Pesquisadores da Universidade Federal do Pampa exploraram o veneno do sapo Rhinella icterica, encontrado principalmente na Mata Atlântica, para poder desenvolver extratos que podem regular funções biológicas em animais e possivelmente em humanos. A invenção busca isolar substâncias do veneno, com potencial para uso em medicamentos e tratamentos inovadores na área da saúde..
Os pesquisadores testaram o extrato do veneno do sapo Rhinella icterica para separar e identificar suas diferentes substâncias. Para isso, eles usaram técnicas de laboratório chamadas HPLC e FPLC HPLC (cromatografia líquida de alta performance) e FPLC (cromatografia líquida de proteína rápida), que ajudam a dividir o extrato em várias partes menores, chamadas “frações”. No total, obteve-se 8 frações com o método HPLC e 24 com o FPLC. Com essas frações, foi possível entender melhor quais partes do veneno poderiam ter efeitos úteis para a saúde ou para uso em medicamentos.
O projeto, desenvolvido como tese de doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Pampa, foi desenvolvido ppr Raquel Soares Oliveira e contou com a colaboração de Cháriston André Dal Belo, Lucia Helena Vinadé, Velci Queiróz de Souza, Yuri Correia Barreto, Maria Eduarda Rosa, Bruna Trindade Borges, Allan Pinto Leal, Chiara Valsecchi e Tiago Gomes dos Santos.
O registro junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) foi solicitado para proteger o uso inovador do veneno do sapo Rhinella icterica, especialmente o extrato metanólico e suas frações, como um modulador fisiológico e farmacológico. Esse veneno contém substâncias bioativas com potencial para regular processos biológicos em animais, o que abre possibilidades para o desenvolvimento de medicamentos e tratamentos. Com registro, os inventores buscam garantir direitos exclusivos sobre essa aplicação, prevenindo que outros utilizem essa tecnologia sem permissão e permitindo que eles explorem seu potencial biotecnológico e farmacológico de forma segura e lucrativa.
Confira o resumo da patente e outras informações do “Uso do extrato metanólico e suas frações obtidos a partir do veneno da espécie Rhinella icterica como modulador fisiológico e farmacológico em indivíduos do reino animalia”
“A presente invenção é caracterizada pelo uso do extrato metanólico e suas frações obtidas a partir do veneno da espécie Rhinella icterica como modulador fisiológico e farmacológico em indivíduos do reino animalia. Os ensaios biológicos do extrato metanólico e as análises químicas, por meio de fracionamento em cromatografia líquida de alta performance (HPLC) usando- se coluna C18 e cromatografia líquida de proteína rápida (FPLC), também em coluna C18, renderam 08 frações por HPLC e 24 por FPLC revelando o potencial modulador fisiológico e farmacológico tanto do extrato metanólico como de seus compostos químicos isolados.”