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Vinicius Piccin Dalbianco, Professor Nota 10

   Fui escolhido pelos estudantes do BICT como um dos professores “Nota 10” do curso, resultado da pesquisa realizada pelo CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural. Por esse motivo, os editores e editoras me convidaram para relatar um pouco da minha trajetória pessoal, acadêmica e profissional, de modo a compartilhar com todos vocês aprendizagens que tive ao longo desse tempo.

   Pois bem, vou relatar um pouco do que já fiz e que considero importante para a ocasião. Sou Vinicius Piccin Dalbianco, Professor da Magistério Superior na Universidade Federal do Pampa – Campus Itaqui/RS. Compreendo que parte significativa do que sou hoje, enquanto docente, pesquisador e extensionista, é fruto do processo histórico de construção do conhecimento individual (como estudante, pesquisador e ator social) e coletivo (como integrante de um grupo social que constrói relações sociais). Por esses motivos, a trajetória de cada individuo é importante, pois entendo que não somos imunes às influências das relações sociais do percurso social que fizemos, seus valores, suas crenças e imersões nas relações de poderes assimétricos que constituem a sociedade. Desse modo, compreendo que a produção do conhecimento não é neutra, visto que mantém identidade com a historicidade e as relações traçadas pelo pesquisador.

   Sou filho de camponeses residentes no município de Jaboticaba, localizado no Médio Alto Uruguai do estado do Rio Grande do Sul (RS). Foi lá que aprendi muitos significados da vida social, embora fosse passar a entender muitos deles mais tarde. A vida “simples” (tendo como parâmetro o agito urbano e as condições objetivas de sobrevivência) foi recheada de muito amor. Aos 14 anos, sai de casa para cursar o ensino médio no Colégio Agrícola em Frederico Westphalen (que na época era vinculado a Universidade Federal de Santa Maria – UFSM). No ano de 2001, ingressei na UFSM no curso de Agronomia. Durante a graduação, atuei ativamente no movimento estudantil, principalmente, na Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), no Diretório Central dos Estudantes (DCE) e na organização dos Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIVs). Durante os cursos de especialização em Residência Agrária e de mestrado em Extensão Rural, dediquei-me à pesquisa sobre o processo de construção da Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) aos assentamentos de Reforma Agrária no RS. A minha vinculação aos Projetos de extensão dos Articuladores e Assessores Técnicos Pedagógicos da ATES coordenado pela UFSM (2009 a 2010; 2012 até agora) colaborou para a compreensão da percepção social dos diferentes atores envolvidos com o desenvolvimento de assentamentos. Entre os anos de 2010 e 2012, trabalhei no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na condição de Coordenador do Programa de ATES RS. Em 2012, retornei à UFSM para fazer o curso de doutorado no Programa de Pós Graduação em Extensão Rural.

   Em fevereiro de 2015, ingressei na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Dom Pedrito, para a função de Professor do Magistério Superior com atuação prioritária no curso de Educação do Campo- Licenciatura. Minha função nesse curso se concentrou na problematização das temáticas dos Movimentos Sociais do Campo, da Agroecológica, do Desenvolvimento Rural e da ER, relacionadas à formação de educadores das Escolas do Campo. Nesse curso, minha atuação era mediada por um pano de fundo baseado pela compreensão de que não existe Escola do Campo sem campo com gente e que não é possível haver Educação do Campo sem Educador do Campo. A existência da Educação do Campo só tem sentido quando a escola do campo aborda os elementos constitutivos do território onde está inserida, valorizando o aprendizado que os educandos do campo trazem a partir das suas vivências.

   No ano de 2018, através de uma permuta docente vim para o Campus Itaqui. Atualmente, dou aula nos cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Engenharia Cartográfica e de Agrimensura e Nutrição. Faço parte de dois grupos de pesquisa, coordeno três projetos e participo da equipe executora de mais quatro projetos, a saber:

Grupos de pesquisa:

  1. Educação do Campo: objetiva contribuir com o aprofundamento e a construção dos Fundamentos da Educação do Campo.
  1. Agricultura Familiar e Sustentabilidade Socioambiental: objetiva realizar pesquisas relativas à relação entre agricultura familiar e sustentabilidade socioambiental.

Projeto que coordeno:

  1. Abordando a interdisciplinaridade nas escolas: um estímulo para o acesso à Universidade: O projeto possui o objetivo de contribuir para ampliar o conhecimento da comunidade de Itaqui-RS sobre as práticas exercidas dentro da universidade com ênfase nas atividades de extensão.
  1. Assessoria Técnica Pedagógica ao Programa de ATES nos Projetos de Assentamentos do Rio Grande do Sul: objetiva contribuir para a qualificação do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) ofertada aos Assentamentos de Reforma Agrária do Rio Grande do Sul.
  1. Universidade e Comunidade: do acesso à permanência: o projeto possui dois objetivos centrais: a) Contribuir para ampliar o conhecimento da comunidade de Itaqui RS sobre as práticas exercidas dentro da universidade; b) Objetiva também colaborar com o aprendizado na UNIPAMPA, através de atividades internas de extensão como minicursos, palestras, oficinas etc., com discentes e docentes.
  1. Projeto Intervozes: o projeto objetiva discutir com a comunidade universitária temas relevantes a formação universitária. Tem como protagonista a ação dos estudantes, principalmente do diretório acadêmico do Curso BICT.

Projetos que faço parte da equipe executora:

  1. Formação Continuada de Professores do Campo da Região da Campanha: o projeto tem por finalidade proporcionar a formação continuada de professores e professoras que atuam em escolas do campo.
  1. Leitura que Circula: visa ofertar empréstimos de livros pessoais, de propriedade particular, a interessados(as) de forma monitorada por sistema de dados, que será desenvolvido e controlado pela equipe executora do projeto.
  1. Programa de Formação Interdisciplinar: o projeto tem por objetivo promover debates sobre temas relacionados a formação interdisciplinar na Universidade.

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