Arquivo da categoria: Observatório de Divulgação Científica

Escritor itaquiense Leandro Fleck apresenta livro

O escritor, professor e servidor público da Unipampa Campus Itaqui, Leandro Silveira Fleck, fala sobre o seu livro “Eu não era um lobisomem juvenil”, (163 páginas, Gráfica e Editora Itaqui).

O itaquiense Fleck também é autor do romance “A Suástica em La Cruz” e está trabalhando no lançamento de uma nova obra. 

O escritor participou recentemente da Feira do Livro em Porto Alegre.    

Acompanhe a entrevista concedida ao integrante do CiênciAção, Eduardo Silva.

 

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Estudantes da equipe CiênciAção apresentam trabalho

Pro Murillo Matos Marques, Thaís Nogueira dos Santos Borges, Jackson Iuri dos Reis, Bruna Ramires Bettim, Luiza de Brito Marques e Cristina dos Santos Lovato

A seguir, você confere na íntegra o resumo e o vídeo da pesquisa realizada pelos estudantes que fazem parte da equipe do projeto CiênciAção. O trabalho foi apresentado na 13ª edição do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão (Siepe), da Universidade Federal do Pampa.

CIÊNCIAÇÃO: A INSERÇÃO POLÍTICA DOS CIDADÃOS NA TOMADA DE DECISÕES PÚBLICAS SOBRE CIÊNCIA

Murillo Matos Marques, discente do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologias, Universidade Federal do Pampa, Campus Itaqui

Thaís Nogueira dos Santos Borges, discente do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologias, Universidade Federal do Pampa, Campus Itaqui

Jackson Iuri dos Reis, discente do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologias, Campus Itaqui

Bruna Ramires Bettim, discente de Publicidade e Propaganda, Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja

Luiza de Brito Marques, discente de Biotecnologia, Universidade Federal do Pampa, Campus São Gabriel

Cristina dos Santos Lovato, docente do Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e Tecnologias, Universidade Federal do Pampa, campus Itaqui

e-mail primeiro autor – murillomatos.aluno@unipampa.edu.br

 

A pandemia de coronavírus (Covid-19) serviu de alerta para demonstrar a necessidade de informar a sociedade sobre a natureza da atividade científica e sua importância para a sociedade. Tanto que a ciência figurou como a única possibilidade de enfrentamento do caos econômico e da crise sanitária instaurada nos últimos dois anos. A compreensão da natureza da atividade científica e da pesquisa é tema de debate em várias áreas de conhecimento. A divulgação científica, enquanto um dos eixos da comunicação da ciência, cumpre a função de informar, em uma linguagem acessível por meio da utilização de um conjunto de recursos linguísticos, a sociedade no geral sobre Ciência e Tecnologia (C&T) de modo a inseri-las no cotidiano da população. À vista disso, o projeto CiênciAção: Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural, desenvolvido na Unipampa, no campus Itaqui, é uma mídia on-line cujo objetivo é contribuir para a compreensão pública da ciência através da publicação de textos sobre projetos de pesquisa, ensino e extensão desenvolvidos nos dez campi da instituição. A equipe do projeto é constituída por acadêmicos do curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia do campus de Itaqui, Publicidade e Propaganda do campus São Borja e Biotecnologia do campus São Gabriel, bem como docentes e técnicos da Unipampa e colaboradores externos. Este trabalho corresponde à primeira etapa de uma pesquisa mais ampla. Aqui apresentamos os dados coletados a partir de um formulário elaborado na plataforma Google forms e enviado por e-mail aos servidores e discentes da Unipampa e que ficou aberto por vinte e quatro horas. Os procedimentos metodológicos fundamentaram-se na pesquisa participativa. Supõe-se que esse tipo de metodologia possibilite a interação entre os sujeitos participantes da pesquisa em todas as atividades educativas propostas (GIL, 2002).  O formulário foi composto pelas seguintes questões: 1) Você conhece o CiênciAção, 2) Por qual mídia digital você conheceu o CiênciAção?, 3)Você acha importante divulgar as ações de pesquisa e ensino da UNIPAMPA, 4)Com que frequência você tem acesso a textos científicos, além do CiênciAção? e 5)Qual sua opinião sobre o site do CiênciAção? Obtivemos 30 respostas. Quanto à questão Você conhece o CiênciAção? 56,7% responderam que sim, e 40%, que não conhecem. Para a questão Por qual mídia digital você conheceu o CiênciAção?, 40% responderam que conheceram o projeto  partir do e-mail institucional, 20% pelo Instagram,  16% a partir do Facebook, 8% pelo Site do Observatório, 4% participando do projeto, 4% a partir de docentes e 4% pelo formulário de pesquisa enviado via WhatsApp. Em relação à questão Você acha importante divulgar as ações de pesquisa e ensino da UNIPAMPA?, recebemos 30 respostas totalizando 100%. Para a questão, com que frequência você tem acesso a textos científicos, além do CienciAção? Foram recebidas três respostas na escala 1 (10%), seis respostas na escala 2 (20%), nove respostas na escala 3 (30%), cinco na escala 4 (16,7%) e sete na escala 5 (23,3%). Na questão que perguntava a opinião da comunidade acadêmica sobre o projeto, a maioria respondeu que o projeto desempenha um papel muito importante na instituição para que a população tenha conhecimento sobre o que é produzido e conheça o quanto a universidade está presente em nosso entorno. Os resultados coletados até o momento sugerem que a comunidade acadêmica percebe a necessidade de promover uma compreensão pública da ciência para torná-la uma ferramenta política para que o cidadão possa exercer seus direitos, bem como desenvolver uma percepção pública da ciência de modo a adquirir um conjunto de atitudes em relação C&T que possam ser observadas nas suas intenções e atitudes comportamentais em seu dia a dia. Essas habilidades permitem ao indivíduo acessar o conhecimento C&T e, ao ter senso de posse desse conhecimento, explorar suas ramificações com entendimento sobre a natureza e o funcionamento da ciência. 

Palavras-chave: Divulgação Científica; Mídia On-line; Percepção pública da ciência. 

Para acessar a apresentação, basta clicar no link: https://youtu.be/N8GDsc-B9N0

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Tramas Literárias, uma experiência de literatura on-line

Merlen Alves – Acadêmica do Curso de Letras Português/Licenciatura EaD
Amanda Meincke Melo – Docente no Campus Alegrete e Acadêmica do Curso de Letras Português/Licenciatura EaD

O TRAMAS Literárias é uma ação que integra o programa de extensão TRAMAS, acrônimo para Tecnologia, Responsabilidade, Autoria, Movimento, Amorosidade e Sociedade, que tem por objetivo promover o respeito à multiplicidade das diferenças.

Realizado por discentes da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Diuli Bast Kuhn (Engenharia de Software), João Vitor Carvalho (Engenharia Mecânica) e Merlen Alves (Letras Português/Licenciatura) sob a supervisão da docente e coordenadora do TRAMAS, Amanda Meincke Melo, o projeto conta também com a parceria de autores e autoras locais, bem como, de pessoas que se dispõem a emprestar a voz e a ler um trecho de literatura.

Com base no objetivo do TRAMAS, os textos escolhidos para a leitura no projeto têm foco principal na literatura escrita por autores e autoras que promovam a reflexão sobre temas diversos. Aproveitamos a ação para propagar a escrita de mulheres, autores e autoras negras e indígenas e também dar visibilidade à Literatura Lusófona. 

Os textos, lidos e gravados, são publicados nas plataformas digitais SoundCloud, Spotify e na rede social Facebook. Priorizando a literatura como direito do ser humano e objeto de transformação, não apenas o áudio é publicado, mas também a escrita para que se torne uma literatura acessível e cumpra com o que Cândido (1989) nos diz

[…] a literatura tem sido um instrumento poderoso de instrução e educação, entrando nos currículos, sendo proposta a cada um como equipamento intelectual e afetivo. Os valores que a sociedade preconiza, ou os que considera prejudiciais, estão presentes nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da ação dramática. A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os problemas. (CANDIDO p. 113). 

Nesse sentido, as ações do TRAMAS Literárias buscam incentivar a leitura e propiciar que a sociedade tenha uma fagulha de transformação através da literatura, disponível em meios de comunicação mais acessíveis, pois sabemos que o acesso a obras literárias ainda tem um custo elevado para boa parte da população. 

A ação de extensão TRAMAS Literárias pode ser conferida e compartilhada pelos seguintes links:
Spotify: https://open.spotify.com/show/16waabWc99A4L7SIv6Cx87
SoundCloud: https://soundcloud.com/ammelobr
Facebook: https://www.facebook.com/tramasunipampa

Referência

CANDIDO, Antonio. Direitos Humanos e literatura. In: A.C.R. Fester (Org.) Direitos humanos E… Cjp / Ed. Brasiliense, 1989.

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ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DOS CURSOS DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA DE SOFTWARE

Aline Vieira de Mello, coordenadora do projeto de pesquisa Egress@s
Docente da UNIPAMPA, campus Alegrete
E-mail: alinemello@unipampa.edu.br
Alice Fonseca Finger, co-coordenadora do projeto de pesquisa Egress@s
Docente da UNIPAMPA, campus Alegrete
alicefinger@unipampa.edu.br

Em 2019, o projeto de extensão Gurias na Computação realizou um encontro com as egressas dos cursos de Ciência da Computação e de Engenharia de Software, em que elas avaliaram seus cursos e contaram suas trajetórias, durante e após a graduação. Essa ação motivou a realização de um survey pesquisa em inglês   que incluiu questões nas dimensões sociodemográfica, formação acadêmica e atuação profissional. É um método  muito utilizado para coletar opiniões e características de um determinado grupo de pessoas

No período de fevereiro a abril, o questionário foi enviado aos egressos dos cursos desde sua criação até o primeiro semestre de 2019, o que representa uma população de 155 egressos. O survey obteve 98 respostas completas, representando uma amostra com nível de confiança igual a  95,0% e erro amostral de 6,0%.

Os resultados desse survey estão descritos em três artigos. O primeiro traz o recorte das respostas das egressas de ambos os cursos [FINGER, BORDIN e MELLO 2020]. O segundo traz as semelhanças e diferenças entre os perfis dos cursos Ciência da Computação (CC) e Engenharia de Software (ES) a partir da realidade dos egressos [MELLO, FINGER e BORDIN 2020]. O terceiro traz a percepção dos egressos da Engenharia de Software em relação ao seu curso [MELLO, BORDIN e FINGER 2020]. 

Adicionalmente, essa pesquisa motivou a criação do projeto de pesquisa Egress@s: coleta, disponibilização e visualização de dados que tem como objetivo analisar a trajetória dos egressos dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software da Unipampa. Dentre os principais resultados esperados deste projeto citam-se: promover a divulgação dos cursos de graduação em Computação do campus Alegrete; identificar os fatores associados à permanência e à conclusão dos cursos de Computação; identificar anomalias, padrões e correlações que permitam prever o comportamento dos egressos em função das escolhas e/ou desempenho durante a graduação; e desenvolver uma ferramenta para a coleta, disponibilização e visualização dos dados dos egressos. 

Como primeira ação do projeto, os dados sobre os egressos(as) estão sendo divulgados por meio de publicações semanais que são compartilhadas via e-mail, redes sociais e páginas institucionais dos cursos. Essas publicações têm o intuito de disseminar os resultados para a comunidade acadêmica e externa em um formato mais acessível do que os tradicionais. Exemplos das imagens que acompanham essas publicações são mostradas na Figura 1.

As próximas seções abordam os principais resultados publicados nos artigos e disseminado.

Perfil das egressas dos cursos CC e ES

O questionário foi enviado para todas as egressas dos cursos de Ciência da Computação (CC) e Engenharia de Software (ES), desde a criação dos cursos até o primeiro semestre de 2019, totalizando 25 egressas. Dessas, 16 responderam completamente o questionário, sendo 11 respostas de egressas graduadas em CC e 5 em ES. O número maior de respondentes do curso de CC é justificado porque esse curso foi criado 4 anos antes do curso de ES.

As egressas de CC necessitam em média 5,1 anos para integralizar o curso (Figura 2), a maioria não trabalhou e nem realizou estágio durante a graduação. Mais da metade (55%) foram bolsistas em projetos de ensino, pesquisa, extensão e/ou gestão. A maioria (73%) continuou a formação acadêmica, realizando mestrado e, entre essas, 62,5% foram bolsistas em algum projeto na graduação. A contribuição do curso de graduação na formação acadêmica foi considerada ótima ou excelente pela maioria (75%), sendo as disciplinas de Estrutura de Dados e Algoritmos as mais relevantes. Um pouco mais da metade das egressas (55%) afirmou ter recebido tratamento diferenciado em decorrência de gênero tanto de colegas quanto de professores durante a formação acadêmica.

Quanto à atuação profissional, mais da metade das egressas de CC (64%) informou ter tido alguma experiência profissional. A maioria (85%) trabalhou em até 2 instituições dos ramos de TI ou Educação, localizadas majoritariamente no Rio Grande do Sul. O salário médio atual dessas egressas é de R$ 4.714,00 (Figura 3). As disciplinas de Programação foram as mais relevantes para as suas atuações profissionais. Metade das egressas (50%) afirmou ter sofrido tratamento diferenciado em decorrência de gênero no mercado de trabalho.

Para integralizar o curso, as egressas de ES necessitam em média 6,2 anos (Figura 2) e a maioria não trabalhou durante a graduação. Em relação ao estágio, todas fizeram, visto que é obrigatório para a conclusão do curso, e a grande maioria realizou na mesma cidade do curso (Alegrete). Mais da metade (60%) fez especialização e, destas, 67% foi bolsista em projetos. A contribuição do curso na formação acadêmica dessas egressas foi considerada ótima pela maioria (67%), sendo as disciplinas específicas de ES consideradas as mais relevantes. Um número expressivo das egressas (80%) afirmou ter recebido tratamento diferenciado em decorrência de gênero tanto de colegas quanto de professores durante a formação acadêmica. 

Todas egressas de ES tiveram alguma atuação profissional (Figura 3), sendo que a maioria trabalhou em pelo menos 3 instituições da área, mais frequentemente no ramo de TI e localizadas no Rio Grande do Sul. O salário médio atual dessas egressas é de R $3.700,00. Foram destacadas as disciplinas de Análise de Software e Processos de Software como as mais relevantes para sua atuação profissional. Somente 40% das egressas afirmam ter recebido tratamento diferenciado no mercado de trabalho.

Semelhanças e diferenças entre os perfis dos cursos CC e ES

A Tabela 1 exibe o número de egressos por sexo, faixa etária, estado civil e número de filhos. Os respondentes, independente do curso, são majoritariamente do sexo masculino, possuem menos de 30 anos, são solteiros e não possuem filhos. Destaca-se que as mulheres representam somente 18,0% dos respondentes de CC e  13,6% do ES.

A Tabela 2 sintetiza os principais resultados, destacando as semelhanças e diferenças encontradas entre os perfis dos egressos de CC e ES. Observa-se que, em termos quantitativos, resultados com diferença de até 5,0% foram considerados similares.

Na dimensão pós-graduação, mais especificamente nos tipos especialização e mestrado, os egressos dos dois cursos possuem comportamentos similares: poucos procuram por especialização ou MBA (inferior a 17%) e mais da metade (55% em CC e 57% em ES) realizam mestrado. Quanto à área de pesquisa no mestrado, os egressos de cada curso tendem a realizar pesquisa na sua área de formação. No entanto, observa-se que um percentual significativo de egressos de ES (38%) pesquisam na área de CC. 

Em relação ao doutorado, embora o número de respondentes que informaram ter feito ou estar fazendo seja pequeno (inferior a 20%), a partir de uma análise mais detalhada verificou-se que 57% dos egressos de CC que já concluíram o mestrado optaram pelo doutorado. Já mais da metade dos egressos de ES (56%) que concluíram o mestrado foram para o mercado de trabalho. Nota-se que existe uma semelhança na área de pesquisa escolhida pelos egressos de ambos os cursos no doutorado. 

Ao analisar a dimensão atuação profissional, evidencia-se a diferença entre os perfis dos egressos. Destaca-se que em ambos os cursos a maioria dos egressos tem experiência no mercado de trabalho, porém nota-se um percentual maior entre os egressos de ES (94,6%). Além disso, a inserção no mercado de trabalho foi considerada mais fácil por egressos de ES do que CC, o que pode estar associado aos seguintes fatores: (1) rápida colocação; (2) realização de estágio obrigatório; e (3) adoção da metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) no currículo.  Em relação aos cargos, embora a maioria dos cargos ocupados pelos egressos sejam os mesmos, o percentual de ocupação pelos egressos de CC e ES possui diferenças. Sobre as remunerações, os egressos de CC tendem a receber salários mais elevados em comparação com os egressos de ES, desde a primeira atuação. 

Percepção dos egressos da ES em relação ao seu curso

O número de egressos do curso de ES corresponde a 52, sendo 43 do sexo masculino e 9 do sexo feminino. Deste total de egressos, 37 responderam completamente o questionário, sendo 32 do sexo masculino e 5 do sexo feminino, resultando em um survey com nível de confiança de 95% e erro amostral de 8,74%.

Em relação ao nível de contribuição do curso na sua formação acadêmica (Figura 4a), 85,2% dos respondentes que realizaram algum tipo de pós-graduação (27) consideraram que o curso contribuiu de forma Excelente ou Ótima e 14,8\% consideraram que a contribuição foi Boa.

Em relação às disciplinas mais relevantes para a formação acadêmica (Figura 5a), mais da metade dos respondentes que realizaram algum tipo de pós-graduação (19) consideraram as disciplinas de Resolução de Problemas (RP) as mais relevantes. As disciplinas Programação Orientada a Objetos (POO) e Análise de Software (AS) foram citadas por 7 respondentes. Já as disciplinas Algoritmos e Programação (AP), Processo de Software (PS) e Modelagem e Projeto de Software (MPS) foram mencionadas por 6 respondentes.

Dos 37 respondentes, 26 consideraram fácil a sua inserção no mercado de trabalho (70,3%) e 11 difícil (29,7%). A inserção no mercado de trabalho foi comentada por 28 respondentes. Esses comentários foram categorizados em fatores facilitadores e dificultadores e estão descritos e comentados no artigo [MELLO, BORDIN e FINGER 2020].

Em relação ao nível de contribuição do curso na sua atuação profissional (Figura 4b), a grande maioria dos respondentes (78,1%) considera que o curso contribui de forma Excelente ou Ótima para sua atuação profissional. Já 18,8% considera que o curso possui um nível de contribuição Bom, enquanto 3,1% considera que o curso possui uma contribuição Regular.  

As disciplinas de Resolução de Problemas (RP) também foram consideradas as mais relevantes por mais da metade dos respondentes (20) que atuaram no mercado de trabalho (Figura 5b). As disciplinas de Programação Orientada a Objetos (POO), Processo de Software (PS) e Modelagem e Projeto de Banco de Dados (MPBD) foram consideradas importantes por 7 respondentes. Todas as disciplinas foram consideradas relevantes por 6 respondentes, mesmo número de respondentes que consideraram relevante a disciplina de Algoritmos e Programação (AP). A ampla maioria dos egressos (97,3%) indicou que recomendaria o curso.

Referências

FINGER, A. F. ; BORDIN, A. S. ; MELLO, A. V. Perfil das Egressas dos Cursos de Computação da UNIPAMPA: Uma Análise da Formação Acadêmica e da Atuação Profissional. In: Women in Technology Information, 2020, Cuiabá. ANAIS DO XIV WOMEN IN INFORMATION TECHNOLOGY. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2020. p. 100-109.

MELLO, A. V.; FINGER, A. F.; BORDIN, A. S. Ciência da Computação e Engenharia de Software: semelhanças e diferenças a partir da realidade dos egressos. In: Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 2020, Online. Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação. Porto Alegre: Sociedade Brasileira da Computação, 2020. p. 1773-1782.

MELLO, A. V.; BORDIN, A. S.; FINGER, A. F. Graduates’ Perceptions of a Software Engineering Undergraduate Program: a view from postgraduation and industry. In: SBQS’20: 19th Brazilian Symposium on Software Quality, 2020, São Luís Brazil. 19th Brazilian Symposium on Software Quality. New York: ACM, 2020. p. 1-10.

Versão do texto em .pdf: ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DOS CURSOS DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO E ENGENHARIA DE SOFTWARE

MÉTODO FAMACHA: UM RECURSO PARA O CONTROLE DE VERMINOSE EM OVINOS

Por Daliza Bruno Ribeiro
Acadêmica de Medicina Veterinária
dalizaribeiro.aluno@unipampa.edu.br

Muitos criadores de ovinos da região Sudeste do Brasil têm feito o uso de medicamentos antiparasitários, chegando a efetuar o tratamento em todo o rebanho. Porém, mesmo com a eliminação dos parasitas, pode ocorrer forte pressão seletiva e consequente sobrevivência dos vermes (Haemonchus contortus) resistentes ao medicamento.

Ovinos da raça Santa Inês e mestiços resultantes de seu cruzamento com raças de aptidão para carne vêm sendo criados, por serem animais mais rústicos e mais tolerantes às verminoses, conforme alerta Oliveira Sena (2007). Haemonchus contortus é um helminto, hematófago que fica no abomaso dos ovinos e se alimenta do sangue do parasito e que provoca anemia em um curto período de tempo no hospedeiro definitivo. 

Por isso, a Famacha surge como um método importante para o controle de Haemonchus contortus atuando na redução do número de tratamentos aplicados e a resistência a anti-helmínticos. Oliveira (2002, p.03) diz que: “ É um método de tratamento seletivo, ou seja, objetiva vermifugar somente os animais do rebanho que apresentam anemia, facilmente visualizada na mucosa ocular dos ovinos”.

A Embrapa Pecuária Sudeste possui um rebanho ovino composto por matrizes sem raça definida. De outubro de 2006 a setembro de 2007, foram realizadas coletas mensais de fezes para a execução da contagem de ovos por grama de fezes (OPG − Ueno; Gonçalves, 1998) e da coprocultura (Roberts;  O’Sullivan, 1950).

Os animais incluindo matrizes e cordeiros foram observados quanto à coloração da conjuntiva ocular utilizando a Famacha, ou seja, comparando-a com as cores do cartão.

Relação do grau Famacha com a coloração da conjuntiva ocular e hematócrito, orientando ou não o tratamento.

Sendo os graus 1 e 2 dos animais com coloração bem vermelha, ou seja, praticamente sem traços de anemia. O grau 3 é indicativo para vermifugação. Nos graus 4 e 5, a vermifugação é imprescindível, pois a mucosa apresenta palidez intensa, além do fato de que no grau 5 é indicado que o animal receba suplementação alimentar.

O método Famacha parece ser uma excelente alternativa em qualquer propriedade de criação de ovinocultura. Independente da região, pode ser utilizado em qualquer idade e categoria animal. É um teste fácil de ser realizado, basta o responsável técnico obter uma boa experiência. Também, é um método que permite a economia por não precisar vermifugar todo o rebanho de ovinos, mas sim os que precisam ser vermifugados, com isso, irá retardar o aparecimento de resistência parasitária aos antiparasitários e, posteriormente, irá ajudar na eficiência no controle de verminose do rebanho.

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA. S. C. M. et. al;. Método Famacha: Um recurso para o controle da verminose em ovinos. Circular Técnica 52. Embrapa. São Carlos, SP. Dezembro de 2007. 

ROBERTS, F. H. S.; O’SULLIVAN, J. P. Methods for egg counts and larval cultures for strongyles infesting the gastrointestinal tract of cattle. Australian Agriculture Records, v. 1, p. 99-102, 1950.

UENO, H.; GONÇALVES, P. C. Manual para diagnóstico de helmintoses de ruminantes. 4ª ed. Tokyo: Japan International Cooperation Agency, 1998. 143 p.

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“Inventário” a solução para as burocracias no gerenciamento de Cabanhas de cavalos crioulos

Por Dana Acosta Rodrigues¹, Renan Ruiz Dias Alberto², João Antônio Pereira³ 

“Inventário” é um aplicativo que surgiu para resolver questões burocráticas no gerenciamento de cavalos crioulos. 

Tags: gestão,  publicidade, aplicativo, cavalo crioulo, meio rural. 

O app “Inventário”

Uma das novidades que veio para ficar no mercado de tecnologia são os aplicativos. A inovação tecnológica é um processo de concepção ou de agregação de novas funcionalidades ou características de um produto ou de um método de produção. Ela causa impacto na vida de seus usuários e provoca transformações na vida e no trabalho. Não se trata simplesmente de lançar um “novo produto”, mas de envolver o ser humano na concepção teórica e no desenvolvimento tecnológico dessa solução, propondo, testando, construindo e ajustando. 

É preciso, no entanto, agregar à proposição de uma tecnologia inovadora, o compromisso e apoio institucional para implementação do produto. Essa é a proposta do aplicativo “Inventário” criado para acabar com as questões burocráticas que acabam se tornando dores de cabeça para o proprietário de cavalos crioulos e que levam, muitas vezes, alguns dias para serem resolvidas. O aplicativo poupa tempo e agiliza informações que se perdem com o tempo. O “Inventário” surge para suprir brechas encontradas no site da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos – ABCCC – e não para ocupar o lugar do site.  

Como o trabalho foi desenvolvido

Para construir o aplicativo, foi feita uma pesquisa bibliográfica que se caracteriza pelo levantamento de artigos, documentos, sites e livros, assim, foi realizado um mapeamento na plataforma Google e em alguns sites como o da ABCCC. Além disso, realizamos entrevistas com especialistas que atuam nas propriedades de Cabanhas em que os mesmos, através de seu entendimento e anos de trabalho na área, somaram ainda mais para o desenvolvimento do aplicativo.
Com o surgimento dos Cavalos Crioulos no Rio Grande do Sul, foi criado por fazendeiros e estancieiros, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, em 1932, na cidade de Bagé. E foi, no ano de 1935, que foi feito o registro da marca pela Associação do Registro Genealógico Sul Riograndense, o que tornou a entidade independente e com o próprio registro. Segundo o site, a Associação é reconhecida como uma das maiores referências entre as entidades de raças no país. Responsável por mais de 300 mil exemplares em todo o território brasileiro, além de relacionar mais de 40 mil criadores, proprietários e usuários e certificar mais de 800 eventos por ano.

Figura 1 – Logo da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos

Fonte: site ABCCC

O site da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos existe há mais de 18 anos. Foi criado para aproximar os criadores a ter um vínculo direto com os setores  financeiro, comunicação e marketing e eventos.
Na plataforma, cada criador tem um email e senha para ter acessos aos seus animais da própria fazenda, é possível encontrar afixos, notícias, leilões, formulários, fotos das exposições, valores de cada serviço que precisa ser feito pela (ABCCC) e também podemos encontrar a parte de como se tornar um sócio na raça crioula.

Figura 2 – Institucional da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos


Por que usar o Inventário App ?

 

O aplicativo é prático e é uma maneira para preservar o meio ambiente também, com a diminuição do papel e uma forma mais prática para procurar algum documento. Além de ficar tudo em um único lugar permite acesso rápido para encontrar o que se precisa sem muito esforço e mais agilidade.
“Inventário” app para celulares e tablets é um aplicativo que fornece  ao proprietário informações sobre seus animais como: fotos, vídeos, documentos, animais confirmados, não confirmados, eventos realizados, animais que foram vendidos ou comprados, últimas notícias, veterinários e demais informações que contassem um pouco da trajetória do animal dentro da cabanha, facilitando assim um levantamento mais prático e rápido quando necessário.


Mais vantagens 

Cada dia mais, percebe-se a necessidade de os empreendedores do meio rural voltarem seus olhos para as demandas do mercado, os acontecimentos que afetam direta ou indiretamente seus negócios e com isso investirem na gestão do empreendimento como forma de estratégia de sobrevivência na atividade. Para tanto, o planejamento da produção deve ser adotado, bem como as ferramentas voltadas para as áreas financeira, de marketing e comercialização. Essas ferramentas contribuem sobremaneira no processo de tomada de decisões em seus respectivos negócios. Além disso, o conhecimento contribui também na redução das incertezas inerentes à atividade

Figura 3 – Ideia Logo do Aplicativo

A proposta inicial do o app “Inventário” é para sanar algumas dificuldades encontradas pelo produtor/criador, acabando com as questões burocráticas que, muitas vezes, levam dias para serem resolvidas. poupa tempo e agiliza informações que se perdem com o tempo.
A criação do app “Inventário” vem para somar e solucionar os apuros que são encontrados pela própria Associação Brasileiras de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), acreditamos que com mais de 40 mil criadores do Cavalo Crioulo espalhados pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai a plataforma seja reconhecida e aprovada pelos crioulistas que estão sempre pensando em uma forma de inovar os seus serviços em suas respectivas Cabanhas.

O aplicativo encontra-se em fase experimental e, por isso, passa por testes e poderá sofrer alterações. O mesmo passará por teste de usabilidade e método utilizado para descobrir se está pronto para uso e para lançamento no mercado. Consistindo na validação do protótipo com os usuários, criando assim, um vínculo com o mesmo, desfrutando de todos as features – características – criadas para a sua aplicação antes mesmo dele estar disponível para ser baixado pelo sistema  IOS e Android o que possibilita que o cliente faça parte da evolução do produto e. consequentemente, fidelizando com o mesmo.

Inovação sustentável

O aplicativo é uma proposta inovadora. Além de ser muito prático seria uma das formas de preservar o meio ambiente também. Com a diminuição do papel, é  uma forma mais prática para arquivar informações e acessá-las sem muito esforço e com mais agilidade. 

Referências 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS CRIOULOS (SITE ABCCC). Disponível em: <https://www.cavalocrioulo.org.br/institucional/historia > acesso em 5 de dezembro de 2020.


Sugestões de leituras

ARAÚJO, Massilon J. Fundamentos de agronegócios. São Paulo: Atlas, 2003. 

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS CRIOULOS (SITE ABCCC). ABCCC Comemora 81 anos. Disponível em:<https://www.cavalocrioulo.org.br/noticias/detalhes/129332/abccc-comemora-81-anos> acesso em 7 de dezembro de 2020.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE CAVALOS CRIOULOS. VALORES (SITE ABCCC). Disponível em: <https://www.cavalocrioulo.org.br/institucional/valores> Acesso em 9 de dezembro de 2020.

ATINA EDUCAÇÃO (site). Como funciona uma proposta inovadora de educação? Disponível em:<https://www.atinaedu.com.br/como-funciona-uma-proposta-inovadora-de-educacao/ > acesso em 01 de dezembro de 2020.

BACCI, C. TECNOLOGIA, GESTÃO E NOTÍCIAS SOBRE O AGRONEGÓCIO. Blog Globo Rural: os benefícios das novas tecnologias no campo são destaques na edição deste mês. Disponível em: <https://agrosmart.com.br/blog/globo-rural-os-beneficios-das-novas-tecnologias-no-campo-sao-destaques-na-edicao-deste-mes/> acesso em: 30 de novembro de 2020

CANAL RURAL. Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Crioulos tem nova diretoria. Disponível em: <https://www.canalrural.com.br/noticias/associacao-brasileira-dos-criadores-cavalos-crioulos-tem-nova-diretoria-50122/ > Acesso em 8 de dezembro de 2020.

CARRETEIRO, Ronald. Inovação Tecnológica: como garantir a modernidade do negócio. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2009.

CONTEÚDO CAVALO CRIOULO. Seja Sócio. Disponível em: <https://conteudo.cavalocrioulo.org.br/seja-socio > Acesso em 10 de dezembro de 2020

SAES, D. X. Gestão da inovação e tecnologia. Maringá – PR, 2012.

YOUTUBE. A fama do cavalo crioulo percorre o Brasil. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=wa86dgXt1HM /> Acesso em 9 de dezembro de 2020


Biografia

Dana Acosta Rodrigues¹
Uruguaiana – Rio Grande do Sul
Discente de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda
Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
Campus São Borja
dana_acostar@hotmail.com

Renan Ruiz Dias Alberto²
Uruguaiana – Rio Grande do Sul
Discente de Comunicação Social – Publicidade e Propaganda
Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
Campus São Borja
renan-dias22@hotmail.com

João Antônio Gomes Pereira³ – Orientador correspondente
Doutorando em Administração pela Universidade de São Paulo,
Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina
Graduado em Comunicação Social Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Santa Maria.
E-mail: joaoantonio@unipampa.edu.br

Versão do texto em .pdf: “Inventário” a solução para as burocracias no gerenciamento de Cabanhas de cavalos crioulos

NEA Unipampa espalha agroecologia na fronteira gaúcha

NÚCLEO DE ESTUDO EM AGROECOLOGIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA (NEA-PAMPA)

Por Merli Leal Silva

“É importante tentar introduzir a agricultura em muitas áreas da universidade, não só na agronomia. O sistema total agroalimentar engloba diversas dimensões — saúde, psicologia, sociologia, ciências políticas. Nossa luta dentro da universidade envolve um esforço dentro de muitas áreas “Hugh Lacey

O NEA-PAMPA (Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica da Universidade Federal do Pampa) ampliou a possibilidade de formação continuada na região de abrangência da UNIPAMPA junto a agricultores e demais instituições voltadas ao desafio da transição agroecológica, constituindo-se em um espaço interinstitucional de referência para a troca entre o conhecimento científico e o tradicional. As linhas de atuação do Núcleo são interdisciplinares: 

-Agricultura Familiar e Assentamentos de reforma agrária;
-Sustentabilidade e Meio Ambiente;
-Educomunicação e Novas tecnologias;
-Educação do campo;
-Economia Solidária e Produção colaborativa;
-Gestão ambiental;

O Núcleo promove ações indutoras da transição agroecológica, da produção orgânica e de desenvolvimento dos conhecimentos da Agroecologia, possibilitando à população da mesorregião da campanha gaúcha a melhoria de qualidade de vida por meio da troca de saberes e tecnologias para oferta e consumo de alimentos saudáveis e da preservação do meio ambiente. A agroecologia é mais que um modo de produção, ela é ciência! Contudo, ela é frequentemente deslegitimada por basear-se no saber popular e por desenvolver-se como contraponto ao agronegócio. A agroecologia como ciência faz oposição ao modelo agrícola convencional, marcado por baixa geração de emprego em função da mecanização; esgotamento do solo pela monocultura; exploração dos trabalhadores rurais; uso de agrotóxicos e transgênicos; e por uma produção dirigida a um mercado sob controle de corporações e multinacionais. O Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica da Unipampa nascido em 2020, foi idealizado por uma equipe multidisciplinar, integrada por três campi: São Borja, São Gabriel e Itaqui.São docentes e discentes das áreas das ciências sociais aplicadas, ciências agrárias, ciências biológicas e ciências humanas. 

O NEA tem suas raízes no projeto de extensão Comunicação e Educação do Campo, do campus São Borja (2012). O projeto se constituiu em ações de extensão e pesquisa em agroecologia e gestão produtiva, com agricultoras familiares de São Borja. Uma das atividades mais conhecidas do projeto é a feira do campus, onde agricultoras do interior do município vendem produtos como legumes e hortaliças, assessoradas pelo NEA para ações de marketing e redes sociais, visando divulgar e vender a produção. 

Nossa missão volta-se assim, para a produção de conhecimentos científicos que fomentem o desenvolvimento e a expansão da agroecologia como prática social, inclusiva e de proteção à saúde das pessoas. Entre as tantas missões da agroecologia, podemos citar a preservação da biodiversidade; respeito aos direitos humanos; segurança alimentar; relações igualitárias, justas e sem violência; e empoderamento das comunidades locais, em especial, as mulheres. Investigamos as diferentes dimensões da agroecologia e fomentamos estudos científicos que contribuem para a mudança gradual no modo de produção na fronteira, através da transição orgânica. As ações educomunicativas são essenciais para informar e educar a população sobre os perigos de consumir alimentos contaminados por agrotóxicos. O aporte dos laboratórios dos cursos de São Gabriel e Itaqui e de produção audiovisual de São Borja tem sido grande diferencial para a concretização das ações do núcleo e sua divulgação. 

A metodologia freireana e a pesquisa ação são a base epistemológica do núcleo e contribuem para a construção do diagnóstico participativo junto às escolas do campo e agricultoras familiares. O NEA desenvolve ações voltadas à melhoria das condições ambientais, sociais e técnico-econômicas do meio rural nos municípios de São Borja, São Gabriel e Itaqui. Em 2020 o NEA recebeu recurso do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) que foi empregado na compra de insumos para as hortas, equipamentos, deslocamentos para avaliação técnica e pagamento de quatro bolsas: duas em São Borja, uma em Itaqui e uma em São Gabriel. Há parceria técnica com o prof. Dr. Denirio Marques, do Campus Viamão, do Instituto Federal RS e com a técnica Maria de Fátima Nora Lopes, para a gestão financeira do projeto.

Entre as atividades desenvolvidas pelo NEA, destacamos a formação em agroecologia, implantação de hortas com agricultores familiares, aprimoramento das feiras livres com ações de marketing e educomunicaçao. As práticas agroecológicas são realizadas nas unidades de produção dos assentamentos e agricultoras familiares. Infelizmente devido à pandemia, tivemos em 2020 e 2021, trabalho, em sua maioria, de forma remota. A implantação da agroecologia na região da fronteira é um grande desafio. A economia local é, em sua maioria, voltada ao agronegócio. 

Coordenar um projeto de agroecologia não sendo da área das agrárias e sendo mulher, foi um grande desafio, mas nos fez entender que a agroecologia é uma ciência multidisciplinar, nascida da troca de saberes com as comunidades tradicionais. Para superar dificuldades, criamos laços com a comunidade e fomentamos a parceria técnica: Emater, prefeituras, CNPq, comunidade e universidade. O trabalho formativo é realizado, devido a pandemia da COVID19, nas plataformas digitais, utilizando a abordagem educomunicativa em lives, webnários, cartilhas, mini cursos e capacitação para plantio orgânico e uso das redes sociais para venda de produtos agroecologicos. A consultoria direta aos consumidores e produtores é feita através das redes digitais do NEA (Facebook, Instagram, Spotify, YouTube)  e por visitas in loco. 

A coordenação geral do NEA-PAMPA é feita pela Professora Dra Merli Leal Silva, São Borja; a coordenação do Núcleo São Gabriel, Prof. Dr. Andre Copetti e do Núcleo Itaqui, Prof. Dr. Paulo Roberto Cardoso da Silveira. A institucionalização do NEA Unipampa é o maior desafio até 2022, quando a atual coordenação entrega o relatório final do projeto ao CNPQ. O projeto é da UNIPAMPA e toda a comunidade acadêmica deve assegurar sua continuidade, pós implantação.

Referências Bibliográficas:
ALTIERI, M. A.; SILVA, E.N.; NICHOLLS, C.I. O Papel da biodiversidade no manejo de pragas. Holos editora. 2000;
ALTIERI, M. A. Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. PTA/FASE. Rio de Janeiro. 1989. 240 pp.;
ALTIERI, M.A. Agroecologia bases científicas para uma agricultura sustentável. Guaíba: AS-PTA/Agropecuária, 2002. 592p.;
ALTIERI, M.A. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1998. 110p. (Síntese Universitária, 54).;
EHLERS, E. Agricultura sustentável. Origens e perspectivas de um novo paradigma. Livros da Terra. 1996;
GLIESSAMN, S. Ecological processes in sustainable agricultura. AnnHarbour Press.1998. 357 pp.;
GLIESSMAN, Stephen R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Editora da Universidade-UFRGS, 2000; 
Freire, Paulo. Extensão ou comunicação? Tradução de Rosisca Darcy de Oliveira. Prefácio de Jacques Chonchol 7a ed.Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983. 93 p. (O Mundo, hoje, v. 24)
GAIA, Rossana Viana. Educomunicação & mídias. São Paulo: EDUFAL, 2001.

Publicações do Nea

Agricultura familiar: Educomunicação e protagonismo feminino 
Carla Beatriz de David Ernesto
Merli Leal Silva 

EDUCOMUNICAÇÃO: Compreendendo a teoria para transformar a prática
Carla Beatriz de David Ernesto
Merli Leal Silva 

Agricultura familiar: Educomunicação e protagonismo feminino
Carla Beatriz de David Ernesto
Merli Leal Silva 

Pedagogia freireana na perspectiva da educomunicação popular
Merli Leal Silva 

A Cultura Popular como conteúdo na escola do Campo
Merli Leal Silva
Daniele Kunzler Lara Cezar

Educomunicação popular e agricultura familiar pelos campos de São Borja 
Merli Leal Silva
Luiz Gabriel Stroff

Material Criado para agricultora de São Gabriel
Material criado para agricultora de São Paulo

 

 

 

 

 

 

 

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Hábitos de estudos de graduandos em Ciência da Computação e Engenharia de Software: uma análise no período de pandemia

Flávia A. Barbosa, Ícaro M. Crespo, Lucas A. G. Garais, Andréa S. Bordin

O ano de 2020 trouxe uma mudança brusca em diversos segmentos da sociedade em virtude da pandemia do vírus Sars-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Grave) [BRASIL 2020b]. Como forma de prevenção à pandemia foram aplicadas medidas de isolamento e distanciamento social, como a suspensão de aulas presenciais nos diferentes níveis educacionais. Como alternativas, muitas instituições de ensino propuseram ações para a manutenção do vínculo proporcionado pelo ensino da universidade. Na Unipampa, destaca-se o I Ciclo Online de Palestras dos cursos de Ciência da Computação (CC) e Engenharia de Software (ES).

A análise da avaliação do ciclo realizada com alunos dos cursos de CC e ES, no ano de 2020, revelou que parte dos alunos dedicava pouco tempo às atividades de estudo, assim como apresentava um quadro de desânimo à situação de isolamento. No entanto, outra parte manifestava que estava em atividade buscando estudar assuntos da área de Computação.

Entendeu-se, portanto, que era necessário compreender esse cenário, junto a um maior número de discentes de CC e ES. Para isso foi realizada uma pesquisa com o objetivo de analisar os hábitos de estudos e envolvimento em atividades acadêmicas dos alunos dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia de Software da Unipampa – Campus Alegrete, durante a pandemia. A pesquisa foi realizada por meio de um survey com questões demográficas, de infraestrutura e de hábitos de estudos.

O instrumento de coleta de dados constituiu-se em 18 questões subdivididas em 5 grupos, sendo eles: questões relacionadas à identificação, questões relacionadas à infraestrutura necessária ao estudo/pesquisa, questões relacionadas a hábitos de estudos, questões relacionadas às fontes de consultas e questões relacionadas às atividades acadêmicas. O formulário foi enviado para todos os 348 matriculados nos dois cursos e foram obtidas 81 respostas.

A análise das respostas indicou que em relação à infraestrutura havia um cenário de acessibilidade positiva de ambos os cursos. Os dados mostraram que houve uma diminuição do nível de envolvimento em atividades de estudo entre os alunos de CC, o que pode estar relacionado com a falta de aulas presenciais, apontado como influência negativa pelos próprios. Já entre os alunos de ES, o nível de envolvimento aumentou, o que, como mencionado por eles, pode ter sido influenciado pela flexibilidade de tempo.

Esse cenário caracteriza alunos com perfis diferentes e pode estar relacionado à metodologia de ensino empregada nos cursos. O curso de CC é conduzido através de metodologia de ensino tradicional, onde os componentes curriculares são ministrados de uma forma essencialmente expositiva. Já no curso de ES é adotada a metodologia ativa de Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) com uma carga horária significativa, na qual os alunos são desafiados a resolver problemas, sendo estimulados a aprender de forma autodidata. Dessa forma, alunos de CC podem se sentir menos motivados a estudar de forma autônoma, sentindo falta das aulas presenciais, ao contrário dos alunos de ES, que, em função da Aprendizagem Baseada em Problemas, se sintam mais confortáveis em fazê-lo. 

Os fatores flexibilidade de tempo e liberdade de escolha dos assuntos, foram elencados por ambos os cursos, como os que mais influenciaram positivamente o seu envolvimento. Também, a infraestrutura da casa e a proximidade com a família foram mais apontados pelos discentes de Ciência da Computação, com um significativo percentual de diferença em relação aos de ES. Em relação a assuntos estudados pelos respondentes de CC, predominam aqueles associados a linguagens de programação científicas, como C++, C, Lua, Python. Por outro lado, na Engenharia de Software a área de desenvolvimento de software e os assuntos relacionados a essa área, como as linguagens para desenvolvimento de aplicações web e apps, teve um expressivo destaque. Destaca-se que uma grande adesão a meios eletrônicos para consulta foi vista nos dados, como Youtube e plataformas de cursos online.

As evidências indicam que alunos de Ciência da Computação e Engenharia de Software, apesar de serem da área de Computação, se comportam de forma diferente durante a pandemia, no que diz respeito aos hábitos de estudos e envolvimento em atividades acadêmicas. Alunos de ES tiveram maior participação na pesquisa e demonstraram ter uma postura mais ativa que parece estar relacionada à metodologia Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP). Os resultados desta pesquisa podem ser utilizados para o planejamento de atividades de ensino remoto, assim como auxiliar na gestão curricular dos cursos em questão. 

Este estudo foi apresentado na Escola Regional de Engenharia de Software (ERES) 2020. A versão completa pode ser consultada nos anais do evento, em: https://doi.org/10.5753/eres.2020.13718.

Referências

BRASIL,M.d.S.(2020b). Sobre a doença. Disponível em: https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca. Acessado em 13 de ago. de 2020.

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Aplicativo de Dispositivo Móvel como Ferramenta de Expansão do Acesso à Informação em Saúde

por Lincoln Sona, Rovana K. Bueno, Jeferson R. Bueno,
Ana L. M. Studzinski, Sandra B. D. Ebling, Rita C. F. S. Evaldt

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 assegura a todos os cidadãos o direito ao acesso à informação, incluindo a informação em saúde, assim como define a saúde como um direito de todos e dever do Estado, o que culminou com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Este apresenta como um de seus princípios organizativos a hierarquização, a qual preconiza a articulação dos serviços de saúde por nível de complexidade, visando garantir acesso a serviços que correspondam às necessidades de saúde dos usuários. Além disso, o princípio da participação popular atua em consonância com a promoção da saúde, através de educação e informação em saúde, provendo maior autonomia e, consequentemente, o empoderamento do usuário.

Menu principal do App SAU

A promoção em saúde pode ser compreendida como um processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria de sua qualidade de vida e saúde (Carta de Ottawa, 1986). As ações de promoção de saúde têm o intuito de reduzir as desigualdades no estado de saúde da população através de estratégias e programas que se adaptem às necessidades locais. A tecnologia, com destaque para os aplicativos móveis de smartphones, pode colaborar para desenvolver uma nova modalidade de assistência em saúde (BANOS, 2015), ao atuar na melhora do fluxo de informações, contribuindo para otimizar a coordenação dos sistemas de saúde (FUNCAP, 2018), facilitando o acesso e favorecendo a universalização de informações essenciais à população. Dessa forma, atua como ferramentas estratégicas para promover a saúde por meio de acesso a informações de forma prática, rápida e segura.

Docentes da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) e discente de Medicina atuaram na concepção do Aplicativo da Saúde de Uruguaiana, o App SAU, em linguagem JAVA Script e disponibilização para dispositivos Android. Para seu desenvolvimento, foram coletadas informações de todas as unidades de saúde públicas do município e os serviços ofertados diretamente com profissionais de cada serviço, essas informações foram revisadas pela Secretaria Municipal de Saúde de Uruguaiana. Ao encontro do panorama proposto, o aplicativo, lançado em agosto de 2020, concede gratuitamente à população do município informações de saúde atualizadas cotidianamente. O aplicativo foi planejado e executado com a premissa de ser de fácil usabilidade e compreensão, com linguagem acessível, menus intuitivos com ícones explicativos, e informações de saúde essenciais à população, com a praticidade do acesso através de um smartphone.

Menu COVID-19: Saiba +

O App SAU disponibiliza informações sobre: a) todos os serviços públicos de saúde de Uruguaiana, com endereço, telefone, horário de funcionamento e serviços oferecidos; b) as localizações desses serviços no mapa da cidade; c) COVID-19, como sintomas, modos de prevenção, onde se localizam os centros de triagem do município e ainda apresenta a bandeira e o número de casos da COVID-19 em Uruguaiana e o progresso da vacinação; d) campanhas de saúde atualizadas mensalmente com campanhas como Outubro Rosa e Novembro Azul; e) espaço para as crianças com jogos educativos em saúde; f) telefones úteis, como o do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU.

Ao considerar a universalização, a compreensão da população em relação aos serviços de saúde ofertados em diferentes níveis de complexidade é basilar. O App SAU contribui para a efetivação e para a adesão popular a esse princípio e, consequentemente, potencializa o funcionamento do SUS e evita a morosidade do sistema. À medida que novas tecnologias surgem e se expandem, a propagação de informações vitais à população pode se valer estrategicamente desses meios para manter a comunidade informada e ativa na busca por saúde.

Menu Serviços de Saúde no Mapa.

O aplicativo está sendo amplamente divulgado, através de rádios do município, podcast, programa ao vivo da prefeitura, redes sociais, cartazes em serviços de saúde e estabelecimentos comerciais, dentre outros. Ele pode ser baixado em qualquer dispositivo móvel Android digitando-se “Aplicativo da Saúde de Uruguaiana” na Google Play Store, ou utilizado em qualquer dispositivo por meio do link: appSAU

O acesso ao SUS por meio dos serviços da Atenção Primária à Saúde fomenta seu sucesso e colabora para a concretização de seus princípios. O App SAU evidencia a diligência da Universidade em desenvolver projetos que contemplam as necessidades da comunidade, atuando como ferramenta de promoção de saúde ao facilitar o acesso a informações sobre saúde dando visibilidade a campanhas de saúde que são importantes para a população e sobre a COVID-19 em meio ao cenário pandêmico mundial, além do conhecimento dos serviços de saúde públicos do Município.

 

Lincoln Sona, discente do Curso de Medicina da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana, lincolnsona.aluno@unipampa.edu.br. Rovana K. Bueno, psicóloga, rovanabueno@unipampa.edu.br; Jeferson R. Bueno, engenheiro civil, jefersonbueno@unipampa.edu.br; Ana L. M. Studzinski, bióloga, anastudzinski@unipampa.edu.br; Sandra B. D. Ebling, enfermeira, sandraebling@unipampa.edu.br; Rita C. F. S. Evaldt, médica, ritaevaldt@unipampa.edu.br; docentes da Universidade Federal do Pampa, Campus Uruguaiana

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Referências

BANOS, Oresti et al. Design, implementation and validation of a novel open framework for agile development of mobile health applications. Biomed Eng Online, 14, article number S6, 2015.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Seção II, Da Saúde; Art. 196. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 19 fev. 2021.

CARTA de Ottawa. Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, Ottawa, Canadá, Nov. 1986. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf. Acesso em: 21 fev. 2021.

FUNCAP, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Pesquisa desenvolve aplicativos para a promoção da saúde da mulher. Portal da FUNCAP, 13 de junho de 2018.

Mídias como meio de promoção de saúde mental

O “Mídias” é um projeto de extensão vinculado à UNIPAMPA, Campus Uruguaiana. Sua equipe conta com a colaboração de duas professoras e duas alunas do Curso de Medicina. O principal intuito dessas ações é instigar a construção do conhecimento, tanto dos discentes quanto da comunidade em geral, desconstruir paradigmas relacionados à saúde mental e promover a sensibilização da população a temas referentes à Saúde Mental. 

E por que falar sobre saúde mental? Porque se constata que a prevalência de doenças orgânicas vem diminuindo, enquanto que a de doenças mentais aumenta. Estima-se que 24% da população possua algum transtorno mental e que 12% necessite de tratamento (OMS, 2001). Já na América Latina, os problemas de saúde mental correspondem a mais de um terço da incapacidade total. Desse percentual, os transtornos depressivos estão entre as maiores causas, seguido pelos transtornos de ansiedade. Nesse contexto, o Rio Grande do Sul lidera o ranking dos estados brasileiros com maior média de suicídio: 10,4 para cada 100 mil habitantes, segundo um estudo feito, em 2016, pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Esse comportamento é o resultado da interação de fatores biológicos, psicológicos, socioculturais e ambientais. 

Portanto, a estratégia de promover saúde se baseia em capacitar a comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Pensando nisso, chegamos à conclusão que deveríamos utilizar mais de um tipo de veículo de comunicação e, assim, conseguir abordar pessoas em diferentes contextos e níveis socioeconômicos. 

O projeto teve início em 2019 e houve uma readaptação no ano de 2020. Atualmente nosso “método” abrange três meios de comunicação: Instagram, rádio e podcast. O podcast e o rádio foram os meios de comunicação escolhidos por serem populares, conseguirem abranger diferentes públicos e possuir alta velocidade de disseminação de informações. Já a rede social Instagram contempla outro público, o que amplia a abrangência do alcance do projeto. 

Algumas dessas estratégias são possibilitadas pelas parcerias que apoiam o projeto. Para transmitir informações pela frequência de rádio, contamos com o apoio do “Programa UNIPAMPA Debates”, que é veiculado na Rádio São Miguel 880 AM, nas sextas-feiras, no horário das 15:00 às 16:00. O “Podcast Ciência no Velho Oeste” também é uma iniciativa de professores da UNIPAMPA, Campus Uruguaiana, e é lá que gravamos nossos episódios. Já a nossa conta no Instagram pode ser encontrada pelo IG @projetomídias. Ressalta-se que devido às medidas de distanciamento social, todas as postagens e gravações estão sendo realizadas na modalidade remota.

Zilmara dos Santos Luis (zilmaraluis.aluno@unipampa.edu.br) e Juliana Correa da Silveira (julianasilveira.aluno@unipampa.edu.br) são acadêmicas da Medicina da UNIPAMPA Uruguaiana; Rovana Kinas Bueno é docente da Medicina da UNIPAMPA Uruguaiana, rovanabueno@unipampa.edu.br  e Shana Hastenpflug Wottrich é docente do Curso de Medicina da UNIPAMPA Uruguaiana, shanawottrich@unipampa.edu.br.

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Referências 

Organización Panamericana de la Salud. La carga de los trastornos mentales en la Región de las Américas, 2018. Washington, D.C.: OPS; 2018. Acesso em: 26 de fevereiro de 2021. 
Origem do suicídio alerta para importância de diagnóstico e tratamento psiquiátrico. Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, 2017. Disponível em < http://www.simers.org.br/noticia?name=origem-do-suicidio-alerta-para-importancia-de-diagnostico-e-tratamento-psiquiatrico > Acesso em: 26 de Fevereiro de 2021.