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GFIMAH – Grupo de Pesquisa em Fisiologia e Manejo de Plantas Hortícolas

A região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, região onde está inserido o Campus Itaqui da UNIPAMPA, é quase que inteiramente caracterizada pelo cultivo do arroz e atividade da pecuária de corte. O GFIMAH tem como objetivo oportunizar a diversificação de cultivos na região, reduzindo a necessidade de aquisição de hortifrutis pelos supermercadistas de centros mais distantes, como CEASA/POA, Serra Gaúcha, entre outros. Além disso, possibilitar aos discentes do curso de Agronomia do Campus a oportunidade de escolha para realizar projetos e atividades práticas relacionadas a um diferente nicho de mercado e trabalho, não tão habitual a localidade onde o Campus está inserido.

A horticultura, compreendida pelas áreas da fruticultura, olericultura, floricultura, plantas medicinas e plantas condimentares, em geral se caracteriza por ser uma atividade rentável, podendo, dessa forma, ser praticada em pequenas áreas com boa remuneração do agricultor e fixação do homem no campo. Esta atividade facilmente se adapta à produção integrada, buscando produtos de qualidade, minimizando riscos ao homem e ao meio ambiente. Dentre os principais alimentos consumidos mundialmente, as frutas e as hortaliças se destacam como importantes fontes de fibras, vitaminas e minerais, importantes para a saúde humana, reduzindo doenças cardiovasculares e mortalidade.

Nesse contexto, o GFIMAH busca trabalhar principalmente com hortaliças e frutíferas, entretanto, com enfoque principal em pequenas frutas. Um dos primeiros projetos foi à implantação da cultura do fisális na região, uma frutífera pertencente ao grupo das pequenas frutas, com o objetivo de avaliar o efeito do espaçamento e do número de hastes, fenologia e comportamento geral frente às condições edáficas e climáticas da região. A produção dessa espécie é pouco explorada, porém oferece boas perspectivas principalmente a produtores familiares devido a seu baixo custo de implantação, adaptação às condições socioeconômicas e alto valor agregado aos produtos finais. Com os trabalhos, foi possível estimar o comportamento e produção da frutífera na região, através de avaliações em relação ao crescimento, ao desenvolvimento, à fenologia e à qualidade pós-colheita. 

Ainda no estudo da introdução e aclimatação de pequenas frutas na região o GFIMAH iniciou em 2019 um projeto de avaliação de diversas cultivares de morangueiros importados do Chile (país destaque no desenvolvimento de novas cultivares de morangos). O pseudofruto (morango) dessa espécie é muito apreciado pelos consumidores e tem excelente mercado. Nesse primeiro ano de estudos foram implantados nove cultivares, quatro de dias curtos e cinco de dias neutros, sendo três cultivares novas e seis cultivares já conhecidas pelos produtores. Essas novas cultivares apresentaram bom potencial de produção, porém ainda serão necessários mais anos de experimentação para uma recomendação mais precisa. Nesse projeto diversos caracteres foram avaliados: qualidade química, física e sensorial das frutas, adaptação das plantas ao sistema de produção no solo, fenologia das diferentes cultivares, entre outros aspectos. Assim como o fisális, o cultivo do morangueiro apresenta-se como uma alternativa rentável aos pequenos produtores da região, sendo de suma importância seu estudo.

Outro trabalhos foram desenvolvidos pelo grupo objetivaram o estudo da propagação de plantas hortícolas, como: 1) avaliação da produção de mudas de Rúculas “Folha Larga” submetidas a diferentes tamanhos de bandejas com diferentes substratos e densidades de semeadura sobre características de desenvolvimento inicial como parte aérea e raiz, essenciais para seu crescimento após o transplante. A cultura da rúcula ainda é predominantemente implantada por meio da semeadura direta a campo. O objetivo da produção de mudas é a aceleração da produção de rúcula; reduzir o tempo de competição com plantas daninhas no canteiro de cultivo e, reduzir o tempo de exposição das plântulas às intempéries que muitas vezes causam a necessidade de ressemeadura. 2) Produção de mudas enxertadas de tomateiro com porta-enxertos resistentes a doenças de solo. A finalidade foi avaliar a eficiência das diferentes técnicas de enxertia (encostia, fenda cheia, inglês simples e inglês complicado) no pegamento do enxerto para produção das mudas. 3) Produção de pepino japonês a partir de mudas produzidas por enxertia de encostia em porta-enxertos de abóboras (‘Keeper’ e ‘Potent’), resistentes a doenças de solo, e abóbora ‘Menina rajada’. 4) Produção de mudas de oliveira ‘Arbequina’ e ‘Arbosana’ por estaquia com uso de ácido indolbutírico ou ácido indolacético, com ou sem ferimento lateral da base da estaca. 

Outros pequenos estudos foram realizados no decorrer desses 2 a 3 anos de existência do GFIMAH, mas sempre com enfoque na horticultura. O objetivo do grupo para os próximos é seguir com estudos na temática das pequenas frutas, repetindo e ajustando experimentos com fisális e morango, mas também iniciar estudos com amora-preta e mirtilo de baixo requerimento de frio hibernal para florescimento.

Apesar do GFIMAH ainda ser relativamente novo no campus está de portas abertas à novos discentes e docentes que possam e queiram colaborar com as pesquisas e que tenham interesse em desenvolver projetos na área de horticultura.

A UNIPAMPA E O DESENVOLVIMENTO DE ITAQUI, UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA

Por José Carlos Severo Corrêa, professor adjunto da UNIPAMPA Campus Itaqui,
economista e doutor em Desenvolvimento Regional.

Em outro momento produzimos um texto refletindo o impacto econômico da chegada da UNIPAMPA em Itaqui. Nesse sentido, objetivo deste texto é aprofundar a discussão feita anteriormente fazendo uma reflexão do quanto a UNIPAMPA afetou a economia itaquiense, levando em consideração dados relativos ao Valor Adicionado Bruto (VAB) dos grandes setores da economia de acordo com metodologia oficial.

A UNIPAMPA tem em sua lei de criação e em seu Plano de Desenvolvimento Institucional registrado o seu compromisso com o desenvolvimento regional, no caso a Metade Sul do Rio Grande do Sul. Dado essa manifestação legal e institucional, é que pretendemos refletir em torno disso, especificamente no caso, a questão dita econômica.

Pois bem, mas o que seria o desenvolvimento regional? Nesse caso, nos valemos das palavras de Cardoso (1995, p.1), “nas ciências sociais, os conceitos são historicamente densos [ … ] precisam se redefinir sempre que ocorram alterações de alcance estrutural nas relações sociais”. Dessa forma, tantos quantos conceitos adotarmos seriam aplicáveis; no entanto, vamos nos ater ao conceito de desenvolvimento como sinônimo de liberdade. A liberdade mencionada, nesse caso, diz respeito às questões sociais, ao acesso à educação, à saúde e aos direitos civis, sobretudo participar, escolher e ter acesso. Assim, é necessária a remoção das “fontes de privações de liberdade: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemática, negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos” (SEN, 2000, p.18). Observe-se que há uma pressuposição de que só haverá êxito na empreitada se houver condições básicas para a tal melhoria, referenciada em direitos fundamentais e conhecimento. De forma complementar, Barquero (2001) aborda ser o desenvolvimento um processo combinado entre uma participação ativa dos atores da comunidade envolvida com a forças motrizes externas. Nesse ponto em específico, é que observamos a contribuição da UNIPAMPA para a sua região de abrangência, na qual encontra-se Itaqui.

Como já foi dito anteriormente, nossa reflexão no momento leva em consideração a contribuição para a economia regional, que no caso específico estamos nos atendo à cidade de Itaqui. Assim sendo, para fins metodológicos, vamos nos ater exclusivamente aos dados estatísticos de natureza econômica disponibilizados por organismos oficiais, no caso a Secretaria de Orçamento Planejamento e Gestão do governo do estado. Os dados utilizados são relativos aos valores do Valor Adicionado Bruto (VAB) setorial por intermédio dos quais se calcula o Produto Interno Bruto (PIB) do município. Basicamente são três setores: agropecuária, indústria e serviços, sendo que neste último também são consideradas as informações relativas ao comércio e ao setor público. Além disso, os dados receberam tratamento estatístico simples em planilha eletrônica, sendo considerado o ano 1 da série 2008, ano de instalação da UNIPAMPA no município, e o ano final é 2017, última informação disponível. Essencialmente, foram feitas três análises, a primeira apurou a média anual da participação de cada setor no do VAB gerado no município ao longo da série estudada, a segunda considerou os valores absolutos nominais anuais de cada setor, ou seja, sem nenhum tipo de deflacionamento, e a terceira considerou a variação percentual anual por setor.

Na primeira análise, observamos o comportamento do VAB para a agropecuária, indústria e serviços, no intervalo entre 2008 e 2017 em termos absolutos. Esses são indicadores que demonstram como cada setor da economia de um município ou estado se comportam ao longo do tempo. A soma dos valores adicionados mais os serviços públicos e impostos correspondem ao (PIB), indicador mais conhecido devido a sua divulgação periódica, especialmente, em termos nacionais.

É sabido que o município de Itaqui se notabiliza pela produção agropecuária e indústria de processamento de alimentos, sobretudo arroz; no entanto, mostra-se muito importante para o município o VAB gerado pelos serviços. Na média da série histórica 2008-2017, os serviços corresponderam à 51,7% do total dos VAB’s, como pode ser observado na Figura 1.

Na Figura 2, observa-se a variação do VAB entre os anos de 2008 e 2017, ressalvando que o valor dos serviços engloba também a administração pública, que também está representada no gráfico, para fins de análise do comportamento. Não nos interessa a atualização dos valores, por isso estão em termos nominais, a ideia é observar a tendência de forma comparada. A premissa básica é de que naturalmente em termos nominais os VAB’s deveriam apresentar tendência de crescimento, o que efetivamente se observa. Nitidamente se observa que o crescimento do VAB dos serviços apresenta um crescimento consistente ano a ano, movimento semelhante ao da indústria, o que não ocorre com a agropecuária. Algumas considerações podem ser feitas, o VAB da indústria tem comportamento semelhante ao da administração pública, observe-se que nesse caso a contribuição da UNIPAMPA é contabilizada. Já o VAB da agropecuária é oscilante apresentando movimentos de queda em alguns anos. E por fim o crescimento do VAB dos serviços apresenta um crescimento maior demonstrado principalmente pelo distanciamento observado na comparação com a indústria, embora no ponto de partida os valores estejam próximos, no final da série é evidente que os serviços apresentaram um crescimento mais consistente. Salientamos que embora não seja toda a explicação, a UNIPAMPA contribui de forma bastante importante nesse sentido, pois além dos gastos com a contratação de obras e pessoal, indiretamente toda a rede de prestação de serviços a essa nova comunidade, cerca de 1000 alunos e 170 servidores concursados mais os terceirizados, gera uma movimentação relevante no setor de serviços.

Na Figura 3, os valores foram transformados em índices tomando o ano de 2008 como base = 100, e a sequência com valores relativizados em uma variação percentual ano a ano para cada setor. Salienta-se mais uma vez que nos serviços está incluída a administração pública, mas a mesma também tem seu VAB específico inserido no gráfico, assim como também foi abordado o PIB de Itaqui para a série, como forma de se comparar o crescimento anual de cada variável.

Evidencia-se nesta análise que, embora em termos absolutos haja uma grande diferença, em termos percentuais essa diferença fica menos visível. O VAB que mais cresceu foi o da administração pública, o que fortalece o raciocínio de que a UNIPAMPA tem alta contribuição nesse aspecto. Observa-se que o crescimento dos serviços foi, entre extremos, semelhante ao da indústria, mas essa tem uma oscilação maior, ao passo que aquele mantém-se numa taxa constante de crescimento. Curiosamente, nos primeiros anos a indústria apresentou relação inversa à agropecuária, contrariando o que seria óbvio o acompanhamento de uma e outra dado que são atividades complementares, observado nos anos finais, mas essa é uma análise a ser feita em outro momento. Cabe salientar também que o comportamento da agropecuária, menor taxa de crescimento, foi responsável pelo crescimento do PIB bem abaixo do VAB da administração pública, pois esse na verdade acompanha a média da variação do desempenho de cada setor.

Para finalizar nossa reflexão, podemos elencar algumas considerações:

1) ao contrário do que seria sugerido, o comportamento do VAB da agropecuária e da indústria não são diretamente relacionados, embora haja complementariedade, esse é um elemento que precisa ser melhor estudado.

2) O VAB dos serviços apresentou um crescimento bem acima dos demais em termos absolutos, mas quando comparado em termos percentuais observa-se que esta elevação se deu principalmente por conta da administração pública, na qual também está contabilizado a contribuição da UNIPAMPA ao setor.

3) Essa relativa importância da UNIPAMPA no comportamento do VAB dos serviços poderá ser melhor evidenciada, quando for feita a apuração relativa ao ano de 2019 por conta das questões relacionadas a dificuldades orçamentárias já mencionadas anteriormente.

4) Fica também para outro momento a observação do impacto da pandemia no município de Itaqui, que deverá ser importante a exemplo do estado e mesmo do país.

Concluindo, podemos dizer que embora relevante para o desempenho econômico do município, há outros elementos que evidenciam a importância da UNIPAMPA tanto para Itaqui como para a Fronteira Oeste e a Metade Sul do Rio Grande do Sul, assuntos que deveremos abordar em outro momento. Registramos também, a necessidade de explorarmos mais as diversas facetas do conceito de desenvolvimento, que como já dito é denso e moldado pelas transformações estruturais.

REFERÊNCIAS E SUGESTÕES DE LEITURA

BARQUERO, A. V. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto Alegre; FEE, 2001.
CARDOSO, F. H. Desenvolvimento: o mais político dos temas econômicos, 1995.
Revista de Economia Política. São Paulo, v.15, n.4. out-nov. 1995. Disponível em <http://www.rep.org.br/pdf/60-11.pdf> Acesso em 05 nov 2016.
RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Orçamento Planejamento e Gestão. Departamento de Economia e Estatística.
PIB Municipal, série histórica. Disponível em: <https://dee.rs.gov.br/pib-municipa>. Acesso em 10 abr 2020.
SEN, A. K.
Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Projeto “Meninas nas Ciências”

Por Caroline Jaskulski Rupp e Caroline Raquel Bender.

A desigualdade de gênero na área de Ciências é um tema que, infelizmente, transpassa em nossos dias atuais. Segundo dados da UNESCO sobre os grupos que formam as comunidades científicas, as mulheres representam apenas 30% dessa população total. Se analisarmos as publicações científicas, temos que 60% do total publicado são de pesquisadores do sexo masculino. Considerando ainda os laureados pelo prêmio Nobel (prêmio de reconhecimento internacional por pesquisas ou descobertas notáveis para a humanidade) temos que apenas 5% dos laureados são mulheres.

No Brasil, os dados apresentados pela Academia Brasileira de Ciências não são diferentes dos apresentados pela UNESCO a nível mundial. Nas áreas das Exatas e Tecnologias observamos a predominância de pesquisadores do sexo masculino, refletindo o caráter da desigualdade de gênero. Dessa forma, quando pensamos em um projeto como o “Meninas nas Ciências” estamos tentando, mesmo que a passos lentos, mudar esse cenário de desigualdade de gênero nas Ciências para os próximos anos.

Quando visitamos espaços fora do ambiente acadêmico, em sua maioria, escolas, tentamos utilizar metodologias alternativas e dinâmicas educacionais diferentes daquelas utilizadas pelos professores no período normal de aula, de forma a promover a interação dos alunos com a Ciência e com questões de desigualdade de gênero. Podemos destacar o uso de oficinas com experimentos científicos, seminários, simulações computacionais e ainda a aplicação de questionários como forma de avaliação dos conhecimentos prévios dos alunos sobre Ciência. Em todas essas atividades, buscamos estabelecer um vínculo dos alunos com a Ciência e mostrar a importância das universidades públicas no contexto de possibilidade de acesso a uma carreira científica.

As atividades do projeto são realizadas mensalmente, em diferentes instituições e em diferentes turmas de alunos, com uma faixa etária que varia de 06 a 18 anos. Em todas as atividades, realizamos um experimento científico que envolve Ciência e também um seminário em que abordamos dados sobre a desigualdade de gênero e exemplos de mulheres historicamente relevantes para o desenvolvimento científico e social. A primeira atividade realizada em 2019 foi a Oficina de Perfumes no Instituto Estadual de Educação Osvaldo Cruz, quando as alunas aprenderam sobre de Química envolvida na elaboração de perfumes e a Física das embalagens e, então, produziram o seu próprio perfume. Uma outra atividade desenvolvida foi na EEEF Roque Degrazia. Os alunos assistiram um seminário sobre o projeto e, então, realizaram um experimento que produzia chuva ácida, com o intuito de desenvolver conhecimento sobre a importância das pesquisas científicas para detectar e amenizar esse problema. Também realizamos diversas atividades na Escola José Gonçalves da Luz onde aplicamos, entre muitos, um experimento didático sobre viscosidade que envolvia conceitos de Química e Física sobre as propriedades dos líquidos.

No atual cenário em que nos encontramos no ano de 2020 (pandemia de Covid-19), as atividades do projeto nos meses de abril e maio foram voltadas para a produção de sabonetes líquidos. Foram produzidos 18 litros de sabonete líquido que foram distribuídos às instituições do município de Itaqui (Lar do Idoso, APAE e o CRAS). Essa atividade bem como outras ações desenvolvidas pela UNIPAMPA, neste cenário, servem para demonstrar a importância da ciência, da força feminina e da universidade pública no enfrentamento à Covid-19.

Membros do Projeto: Caroline Raquel Bender (Coordenadora); Integrantes: Elaine Fortes, Caroline Jaskulski Rupp, Bruna Zambrano dos Santos, Milena Matos Azevedo, Augusto Freitas, Andreia Maria Sousa Freitas, Milenne Baltazar de Almeida Bolanho, Michele Carrard, Gabriel Ramos Porfirio, Darlian Souza Quintero.

Referências e sugestões de leitura

Academia Brasileira de Ciências – 2016 – Disponível em: http://www.abc.org.br/ FEENEY – Mary K. Feeney – Por que tão poucas mulheres ganharam prêmios Nobel de ciência? – 2019 – Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/ – Acesso em: 07 de maio de 2020.

Organização das Nações Unidas Brasil – Desigualdades de gênero afastam mulheres e meninas da ciência, dizem especialistas – 2019 – Disponível em: https://nacoesunidas.org – Acesso em: 04 de maio de 2020.

Redação Galileu – Mulheres são maioria na ciência, mas apenas 23% têm cargos de influência – 2019 – Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/ – Acesso em: 03 de maio de 2020.

SILVEIRA – Aline Reinhardt da Silveira – Campus Itaqui produz 18 litros de sabonete líquido para doação – 2020 – Disponível em: https://unipampa.edu.br/portal/ – Acesso em: 07 de maio de 2020.

OPÇÃO DE MÍDIA DA POPULAÇÃO DE ITAQUI PARA INFORMAÇÕES SOBRE A COVID-19

GPISC
(Felipe B. Ethur, Bruna Z. dos Santos, Dieison M. da Silva, Kalita M. L. Fresingheli, Kellen da R. Carlosso, Letícia da R. Nunes, Taináh Espinosa, Thalles F. de Fagundes, Luciana Z. Ethur).

O grupo de pesquisa sobre impacto social do coronavírus – Covid-19 (GPISC), do Campus Itaqui da UNIPAMPA, apresenta informações e análises iniciais sobre parte da pesquisa realizada por meio das redes sociais.

Pesquisa nacional realizada pelo Instituto Datafolha (MARQUES, 2020) apontou que emissoras de televisão e jornais lideravam índice de confiança em informações sobre coronavírus. Motivado em saber se essa informação era condizente com a realidade da população de Itaqui – RS, o GPISC, do Campus Itaqui da UNIPAMPA, incluiu em seu questionário, aplicado por meio de redes sociais, duas perguntas relacionadas: “A respeito do coronavírus (Covid-19), você costuma se informar principalmente através de … (opções)?” e “Você pensa que as notícias sobre o coronavírus (Covid-19) são … (opções)?”.

O total obtido de respostas procedentes de residentes em Itaqui foi de 365. Para a primeira pergunta, obtiveram-se as respostas da Tabela 1.

Tabela 1- “A respeito do coronavírus (Covid-19), você costuma se informar principalmente através de …”

Fonte Número Percentual
Canais de Televisão 181 49,59%
Sites da  Internet 116 31,78%
Redes Sociais 53 14,52%
Emissora de Rádio 13 3,56%
Jornais e Revistas impressos 2 0,55%
Total 356 100%

 

A preponderância da televisão foi notável, por atingir praticamente metade da amostra de Itaqui, fato condizente com a pesquisa nacional. Sobre esse assunto, a matéria “Professores analisam pesquisa Datafolha sobre confiança na imprensa convencional” (UFJF NOTÍCIAS, 2020) relata: “segundo uma das opiniões, essa confiança se mostra mais abrangente porque foi tecida ao longo dos últimos 70 anos; é um pacto de confiança que tem sido fortalecido…; não é só falar, é falar e escutar as pessoas; a pandemia mostra o jornalismo como lugar de referência; a especialidade do jornalismo é saber identificar onde está a melhor informação, mais precisa e correta, e trabalhá-la de modo a torná-la mais acessível para um grande número de pessoas”. Ainda segundo a matéria, em outra avaliação: “no caso da TV há uma variável interveniente que é a sua quase universalização no Brasil; não há nenhum outro meio de comunicação com o nível de alcance em quase totalidade dos lares brasileiros”. Na mesma perspectiva, Salgueiro (2020) relata que: “Theodor Adorno (filósofo e sociólogo alemão), nos anos 1960, no artigo ‘Televisão e formação’, sinalizava: ‘existe uma espécie de função formativa ou deformativa operada pela televisão como tal em relação à consciência das pessoas, conforme somos levados a supor a partir da enorme quantidade de espectadores e da enorme quantidade de tempo gasto vendo e ouvindo televisão’ “. Tais citações confirmam a enorme influência da televisão e seu papel sobre a consciência dos cidadãos através do tempo.

Com relação aos jornais, estão diluídos em duas opções: a impressa, que apresentou mínima popularidade; e a diluída em sites. Os sites, que abrangem jornais, portais, blogs, universidades, instituições variadas, institutos e outros, constituíram o segundo maior grau de referência para a população itaquiense.

Chama a atenção que os respondentes, mesmo sendo usuários de redes sociais, não apontaram como fonte principal de informações essas redes. Somente 14,52% afirmou se referenciar nelas. Isso é coerente com o resultado da pesquisa nacional do Instituto Datafolha (MARQUES, 2020), na qual consta que: “Em posição oposta à imprensa profissional estão os conteúdos que vêm de WhatsApp e Facebook. Nas duas plataformas, apenas 12% dizem confiar em informações sobre o coronavírus”.

Sabe-se que em Itaqui, cidade de 38.000 habitantes, grande parte da população tem por hábito ouvir emissoras locais de rádio. No entanto, possivelmente por tratar-se aqui de um tema de relevância mundial, com cenários de situações em diferentes países, a televisão tenha adquirido seu maior status, seguida de sites da internet.

 Com relação à segunda pergunta (sobre fidedignidade das informações), os residentes em Itaqui manifestaram-se da seguinte forma.

Tabela 2- “Você pensa que as notícias sobre o coronavírus (Covid-19) são…”

Natureza das notícias Número Percentual
Reais, verdade 287 78,63%
Alarmistas, exageradas 60 16,44%
Mal-intencionadas 18 4,93%
Falsas 0 0
Total 365 100%

 

A população itaquiense demonstrou forte confiança na veracidade das notícias e informações que recebe sobre coronavírus dos meios de comunicação, na medida em que somente 21,37% considerou tais notícias alarmistas, exageradas ou mesmo mal-intencionadas. Embora com esse percentual crítico ao “teor” das informações, ninguém, entretanto, apontou-as como falsas.

Esses são resultados e análises iniciais de parte da pesquisa que teve por metodologia a aplicação de um questionário por meio de redes sociais. O conjunto de dados visa realizar um diagnóstico da percepção social da população itaquiense sobre o coronavírus, bem como da sua realidade e condições de vida nesta época crítica da pandemia em nível mundial.

Referências:

MARQUES, J. TVs e jornais lideram índice de confiança em informações sobre coronavírus, diz Datafolha. Jornal Folha de São Paulo, São Paulo, 23 de mar. 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/03/tvs-e-jornais-lideram-indice-de-confianca-em-informacoes-sobre-coronavirus-diz-datafolha.shtml>. Acesso em: 15 abr. 2020.
SALGUEIRO, W. Nova canção do exílio, de Luis Fernando Verissimo. Resenha. Revista Rascunho: o jornal de literatura do Brasil, n. 238, p. 18, fev. 2020.
UFJF NOTÍCIAS. Professores analisam pesquisa Datafolha sobre confiança na imprensa convencional. Juiz de Fora – MG, 24 mar. 2020. Disponível em: <https://www2.ufjf.br/noticias/2020/03/24/professores-analisam-pesquisa-datafolha-
sobre-confianca-na-imprensa-convencional>. Acesso em: 15 abr. 2020.

A ESTIAGEM NO RIO GRANDE DO SUL EM IMAGENS

Sidnei Luís Bohn Gass
Prof. Dr. do Campus Itaqui da UNIPAMPA, coordenador do projeto SIGPampa – sidneigass@unipampa.edu.br

Na primavera-verão 2019-2020, o Rio Grande do Sul tem passado por um novo período de estiagem. Para demonstrar a possibilidade do auxílio da ciência na interpretação deste fenômeno, em especial através das técnicas da cartografia e do sensoriamento remoto, apresentamos algumas imagens para compreender a dimensão do fenômeno em questão.

Em consulta ao Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres (MDR, 2020) do Ministério do Desenvolvimento Regional, foi possível verificar que no dia 29 de março, dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 93 estavam com decreto de situação de emergência ativo em função da estiagem. No dia 17 de abril, este número já havia evoluído para 173 municípios, como demonstrado pelo mapa da figura 1.

Nas imagens de satélite da figura 2, são apresentados três cenários da região de Itaqui, RS, para compreender o que representa a estiagem, mas, também, as enchentes que vem ocorrendo de forma recorrente nos últimos anos. A imagem (A) pode ser considerada como sendo uma representação da condição hidrológica normal, visto que Azevedo (2019) analisou os dados da estação de monitoramento da Agência Nacional de Águas, instalada no porto de Itaqui (ANA, 2020), identificando o comportamento do rio Uruguai no período anterior e posterior à data da imagem, como demonstra o gráfico da figura 3, no qual é também indicada a data da imagem de satélite utilizada. A autora realizou a mesma análise para identificar a data em que, no evento extremo de inundação do ano de 2017, representado pela imagem (B) da figura 2, o rio Uruguai esteve em seu nível mais elevado, para mapear a área efetivamente inundada no município de Itaqui, RS, no referido evento. A partir desta análise, representada pelo gráfico da figura 4, verificou-se que o maior nível foi registrado no dia 12/06/2017, havendo disponível uma imagem de satélite para o dia 11/06/2017, representando, portanto, uma pequena diferença entre o nível registrado e o nível mapeado.

Considerando a atual situação de estiagem, realizou-se uma nova análise dos dados da mesma estação da Agência Nacional de Águas, para o período de 22/12/2019 à 17/04/2020, conforme demonstra o gráfico da figura 5. A imagem mais recente disponível nas bases de dados é do dia 22/03/2020, como pode ser observado na imagem (C) da figura 2.
Ao comparar as três imagens de satélite, alguns elementos podem ser destacados, em especial, àqueles vinculados à estiagem:

(i) percebe-se, no rio Uruguai, a visibilidade de uma ilha, na porção nordeste, que não está visível nas outras datas;
(ii) os leitos do arroio Cambaí e do rio Aguapey, à oeste de Alvear, estão sensivelmente reduzidos, provavelmente, mantendo-se dentro do seu leito menor;
(iii) alguns reservatórios estão totalmente sem água, se comparadas as imagens de 2016 e 2020;
(iv) na imagem (B), é possível verificar o grande potencial de inundação na região, visto que todas as manchas em azul e em preto representam água.

Para uma melhor visualização da estiagem, chamamos atenção para a imagem da figura 6. Esta imagem possui uma resolução espacial maior, permitindo a identificação de um maior conjunto de detalhes, como:

(i) nas duas margens do rio Uruguai, são perceptíveis linhas na cor marrom-avermelhado, que representam as margens do rio que, em condições normais, ficam submersas;
(ii) o mesmo fenômeno que ocorre nas margens do rio Uruguai, pode ser observado em suas ilhas, na porção oeste da imagem, nas quais é possível perceber, pelo baixo nível da água, os sedimentos depositados em seu entorno;
(iii) por se tratar de uma região plana, fator associado ao porte do rio Uruguai, o arroio Cambaí e o rio Aguapey, possuem pequenos meandros auxiliares e planícies de inundação que, em geral, contém certa quantidade de água, mas que, nesta imagem, estão secos;
(iv) na foz do rio Aguapey, percebe-se a diferença da coloração da sua água se comparada ao rio Uruguai. Este é um fenômeno típico de períodos de estiagem, nos quais a vazão dos rios é menor.

As fotografias da figura 7, representam um comparativo entre a paisagem que costumeiramente encontramos na região portuária de Itaqui, e a paisagem anteriormente comentada, com a possibilidade de visualização das margens do rio Uruguai, com suas formações basálticas e sedimentos depositados.

 

Figura 1 – Municípios com decreto de situação de emergência ativo
Figura 2 – Imagens de satélite da região de Itaqui, RS
Fonte: elaborado pelo autor.
Figura 3 – Dados da estação hidrometeorológica em 2016.
Fonte: Azevedo (2019). Em verde, a identificação da data da imagem de satélite utilizada.
Figura 4 – Dados da estação hidrometeorológica em 2017 Fonte: Azevedo (2019). Em verde, a identificação da data da imagem de satélite utilizada.
Figura 5 – Dados da estação hidrometeorológica em 2019-2020
Fonte: elaborado pelo autor. Em verde, a identificação da data da imagem de satélite utilizada.
Figura 6 – Imagem de satélite do dia 24/03/2020
Fonte: elaborado pelo autor.
Fonte: elaborado pelo autor.
Figura 7 – Fotografias da região portuária de Itaqui, RS

 

PROFUNDANDO O CONHECIMENTO NA TEMÁTICA

Para ampliar os conhecimentos referentes à temática aqui apresentada, sugerimos às seguintes leituras que versam sobre questões climáticas, análise de dados hidrometeorológicos e aplicações de sensoriamento remoto. Ressalta-se que todas as produções foram desenvolvidas por pesquisadores do Campus Itaqui da UNIPAMPA ou tiveram a sua participação como coautores.

DE VARGAS, R. R.; FREDDO, R.; GALAFASSI, C.; GASS, S. L. B.; RUSSINI, A.; BEDREGAL, B. Identifying Pixels Classified Uncertainties ckMeansImage Algorithm. In: MEDINA, M. J.; ACIEGO, O.; VERDEGAY, J. L.; PERFILIEVA, I.; BOUCHON-MEUNIER, B.; YAGER, R. R. (org.) Communications in Computer and Information Science. 1ed.: Springer International Publishing, 2018, v. III, p. 429-440. DOI http://dx.doi.org/10.1007/978-3-319-91479-4_36

FREDDO NETO, R. ; GALAFASSI, C. ; VARGAS, R. R. de ; GASS, S. L. B. ; RUSSINI, A. ; PALMEIRA, E. S. . Aplicação do algoritmo Fuzzy ckMeans Image para detecção de pixels não confiáveis no processo de segmentação de imagens. In: IV Workshop-escola de informática teórica, 2017, Santa Maria – RS. WEIT 2017. Santa Maria – RS: UFSM, 2017. p. 10-16. Disponível em http://weit2017.inf.ufsm.br/wp-content/uploads/2017/10/Versao_final.pdf

GASS, S. L. B. Enchente na fronteira oeste do Rio Grande do Sul em dezembro de 2015 : subsídios para uma agenda de pesquisa aplicada. Confins (Paris), v. 25, p. 10638, 2015. DOI http://dx.doi.org/10.4000/confins.10638

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REFERÊNCIAS

ANA. Estação hidrometeorológica 75900000. Agência Nacional de Águas. Disponível em http://saladesituacao.rs.gov.br/api/station/ana/sheet/75900000

AZEVEDO, M. N. de Determinação da área efetivamente inundada durante o evento extremo de 2017, no município de Itaqui, RS, através de técnicas de sensoriamento remoto. Itaqui, RS. Trabalho de conclusão de curso. Curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura. UNIPAMPA, 2019.

MDR. Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres. Disponível em https://s2id.mi.gov.br/paginas/index.xhtml

Projeto SIGPampa e o monitoramento dos casos da Covid-19 no Rio Grande do Sul e nos municípios de atuação da UNIPAMPA

por Sidnei Luís Bohn Gass e Dieison Morozoli da Silva

Em função da pandemia da COVID-19, inúmeras iniciativas vêm apresentando análises, projeções e representações da doença, em diferentes escalas geográficas. O projeto de pesquisa SIGPampa tem uma base de informações sobre a COVID-19 no estado do Rio Grande do Sul e nos municípios de atuação da UNIPAMPA. Segundo os pesquisadores envolvidos, o professo Dr. Sidnei Luís Bohn Gass, do curso de Engenharia de Agrimensura da UNIPAMPA, e o discente também do curso de Engenharia de Agrimensura da UNIPAMPA, em Itaqui-RS, Dieison Morozoli da Silva, integrante do projeto, “à medida em que os dados são organizados, são incorporadas algumas análises que podem auxiliar na compreensão do avanço da doença pelo estado”.

O mapeamento dos casos para o RS

As informações são atualizadas diariamente a partir dos dados oficiais que são divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde do RS e são apresentados novos mapas com a distribuição dos casos. “Diferentemente de outras iniciativas, a base de dados em desenvolvimento está sendo organizada no sentido de manter uma característica histórica da evolução, ou seja, os dados são diariamente acrescentados à base de dados, mantendo-se os dados anteriores”.

Para os pesquisadores, esta metodologia – procedimento para verificar como a COVID-19 avança no tempo – número de casos por município por dia – e no espaço – base georreferenciada, associados aos limites dos municípios –, permitirá construir uma base de dados que informa o padrão de disseminação da doença.

Eles chamam a atenção para três aspectos no RS:
1. O maior número de casos e municípios com casos confirmados se encontra na região metropolitana de Porto Alegre, em direção ao litoral norte, e na região de Caxias do Sul. Este dado, se for comparado com a distribuição da população, mostrará que é também nestas duas regiões que se encontram os grandes contingentes populacionais do estado;
2. Aparentemente, estão surgindo dois corredores de municípios com casos confirmados: (i) o primeiro, de Porto Alegre em direção sul (até Rio Grande) e sudoeste (até Santa Maria e Uruguaiana), e (ii) de Porto Alegre em direção a Serra Gaúcha (Caxias do Sul até Passo Fundo);
3. Na região Sudoeste, chama a atenção o município de Bagé que, se comparado aos demais, tem um número bastante superior de casos confirmados até o momento.

Ainda, segundo os autores do projeto, tem-se a impressão de que a área mais afetada com casos já confirmados para a COVID-19 é a porção sudoeste e sul do estado. “De fato, se considerarmos a área recoberta pelos municípios, sim, mas, considerando o número de casos confirmados e o número de municípios, não. Assim, é importante considerar neste mapa o número de casos, não somente a extensão territorial”.

Fonte: elaborado pelos autores a partir dos dados do painel da Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul, disponível em http://ti.saude.rs.gov.br/covid19/.

Para os autores do estudo, a verificação do comportamento espacial do avanço da transmissão possibilita interpretar os dados – abordagem qualitativa – ao serem analisados com dados adicionais, o que reforça a necessidade de um olhar interdisciplinar para as informações levantadas.

 

O mapeamento dos casos para os municípios de atuação da UNIPAMPA

Para levantar dados específicos sobre os dez municípios de atuação da UNIPAMPA, foi desenvolvida uma ferramenta de acompanhamento on-line (Figura 3) – https://qgiscloud.com/sigpampa/COVID_19_UNIPAMPA – a qual é também atualizada diariamente.

Os pesquisadores destacam que estão sendo desenvolvidos novos estudos a partir da ótica populacional e do sistema de saúde dos municípios de atuação da UNIPAMPA, com o objetivo de elaborar uma representação cartográfica. “De posse destas informações será possível estabelecer também a sua correlação com os dados populacionais e dos casos confirmados para COVID-19”, dizem os autores.

Próximos passos

Segundo Gass e Silva, o objetivo do projeto SIGPampa não é apenas gerar mapas e gráficos, mas também oferecer materiais que possam ser utilizados nas três linhas de atuação universitária: o ensino, a pesquisa e a extensão. A equipe do projeto está analisando outras formas de disponibilizar os dados que são sempre atualizados no site do projeto.

Quer saber mais? Leia o texto elaborado pelos autores da pesquisa na íntegra clicando aqui, e acesse o site do projeto SIGPampa.

A equipe do Jornal Interdisciplinar de C&T agradece a colaboração do Prof. Dr. Sidnei Luís Bohn Gass do Campus Itaqui da UNIPAMPA, coordenador do projeto SIGPampa, e do discente do curso de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura e integrante do projeto, Dieison Morozoli da Silva.

Versão do texto em *.pdf: clique aqui.