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Pix: o futuro financeiro no brasil, saiba como utilizar

por Gabriel Vicente de Oliveira

Fonte: SUNO

Nos últimos meses muito se ouviu falar sobre Pix. Desde fevereiro, o Banco Central do Brasil divulgou a ferramenta com a promessa de revolucionar e evoluir o SPB, o Sistema de Pagamentos Brasileiro. Antes de seu lançamento oficial, o PIX movimentou R$325 milhões de reais, o que foi um dado alarmante para muitos que superestimavam a nova ferramenta.

O Pix foi oficialmente lançado no dia 16 de novembro de 2020. Desde então lá tem acumulado 133 milhões de chaves cadastradas, sendo que 128.102.487 milhões são chaves de pessoas físicas e 5.775.470 milhões, de pessoas jurídicas. A amplitude com que a nova plataforma se espalhou fez com que boa parte dos usuários frequentes de ferramentas e aplicativos bancários passasse a utilizá-la, popularizando o novo método de realizar e receber pagamentos.

Quais são as características do Pix?

De acordo com o Banco Central, a ferramenta Pix veio para romper os limites do sistema financeiro. Para que isso viesse acontecer, era necessário criar uma plataforma em que as pessoas que a consumissem se identificassem com a mesma. Para isso foi utilizado alguns recursos, tais como:

  • conceito visual, buscando um ar tecnológico e solido;
  • comunicação rápida “P2P”, de bolso para bolso;
  • agilidade nos processos;
  • ser versátil a todas as formas de pagamento;
  • ser seguro;
  • 24 horas por dia (inclusive finais de semana e feriados); e
  • ser gratuito.
Fonte: Bacen (2021)

Benefícios e Malefícios do PIX, Porque não utilizar TEC E DOC?

Como toda ferramenta tecnológica há o lado positivo e o lado negativo, no PIX não poderia ser diferente. Felizmente, o lado positivo se destaca nessa ferramenta:

Fonte: Bacen (2021)

A estruturação da ferramenta a diferencia drasticamente das existentes no mercado. As mais utilizadas, TED/DOC, foram grandes revolucionárias no SPB. Porém, em comparação com o PIX, ficam longe. Façamos uma comparação entre elas:

  • TED = Transferência Eletrônica Disponível:

O dinheiro é enviado e creditado na instituição financeira final até às 17:00 do mesmo dia, no caso de instituições diferentes. Não há valor mínimo para transferência. Podem ser transferidos valores superiores a 5.000 reais. Funciona apenas em dias úteis.

  • DOC = Documento de Ordem de Crédito:

O sistema DOC funciona em D+1, ou seja, cai na conta destino 1 dia após a data da transferência ser realizada. Caso seja feita após às 22 horas, pode demorar mais de um dia para cair na conta final. O valor máximo permitido para DOC é de R$4.999,99. Funciona apenas em dias úteis.

  • PIX = Sistema de Pagamentos Instantâneos:

Popularmente conhecido por “TED de 10 Segundos”, pois é o tempo médio em que a transferência é realizada. O grande diferencial é que a ferramenta funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana, inclusive feriados. Não há limite máximo para transferência. Varia de acordo com a instituição financeira para evitar lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.

Em contrapartida, o PIX também apresenta algumas desvantagens. Quais sejam:

  1. até o momento não é possível utilizar como cartão de crédito;

  2. em pagamentos presenciais, demanda o uso obrigatório da internet;

  3. instituições financeiras podem operar com a margem de cobrança da ferramenta;

  4. não há possibilidade de estorno, apenas em caso de fraude ou falha operacional.

Como utilizar o PIX?

Para que seja possível utilizar a ferramenta PIX é necessário que o usuário esteja com uma conta corrente ou poupança em alguma instituição financeira (Banco, Cooperativa, fintech ou qualquer outra instituição de pagamento que esteja atrelada ao Banco Central do Brasil). Para saber se sua instituição está incluída, o BACEN divulgou uma lista com todas as instituições que aderiram ao PIX que pode ser encontrada em no próprio site do Bacen. Após isso, é necessário que você acesse seu aplicativo financeiro para cadastrar uma CHAVE. Essa chave será como sua conta bancária. Ao invés de o usuário ter todas suas informações bancárias expostas, como banco, agência e conta, ele simplesmente terá que saber uma única informação: a CHAVE, que pode ser (a) celular, (b) CPF ou CNPJ, (c) e-mail ou (d) QR Code.

Uma vez realizado o cadastro e com a chave, o usuário passa a ter uma CHAVE PIX, evitando assim consultas desnecessárias, pois está mais habituado com sua chave, por ser algo do cotidiano. Caso o usuário não se sinta confortável em cadastrar esses dados “pessoais”, poderá utilizar a CHAVE ALEATÓRIA. Ela consiste em uma chave com números aleatórios que pode substituir as “Chaves Comuns”. Porém, o usuário que optar por essa função será obrigado a gerar uma chave toda vez que necessitar algum recebimento pela ferramenta.

Fonte: Bacen (2021)

A última opção de CHAVE que vem ganhando muita repercussão nas redes sociais é a CHAVE QR-Code. Ela consiste, obviamente, em uma chave QR-Code que o usuário cadastrar. A mesma está sendo amplamente utilizada em comércios e prestadores de serviços, o que facilita muito ao usuário que não está tão adaptado à tecnologia. A meu ver, isso é o divisor de águas do PIX para com outras ferramentas, além de finalmente trazer uma ampla utilidade ao sistema Qr-Code e popularizar essa maravilhosa ferramenta.

Fonte: Bacen (2021)
Fonte: Bacen

Por fim, o Bacen estabeleceu todas possibilidades de utilizar a ferramenta:

O Pix pode ser utilizado para:

  • transferências entre pessoas;
  • pagamento em estabelecimentos comerciais, incluindo lojas físicas e comércio eletrônico;
  • pagamento de prestadores de serviços;
  • pagamento entre empresas, como pagamentos de fornecedores, por exemplo;
  • recolhimento de receitas de Órgãos Públicos Federais como taxas (custas judiciais, emissão de passaporte etc.), aluguéis de imóveis públicos, serviços administrativos e educacionais, multas, entre outros (esses recolhimentos poderão ser feitos por meio do PagTesouro);
  • pagamento de cobranças; 
  • pagamento de faturas de serviços públicos, como energia elétrica, telecomunicações (telefone celular, internet, TV a cabo, telefone fixo) e abastecimento de água; e
  • recolhimento de contribuições do FGTS e da Contribuição Social (a partir de 2021).”

O Brasil hoje é uma das referências em seu sistema de pagamento nacional. Em vários países desenvolvidos não é possível fazer transferências de uma forma tão simples como o PIX. Portanto, para que seja possível que a ferramenta seja utilizada, é necessário que as instituições financeiras não taxem absurdamente as movimentações, para torná-las inviáveis, assim deixando-a inútil.

Gabriel Vicente de Oliveira é discente do Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Pampa. Já atuou como pesquisador e líder de projetos na área tecnológica do Sesi e Senac, e por dois anos permaneceu ativo na carreira bancária no ramo de cooperativas de crédito. Atualmente, atua no setor administrativo em uma empresa do ramo plástico no Rio grande do Sul, além de ocupar o cargo de tesoureiro no Diretório Acadêmico Geraldo Crossetti.

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Referências

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Pix. Disponível em < https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/pix>. Acesso em 27 de Fev. 2021.

Apresentação da 9ª Edição

É com muita felicidade que chegamos a nossa 9ª edição. 2020 foi um ano desafiador: ao mesmo tempo em que enfrentávamos o medo do desconhecido – uma pandemia –, precisávamos seguir em frente. Foi nesse contexto que o projeto CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural – inicialmente chamado de Jornal Interdisciplinar de C&T – efetivou-se. Docentes e discentes de outros campi da Unipampa juntaram-se a nós para inovar, construir e reinventar o CiênciAção.

A 9ª edição é um dossiê temático sobre divulgação científica. Contamos com a participação especial do grupo de pesquisa Comunicação da Ciência: Estudos Linguísticos e Discursivos (CCELD), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unisinos. O CCELD se dedica a estudar os discursos acadêmicos e de popularização da ciência, bem como as relações entre eles. Dieila dos Santos Nunes, integrante do CCELD, mestra e doutoranda em Linguística Aplicada da Unisinos, descobriu em sua pesquisa de mestrado quais estratégias na escrita contribuem para a produção de efeitos de emoção que funcionam para captar a atenção do público não especialista no domínio midiático digital. Não deixe de conferir os resultados da pesquisa da Dieila em Eu emociono e informo…ciência! Você lê e compreende…ciência! e o podcast sobre popularização da ciência também produzido por Dieila para o CiênciAção.

A divulgação científica é um processo de reformulação discursiva que exige especialização. E, por isso, nesta edição, há diferentes modos semióticos, ou seja, diferentes “linguagens” para explicar o que é divulgação da ciência e qual o seu papel social. Inauguramos a seção Anime seu conceito com a definição de divulgação científica e trazemos um infográfico que explica didaticamente a função social da divulgação da ciência. 

Outra participação especial é a do comunicador itaquiense Bruno Contursi da rádio Liberdade, na seção Reportagem, em entrevista concedida a Eduardo Silva, integrante da equipe CiênciAção. Bruno há muito tempo disponibiliza espaços em seu programa Estúdio B para discutir ciência e sociedade e promover as ações de pesquisa, extensão e ensino da Unipampa, Campus Itaqui.

Além dessa seção especial, há as tradicionais: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural que traz o  Dia de campo da Unipampa/Campus Itaqui – um evento promovido pelo Curso de Agronomia da Unipampa. Esse projeto visa popularizar a produção científica desenvolvida no curso para produtores rurais e agricultores familiares ligados às áreas orizícola, agrícola e pecuária, empresários e profissionais do setor, estudantes de escolas técnicas em agropecuária da região, bem como a comunidade universitária e a sociedade no geral.

Divulgamos também o projeto Gurias na Computação, do Campus Alegrete da Unipampa. Uma ação de extensão vinculada ao Programa C: Comunidade, Computação, Cultura, Comunicação, Ciência, Cidadania, Criatividade, Colaboração. Esse projeto é resultado do diálogo entre alunas e professoras dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software promovido com o objetivo de acompanhar as estudantes de graduação da área de computação e incentivar a participação feminina nesta área.

Trazemos ainda uma cobertura especial do 12º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão da Unipampa (SIEPE) feita pela integrante da equipe CiênciAção, Tamires Peixoto. Na seção Alun@ destaque, contamos com o texto do membro da equipe do projeto Rafael Santos Lima, acadêmico do Curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Unipampa, Itaqui. No texto, Rafael nos conta sobre a sua experiência enquanto idealizador do projeto CiênciAção.

Em Convite a leituras, Sara Feitosa, docente nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Borja/RS, e no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Indústria criativa (PPGCIC/UNIPAMPA), nos convida à leitura de Contágio: Infecções de origem animal e a evolução das pandemias” (Editora Companhia das Letras, 730 páginas), escrito pelo jornalista David Quammen. Uma leitura que tem muito a nos dizer sobre o contexto atual da pandemia de COVID-19. A professora Sara será a coordenadora do Projeto CiênciAção no ano de 2021.

Por fim, nesta edição, lançamos o espaço CiênciAção Mulheres, vinculado ao Grupo de estudos HeForShe e ao Comitê de Gênero e Sexualidade dos campi Alegrete e Itaqui. Esse espaço busca ser um canal informativo e de escuta sensível sobre situações de violência e de assédio sofridos pelas mulheres e o público LGBTQ+ no contexto universitário. Para tanto, disponibilizamos um espaço que acolhe, anonimamente, relatos. Há também no CiênciAção Mulheres materiais teóricos e informativos produzidos pelo Grupo de estudos HeForShe: Momento dElas. Não deixe de conferir um infográfico sobre feminismo e um podcast que traz um resgate da memória do grupo.

A equipe CiênciAção deseja uma excelente leitura a tod@s!

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Eu emociono e informo…ciência! Você lê e compreende…ciência!

Por Dieila dos Santos Nunes
Mestra e Doutoranda em Linguística Aplicada – Unisinos

Pesquisa de mestrado revela que os efeitos de emoção podem chamar a atenção dos leitores para uma informação científica

Você já parou para pensar como a tarefa de divulgar ciência é complexa? Pois bem, além de facilitar a linguagem para informar uma descoberta científica, é preciso chamar a atenção de um público que pode não ter interesse no assunto. Assim como você, isso mesmo, você, aí, que pode estar lendo o texto e pensando se vai continuar. Não pare por aqui, pois tem novidade no ar!

Em minha pesquisa de mestrado, orientada pela professora Dra. Maria Eduarda Giering, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, descobrimos que estratégias na escrita que contribuem para a produção de efeitos de emoção podem captar a atenção do público não especialista. Isso mesmo! Nosso estudo buscou compreender como a ciência chega até o público infantil por meio dos textos de divulgação científica, já que é a fase na qual o trabalho de compreensão do método científico e de aproximação da ciência deve iniciar.

Fonte: Pixabay.

Como aconteceu?

A pesquisa foi realizada de 2017 a 2019 e contou com 40 artigos de divulgação científica midiática para o público infantil e disponíveis aos não assinantes; 20 publicados na revista on-line Ciência Hoje das Crianças e 20 na revista on-line Minas Faz Ciência Infantil, no período de 2016 a 2018. A investigação ocorreu a partir de uma análise qualitativa, a fim de identificar categorias linguístico-discursivas que contribuem para o apelo à emocionalidade. Em seguida, foi realizada uma análise comparativa entre os dados qualitativos provenientes das análises de cada revista. Sabe por quê? Com a finalidade de verificar se as estratégias utilizadas para escrever textos de popularização científica são as mesmas. São ou não? Continua comigo, que logo saberemos…

Você já deve saber que quando um texto é chato não tem como continuar, mesmo se o tema for interessante. Então, isso acontece, pois recontextualizar uma linguagem técnica, rígida, da academia, em uma linguagem facilitada, inteligível e atrativa é uma tarefa árdua, e nem todos produtores de texto conseguem chegar lá. Sei que vai me perguntar o motivo dessa complexidade… Bom, o divulgador da ciência deve tornar o texto envolvente, por meio de escolhas de palavras, expressões e imagens, mas não pode esquecer do objetivo maior: informar um fato científico! Tudo ao mesmo tempo, emocionar e informar. Que sufoco passa um divulgador da ciência, não?! Calma, nem tudo está perdido…os resultados de minha pesquisa podem muito auxiliar na atividade de popularização científica.

E quais são os resultados da pesquisa?

Com base nas análises, verificamos que a imagem da criança é pressuposta pelo divulgador como curiosa e questionadora, sempre querendo saber o porquê das coisas. É por essa razão, principalmente, que entram as estratégias de sedução. Na tentativa de aproximação com o público infantil, os textos foram construídos a partir das características da criança e da sua realidade vivenciada, possibilitando uma estreita relação entre ela e a ciência. E tem mais! Ficou evidente, também, que os divulgadores das duas revistas utilizam uma linguagem leve e de fácil entendimento, com o uso de gírias, onomatopeias, questionamentos, alusão a personagens fictícios, títulos, subtítulos e imagens inteligíveis, interjeições, expressões qualificadoras, referências a criança leitora – mantendo sempre uma espécie de diálogo. Essas estratégias, por serem próximas do universo infantil, têm grande predisposição a produzir efeitos de emoção (alegria, tristeza, nojo, medo, atração, raiva, curiosidade) na criança e, consequentemente, captar a sua atenção para o texto.   

A partir dos resultados alcançados, não há como negar que utilizar essas categorias nos textos de divulgação da ciência é suscitar um efeito emotivo na criança leitora. Por isso, é muito importante se voltar para as muitas estratégias de discursivização das emoções, pois elas são extremamente importantes para as práticas de popularização do conhecimento científico e, evidentemente, para estabelecer critérios pertinentes à carência notória de atrair o público não especializado para os assuntos científicos.

E não acaba por aqui! As estratégias patêmicas auxiliam o produtor do texto no processo de escrita e, para além de facilitar a compreensão do texto e despertar o interesse da criança leitora, podem servir de ponte para o estabelecimento de uma cultura científica no país, pois divulgar ciência é também educar criticamente o cidadão que está em processo de formação. 

Se você é um leitor mega curioso e tem uma criança interior que adora saber o porquê das coisas, vem ler minha dissertação de mestrado!

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Comunicador Bruno Contursi

O comunicador Bruno Contursi apresenta o Estúdio B, de segunda à sexta-feira na Rádio Pitangueira FM em Itaqui das 17h às 19h. No programa, o locutor realiza entrevistas  obre assuntos variados. São frequentes, porém, os convidados que abordam temas relacionados à Ciência e à universidade.

Com uma linguagem definida pelo radialista como “papo de bar”, bruno atinge o grande público, popularizando a ciência.

Acompanhe no vídeo a entrevista que ele concedeu ao integrante do CiênciAção, Eduardo Silva.

Dia de campo da Unipampa/Campus Itaqui – um evento promovido pelo curso de Agronomia da Unipampa

Autores: Daniele F. Rodrigues, Guilherme Schimitt, Joao Vitor L. Gomes, Joao Vitor S. de Souza, Carlos Miguel C. Schneider e Luciana Z. Ethur
(PET Agronomia/Unipampa/Campus Itaqui)

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O Curso de Agronomia da Unipampa/Campus Itaqui desenvolve diversos experimentos e trabalhos de ensino e pesquisa que são realizados na área experimental do Campus e envolvem manejos e novas tecnologias em diferentes áreas da agropecuária, com diversas culturas, tais como: comerciais, forrageiras, plantas daninhas, ornamentais, frutíferas e hortaliças. Essa produção científica, baseada em conhecimentos adquiridos e em resultados obtidos, precisa ser divulgada tanto para a comunidade universitária quanto para a sociedade. Tendo isso em vista, surgiu o Dia de Campo do Curso de Agronomia da Unipampa/Campus Itaqui, evento idealizado e implementado pelo grupo PET Agronomia com apoio e participação dos docentes, técnicos e discentes do curso, além da direção do Campus e com participação de empresas ligadas ao agronegócio da região. Esse evento tem como público-alvo: produtores rurais e agricultores familiares ligados às áreas orizícola, agrícola e pecuária, empresários e profissionais do setor, estudantes de escolas técnicas em agropecuária da região, bem como a comunidade universitária e comunidade em geral.

O evento teve início no ano de 2018 e estaria em sua terceira edição se não tivesse ocorrido a pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19). Além de ser uma ferramenta para difusão dos conhecimentos relacionados aos trabalhos científicos e de ensino realizados pelo Curso de Agronomia da Unipampa, objetiva proporcionar aos discentes do Curso de Agronomia a participação em atividade de extensão, desenvolvendo a comunicação e oratória com público diversificado e externo à universidade, desenvolvimento da capacidade de planejamento, organização e execução de atividades em equipe e integração entre os discentes, técnicos e docentes do Curso de Agronomia.

A visitação à área experimental do Campus com a observação dos experimentos ocorre no turno da manhã, sendo o turno da tarde voltado à exposição de materiais e equipamentos de empresas do setor distribuídas pelo campus. Além disso, o evento proporciona ao público cursos e palestras ministrados por profissionais ligados às empresas participantes. 

Essa ação de extensão inicialmente foi promovida pelo grupo PET Agronomia e hoje é realizada pelo Curso de Agronomia por ter atingido grandes proporções em número de trabalhos, empresas interessadas e público. Ressalta-se que é fundamental para o sucesso da ação o trabalho colaborativo e conjunto entre discentes, docentes, agrônomos, direção e demais servidores do campus

Portanto, espera-se com o “Dia de Campo da Unipampa – Campus Itaqui” proporcionar a consolidação do Curso de Agronomia como referência em ensino, pesquisa e extensão, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, além de auxiliar a sociedade e o setor agropecuário através da difusão de conhecimentos. 

Luciana Zago Ethur é Professora Associada III da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) – Campus Itaqui –, com graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura Plena) pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) (1994), Especialização em Biologia pela UFSM (2000), Mestrado (2002) e Doutorado (2006) em Agronomia (área de concentração: produção vegetal) pela UFSM. Experiência na área de Botânica (Botânica Sistemática, Morfologia Vegetal, Produção de flores comestíveis e Etnobotânica), Ecologia e Controle Biológico de Fungos de Solo e Agricultura Familiar.

E-mail para contato: lucianaethur@unipampa.edu.br

Gurias na Computação

por Letícia Gindri e Amanda Meincke Melo

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O projeto de extensão Gurias na Computação, registrado no Campus Alegrete da Universidade Federal do Pampa, é uma ação de extensão vinculada ao Programa C: Comunidade, Computação, Cultura, Comunicação, Ciência, Cidadania, Criatividade, Colaboração. Foi concebido a partir do diálogo entre alunas e professoras dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, tendo como propostas acompanhar as estudantes de graduação da área de Computação e incentivar a participação feminina na área. Sua equipe executora é constituída por alunas e professoras dos cursos da área da Computação do Campus Alegrete e, para colaborar ao desenvolvimento de suas ações, frequentemente são convidadas mulheres da comunidade de Alegrete/RS. Desde 2016, é um projeto parceiro do Programa Meninas Digitais da Sociedade Brasileira de Computação.

No atual cenário pandêmico, o projeto tem um novo desafio: atuar de forma remota. Suas atividades, portanto, têm sido realizadas através de plataformas como o Google Meet e Youtube. Na edição atual, 2020-2021, são propostas as seguintes ações:

  • “Mulheres na Computação: de Norte a Sul”:  tem como objetivo realizar uma série de debates sobre Mulheres, Ciência e Tecnologia, considerando as diferenças regionais do Brasil. Esta ação é resultado de uma parceria entre o projeto Gurias na Computação e o projeto Meninas na Computação da Universidade Federal do Amapá, coordenado pela Professora Patrícia Araújo Oliveira. Para tanto, realiza encontros entre mulheres (pesquisadoras, docentes, profissionais do mercado de trabalho na área de TI, egressas, estudantes de graduação e alunas da educação básica) de diferentes regiões do país para rodas de conversa sobre experiências no mercado de trabalho, carreira acadêmica, oportunidades locais e diversos outros assuntos relacionados a trajetórias profissionais;
  • Colaboração com o “CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural”: tem como objetivo divulgar o trabalho e a produção técnico-científica das docentes e discentes dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software; 
  • Encontro Gurias na Computação: propõe criar, semestralmente, um espaço para discutir com a comunidade acadêmica e externa questões relevantes e de interesse das mulheres;
  • Tutoria das Gurias: ação que envolve o acompanhamento das alunas ingressantes nos cursos da Computação do Campus Alegrete com o objetivo de minimizar a evasão e aproximá-las do projeto;
  • Café Compartilhado: espaço para graduandas e professoras da Computação se apresentarem e conversarem sobre os desafios da graduação e formarem uma rede de apoio para superá-los. Também pode contar com a participação de membros da comunidade.

Desde o mês de agosto, quinzenalmente, têm sido realizadas lives, em canal criado no Youtube para o desenvolvimento da ação “Mulheres na Computação: de Norte a Sul”, com o intuito de dar destaque ao trabalho de mulheres da área da Computação de todo o país e colaborar para que as alunas atuais dos cursos envolvidos se sintam representadas. Dentre as convidadas que já participaram de lives, estão: a professora Nara Martini Bigolin, da UFSM, que abordou o tema Meninas na Olimpíada; a professora Pâmela Billig Mello Carpes, da Unipampa, que apresentou dados impactantes sobre Mulheres na Ciência: Desafios e Conquistas; a professora Danielle Couto, da UFPA, que contou sobre a experiência do Manas Digitais na UFPA; a professora Clevi Elena Rapkiewicz, da UFRGS, que trouxe o tema Pandemia, Gênero e Arte; Giulia Bordignon, mestre pela FURG, que contou um pouco sobre o seu trabalho de mestrado Reprograma: uma simulação social baseada em agentes para análise das desigualdades de gênero na tecnologia; a professora Tancicleide Gomes, da UFPE, que abordou Tecnologias, Letramento e Formação Docente. Ainda, para este ano, estão previstas mais duas lives: com Camila Achutti, CEO da empresa Mastertech, que irá falar sobre Jornada Empreendedora; e Irene Ficheman, do LSI – TEC – Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico, que irá abordar o tema Liderança Feminina.

A colaboração com o CiênciAção tem se desenvolvido, inicialmente, pela divulgação de ações coordenadas pelas docentes envolvidas no projeto, como o programa de extensão e grupo de pesquisa GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação, o programa de extensão TRAMAS, o programa de extensão Programa C  e, neste texto, o projeto de extensão Gurias na Computação. Para 2021, além de divulgar a produção docente, a proposta é popularizar sistematicamente a produção técnico-científica das discentes dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software.

O Encontro Gurias na Computação deste semestre letivo foi desenvolvido no mês de outubro com a temática Outubro Rosa. Realizaram-se convites às alunas ingressantes para que conhecessem o projeto, as professoras e suas colegas. Destacou-se, durante o encontro, como é realizado o atendimento à saúde da mulher no município de Alegrete.

Além das ações previstas no projeto da ação Gurias na Computação, destaca-se a parceria realizada, no mês de novembro, com o PET CTC Engenharias, Unipampa Alegrete, para promover ações com a temática Novembro Azul, dando um destaque não somente para as questões relativas ao câncer de próstata, mas à saúde do homem de maneira geral. Foram realizadas algumas ações, como: a gravação do episódio “BrocolisCast #12- Novembro Azul, Precisamos falar sobre masculinidade tóxica”, no canal de podcast do grupo PET, com a participação do psicólogo Márcio Duarte, que atua na rede pública da cidade de Alegrete; uma roda de conversa para discutir o documentário “O Silêncio dos Homens’’; e uma roda de conversa com a presença de diversos profissionais da saúde para discutir a saúde do homem (física e mental). Essas ações, embora direcionadas ao público masculino, são bastante importantes para a construção de um ambiente acadêmico e profissional mais apropriado para a convivência de pessoas de gêneros diferentes. Considerando-se o sucesso dessa iniciativa, em 2021, pretende-se dar continuidade ao desenvolvimento de ações em conjunto com o PET CTC Engenharias – Unipampa Alegrete.

Destaca-se, ainda, que o projeto garantiu duas publicações, sendo um com Menção Honrosa no WIT-2020 (Women in Information Technology): “Tutoria das Gurias: Uma ação de acompanhamento de alunas ingressantes em cursos de Computação” e “Perfil das Egressas dos Cursos de Computação da Unipampa: Uma Análise da Formação Acadêmica e da Atuação Profissional”.

Espera-se, com a manutenção das ações do projeto Gurias na Computação, contribuir para reduzir a evasão das estudantes dos cursos de Computação Unipampa e, como consequência, ampliar a participação feminina no mercado de trabalho da área de TI e também na academia. No atual cenário de pandemia por COVID-19, sua equipe está desafiada a repensar as ações que vinha promovendo para incentivar a participação feminina na área voltadas às estudantes da educação básica.

Para saber mais e acompanhar:

Gurias na Computação: https://www.facebook.com/guriasnacomputacao

Mulheres na Computação: de Norte a Sul: https://www.youtube.com/c/MulheresnaComputaçãodeNorteaSul

Programa C: https://www.facebook.com/PaginaProgramaCPET-CTC Engenharias https://www.facebook.com/PET-CTC-Engenharias-Unipampa-Alegrete-454543104640193/

 Referências Bibliográficas:
BORDIN, Andréa Sabedra; FINGER, Alice Fonseca; GINDRI, Letícia; DE MELLO, Aline Vieira. Tutoria das Gurias: Uma ação de acompanhamento de alunas ingressantes em cursos de Computação. In: WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY (WIT), 14., 2020. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 129-138.
FINGER, Alice Fonseca; BORDIN, Andréa Sabedra; DE MELLO, Aline Vieira.
Perfil das Egressas dos Cursos de Computação da Unipampa: Uma Análise da Formação Acadêmica e da Atuação Profissional. In: WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY (WIT), 14., 2020. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 100-109.


Letícia Gindri é Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Sergipe. Mestra em Ciência da Computação pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo, com ênfase na área de Linguagem Formais e Autômatos. Tem interesse pela área de Métodos Formais, Linguagens Formais e Autômatos e Computabilidade. Professora Assistente na Universidade Federal do Pampa, campus Alegrete.
E-mail para contato: leticiagindri@unipampa.edu.br

Amanda Meincke Melo possui graduação em Ciência da Computação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestrado e doutorado em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É docente nos cursos de Computação do Campus Alegrete da Unipampa e discente do curso de Letras Português / Licenciatura na modalidade a distância. Coordena a Comissão Local de Extensão do Campus Alegrete, sendo representante do campus na Comissão Superior de Extensão. Coordena os programas de extensão GEInfoEdu – Grupo de Estudos em Informática na Educação e TRAMAS. Colabora em outras ações de extensão, como o programa de extensão Programa C e o projeto Leitura em Todos os Sentidos. Além disso, é coordenadora do projeto de ensino GEIHC – Grupo de Estudos em Interação Humano-computador e líder do grupo de pesquisa GEInfoEdu, no qual atua nas seguintes linhas de pesquisa: Acessibilidade e Inclusão Digital, Engenharia de Software Aplicada à Educação, Letramento Digital.
E-mail para contato:
amandamelo@unipampa.edu.br

Siepe: pandemia, virtualidade e novas experiências

Este ano, por conta da pandemia, o 12º Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (SIEPE) foi realizado, nos dias 24, 25 e 26 de novembro, de forma completamente virtual. As mesas foram transmitidas via youtube, e os inscritos puderam apresentar suas pesquisas por meio de vídeos produzidos por eles. Segundo dados da comissão organizadora do evento deste ano, foram 2.574 inscritos, 1.145 trabalhos aprovados em três categorias, mais de 38 mil visualizações nas listas de vídeos e quase cinco mil visualizações nas palestras até o terceiro dia de evento.

Uma das palestras apresentadas teve como tem a “Covid-19 e a Medicina do Amanhã”, ministrada pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Helder Nakaya. Segundo Nakaya, a medicina está mudando rapidamente. Antes, ela era focada na doença e na busca por uma solução que funcione para todos. “A medicina do futuro foca na prevenção e usa a tecnologia para desenvolver fármacos, diagnósticos e tratamentos de forma individualizada”, explica o palestrante. 

Relato de experiência – Nitielle Dias, discente do Curso de Bacharelado em Ciência e Tecnologia, da Unipampa, campus Itaqui, já participou do SIEPE, de forma presencial, e, este ano, participou de maneira remota. Sobre essa questão, ela relata: “Novas adaptações foram necessárias no cenário acadêmico, tanto da parte dos discentes, quanto da instituição de ensino superior, Unipampa. O SIEPE, este ano, nos desafiou a usufruir, ainda mais, das novas tecnologias, que atualmente servem como mecanismos de transmissão de conhecimentos”. 

A pesquisa de Nitielle Dias analisa a questão da violência doméstica no município de Itaqui-RS. Ela realizou um levantamento do número de registros dos casos de violência contra a mulher nos anos de 2019 e 2020, na Delegacia da Policia Civil da cidade. “Foi meu primeiro contato com a elaboração de um vídeo, precisei estudar um pouco as ferramentas de produção para aprender a editar e, também, controlar o tempo de fala para não extrapolar o tempo limite”, relata.

Sobre as diferenças entre as apresentações virtuais e presenciais, a estudante afirma que “as edições anteriores, de forma presencial, também foram um desafio. E também proporcionaram convivência e experiência com os demais alunos de diferentes cursos, cidades e estados. Uma experiência de troca de conhecimentos, diálogos e pluralidade cultural”. Ela ainda completa: “a elaboração da apresentação para o SIEPE, via vídeo, para mim, foi um dos desafios que o ensino a distância trouxe. Esta experiência proporcionou para mim mais um aprendizado na minha trajetória acadêmica”, conclui. 

Tamires Peixoto é Jornalista, Mestra em Letras, Pós-graduanda na Especialização em Desenvolvimento Regional e Territorial, na Unipampa, e integrante do Projeto CiênciAção.

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Alun@ Destaque: Rafael Santos de Lima

Por Rafael Santos de Lima

Olá! Antes de tudo, gostaria de me apresentar brevemente. Sou o Rafael Santos de Lima, nasci em uma cidade denominada Breves, no Estado do Pará. Cheguei a Itaqui em 2019, precisamente no dia 05 de março de 2019. Desde então, fui construindo amizades, fortalecendo laços e, acima de tudo, aprendendo e me moldando como um cidadão crítico.

Pois bem.! Fui convidado pela equipe do CiênciAção: Observatório de Divulgação Científica e Cultura, da qual faço parte, para escrever a seção Alun@ Destaque pelo fato de eu ter tido a inspiração inicial deste projeto. Contarei para vocês sobre o processo de construção do CiênciAção.

Tudo começou no início de 2019, quando alunos veteranos foram à sala de aula em que eu estava para conversar sobre o BICT, o Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, e sobre a possibilidade de trabalharmos em projetos dentro da instituição da Unipampa. Nesse momento, fiquei com uma “pulga atrás da orelha” e me questionei: por que não criar um site para divulgar essas ações internas da Unipampa?

O tempo passou e a ideia foi amadurecendo na minha mente. Até que um dia falei com um colega sobre o assunto. Ele me orientou a procurar um docente para ajudar no processo de criação e desenvolvimento do então embrião do CiênciAção. Nessa época, eu já havia concluído o primeiro semestre, quando tive aulas com a professora Cristina Lovato. Ela foi minha professora no componente curricular Português Instrumental. Uma excelente professora, que hoje a considero uma amiga. Então fui conversar com ela sobre a proposta.

A partir do momento que contei a sugestão inicial, pude perceber nos seus olhos o seu entusiasmo. Nesse momento percebi que tinha encontrado a professora certa para orientar o projeto. Depois dessa conversa inicial marcamos logo em seguida uma reunião com os outros colegas do curso; são eles e elas: Graciele Souza, Nathiéle Debus Borges, Pamela Pamela Piardi e Victor Rodrigues; os dois últimos já não estão no projeto.

Nessa reunião discutimos com mais detalhes qual seria o propósito deste projeto. Definimos como objetivo: desenvolver uma cultura de escrita e leitura dos acadêmicos do campus, por meio de um espaço autêntico de interação com essas duas práticas acadêmicas. Além disso, determinamos que seria um espaço onde os projetos da instituição seriam divulgados. Decidimos, por fim, que ele seria gerenciado pelos estudantes do BICT. O nome inicial do projeto era Jornal Interdisciplinar em C&T. Após essa reunião comecei a desenvolver o site e lançamos a 1ª edição no dia 13 de abril de 2020, no site www.jornalbict.com.br. Esse site se encontra hoje desativado.

Com o passar do tempo outras pessoas foram entrando no projeto, pessoas excepcionais, profissionais qualificadíssimos e em todas reuniões percebo o quão bom é o nosso grupo. Em uma dessas reuniões foi colocado em pauta o nome do projeto, pois percebemos que nosso projeto abrangia muito mais do que um jornal. Depois de refletirmos bastante, decidimos mudar o nome para CiênciAção, e junto com o nome resolvemos mudar o local de hospedagem, que atualmente encontrar-se nos servidores da Unipampa, na URL: https://sites.unipampa.edu.br/cienciacao/.

Os dados iniciais levantados no primeiros meses de execução do projeto foram apresentado no I Seminário On-line de Estudos Interdisciplinares: os desafios da pesquisa no contexto contemporâneo. Esse evento foi organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares – CEEINTER – e aconteceu entre 29 de junho a 01 de julho deste ano. O título do trabalho é Jornal interdisciplinar em C&T: uma proposta para o letramento acadêmico científico (clique no título do projeto para ter acesso ao trabalho).

Hoje estamos na nossa 9ª Edição e nos encaminhamos para concluir este primeiro ano. Não abordarei a questão da pandemia. Porém, cabe ressaltar que em razão dela outros docentes puderam se somar ao projeto. Foram muitas reuniões on-line, pautas discutidas pelo nosso grupo do whatsapp; nem a pandemia nos impediu de inovar, (re)inventar e adaptar a execução do projeto a esta realidade. O ano de 2021 já está aí e começaremos em março de 2021 com muitas novidades. O projeto ficará sob a coordenação da Professora Sara Alves Feitosa, docente nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Borja/RS. Na pós-graduação, ela atua no Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCIC/Unipampa) e Indústria Criativa e na Especialização em Atividades.

Então, car@ leito@, fique atento a nossas redes sociais no Instagram e no Facebook para ficar por dentro de todas as novidades.

Finalizo esse texto agradecendo aos meus colegas de curso, Pamela Piardi, Graciele Souza, Nathálie Debus Borges, Vitor Rodrigues e Gabriel Oliveira, este entrou recentemente na família CiênciAção; à professora Cristina Lovato, que acreditou desde o começo no projeto. Ao professor Walker Douglas Pincerati, do campus Jaguarão, um amigo com quem adoro conversar e que está sempre disposto a compartilhar conhecimento. Ao professor Paulo Silveira, que tive a sorte de ser seu aluno e perceber a excelente didática que tem. A Silvia Bentancourt, que sempre traz ideias construtivas para o projeto. Por fim, às professoras Amanda Meincke Melo, do campus Alegrete, e Sara Alves Feitosa, campus São Borja, e aos novos membros Tamires Peixoto e Eduardo Silva Vieira, da Pós-Graduação de Desenvolvimento Regional e Territorial, da Unipampa Campus Itaqui.

Rafael Santos de Lima é discente do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia da Unipampa Campus Itaqui. Bolsista PROEXT, Chamada Interna – Divulgação Científica e Democratização do Conhecimento. Contato: rafael.discente@gmail.com.

Contágio, o livro!!!

Antecipatório, é o que podemos dizer sobre “Contágio: Infecções de origem animal e a evolução das pandemias” (Editora Companhia das Letras, 730 páginas), escrito pelo jornalista David Quammen. A obra, de linguagem clara e objetiva, investiga as infecções que começam no reino animal e migram para humanos, num processo conhecido como “spillover”. Publicado originalmente em 2012, nos Estados Unidos, o livro chegou ao Brasil em meio a pandemia e inclui um texto de Quammen publicado em janeiro de 2020 no New York Times sobre o novo coronavírus.

A obra tornou-se referência nos estudos sobre a natureza das zoonoses, ou seja, doenças infecciosas que passam de animais não humanos para humanos. Em entrevista concedida para a Revista Piauí o jornalista explica que não é adivinho e que seu livro apenas traz bases científicas que permitem prever, de certa forma e com alguma precisão, o cenário que enfrentamos hoje”, diz Quammen. “Contágio” investiga os patógenos responsáveis pelas grandes epidemias da história – entre elas, a gripe espanhola, a AIDS, o Ebola e a SARS – e os desafios que tais epidemias representam para os seres humanos. Quammen antecipa vários dos embates que enfrentamos atualmente, indicando que temos muito o que aprender com os surtos pregressos para combater a atual pandemia.

Em “Contágio” o leitor poderá entender definitivamente que parte da receita para doenças emergentes inclui algo que conhecemos bem no Brasil: por um lado, o descaso no cumprimento de legislação que preserve as florestas tropicais, e, por outro, a invasão e destruição sistemática desses ecossistemas. “Agora a perturbação de ecossistemas naturais parece estar liberando esses microorganismo em um mundo mais amplo com frequência cada vez maior. Quando as árvores caem e os animais nativos são abatidos, vírus nativos voam como poeira de um armazém demolido”, pondera o autor.

“Contágio” é um livro-reportagem que a partir de entrevistas com especialistas em diversas partes do mundo consegue apresentar as características de uma próxima pandemia, como a que infelizmente vivemos neste ano. Em um trecho o texto é fatídico: “Podemos [dizer] que a próxima grande pandemia, quando chegar, agirá provavelmente em conformidade com o mesmo padrão perverso, com alta infecciosidade precedendo sintomas perceptíveis. Isso a ajudará a percorrer cidades e aeroportos como um anjo da morte.” Achou alguma semelhança com a vida no planeta nos últimos nove meses? Informação científica em linguagem direta e que nos ajuda a compreender a crise sanitária de 2020, sendo bastante otimista a leitura pode ajudar a mudar hábitos e, quem sabe, evitar flagelos futuros.

Outras linguagens

Conhecimento científico não precisa ser complicado. Pode ser encontrado também além dos livros. Nessa sessão fazemos sugestões de informações sobre ciência que exploram outras linguagens, como filmes, documentários, HQs, podcasts, séries, vídeos, enfim “outras linguagens” que fazem parte de nosso dia a dia. Na estreia indicamos um podcast narrativo sobre ciência.

Podcast 37 graus

Produzido pela jornalista Bia Guimarães e a bióloga Sarah Azoubel, o “37 graus” une divulgação científica e boas histórias. A produção é dividida em temporadas e atualmente estão disponíveis quatro temporadas, a mais recente trata do “Tempo”. Entre março e abril a dupla produziu em parceria com o Jornal Folha de S. Paulo uma temporada, com sete episódios, sobre epidemia. O “37 Graus” traz informação sobre ciência em narrativas surpreendentes e está disponível nos principais tocadores de áudio.

Sara Feitosa é doutora em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Conceito 5), com estágio sanduíche no Centre D’Étude des Images et des Sons Médiatiques (CEISME), na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2007). É Graduada em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2002). Professora nos cursos de Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus São Borja/RS. Na pós-graduação atua no Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCIC/Unipampa) e Indústria Criativa e na Especialização em Atividades Criativas e Culturais. Integra a rede de pesquisadores OBITEL/Brasil desde 2011. Atuou profissionalmente como correspondente, no Rio Grande do Sul, do Jornal Sem Terra e da Revista Sem Terra; Produtora do Programa Polêmica, na Rádio Gaúcha e na Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Nova Santa Rita. 

E-mail para contato: sarafeitosa@unipampa.edu.br

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