Arquivo da categoria: Professor Nota 10

Professor nota 10: Sidnei Luís Bohn Gass

Por Rafael Santos

Primeiramente agradecemos ao Prof. Dr. Sidnei Luís Bohm Gass por ter aceitado o convite para participar da 11ª edição do projeto. A seção Professor nota 10 é um espaço reservado para os docentes explicarem de forma livre e espontânea sua trajetória acadêmica. 

Sidnei já participou de edições anteriores com textos publicados, a mencionar: A ESTIAGEM NO RIO GRANDE DO SUL EM IMAGENS e Projeto SIGPampa e o monitoramento dos casos da Covid-19 no Rio Grande do Sul e nos municípios de atuação da UNIPAMPA, e nesta edição vamos conhecer melhor sua história.

O professor Sidnei Luís Bohn Gass é gaúcho, natural  de Santo Cristo, região noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, é graduado em Geografia – Bacharelado pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUI; Tem especialização em Humanidades Área de Concentração Geografia também pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUI; Mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS; Doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS e em 2020; realizou estágio pós-doutoral no Laboratório Espace et Sociétés, da Le Mans Université, França, através do projeto QUALPROSUL,

O professor destaca que sempre teve uma relação muito estreita com a vida rural e um pouco do gosto pela geografia vem dessa relação. No entanto, a graduação em Geografia não foi sua primeira opção, pois confidencia que gostaria de ter feito Administração de Empresas, mas no fim acabou ficando com a Geografia.

Em nossa conversa o professor destaca alguns pontos do período que estava se graduando. Como a mudança de campus, a dificuldade de não ter a família sempre por perto e ao concluir a graduação tomar a decisão de ir para o mercado de trabalho ou seguir dentro da universidade especializando-se.

Concluindo nosso diálogo, o professor destacou seus projetos como o SIGPampa que trata especificamente da cartografia temática, trabalhando com o objetivo de desenvolver métodos de representação cartográfica; Professor de pós-Graduação UFRGS; Participação do projeto QUALPROSUL; Atividades de ensino, pesquisa e extensão entre outros.

A entrevista realizada pelo discente Rafael Santos de Lima está disponível na íntegra em nosso canal oficial no Youtube.

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Professor nota 10: Cesar Alberto Ranquetat Júnior

por Rafael Santos de Lima.

Na entrevista concedida para discente Pamela Piardi, Cesar Alberto Ranquetat Júnior, conta que é docente da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, e fala sobre sua trajetória acadêmica. Destaca que sempre teve interesse pela área das Ciências Humanas e ressaltou que esse interesse veio graças o pai. Ele fala também sobre suas inspirações e sobre seu processo de escrita.

Cesar é formado em Direito na Centro Universitário Ritter dos Reis – UniRitter. Fez alguns semestres no curso de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e, por motivos profissionais, não conseguiu concluir o curso. Fez mestrado em Sociologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS e o doutorado em Antropologia na UFRGS. Em 2018, fez pós-doutorado na área de Teoria Política na Espanha, em Madrid. Interesse-se por estudo e pesquisas diretamente relacionados às Ciências Sociais, principalmente Antropologia da Religião, Sociologia Política e Teoria Social.  Publicou Laicidade à brasileira: Um estudo sobre a controvérsia em torno da presença de símbolos religiosos em espaços públicos (2012), Da direita moderna à direita tradicional (2019) e Ensaios antimodernos (2020).

A entrevista completa:

Rafael Santos de Lima é acadêmico do 3º semestre do  curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia. Contato: rafaelsdl2.aluno@unipampa.edu.br.

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Edição e revisão de Walker Douglas Pincerati.

Meu Professor Nota 10 – Nelson Mario Victoria Bariani

por Nelson Mario Victoria Bariani

Agradecido pelo carinhoso convite para escrever nesta coluna. Começo refletindo que, tendo tido a sorte de ser filho de professores, fui direcionado a ter gosto pelo estudo e por essa profissão desde cedo. Meu pai, engenheiro agrônomo, partiu logo em ato de serviço, mas deixou um legado de ações na busca por uma sociedade melhor.

Somadas às circunstâncias da vida e à convicção materna, antes de conseguir sequer pensar no assunto iniciei como professor de inglês num instituto particular aos 17 anos, no mesmo ano em que comecei a graduação em Química. A vocação docente me encontrou e nunca mais me deixou. Fiquei encantado com o tanto que aprendi estando na função de professor, que ainda era um meio de sustento pessoal, e decidi, aos 20 anos, fundar um cursinho de física, química, matemática e inglês na garagem da minha vizinha. Deu certo e foi a minha principal fonte de sustento até os 27 anos, quando passei meus alunos particulares para um colega recém formado em Engenharia Químico, mas ainda sem emprego. Foi aí, nas aulas particulares, onde aconteceu, num mágico dia, a percepção de que aqueles conhecimentos, previamente isolados em compartimentos diferentes da minha cabeça, se conectavam entre si!

Meu amor pelas ciências ficou estabelecido para sempre. E, por causa disso, tentei com sucesso iniciar minha atuação como docente universitário, que no Uruguai pode ser iniciada ainda na etapa de acadêmico, geralmente a partir do 3o ano. Foi assim que há 34 anos iniciei como docente da Cátedra de Física da Faculdade de Química da UDELAR. Novamente apavorado, da mesma forma que no meu início como professor de inglês, percebendo o tanto que não sabia; mesmo assim fui em frente, encantado com o desafio e o fluxo dos conhecimentos chegando. Ali mesmo, com a sorte a meu favor, consegui também formar parte da primeira geração de mestrandos uruguaios (magister em química), criados por meio de um programa internacional de desenvolvimento da ciência básica. Durante esse mestrado, trabalhei em Cristalografia com RX, o que ampliou meus horizontes, me levando a conhecer cientistas da Argentina e do Brasil.

Empolgado com a Física e a ciência em geral, pulei, anos mais tarde, para o Instituto de Física da Faculdade de Engenharia de Montevidéu, onde conheci um ambiente mais próximo ao que é um departamento científico em países mais desenvolvidos. Continuou aí minha paixão pelo estudo dos sistemas instrumentais de medição, que tive oportunidade de conhecer e trabalhar em aulas de laboratório e, também, na pesquisa.

Pressionado pelo ambiente acadêmico para fazer um doutorado, que ainda não existia no Uruguai, e apoiado pela sorte, consegui fazer uma viagem a dois congressos internacionais de Física, em Cancún, e ainda fiquei 15 dias em um centro de investigação científica no México. Nessa viagem, eu decidiria onde fazer o doutorado, pois o momento internacional era favorável a bolsas e apoios para pós-graduações. Significativamente, quer com colegas de quarto de hotel, no setor de pôsteres ou onde apresentei meu trabalho, os apresentadores que mais me chamaram a atenção eram todos do Instituto de Física da UNICAMP, em Campinas, São Paulo. O resto que eu vi, dos Estados Unidos, Canadá, México e outros lugares do mundo, não me cativou da mesma forma. Lá estava sinalizado meu próximo destino que, coincidentemente, não era a primeira vez que aparecia na minha vida.

Na UNICAMP tive a oportunidade de conhecer e entender o ambiente e o nível da ciência contemporânea, num momento histórico fantástico de maturidade do Instituto de Física, ainda no meio de anos dourados de grandes investimentos e reconhecida produção. No entanto, já no final do terceiro ano de doutorado, tinha percebido que meu conceito romântico de ciência não correspondia com a realidade… Será que a ciência era realmente a solução a todos os problemas, como eu acreditava até então?

Minha busca se ampliou. Veio uma filha para cuidar. Veio um pós-doutorado, agora no Departamento de Saneamento e Ambiente da UNICAMP. Também dediquei mais tempo ao estudo de problemáticas humanas e sociais. Tudo isso me levou, cada vez mais, a uma visão mais integrada, mais interdisciplinar, mais holística da realidade. Gradativamente percebi que os desvios nas interpretações e no uso da ciência eram devidos à imaturidade do ser humano e que o método científico é sim uma bela ferramenta para ser usada para conhecer a verdade, dependendo, para isso, do amadurecimento interior das pessoas. Aprendi que deveria cuidar muito com as minhas decisões para não cair em “tendências científicas”, direcionadas por interesses econômicos muitas vezes contrários ao bem comum.

Nessas alturas, interiormente mais próximo da sociedade brasileira do que a uruguaia, a vida tinha me reservado algumas surpresas. O que seria um retorno obrigatório ao Uruguai (após 8 anos no Brasil), acabou se transformando, por motivos circunstanciais de falta de recursos na universidade uruguaia, numa liberação. Logo em seguida, surgiu a primeira experiência docente no Brasil, quando passei no concurso da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, a UERGS, em Santana do Livramento, em 2004. Ótima experiência, na qual encontrei o apoio das tecnologias da informação e comunicação no ensino, que me continuam acompanhando até hoje. Também conheci a esposa com a qual formaria uma linda família posteriormente.

Finalmente, em 2006, se concretiza a grande possibilidade de desenvolver um trabalho como docente e cientista a longo prazo, tentando aproveitar a formação e as experiências coletadas em outras instituições: entrei como professor na Universidade Federal do Pampa. Desde então, otimamente acolhido na UNIPAMPA Itaqui, onde tenho os melhores colegas e alunos possíveis, e grande apoio institucional, organizei minha atuação em torno de um amplo projeto materializado no Laboratório Interdisciplinar Integrado, LABii (ver imagem ao lado), que reúne boa parte das técnicas científicas de maior relevância que conheci, com potencial para contribuir ao desenvolvimento da nossa sociedade local. Técnicas de medição de variáveis ambientais, agrícolas, industriais ou sociais podem ser desenvolvidas no LABii. Estudos, relatórios, artigos ou pareceres sobre regiões ou processos em andamento podem ser produzidos com base em dados de sensores satelitais. Em suma, o Laboratório realiza estudos relacionados a saneamento básico, agricultura, produção de alimentos, saúde, pesquisas sobre temas de interesse social no âmbito acadêmico fornecido pela UNIPAMPA.

O LABii, o grupo de pesquisa UNIGAIA (Grupo de Ações Interdisciplinares Aplicadas da Unipampa) e três projetos “guarda-chuva” de ensino, pesquisa e extensão, elencados abaixo, formam a estrutura acadêmica base do trabalho em andamento, no qual pessoas interessadas podem ir se agregando gradativamente. Despeço-me, então, agradecendo novamente, e com a esperança de que esta história continue dentro do bem e da paz, contribuindo para um avanço positivo de cada um dos envolvidos e da nossa sociedade em geral.

Projetos em andamento, que amparam as temáticas desenvolvidas:

  • TIC-TIC: Ações Curriculares do Laboratório Interdisciplinar e Grupo Unigaia Apoiadas em Tecnologias da Comunicação;
  • Pesquisa no Laboratório Interdisciplinar Integrado e grupo UNIGAIA;
  • LABii – Laboratório Interdisciplinar Integrado: Proposta de Prestação de Serviços Integrada Curricularmente;

Disciplinas relacionadas:

  • Tópicos de laboratório interdisciplinar I e II, em versões para os cursos de Agronomia, Agrimensura, Interdisciplinar em C&T e para a Especialização em Ciências Exatas;
  • Sensoriamento Remoto Aplicado ao Monitoramento Agrícola e Ambiental (Agronomia e BICT);
  • Física (Agronomia);
  • Hidrologia (Agronomia);
  • Elementos de Cartografia e Geoprocessamento (Agronomia e Aquicultura).

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Revisão e edição de Walker Douglas Pincerati.

Professor Nota 10: Augusto Freitas

Prof. Augusto Freitas
Prof. Augusto Freitas

    O curso de Bacharel Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia – BICT foi a minha primeira experiência docente na Unipampa. Desde então nutro um carinho e apreço especiais por tudo e por todos desse curso. Quando recebi a informação de que havia sido escolhido como Professor Nota 10 pelos alunos e alunas do curso e, por isso, era convidado a escrever um breve relato de minha carreira, fui tomado por um imenso sentimento de gratidão e alegria por tamanha distinção. Pois bem, a seguir você encontrará uma síntese das principais etapas de minha vida e carreira.

     Sou natural de Cerro Largo, município da região das Missões, no Rio Grande do Sul. Filho de pai ferroviário e mãe agricultora, fui criado no meio rural. Meus primeiros anos de formação escolar, o ensino básico e fundamental, se deram na Escola Municipal Padre Réus e na Escola Estadual João Manoel de Lima e Silva no distrito de Serrinha do Rosário, interior do município de São Luiz Gonzaga, atualmente chamado de Rolador.

    Meu ensino médio foi cursado no Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe, em São Luiz Gonzaga, entre os anos de 1997 a 2000. Nesse período, tive a felicidade de contar com excelentes professoras de química, as quais me despertaram e desenvolveram o gosto pela ciência, sobretudo pela química. Ao final do ensino médio não me restava dúvida de qual curso queria fazer carreira. Nesse período, o país passava por uma crise econômica severa, e isso foi um dos principais fatores que me impossibilitaram de seguir estudando. Mas, em momento algum imaginei fazer outra coisa senão cursar uma Licenciatura em Química. Além do gosto pela Química, já estava convicto que gostaria de estar em sala de aula, interagindo com pessoas e construindo conhecimentos em conjunto.

    Alguns anos se passaram e em 2005 ingressei na Licenciatura em Química na Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões/URI, campus Santo Ângelo. No período de graduação contei com brilhantes professores, os quais tiveram a felicidade e a competência de me proporcionar o que talvez seja um dos mais nobres ofícios de um docente: expandir o horizonte de seus alunos. Como fruto disso, em 2009 colei grau e já estava aprovado no Mestrado em Química Inorgânica na Universidade Federal de Santa Maria/UFSM, o qual cursei 2010 a 2011.

    Durante o mestrado, um programa de excelência, cuja nota é 7 na CAPES, desenvolvi pesquisas em síntese, caracterização e atividade biológica de compostos com potencial antileucêmico e estudos físico-químicos de nanoencapsulamento dos princípios ativos. Na parte 1 da pesquisa, os compostos foram testados em amostras de medula de pacientes em diagnóstico no hospital universitário de Santa Maria. Na parte 2, os estudos focaram em alternativas para melhorar a solubilidade e reduzir prováveis efeitos colaterais causados pela administração dos princípios ativos.

    De 2012 a 2016 fiz meu doutoramento também no PPGQ da UFSM, na área de síntese e físico-química de materiais poliméricos. Foi no período do doutorado que tive o maior desenvolvimento como pesquisador, podendo interagir com colegas e grupos de diversas instituições e países. Entre 2015 e 2016, fui aprovado em vários concursos públicos para docente, em diferentes instituições, como FURG, UFSM e UNIPAMPA.

    Em março de 2017, tomei posse como Professor Adjunto de Química/Físico-Química na UNIPAMPA campus Itaqui, onde, desde então, tenho desenvolvido atividades de ensino, pesquisa e extensão. Na graduação atuo nos cursos de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CTA), Engenharia Cartográfica e de Agrimensura (ECA) e no Bacharelado Interdisciplinas em Ciência e Tecnologia (BICT). Também faço parte do corpo docente dos Programas de Pós-graduação em Ciência Exatas e Tecnologias e em Tecnologia de Alimentos.

Atividades de Pesquisa

    Minhas atividades de pesquisa se dividem em duas frentes: i) síntese e físico-química de polímeros e ii) ensino de ciências. Sou um dos líderes do grupo de pesquisa, registrado no CNPq: Laboratório de Polímeros e Nanomateriais – LPNano. As atividades do grupo estão relacionadas à linha de pesquisa “i”, que envolve a síntese (produção em escala laboratorial) de polímeros com diferentes arquiteturas e composições, a caracterização e o estudo das propriedades físico-químicas desses materiais. Também desenvolvemos nele estudos envolvendo polímeros naturais e materiais alternativos, sempre com vistas a aplicações nobres e processos ambientalmente convenientes. Já a linha de pesquisa em ensino de ciências é um desafio recente, mas que tem rendido bons resultados e possibilitado trabalhos em colaboração e interação com colegas da área do ensino de outros campi da UNIPAMPA e até mesmo de outras instituições. Todas essas atividades de pesquisa possuem sempre um espaço cativo para os alunos do BICT.

Atividades de Extensão

    Por entender e defender que a Universidade deve sempre buscar transpor seus limites físicos para permear os mais distintos segmentos da sociedade e dialogar com a comunidade, participei e participo de vários projetos de extensão. Atualmente co-coordeno dois, que são:

  1) Reaproveitamento de óleo de cozinha e outros resíduos no município de Itaqui: possibilidades de ecotransformação e educação socioambiental (suspenso devido a pandemia); e

    2) Produção de álcool 70%, sabão e sabonete líquido como forma de ajudar no combate a COVID-19. Este projeto está sendo desenvolvido na íntegra no período de pandemia. Para isso contamos com a participação de discentes dos cursos do BICT, CTA, ECA, Matemática e Nutrição.

    Este é, portanto, um breve relato de minha trajetória e minhas ações enquanto docente da UNIPAMPA. Espero com isso poder ser aos meus alunos um bom exemplo: aquele que expande seus horizontes, como foram para mim alguns docentes por onde passei.

    Encerro agradecendo ao CiênciAção por tamanha distinção e reitero que sou muito feliz trabalhando com o BICT, vendo meus alunos e alunas sendo agentes de transformação efetiva da sociedade. Sucesso e vida longa ao BICT!

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Vinicius Piccin Dalbianco, Professor Nota 10

   Fui escolhido pelos estudantes do BICT como um dos professores “Nota 10” do curso, resultado da pesquisa realizada pelo CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural. Por esse motivo, os editores e editoras me convidaram para relatar um pouco da minha trajetória pessoal, acadêmica e profissional, de modo a compartilhar com todos vocês aprendizagens que tive ao longo desse tempo.

   Pois bem, vou relatar um pouco do que já fiz e que considero importante para a ocasião. Sou Vinicius Piccin Dalbianco, Professor da Magistério Superior na Universidade Federal do Pampa – Campus Itaqui/RS. Compreendo que parte significativa do que sou hoje, enquanto docente, pesquisador e extensionista, é fruto do processo histórico de construção do conhecimento individual (como estudante, pesquisador e ator social) e coletivo (como integrante de um grupo social que constrói relações sociais). Por esses motivos, a trajetória de cada individuo é importante, pois entendo que não somos imunes às influências das relações sociais do percurso social que fizemos, seus valores, suas crenças e imersões nas relações de poderes assimétricos que constituem a sociedade. Desse modo, compreendo que a produção do conhecimento não é neutra, visto que mantém identidade com a historicidade e as relações traçadas pelo pesquisador.

   Sou filho de camponeses residentes no município de Jaboticaba, localizado no Médio Alto Uruguai do estado do Rio Grande do Sul (RS). Foi lá que aprendi muitos significados da vida social, embora fosse passar a entender muitos deles mais tarde. A vida “simples” (tendo como parâmetro o agito urbano e as condições objetivas de sobrevivência) foi recheada de muito amor. Aos 14 anos, sai de casa para cursar o ensino médio no Colégio Agrícola em Frederico Westphalen (que na época era vinculado a Universidade Federal de Santa Maria – UFSM). No ano de 2001, ingressei na UFSM no curso de Agronomia. Durante a graduação, atuei ativamente no movimento estudantil, principalmente, na Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), no Diretório Central dos Estudantes (DCE) e na organização dos Estágios Interdisciplinares de Vivência (EIVs). Durante os cursos de especialização em Residência Agrária e de mestrado em Extensão Rural, dediquei-me à pesquisa sobre o processo de construção da Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) aos assentamentos de Reforma Agrária no RS. A minha vinculação aos Projetos de extensão dos Articuladores e Assessores Técnicos Pedagógicos da ATES coordenado pela UFSM (2009 a 2010; 2012 até agora) colaborou para a compreensão da percepção social dos diferentes atores envolvidos com o desenvolvimento de assentamentos. Entre os anos de 2010 e 2012, trabalhei no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) na condição de Coordenador do Programa de ATES RS. Em 2012, retornei à UFSM para fazer o curso de doutorado no Programa de Pós Graduação em Extensão Rural.

   Em fevereiro de 2015, ingressei na Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Campus Dom Pedrito, para a função de Professor do Magistério Superior com atuação prioritária no curso de Educação do Campo- Licenciatura. Minha função nesse curso se concentrou na problematização das temáticas dos Movimentos Sociais do Campo, da Agroecológica, do Desenvolvimento Rural e da ER, relacionadas à formação de educadores das Escolas do Campo. Nesse curso, minha atuação era mediada por um pano de fundo baseado pela compreensão de que não existe Escola do Campo sem campo com gente e que não é possível haver Educação do Campo sem Educador do Campo. A existência da Educação do Campo só tem sentido quando a escola do campo aborda os elementos constitutivos do território onde está inserida, valorizando o aprendizado que os educandos do campo trazem a partir das suas vivências.

   No ano de 2018, através de uma permuta docente vim para o Campus Itaqui. Atualmente, dou aula nos cursos de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, Engenharia Cartográfica e de Agrimensura e Nutrição. Faço parte de dois grupos de pesquisa, coordeno três projetos e participo da equipe executora de mais quatro projetos, a saber:

Grupos de pesquisa:

  1. Educação do Campo: objetiva contribuir com o aprofundamento e a construção dos Fundamentos da Educação do Campo.
  1. Agricultura Familiar e Sustentabilidade Socioambiental: objetiva realizar pesquisas relativas à relação entre agricultura familiar e sustentabilidade socioambiental.

Projeto que coordeno:

  1. Abordando a interdisciplinaridade nas escolas: um estímulo para o acesso à Universidade: O projeto possui o objetivo de contribuir para ampliar o conhecimento da comunidade de Itaqui-RS sobre as práticas exercidas dentro da universidade com ênfase nas atividades de extensão.
  1. Assessoria Técnica Pedagógica ao Programa de ATES nos Projetos de Assentamentos do Rio Grande do Sul: objetiva contribuir para a qualificação do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) ofertada aos Assentamentos de Reforma Agrária do Rio Grande do Sul.
  1. Universidade e Comunidade: do acesso à permanência: o projeto possui dois objetivos centrais: a) Contribuir para ampliar o conhecimento da comunidade de Itaqui RS sobre as práticas exercidas dentro da universidade; b) Objetiva também colaborar com o aprendizado na UNIPAMPA, através de atividades internas de extensão como minicursos, palestras, oficinas etc., com discentes e docentes.
  1. Projeto Intervozes: o projeto objetiva discutir com a comunidade universitária temas relevantes a formação universitária. Tem como protagonista a ação dos estudantes, principalmente do diretório acadêmico do Curso BICT.

Projetos que faço parte da equipe executora:

  1. Formação Continuada de Professores do Campo da Região da Campanha: o projeto tem por finalidade proporcionar a formação continuada de professores e professoras que atuam em escolas do campo.
  1. Leitura que Circula: visa ofertar empréstimos de livros pessoais, de propriedade particular, a interessados(as) de forma monitorada por sistema de dados, que será desenvolvido e controlado pela equipe executora do projeto.
  1. Programa de Formação Interdisciplinar: o projeto tem por objetivo promover debates sobre temas relacionados a formação interdisciplinar na Universidade.

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PROFESSOR NOTA 10: ANGELITA MACHADO LEITÃO

Olá sou a Angelita Machado Leitão, fui convidada pelo Jornal Interdisciplinar para contar um pouco de minha trajetória acadêmica, dos componentes que ministro e dos projetos que desenvolvo. Mas antes vou falar um pouco de minha vida pessoal, sou natural de Pelotas, mas em 2017 recebi o título de Cidadã Itaquiense por serviços prestados a comunidade, sou docente da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), membro do Rotary Club de Itaqui, Distrito 4780 desde 2016 e atualmente faço parte da diretoria da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). Bom vamos ao que interessa possuo graduação em Química de Alimentos (2002), mestrado em Ciência de Alimentos (2007) e doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos (2012) todos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Fui professora substituta no curso de Bacharelado em Química de Alimentos (UFPel) por duas vezes (2002 a 2005 e 2008 a 2009) desenvolvendo diversos componentes curriculares e projetos. Um dos projetos desenvolvidos rendeu uma premiação na II Mostra da Produção Universitária da FURG, 2003, com título “Utilização de farinha de resíduos de bananas (Musa spp.) para produção de biscoitos” apresentado pela bolsista Susana Vieira Lamas. Entre o mestrado e o final do doutorado também trabalhei como responsável técnica (2007 a 2011) na Cervejaria Original Bier, como cervejeira produzindo chopp tipo pilsen, entre outras variedades de chopps. Desde 2012 desenvolvendo à atividade de docência na Unipampa, nesse período já fui coordenadora do CTA (2013 a 2014), vice coordenadora (2018), e hoje sou vice coordenadora da Especialização em Tecnologia de Alimentos. Ministro os componentes curriculares de Seminários I, Conservação de Alimentos, Análise Sensorial de Alimentos, Tecnologia do Açúcar e Bebidas e Tecnologia de Balas e Chocolates, no curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos (CTA) e no Bacharelado Interdisciplinar em Ciência (BICT) o componente curricular de Conservação de Alimentos. Desde que cheguei na Unipampa desenvolvo projetos na área de ensino, extensão e pesquisa. Em pesquisa trabalho na área de ciência e tecnologia de alimentos, mais precisamente voltados a bebidas alcoólicas fermentadas a base de mel (cerveja, Hidromel e melomel), destiladas (cachaça) e por mistura (licores), bebidas não fermentadas, flores (Capuchinha e Amor perfeito) e insetos (Tenebrio) comestíveis e resíduos das indústrias de cerveja e vinícola. A partir dos meus projetos já foram defendidos sete Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) em bebidas, quatro com flores comestíveis e um com resíduos da vinícola e os demais TCCs em áreas a fins. Um dos meus trabalhos sobre bebidas por mistura foi premiado no X Simpósio de Alimentos – SIAL 2018 apresentado pela discente Rejane Morais. Possuo quatro capítulos de livros, sendo o primeiro em 2009 com título “Tecnologia de frutas e hortaliças – Modulo V – Frutas e hortaliças em conserva”, Tecnologia de frutas e hortaliças: conservas apertizadas em 2012 ambos pela Editora e Gráfica Universitária da UFPel, Princípios de Inovações em Ciência e Tecnologia de Alimentos em 2015, pela editora AMC Guedes e Divulgação do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos em escolas através do projeto universidade itinerante: relato de atividades desenvolvidas em 2017.

Programa AgriCultura: Compartilhando conhecimentos e vivência com os agricultores familiares

por Paulo Roberto Cardoso Silveira.

O programa Agricultura consiste em uma ação de extensão da UNIPAMPA – Campus de Itaqui-RS – em parceria com a EMATER-RS e Secretaria Municipal de Agricultura para potencializar a comercialização dos produtos da agricultura familiar. Neste sentido, em 2017, decidiu-se criar um espaço mensal em um lugar de grande fluxo de pessoas, juntando uma mostra dos produtos da agricultura familiar: mandioca, cucurbitáceas, hortigranjeiros, panificados, conservas, doces, sucos e outros.

Este espaço possui uma estrutura constituída com recursos captados junto ao governo federal e tem sido alvo de ações de divulgação efetivada pela universidade junto à população local. Cabe à equipe do Programa Agricultura a utilização as redes sociais, grupos de WhatsApp, Instagram e Facebook, o que já aparece na pesquisa com os consumidores como um dos meios mais eficazes de comunicação; também são utilizados outros veículos de comunicação como o rádio e jornal, para atingirmos todos os públicos e, em alguns casos, quando vai se aproximando da data referente ao “Feirão”, coloca-se carros de som, anunciando o mesmo.

Outro objetivo do programa é constituir estratégias de marketing para ampliar o número de consumidores. Para tanto, buscou-se conhecer as preferências dos consumidores, através de enquetes, visando ressaltar as características dos produtos que podem atrair novos consumidores e reforçar fidelidade dos atuais. Estará sendo produzido um encarte com os produtos e produtores da feira, além de um vídeo promocional.

O desenvolvimento do programa ocorre a partir de reuniões de planejamento entre as instituições parceiras. A equipe elabora momentos de investigação sobre a percepção dos consumidores em relação aos produtos da agricultura familiar e sobre as potencialidades e desafios apresentados pelas famílias agricultoras. Com base nessas informações serão realizadas oficinas para qualificar os produtos e melhorar a apresentação dos mesmos.

O programa tem apresentado resultados relevantes, articulando conhecimento e vivências em uma interação universidade-comunidade.

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Doutora Aline Tiecher em: Professor nota 10

Olá, eu me chamo Aline Tiecher. Fui reconhecida pelo JORNAL INTERDISCIPLINAR como uma professora NOTA 10. Hoje você vai aprender um pouco sobre a minha trajetória acadêmica e sobre meus trabalhos como docente. Logo após, irei apresentar em vídeo algumas práticas sobre TPOA e TPOV.

Possuo graduação em Química Industrial de Alimentos (2008) e Química (Licenciatura) (2008) pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (2010) e doutorado em Ciência e Tecnologia de Alimentos (2013) pela Universidade Federal de Pelotas, com período sanduíche no Institut National de la Recherche Agronomique.

Sou professora do magistério superior na Universidade Federal do Pampa desde 2013, atuando nos cursos de Agronomia, Ciência e Tecnologia de Alimentos e Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia, ministrando os componentes curriculares de Iniciação à Ciência e Tecnologia de Alimentos e Ética Profissional, Biologia Celular e Molecular, Matérias-primas Alimentícias, Microscopia de Alimentos, Tecnologia de Alimentos de Origem Animal, Tecnologia de Alimentos de Origem Vegetal e Alimentos Funcionais.

Sou membro do Núcleo Docente Estruturante dos cursos de Ciência e Tecnologia de Alimentos e Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.

Atuei como coordenadora do curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos na gestão 2017-2018. Minha linha de pesquisa está voltada para a qualidade pós-colheita vegetal.

Com relação ao ensino, destaco os seguintes projetos (já executados):

“Monitoria nos componentes curriculares de Matérias-Primas Alimentícias, Tecnologia de Produtos de Origem Animal e Tecnologia de Produtos de Origem Vegetal”, que teve como objetivo contribuir com o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes matriculados nos componentes curriculares de Matérias-Primas Alimentícias, TPOA e TPOV. Na perspectiva de desenvolver estratégias didáticas que impulsionem o processo de ensino-apresendizagem, foram elaborados vídeos dos experimentos ministrados em aulas práticas, intitulados: “Determinação do teor alcoólico por ebuliometria”, “Teste de Alizarol”, “Reação de Fiehe”, “Determinação do pH em leite fluído”, “Acidez titulável do leite fluído”, “Prova da peroxidse em leite fluído”. Os vídeos foram editados através do software Windons Movie Maker 12, com duração máxima de 2 minutos cada e disponibilizados em ambiente virtual de aprendizagem (MOODLE) e em canal do YouTube “Aulas Práticas de TPOA e TPOV”.

“Plágio na pesquisa científica: como evitar?”, que teve como objetivo a conscientização da comunidade acadêmica a respeito do plágio e as formas para evitar a sua prática. Neste contexto, foram desenvolvidos materiais didáticos como uma cartilha e web flyers, que continham informações sobre o que é o plágio, os tipos de plágios e como evitá-lo, a forma correta de colocar as ideias nos trabalhos acadêmicos, os tipos de citações e a legislação pertinente sobre os direitos autorais. Os materiais didáticos elaborados foram impressos, colocados em dois pontos de acesso do campus e distribuídos aos discentes, sendo que os web flyers também foram disponibilizados por e-mail e no material de aula da página da Unipampa, campus Itaqui, estando disponível para download (endereço: http://aqui.itaqui.unipampa.edu.br/materialaula/dashboard/plagio/). Além disso, foram realizadas palestras sobre a temática.

SEGUE EM ANEXO O LINK DAS PRÁTICAS SOBRE TPOA E TPOV: https://www.youtube.com/channel/UCfIQYWeF6X-3vpasMRfoWsA.

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