Muitos setores e profissionais vêm sendo fundamentais no enfrentamento ao Covid-19 e devem ser reconhecidos, auxiliados e homenageados. Profissionais da saúde, educação, ciência e das diversas outras áreas vêm trabalhando incessantemente durante esta crise. No entanto, além de prestarmos nossas homenagens às e aos profissionais, precisamos lembrar do seu esforço e do quanto os serviços prestados por eles e elas terão sido essenciais após a pandemia acabar.

   Tem algum tempo que a educação superior pública em nosso país vem sofrendo com cortes nos orçamentos e ataques públicos. Note-se, porém, que neste momento complicado pelo qual passamos todas as Instituições Federais de Educação Superior, as Universidades e os Institutos Federais, têm realizado um trabalho importante no enfrentamento à pandemia. Na região do Pampa, a UNIPAMPA desenvolve diversas ações, como a produção de álcool gel, a realização de pesquisas sobre o coronavírus no Estado, em parceria com a UFPel, a doação de EPIs em São Gabriel e emprestou respiradores para o hospital de Uruguaiana. O IFF também está produzindo álcool gel e materiais de proteção.

    Os cortes na educação afetam todas as regiões do Brasil, mas em regiões como a Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na qual as instituições federais de ensino têm um papel ainda mais essencial, essa situação dos cortes é grave. Isso porque por estaremos em tão distantes dos grandes centros urbanos, essas instituições ofertam vagas em cursos de graduação e de pós-graduação, promovem pesquisas científicas e desenvolvem projetos de extensão e de ensino a fim de desenvolver social e economicamente a regional. E numa época como esta, atípica, elas auxiliam com recursos e conhecimentos científicos, os quais, sem elas, seriam muito pouco acessíveis.

  Assim, quando tudo passar, é preciso que lembremos que na crise, a saúde pública e a ciência sempre estão prontas a auxiliar, bem como é preciso reconheçamos os e as profissionais que terão trabalhado na pandemia e valorizar as instituições públicas sempre.

Nathalia Lopes da Silva é jornalista, pós-graduada em Comunicação e Semiótica (Unesá), mestre em Comunicação e Indústria Criativa (UNIPAMPA) e, atualmente, acadêmica em Letras – Português EaD na UNIPAMPA. Contato: nathalials.cn@gmail.com.

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Um convite à leitura de The Last Man (O Último Homem), de Mary Shelley (1826)

por Jaqueline Bohn Donada

      Estamos no século XXI: uma nova doença surge na Ásia e, paulatinamente, se espalha pela Europa. Atinge fortemente a Itália e, de lá, se alastra para o continente americano causando milhares de mortes por todo o mundo. A pandemia global expõe a fragilidade da democracia e da organização social vigente e traz à tona questões existenciais sobre a natureza e o futuro da humanidade.

        Esse parágrafo bem que poderia ser um relato da eclosão do novo coronavírus, mas é, na verdade, um brevíssimo resumo do romance O Último Homem / The Last Man (veja aqui), o terceiro romance escrito por Mary Shelley, publicado em 1826.

   O estrondoso sucesso de seu primeiro livro, Frankenstein, e seu processo de transformação em um ícone pop, ao mesmo tempo que despertaram o interesse generalizado pela literatura, também deixaram em segundo plano a jovem autora inglesa e espalharam por aí uma percepção de Mary Shelley como autora de uma obra só. A atual pandemia de COVID-19, apesar da devastação que tem causado, serviu (pelo menos isto!) de ocasião para que viesse à tona o equívoco por trás dessa percepção.

       Desde março, jornais de grande circulação na mídia internacional e pesquisadores de diversas universidades de renome têm destacado o caráter de atualidade do terceiro romance da autora, prestes a completar 200 anos de publicação. O jornal The New York Times afirmou, em março, que Shelley “previu as causas políticas e as soluções coletivas para a peste global”. Em maio, a Universidade de Sydney tratou do livro como “um profecia da vida em uma pandemia global” e a Universidade de Cambridge, por sua vez, apresentou uma leitura d’O Último Homem como “uma visão profética do futuro que questiona os poderes da civilização sobre a natureza e mostra aos leitores de 2020 semelhanças com a COVID-19”.

       Embora a ideia de profecia não seja necessariamente a mais adequada para se pensar sobre esse livro, é verdade que sua capacidade de falar diretamente ao mundo contemporâneo é notável, hoje ainda mais do que na época da primeira publicação. A história contada é a de Lionel Verney e de como ele veio a se tornar o último homem vivo. Aparentemente imune a uma doença letal e desconhecida, Verney narra, em primeira pessoa, a sua trajetória desde uma infância pobre, passando pela ascensão social, por seu envolvimento em um conflito, que lembra de perto a Guerra de Independência da Grécia, e culminando em sua completa solidão na face da terra. Verney testemunha não apenas a eclosão e disseminação de um vírus mortal em todo o mundo, mas também a morte gradual de todos os seus familiares e amigos.

      Trata-se de uma narrativa intensa que costura com sutileza aspectos históricos, políticos e psicológicos. Sem dúvida, serve de exercício imaginativo a uma sociedade egóica frente a um problema coletivo, como a atual pandemia que assume proporções cada vez mais apocalípticas. O ar de ficção científica incipiente e os contornos góticos e distópicos da narrativa dialogam abertamente com as obras da ficção contemporânea, e colocam em evidência o caráter gótico-distópico do mundo em que vivemos.

Você encontra um vídeo com uma leitura comentada do romance, clicando aqui.

Boa leitura!

Jaqueline Bohn Donada é professora de Literaturas de Língua Inglesa na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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Grupo de trabalho da UNIPAMPA produz conteúdos sobre a Covid-19 no Instagram

por Larissa Burchard.

    Em momentos de crise, como o que estamos vivendo com a pandemia, atitudes que buscam informar a população são essenciais. Pensando nisso, a UNIPAMPA criou o “Grupo de Trabalho UNIPAMPA no Enfrentamento à COVID-19” que encontrou na rede social Instagram uma forma de informar sobre os efeitos da pandemia nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha. O grupo é formado por professores, técnicos e estudantes de diversas cidades onde a Unipampa atua e os trabalhos começaram no final de março no início dos casos no estado.

Perfil do GT já tem mais de 100 publicações

 

   Além de informar, o perfil também divulga as ações da universidade para amenizar as consequências da disseminação do novo coronavírus, o SARS-CoV-2. Com fotos, vídeos e textos, os seguidores do perfil recebem informações sobre pesquisas, casos de Covid-19, projetos sociais e doações de alimentos nos dez campi da universidade. As ações divulgadas são diversas, desde produção de álcool 70% para pessoas em vulnerabilidade social até dicas de cuidados com a saúde mental durante o isolamento social.

O grupo também posta notícias sobre a covid-19 na região da Fronteira Oeste e da Campanha
O grupo também posta notícias sobre a covid-19 na região da Fronteira Oeste e da Campanha.

 

Para acompanhar os conteúdos basta seguir o perfil @unipampa_covid19 no Instagram. Se gostar, não esqueça de curtir, comentar e compartilhar para que a informação alcance mais pessoas.

Larissa Burchard é jornalista e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Indústria Criativa da UNIPAMPA. Para ver seu currículo, clique aqui.

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Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.